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Contabilidade de um País

Introdução
A contabilidade nacional (CN) ou sistema nacional de contas (SNC) é um instrumento que
representa, sintetiza e quantifica as transacções realizadas de uma economia. Apesar de partilhar
muitas características com a contabilidade das empresas, a contabilidade é baseada em
agregados económicos.
As contas nacionais representam de uma maneira geral a produção, o rendimento e a
despesa dos agentes económicos dentro de uma economia, incluindo as transacções com o resto
do mundo, e a sua riqueza. O sistema de contas nacionais tanto regista fluxos como stocks no final
do período, assegurando que os fluxos coincidem com os novos stocks.
Na contabilidade nacional, há uma grande variedade de agregados como o produto interno bruto -
o mais conhecido -, o rendimento disponível, a poupança e o investimento. A medição e o
desenvolvimento destes agregados macroeconómicos ao longo do tempo é objecto de interesse
para os decisores políticos e económicos. Outros dados, como as tabelas de input-outputmostram
como as indústrias interagem entre si durante o processo produtivo

A contabilidade nacional
A medida que as relações económicas se foram desenvolvendo e tornando mais complexas, quer
os estudiosos dos fenómenos económicos quer os responsáveis pela sua condução, começaram
a sentir a necessidade de um instrumento que lhes permitisse quantificar a actividade económica
nacional. Embora a preocupação de medir as relações económicas que se estabelecem entre os
diversos agentes económicos de um dado pais tenha já merecido a atenção dos mercantilistas.
A contabilidade Nacional é o conjunto de técnicas e operações que procuram apurar o valor de
determinadas grandezas económicas e sociais de um país durante um período determinado (em
regra um ano), visando o estudo quantitativo das relações económicas essenciais, graças a jogos
de contas articuladas entre si.
A contabilidade Nacional permite analisar os circuitos económicos, tornando evidentes a sua
interdependência.
Exemplo: um aumento de salários dos trabalhadores da indústria têxtil de uma determinada região
vai ter dois efeitos: por um lado, o aumento dos custos de produção, o que vai provocar a subida
dos preços dos têxteis e uma alta subida dos preços dos produtos fabricados a partir dos têxteis
como vestuário, por outro lado, um aumento do rendimento dos operários do sector em causa vai
pressionar a subida geral dos salários e um aumento dos outros assalariados. Ao beneficiarem
mais elevados, os trabalhadores vão gastar mais, aumentando as comparas de bens de consumo,
o que vai pressionar o aumento das produções, levando as empresas a adquirirem novos bens de
equipamentos para expandir a industria.
A contabilidade nacional fornece informações globais sobre o andamento da economia.
Graças a contabilidade nacional, pode-se verificar se a economia esta em expansão ou em
recessão calculando a taxa de progressão da sua produção. Pode-se igualmente seguir ao longo
do tempo os períodos de inflação ou de estabilidade dos preços, as despesas do estado, bem como
de qualquer outra grandeza considerada com interesse para a análise em causa.
A Contabilidade nacional permite fazer previsões e definir políticas.
Quando o ministério das finanças estabelece previsões sobre a Divida Publica para o próximo ano
ou quando se afirma que a economia moçambicana terá de atingir um determinado nível em 2011,
é necessário um quadro em que entrem todas previsões «salários, Produções e Financiamento …
de modo a garantir a coerência de todos os dados. Contabilidade Nacional constitui um auxiliar
precioso, não só no diagnóstico da situação, como na definição de estratégias de desenvolvimento
do país e promoção do bem-estar da população.
A contabilidade nacional permite fazer comparações internacionais.
Numa economia cada vez mais globalizada, é importante os países compararem a sua evolução
com todos restantes países, sobretudo com aqueles com quem estabelecem relações. Em
situações de crise, por exemplo, e muito importante que o país saiba como se prevê que evoluam
as outras economias, para avaliar se as decisões tomadas podem ser influenciadas por aquilo que
se vai passar nos restantes parceiros comerciais.
A Contabilidade Nacional permite descrever e avaliar os fluxos económicos que resultam das
operações que ligam os diversos agentes no circuito económicos, evidenciando a sua
interdependência.
Assim, a contabilidade nacional é um instrumento estatístico que procura fornecer, de forma
sistemática, uma representação sintética da realidade económica do país em causa, o que se torna
indispensável a todos os responsáveis das decisões económicas, tanto os poderes públicos como
as empresas.

Organização da contabilidade Nacional


Ao estudarmos o circuito económico, agrupamos as unidades económicas numa óptica funcional,
consoante as funções desempenhadas. Mas as unidades económicas podem ser agrupadas numa
óptica institucional, caracterizando-as por gozarem de autonomia de decisão no exercício da sua
função principal.
De acordo com este último critério as empresas (desde que assumem a forma de sociedade)
constituem unidades institucionais porque gozam de autonomia de decisão no exercício da sua
função principal que é produzir. Também as famílias (as pessoas físicas residente) constituem
unidades institucionais pois gozam de autonomia de decisão no exercício da sua função principal
que é consumir.

Sectores institucionais e ramos de actividades


Chama-se sector institucional ao conjunto de todas as unidades institucionais que tem
comportamento económico análogo.
Os sectores institucionais são constituídos a partir:
1- Da função principal desempenhada
2- Da autonomia de decisão dos agentes.
Dá-se a designação de unidade institucional a unidade de produção que, alem de gozar de
capacidade de decisão autónoma no exercício da sua função principal, dispõe-se da contabilidade
organizada e completa.
A contabilidade nacional adopta um sistema de conta económicas integradas, que se traduz num
conjunto coerente de contas e quadros, cujo objectivo é o de fornecer uma perspectiva
sistematizada da actividade económica do país. O quadro seguinte identifica os sectores
institucionais, bem como as suas funções, recursos e particularidades de cada um deles.

Contas e seus saldos


Para cada sector institucional e para o conjunto da economia, a Contabilidade Nacional estabelece
um conjunto de seis contas.
Estas contas aparecem classificadas segundo uma ordem lógica:
➢ (Contas de produção e exploração): a contabilização dos fluxos ligados a produção;
➢ (contas de rendimento e utilização de rendimentos): decomposição em termos de
repartição das contas de produção e exploração;
➢ (contas de capital): decomposição das contas de produção e exploração em termos de
objectivos de investimentos;
➢ (conta financeira): a contabilização das operações financeiras.
Conta de produção
A conta de produção descreve as operações ligadas ao processo de produção (criação de bens e
serviços no decurso de um período).
Tem como recurso recursos a produção de bens e serviços valorizados ao preço de saída da
fábrica (valor bruto de produção) e como empregos os consumos intermédios necessários a
obtenção dessa produção.
O saldo é o valor acrescentado bruto (VAB), que procura medir a contribuição das unidades
produtivas para o produto interno bruto (PIB)
As diversas operações, segundo uma lógica de equilíbrio entre recursos e empregos, no conjunto
de contas criadas pela contabilidade Nacional.
Conta de Exploração
Mostra como o valor acrescentado gerado na actividade produtiva se reparte pelos agentes que
directamente tomaram parte no processo produtivo. Constituem recursos desta conta o valor
acrescentado bruto, que transita da conta anterior.
A conta utilização do rendimento
Mostra como o saldo da conta anterior, a que constituído em recursos, vai fazer face a dois
empregos alternativos: consumo final ou constituição de poupança bruta. No caso dos sectores
que não tem consumo final, ao seu rendimento disponível correctamente a poupança bruta.
A conta Capital
Regista as diversas operações ligadas ao investimento em activos não financeiro.
Tem como recurso:
➢ A poupança bruta: que transita da conta anterior, e;
➢ As transferências de capitais recebidas.
E como empregos tem:
➢ A formação bruta do capital fixo (FBCF);
➢ Variações de existência;
➢ Aquisição de terreno e;
➢ Activos incorpóreo não financeiro e transferências de capital pagas.
O saldo desta conta permite-nos averiguar até que ponto o sector ou sectores em analise se auto
financiam. Se este saldo é positivo, o sector ou sectores em causa tem capacidade financeira, se
o saldo é negativo, então o sector ou sectores em foco têm necessidade de financiamento
(recorrerão a empréstimo, por exemplo).
A conta financeira
Esta conta regista as variações dos diferentes débitos e créditos financeiros, isto é, transfere para
o plano financeiros as necessidade ou capacidades de financiamento as necessidades de
financiamento do sector ou sectores, e mostra como elas são satisfeitas ou utilizadas.
O seu saldo chama-se saldo de créditos e débitos, e tem significado idêntico ao saldo da conta
anterior, ou melhor, constitui a sua contrapartida financeira.

Produto interno bruto


O produto interno bruto (PIB) representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e
serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades),
durante um período determinado (mês, trimestre, ano etc). O PIB é um dos indicadores mais
utilizados na macroeconomia com o objetivo de quantificar a atividade econômica de uma região.

PIB nominal e PIB real


Quando se procura comparar ou analisar o comportamento do PIB de um país ao longo do tempo,
é preciso diferenciar o PIB nominal do PIB real. O primeiro diz respeito ao valor do PIB calculado
a preços correntes, ou seja, no ano em que o produto foi produzido e comercializado. Já o segundo
é calculado a preços constantes, em que é escolhido um ano-base para o cálculo do PIB,
eliminando assim o efeito da inflação. Para avaliações mais consistentes, o mais indicado é o uso
de seu valor real, que leva em conta apenas as variações nas quantidades produzidas dos bens,
e não nas alterações de seus preços de mercado. Para isso, faz-se uso de um deflator
(normalmente um índice de preços) que isola o crescimento real do produto daquele que se deu
artificialmente devido ao aumento dos preços da economia. [3]
Deflator do PIB
Deflator é qualquer índice de preços usado para medir a inflação ou a desvalorização da moeda.
O produtor do PIB corresponderá à razão entre PIB nominal e PIB real, isto é, ao quociente da
divisão do PIB nominal pelo PIB real.
PIB e PIL
A diferença entre o produto interno bruto (PIB) e o produto interno líquido (PIL) traduz-se no
valor das depreciações. Ao contrário do PIB, o PIL tem em conta o valor da depreciação do capital.

Cálculo do PIB
Óptica da despesa
Na óptica da despesa, o valor do PIB é calculado a partir das despesas efectuadas pelos diversos
agentes económicos em bens e serviços para utilização final (isto é, aqueles bens e serviços que
não vão servir de consumos intermédios na produção de outros bens e serviços). Nesta óptica, o
PIB corresponderá à despesa interna (ou procura interna), que inclui a despesa das famílias em
bens de consumo (consumo privado,C), a despesa do Estado em bens de consumo (consumo
público, G), a despesa das empresas em investimento (I), quer em bens de capital (formação bruta
de capital fixo, FBCF), quer em existências de matérias-primas e produtos (variação de existências,
VE). No entanto, a despesa interna é dirigida não só a bens que foram produzidos no país, mas
também a bens que não foram produzidos no país (bens importados,M), e que portanto não devem
ser incluídos no PIB. Por outro lado, há bens que devem ser incluídos no PIB, mas que não vão
ser utilizados no país (as exportações, X), e que por isso não estão incluídos na procura interna.
Assim, na óptica da despesa o PIB poderá ser calculado a partir da soma de todas estas
componentes

Óptica da oferta
Na óptica da oferta, o valor do PIB é calculado a partir do valor gerado em cada uma das empresas
que operam na economia. Esse valor gerado é o VAB (valor acrescentado bruto), a diferença entre
o valor da produção e os consumos intermédios de cada empresa. Conhecendo o VAB de cada
empresa, podemos calcular o PIB como a soma de todos os VABs das empresas dessa economia.
Para obtermos o valor do PIB a preços de mercado (PIBpm), o único ajustamento que teremos de
fazer é somar impostos, líquidos de subsídios, que incidem sobre os bens e serviços entre o fim da
produção e a venda, isto é, os impostos sobre o consumo, como o IVA.

(sendo i cada uma das empresas da economia)


Óptica do rendimento
Na óptica do rendimento, o valor do PIB é calculado a partir dos rendimentos de factores produtivos
distribuídos pelas empresas. Nesta óptica, o PIB corresponderá à soma dos rendimentos do factor
trabalho com os rendimentos dos outros factores produtivos, que nas contas nacionais portuguesas
aparecem todos agrupados numa única rubrica designada Excedente Bruto de Exploração (EBE).
O EBE inclui as rendas, lucros e juros.

PIB e PNB (produto nacional bruto)


O PIB difere do produto nacional bruto (PNB) basicamente pela renda líquida enviada ao exterior
(RLEE): ela é desconsiderada no cálculo do PIB, e considerada no cálculo do PNB, inclusive porque
o PNB é gerado a partir da soma do PIB mais entradas e saídas de capital.
Esta renda representa a diferença entre recursos enviados ao exterior (pagamento de fatores de
produção internacionais alocados no país) e os recursos recebidos do exterior a partir de fatores
de produção que, sendo do país considerado, encontram-se em atividade em outros países.
O Produto Nacional Bruto (PNB) é o produto obtido à custa de fatores que pertencem às
unidades residentes, quer tenha sido obtido no território econômico quer fora dele.
Em geral, os países desenvolvidos possuem um PNB maior que o PIB, ao contrário que acontece
com países em desenvolvimento. Esta renda (RLEE/RLRE) representa a diferença entre recursos
enviados ao exterior (pagamento de fatores de produção internacionais alocados no país) e os
recursos recebidos do exterior a partir de fatores de produção que, sendo do país considerado,
encontram-se em atividade em outros países.
As fórmulas para o cálculo do PNB a partir do PIB são as seguintes:
onde:
➢ PNB é o Produto Nacional Bruto
➢ PIB é o Produto Interno Bruto
➢ RLRE é a Renda Líquida Recebida do Exterior (quando as rendas recebidas superam as
enviadas)
➢ RLEE é a Renda Líquida Enviada ao Exterior (quando as rendas enviadas superam as
recebidas)
A primeira fórmula é utilizada quando o país em estudo aufere RLRE e a segunda quando aufere
RLEE.
Também é correta a seguinte fórmula, além de ser mais didática:
PNB = PIB + "total de rendas recebidas do exterior" - "total de rendas enviadas ao exterior"
PIB per capita
Os indicadores econômicos agregados (produto, renda, despesa) indicam os mesmos valores para
a economia de forma absoluta. Dividindo-se esse valor pela população de um país, obtém-se um
valor médio per capita:

O valor per capita foi o primeiro indicador utilizado para analisar a qualidade de vida em um país.
Países podem ter um PIB elevado por serem grandes e terem muitos habitantes, mas seu PIB per
capita pode resultar baixo, já que a renda total é dividida por muitas pessoas, como é o caso da
Índia ou da China.
Países como a Suíça, Noruega e a Dinamarca exibem um PIB moderado, mas que é suficiente
para assegurar uma excelente qualidade de vida a seus poucos milhões de habitantes.
Atualmente usam-se outros índices - que revelam o perfil da distribuição de renda de um país (tais
como o coeficiente de Gini ou mesmo índices desenvolvidos pela sociologia, como o Índice de
Desenvolvimento Humano) - para se obter uma avaliação mais precisa do bem-estar econômico
desfrutado por uma população.
Objectivos da contabilidade Nacional
Em síntese o desenvolvimento da contabilidade nacional está ligado a intervenção do estado na
economia; sendo os seus principais objectivos os seguintes:
➢ Fornecer informações que permitam avaliar a situação presente;
➢ Estabelecer comparações no tempo e no espaço;
➢ Analisar circuitos económicos e antever as consequências das tomadas de decisão;
➢ Fazer previsões económicas;
➢ Planificar o desenvolvimento económico;
➢ Adoptar medidas com vista a promoção da justiça social;

BALANÇA DE PAGAMENTOS
A realidade económica de um determinado país é analisada recorrendo a alguns indicadores de
contabilidade nacional. Para tal é necessário recorrer a um instrumento específico denominado de
Balança de Pagamentos.
É dentro desta rubrica denominada de “Balança de Pagamentos” que se encontram registados
todos os movimentos financeiros oriundas das relações económicas internacionais, isto é, a
quantidade de operações financeiras decorrentes das exportações e das importações sejam elas
decorrentes da actividade económica, de investimentos, remessas de emigrantes, etc.
Assim, como a rubrica da Balança de Pagamentos apresenta uma abrangência muito grande, para
se conhecer melhor os fluxos detalhadamente, a Balança de Pagamentos necessita de ser
desdobrada em mais categorias, entre as quais a Balança Básica e a Balança de Financiamento.
Esquematicamente obtemos:

Assim, na Balança Básica (ou Fundamental) encontra-se incluída a diferença entre as exportações
e as importações ocorridas pelos agentes económicos. Por ouro lado, a Balança de
Financiamentos serve simplesmente para equilibra as contas, pois caso a Balança Básica seja
positiva então a Balança de Financiamentos regista uma acumulação de divisas estrangeiras e/ou
ouro, mas se a Balança Básica registar uma variação negativa então a Balança de Financiamentos
registará uma saída de divisas e/ou de ouro.
No sentido especificar, mais concretamente onde se pode ocorrem estas variações então podemos
ainda desdobrar a Balança Básica em Balança de Transacções Correntes e Balança de Capitais.
Esquematicamente:

Na Balança de Transacções Correntes registam-se todos as ocorrências financeiras que não sejam
investimentos, isto é, todas as actividades financeiras que envolvam exportações e importações.
Por outras palavras, todos os bens e serviços transaccionados com o exterior, mais conhecido por
rendimento líquido.
Assim, na Balança de Capitais encontra-se discriminados todos os financiamentos destinados à
actividade produtiva, ou seja, diz respeito as transacções propriamente financeiras, como por
exemplo o investimento directo estrangeiro ou créditos externos recebidos. No entanto, devido à
globalidade de abrangência da Balança de Transacções Correntes, surge a necessidade de
desdobrar ainda esta última rubrica em quatro rubricas, nomeadamente:
• Balança Comercial – Estão registados todos os movimentos de valores relativos às
exportações e importações de mercadorias;
• Balança de Serviços – Regista todos os movimentos financeiros relativos às prestações de
serviços, como por exemplo Turismo, etc;
• Balança de Rendimentos de Capitais – É o resultado dos valores que resultam dos
investimentos realizados, ou seja, dos juros obtidos ou pagos de empréstimos concedidos
ou efectuados;
• Balança de Transferências Unilaterais – Contém todas os fluxos financeiros decorrentes de
valores que não dão direitos a contrapartidas, por exemplo, no caso de um subsídio atribuído
a terceiros, ou remessas de emigrantes.
Resumidamente:

Nota: Existem autores que por vezes atribuem na mesma rubrica a Balança Comercial e a Balança
de Serviços, designando-a de Balança Comercial e de Bens e Serviços.

LISTA DE TERMOS E DEFINIÇÕES


Ajustamento à Sazonalidade: O ajustamento à sazonalidade procura remover, das séries
temporais, os efeitos das flutuações sazonais regulares – causadas pelo clima, habitos, legislação,
etc. – de tal forma que variações da tendência e ciclos de negócios sejam claramente identificadas.
O ajustamento à sazonalidade não remove as variações irregulares. Para o ajustamento à
sazonalidade foi aplicado o método “X12”.
Consumo de Capital Fixo (K.1): Valor de reposição do desgaste de equipamento (maquinarias,
edificações e instalações) ocorrido no processo produtivo. Na contabilidade empresarial o conceito
próximo seria a amortização dos activos fixos.
Consumo Intermédio (P.2): É o valor dos bens e serviços utilizados e esgotados totalmente no
processo produtivo.
Contas: Trata-se de um conjunto de operações ordenados de maneira sistemática para registar
determinadas transacções realizadas por agentes económicos. Cada conta do sistema determina
um saldo que se articula de maneira sequencial com uma outra conta.
Contas Económicas Integradas (QEI): É um quadro que dá uma imagem completa das contas
do total da economia, incluindo as contas de património de uma forma que permite evidenciar as
principais relações económicas entre os agregados. Mostra simultâneamente a estrutura geral do
sistema e apresenta um conjunto de dados relativos aos sectores institucionais, para a economia
como um todo e para o resto do mundo (2.189)
Despesa de Consumo Final: São os gastos na despesa, incluindo a despesa imputada, efectuada
pelas famílias residentes em bens e serviços de consumo individual, incluindo os que são vendidos
a preços que não são económicamente significativos (9).
Direitos de importação (D.2121): São os pagamentos correspondentes aos direitos aduaneiros
ou outros custos de importação, na entrada duma mercadoria no território económico, segundo a
pauta aduaneira vigente (7.67).
Exportações de bens e serviços (P.6): Transferências de propriedade de bens e/ou serviços
prestados por produtores residentes de um país para os não residentes.
Excedente de exploração: (B.2): É o saldo contabilístico obtido pela actividade produtiva,
excluindo os custos adicionais (juros, multas, impostos sobre lucros, etc.) em que incorrem os
agentes económicos na gestão de um negócio. É bruto quando do valor acrescentado bruto se
exclui os custos de capital fixo e é líquido quando do valor acrescentado bruto, se diminui os custos
do consumo de capital fixo.
Formação bruta de capital fixo: representa o valor das aquisições de bens duradouros. Incluí-se
nela a compra de maquinaria, equipamento, meios de transporte; reparações por conta de capital,
obras em construção, plantações em crescimento, compra de gado reprodutor, etc.
Importação de bens e serviços (P.7): Transferências de propriedade de bens e ou serviços dos
não residentes de um país aos residentes.
Impostos: são pagamentos obrigatórios sem contrapartida, em numerário ou em espécie,
efectuados por unidades institucionais às unidades de administração pública” (7.48)
Imposto sobre o valor acrescentado (IVA): É um imposto muito abrangente sobre os bens e
serviços que afecta valor acrescentado dos mesmos. As empresas arrecadam o IVA pelo valor das
vendas que realizam. A este valor deduzem o IVA pagado na compra de seus bens e serviços a
percentagem do valor correspondente ao imposto.
Imposto sobre produtos (bens e serviços) (D.21): São transferências obrigatórias que os
agentes económicos realizam para o governo, na base de normas legais estabelecidas, pelos actos
de produção, importação, compra ou venda, transferências de bens e serviços que fluem na
economia.
Instituições sem fins lucrativos: são entidades jurídicas ou sociais criadas para produzir bens ou
serviços cujo estatuto não lhes permite ser uma fonte de rendimento, lucro ou outros ganhos
financeiros para as unidades que os estabelecem, controlam ou financiam.
Nomenclatura de actividades: Classificador das actividades económicas em função do tipo de
bens ou serviços produzidos, ou segundo o tipo de “insumos” utilizados na produção, ou a técnica
de produção empregada.
Nomenclatura de produtos: É a classificação segundo a natureza de produto. O Classificador
Central de Produtos (CCP) é um classificador de bens e serviços relacionados directamente com
a CITA (nomenclatura de Actividades).
Nomenclatura de unidades institucionais: Classificador das unidades institucionais que
distinguem os entes jurídicos do país, os quais em princípio se diferenciam pelas funções
económicas que desempenham (financeiros, não financeiros). As categorias desta classificação
distinguem também o regime de propriedade (público, privado), em conformidade acordo com as
necessidades dos utilizadores.
Ordenados e salários (D.11): Além dos pagamentos feitos em dinheiro ou espécie aos
trabalhadores, englobam os valores das contribuições sociais, impostos sobre o rendimento, a
pagar pelo empregado, portanto, incluem os pagamentos feitos pelos empregadores directamente
em nome do trabalhador. Não incluem as receitas do trabalhador resultantes de prestações sociais.
Preços constantes: preços de bens e serviços de um período de referência, também chamado
ano base, 2003 no caso das Contas Nacionais publicadas neste número. Se usam principalmente
para medir o comportamento real da economia no tempo.
Preços correntes: preços de produção ou aquisição de bens e serviços no momento de
transacção.
Preços básicos: O preço básico é o montante a receber pelo produtor do comprador por uma
unidade de um bem ou serviço produzido como produção menos qualquer taxa a pagar mais
qualquer subsídio a receber por este produto como consequência da sua produção ou venda. O
preço básico exclui qualquer custo de transporte facturado separadamente pelo produtor.
Produto interno bruto (PIB) (B.1* g): Valor da riqueza gerada no país durante o processo
produtivo num período determinado; é o valor total dos bens e serviços produzidos no país a preços
de mercado e livre de duplicações, excluindo o valor das importações.
Remunerações e salários (D.1): São os pagamentos realizados aos trabalhadores pela sua
participação no processo produtivo em dinheiro e em espécie. Não se incluem os 31 pagamentos
de “per-diem” efectuados aos trabalhadores quando realizam viagens de serviço pela empresa,
eles constituem consumo intermédio.
Rendimento misto (B.3): Na prática é o saldo da conta de produção das unidades produtivas não
organizadas como sociedades, e estão geridas e administradas pelos agregados familiares, ;
conceptualmente inclui os salários dos trabalhadores por conta própria e não remunerados que
trabalham na unidade e os rendimentos tipo lucro empresarial gerado pela actividade produtiva.
Sector primário: Agrupa os sectores Agro-pecuário, Silvicultura, Pesca e Indústria Mineira.
Sector secundário: Agrupa os sectores da Indústria Manufactureira, Electricidade e Água e
Construção.
Sector terciário: Agrupa os sectores do Comércio, Restaurantes e Hotéis, Transportes e
Comunicações, Serviços Financeiros, Aluguer de Imóveis e Serviços de Empresas, Administração
Pública e Defesa, Educação, Saúde e Outros Serviços.
SIFIM: Serviços de intermediação financeira indirectamente medidos, é medido no SCN como o
total de rendimento de propriedade a receber pelos intermediários financeiros menos os seus juros
totais a pagar, excluindo o valor de qualquer rendimento de propriedade a receber de investimento
de fundos próprios, uma vez que o seu rendimento não surge da intermediação financeira.
Sistema de Contas Nacionais: O Sistema de contas nacionais (SCN) é um sistema padrão
internacionalmente aceite para contas macroeconómicas. A última versão é o Sistema das Contas
Nacionais das Nações Unidas 1993.
Subsídios: São transferências realizadas pelo governo para os agentes económicos com a
principal finalidade de os compensar pelas perdas incorridas ou por incorrer, como consequência
de se manter preços, artificialmente, baixos.
Valor acrescentado: é o valor adicional criado ou o rendimento gerado pelo processo produtivo
de uma indústria ou de todas as indústrias residentes e definido como a diferença entre o valor da
produção e o consumo intermédio. Os seus componentes são os salários, os impostos sobre a
produção menos os subsídios, o consumo de capital fixo e o excedente de exploração.
Variação de existência: é a diferença entre as entradas e saídas de existências durante o ano
económico, avaliada a preços do mercado no momento de operação (entrada ou saída).
Variações percentuais: Usando dados anuais, a variação percentual é a taxa de crescimento de
um ano em relação ao ano anterior. Para os dados trimestrais, a variação percentual é a taxa de
crescimento de um dado trimestre em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

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