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Resultado econômico

Diante do contexto de atuação das entidades que integram terceiro setor e, nas palavras
de Lima ([s.d.], p. 2), “essas instituições, além de importantes para a sociedade, prestam
relevantes serviços à comunidade nas diversas áreas onde atuam, principalmente no
campo da assistência social”.

Em se tratando da obtenção de resultados favoráveis à entidade e, no caso brasileiro,


Assaf Neto (1997, p. 1) relata que o “processo analítico de avaliação das decisões
financeiras tem aplicação reconhecida somente em companhias que mantém sua
contabilidade ajustada aos seus objetivos gerenciais”. Ainda, segundo o autor (1997),
que complementa esta abordagem ao lembrar que no caso da legislação societária
vigente existem “sérias limitações e imperfeições para a avaliação das decisões
financeiras”.

Um exemplo disso é que diante de uma apuração de resultados a própria estrutura da


DRE é capitulada pela Legislação Societária e esta não traz menção a análises
econômicas e mercadológicas, mas sim limita-se a uma apuração efetiva das receitas e
despesas incorridas. Aliás, sequer considera os efeitos inflacionários.

Posto isso, diante das situações que impliquem limitações e imperfeições para a tomada
de decisão, não obstante, no caso de tais entidades do terceiro setor, esse fato também se
mostra uma realidade atual e presente, pois como bem salienta Assaf Neto (2010),
mesmo diante de cenários de risco e incerteza decisões financeiras necessitam ser
tomadas.

Diante dos propósitos institucionais mencionados estão intrinsicamente abarcadas às


parcerias entre os setores público e privado. Assim sendo, cabe brevemente relatar o
ponto de vista de Olak e Nascimento (2000, p. 1), quando comentam o ponto as
observações de Olack (1999, p. 48), ao criticar a relação entre tais parcerias e a
existência de algumas ineficiências de gestão que dificultam a mensuração dos
resultados de certas entidades do terceiro setor.

Sabendo da necessidade de se promover a continuidade das operações e, em termos de


gestão, se faz prudente que mesmo em entidades que não se objetive o lucro ocorra uma
mensuração tecnicamente embasada quando da apuração do resultado econômico.
Adotando uma postura de gestão baseada na transparência, nos relatórios de avaliação
(mensuração de desempenho) e comunicação social, através da publicação e divulgação
das informações.

A apuração do resultado assim como o balanço patrimonial será realizado no mínimo


anualmente nos mesmos parâmetros mencionados no caso dos balanços patrimoniais, ou
seja, diante do ano civil em curso, pois como bem ressalta Cardoso et al. (2013, p. 103),
“a geração de resultado positivo é um objetivo das empresas, inclusive daquelas sem
fins lucrativos”.

Todavia, a apuração de resultado é efetuada, por muitas entidades, “ao final de cada mês
mediante o confronto das receitas com as despesas”. Reforça o mesmo autor (2010, p.
20) que “as contas de receitas e despesas são encerradas ao final de cada exercício
social (12 meses, terminando em 31 de dezembro), em contrapartida com a conta de
‘Resultado do Período’, cujo saldo é em seguida transferido para a conta de Lucros
Acumulados”, ou neste caso, das entidades sem fins lucrativos, para a conta superávit.

De acordo com as considerações do autor, cabe apenas a adequação da nomenclatura da


conta tendo em vista o não objetivo de lucro das entidades sem fins lucrativos, pois em
se tratando de a entidade auferir resultado positivo quando do encerramento a conta a
ser creditada é denominada de Superávit Acumulado. Todavia, a conta a ser escriturada,
nos casos em que o nível de despesas da entidade supere as receitas, é que registra o
Déficit Acumulado, ficando ressalvadas que ambas as contas, como convencionados
contabilmente também integrarão o grupo do patrimônio líquido do Balanço
Patrimonial.

Pois bem, mesmo entidades do terceiro setor podem possuir um grupo de empresas com
a finalidade de gerar sinergia e melhor utilização dos recursos humanos, financeiros e
patrimoniais. Para tanto, deverá fazer uso de controles e acompanhamento gerencial.

Referências

SLOMSKI, Valmor ; REZENDE, Amaury José; CRUZ, Cássia Vanessa Olak Alvez;
OLAK, Paulo Arnaldo. Contabilidade do Terceiro Setor - Uma abordagem operacional:
Aplicável às associações, fundações, partidos políticos e organizações religiosas. São
Paulo: Atlas, 2012.

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