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INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO

R E L AT Ó R I O D E E S T Á G I O

ANA ISABEL RODRIGUES SOUSA

RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO DIPLOMA DE ESPECIALIZAÇÃO TECNOLÓGICA

EM TÉCNICO ESPECIALISTA EM CONTABILIDADE

DEZEMBRO DE 2010
RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Agradecimentos

Quero agradecer à minha Orientadora no Instituto Politécnico da Guarda (IPG)


Professora Ester Amorim que me ajudou no estágio, e agradecer também ao júri que vai
estar presente aquando da apresentação do mesmo.

Reconhecer também a dedicação e simpatia ao Orientador de estágio da Instituição Sr.


José Cardoso que me orientou na empresa porque sem ele também não seria possível
concluir o curso.

Por último, não posso deixar de manifestar o meu apreço pelo constante apoio da minha
família e, em particular aos meus pais e irmão.

ANA ISABEL SOUSA i


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Ficha de Identificação do Estagiário

Nome de Aluna: Ana Isabel Rodrigues Sousa

Número: 1009904

Curso: Curso de Especialização Tecnológica em Contabilidade (CETC)

Estabelecimento de Ensino: Instituto Politécnico da Guarda (IPG), Escola Superior de


Tecnologia e Gestão (ESTG)

Orientadora de Estágio: Prof. Ester Amorim

Instituição de Acolhimento de Estágio: Contimeda – Contabilidade e Gestão


Unipessoal, Lda.

Supervisor na Instituição: Sr. José Cardoso

Inicio de estágio: 19 de Julho de 2010

Fim de estágio: 24 de Setembro de 2010

ANA ISABEL SOUSA ii


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Índice
Glossário de Siglas ....................................................................................................... vi
Índice de Figuras ........................................................................................................ viii
Índice de Quadros ........................................................................................................ ix
Introdução ..................................................................................................................... 1
CAPÍTULO I - Processo de criação de uma empresa ...................................................... 2
1.1 Criação da Empresa................................................................................................. 3
1.1.1 Definir o Ramo de Actividade .......................................................................... 3
1.1.2 Tipos de Sociedade ........................................................................................... 4
1.1.3 Decidir qual o estatuto jurídico da empresa ..................................................... 7
1.1.4 Identificar a firma ............................................................................................. 8
1.1.5 A admissibilidade legal de firmas .................................................................... 8
1.1.6 Certificado de Admissibilidade ........................................................................ 9
1.1.7 Cartão da Empresa e o Cartão de Pessoa Colectiva ......................................... 9
1.1.8 Realização da Escritura .................................................................................. 10
CAPÍTULO II - A Contabilidade ................................................................................... 11
2.1 Enquadramento ..................................................................................................... 12
2.2 Divisões da contabilidade ..................................................................................... 15
2.2.1 Contabilidade Financeira ................................................................................ 15
2.2.2 Contabilidade de Gestão ................................................................................. 16
2.3 Sistema de Normalização Contabilística ............................................................... 18
2.3.1 Âmbito ............................................................................................................ 18
2.3.2 Transição do Modelo POC para o SNC ......................................................... 20
2.3.3 Estrutura Conceptual ...................................................................................... 21
CAPÍTULO III - Imposto sobre o Valor Acrescentado .................................................. 23
3.1 Conceito de Imposto ............................................................................................. 24
3.2 Momentos da obrigação do imposto ..................................................................... 24
3.3 Princípios da Tributação ....................................................................................... 25
3.4 Entidades Participantes ......................................................................................... 25
3.5 Tipologia de Impostos ........................................................................................... 26
3.6 Imposto sobre o Valor Acrescentado .................................................................... 27

ANA ISABEL SOUSA iii


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

3.6.1 Características do IVA .................................................................................... 27


3.6.2 Taxas............................................................................................................... 28
3.6.3 Valor tributável ............................................................................................... 29
3.6.4 Incidência ........................................................................................................ 30
3.6.5 Regimes de IVA ............................................................................................. 31
3.6.6 Periodicidade Entrega da Declaração do IVA ................................................ 34
3.6.7 Apuramento do Imposto ................................................................................. 35
3.7 Modelos Oficiais da Declaração Periódica do IVA .............................................. 38
3.8 Envio da declaração .............................................................................................. 38
3.9 Pagamento do Imposto .......................................................................................... 39
CAPÍTULO IV - Empresa Receptora do Estágio ........................................................... 40
4.1 Ficha Técnica ........................................................................................................ 41
4.2 Breve Historial da Empresa ................................................................................... 42
CAPÍTULO V - Actividades Desenvolvidas no Estágio ................................................ 44
5.1 Objectivos do Estágio ........................................................................................... 45
5.2 Plano de Estágio .................................................................................................... 45
5.3 Actividades desenvolvidas na Contimeda ............................................................. 46
5.4 Procedimentos Contabilísticos .............................................................................. 46
5.4.1 Recepção de Documentos............................................................................... 46
5.4.2 Organização de Documentos .......................................................................... 47
5.4.3 Classificação e Lançamentos de Documentos ................................................ 47
5.4.4 Lançamentos Contabilísticos .......................................................................... 49
5.4.5 Arquivo de Documentos ................................................................................. 49
5.5 Contabilização de Documentos ............................................................................. 50
5.5.1 Introdução ....................................................................................................... 50
5.5.2 Reconciliação Bancária .................................................................................. 53
5.5.3 Lançamentos de regularização ....................................................................... 56
5.5.4 Ordenados e Salários ...................................................................................... 57
5.6 Trabalhos realizados no exterior ........................................................................... 59
CAPÍTULO VI - Encerramento de Contas do ano 2009 ................................................ 60
6.1 Regularização de Contas ....................................................................................... 61
6.1.1 Classe 1- Disponibilidades ............................................................................. 61

ANA ISABEL SOUSA iv


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

6.1.2 Classe 2 – Terceiros........................................................................................ 62


6.1.3 Classe 3 – Existências .................................................................................... 65
6.1.4 Amortizações .................................................................................................. 65
6.2 Sistemas de Inventário .......................................................................................... 66
6.2.1 Sistema de Inventário Permanente (SIP) ........................................................ 66
6.2.2 Sistema de Inventário Intermitente (SII) ........................................................ 66
6.3 Balancete Rectificado............................................................................................ 66
6.4 Apuramento de Resultados ................................................................................... 67
6.4.1 Apuramento de Resultado Operacional .......................................................... 67
6.4.2 Apuramento de Resultados Financeiros ......................................................... 67
6.4.3 Apuramento de Resultados Correntes ............................................................ 68
6.4.4 Apuramento de Resultados Extraordinários ................................................... 68
6.4.5 Apuramento de Resultados Antes de Impostos .............................................. 68
6.4.6 Imposto sobre Rendimento ............................................................................. 68
6.4.7 Resultado Líquido do Exercício ..................................................................... 69
6.5 Balancete Final ...................................................................................................... 69
6.6 Demonstrações Financeiras ................................................................................... 70
6.6.1 Balanço ........................................................................................................... 70
6.6.2 Demonstração de Resultados por Natureza .................................................... 71
Conclusão .................................................................................................................... 73
Bibliografia ................................................................................................................. 74
Índice de Anexos ......................................................................................................... 75

ANA ISABEL SOUSA v


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Glossário de Siglas

B.I - Bilhete de Identidade


CAE - Classificação das Actividades Económicas
CC - Código Comercial
CETC - Curso de Especialização Tecnológica em Contabilidade
CFE - Centro de Formalidades das Empresas
CIRS - Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares
CIVA - Código do Imposto de Valor Acrescentado
CMVMC - Custo das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas
CNC - Comissão de Normalização Contabilística
CSC - Código das Sociedades Comerciais
CTT - Direcção Geral do Tesouro
DGCI - Direcção Geral de Impostos
EIRL - Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada
ENH - Empresa Na Hora
ESTG - Escola Superior de Tecnologia e Gestão
IAS/IFRS - International Accounting Standards/International Financial Reporting
Standards
IES - Informação Empresarial Simplificada
IPG - Instituto Politécnico da Guarda
IRC - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas
IRN - Instituto dos Registos e do Notariado
IRS - Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Singulares
IVA - Imposto de Valor Acrescentado
NCRF - Normal Contabilísticas e de Relato Financeiro
NCRF - Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Pequenas Entidades
N.I.F - Número de Identificação Fiscal
POC - Plano Oficial de Contabilidade
PT - Portugal Telecom
RAI - Resultado Antes de Impostos

ANA ISABEL SOUSA vi


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

RITI - Regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias


RLE - Resultado Líquido do Exercício
RNPC - Registo Nacional de Pessoas Colectivas
SNC - Sistema de Normalização Contabilística
SII - Sistema de Inventário Intermitente
SIP - Sistema de Inventário Permanente
TSU - Taxa Social Única
UE - União Europeia

ANA ISABEL SOUSA vii


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Índice de Figuras
Figura 1 – Ambiente Externo e Ambiente Interno………………..……………………17

Figura 2 – Organigrama da Empresa………………………..………………………….42

Figura 3 – Taxa Social Única……... ………………………………………..…………57

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Índice de Quadros
Quadro 1 – Apuramento do IVA…………………………………………………..…..36

Quadro 2 – Apuramento do IVA a pagar…………………………………. …………..36

Quadro 3 – Classificação de uma nota de crédito (devolução de compras)……………50

Quadro 4 – Classificação de uma factura de venda de produtos……………………….50

Quadro 5 – Classificação de uma venda a dinheiro de um fornecedor………………...51

Quadro 6 – Classificação de uma compra a crédito……………………………………51

Quadro 7 – Factura/Recibo de combustíveis gasóleo…………………………………..52

Quadro 8 - Classificação da factura da PT comunicações……………………………..52

Quadro 9 – Electricidade……………………………………………………………….53

Quadro 10 – Lançamentos de Regularização…………………………………………56

Quadro 11 – Processamento do Ordenado do Gerente e trabalhador………………..58

Quadro 12 – Pagamento de ordenados e salários………………………………………59

Quadro 13 – Pagamento à Segurança Social……….. …………………………………59

Quadro 14 – Balanço Sintético………………………………………………………...71

Quadro 15 – Demonstração de Resultados por Natureza……………………………..72

ANA ISABEL SOUSA ix


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Introdução

O Curso de Especialização Tecnológico de Contabilidade só ficará concluído após


frequentar um estágio de três meses com duração de quatrocentas e vinte horas numa
empresa, na Área da Contabilidade. Neste sentido, pretende-se que o trabalho
desenvolvido durante o estágio seja descrito e relatado.

Assim, o presente trabalho está estruturado da seguinte forma:

No primeiro Capítulo faz-se a descrição do processo de criação de uma empresa, e os


vários tipos de sociedade.

No segundo capítulo faz-se uma abordagem da contabilidade e do respectivo Sistema de


Normalização Contabilística (SNC).

Em seguida no capítulo terceiro fala-se do Imposto Sobre o Valor Acrescentado (IVA).

Nos dois capítulos seguintes faz-se uma apresentação da empresa receptora e as


actividades desenvolvidas no estágio.

Por fim no último capítulo aborda-se o encerramento de contas.

O processo de Encerramento de Contas foi efectuado tendo os princípios contabilísticos


do Plano Oficial de Contas (POC) e não as normas contabilísticas do SNC, uma vez que
se trata do encerramento de contas do exercício económico de 2009.

ANA ISABEL SOUSA 1


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

CAPÍTULO I
PROCESSO DE CRIAÇÃO DE UMA
EMPRESA

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO

1.1 Criação da Empresa

A criação de uma empresa é um momento decisivo para a vida de qualquer pessoa, uma
vez que dele pode depender o seu sucesso pessoal e profissional. Ainda que seja
complexo, o processo de criação de uma empresa tem vindo a evoluir gradualmente no
sentido de melhor e mais rápido poder satisfazer todos os cidadãos e empresários.

Com o desenvolvimento das novas tecnologias e a emergência do Governo Electrónico,


o método tradicional de criação de uma empresa tem vindo a sofrer algumas alterações,
sendo que parte das etapas que careciam de deslocação presencial a determinados
balcões passaram a poder ser feitas através da Internet.

A forma mais cómoda e célere de constituir uma empresa será recorrer a um Centro de
Formalidades das Empresas (CFE). Os CFE permitem reduzir o tempo de demora do
processo de constituição, todavia nos CFE só podem ser constituídas sociedades
(anónimas, por quotas, em nome colectivo e em comandita).

Apresentamos seguidamente as etapas principais da constituição de uma empresa.

1.1.1 Definir o Ramo de Actividade

À actividade principal corresponde uma classe na Classificação das Actividades


Económicas (CAE).

O Ramo de actividade básica de uma determinada empresa é a área do mercado em que


ela se insere ou actua.

ANA ISABEL SOUSA 3


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

1.1.2 Tipos de Sociedade

O contrato de sociedade deve ser celebrado por Escritura Pública.

Do contrato de qualquer tipo de sociedade devem constar:

 Os nomes ou firmas de todos os sócios e os dados de identificação destes;


 O tipo de sociedade;
 A firma da sociedade;
 O Objecto Social;
 A sede da Sociedade;
 O capital Social;
 A quota de capital e a natureza da entrada de cada sócio.

Sociedade por Quotas


 Na Sociedade por Quotas o capital social está dividido em quotas;
 Os sócios são solidariamente responsáveis por todas as entradas convencionadas
no contrato social;
 A Sociedade por Quotas não pode ser constituída com um capital inferior a 5000
Euros;
 Não são admitidas contribuições de indústria;
 A firma destas sociedades deve ser formada, com ou sem sigla, pelo nome ou
firma de todos, mas em qualquer caso concluirá pela palavra «Limitada» ou pela
abreviatura «Lda.»; Nenhum valor das quotas pode ser inferior a 100 Euros;
 Só o património social responde pelas dívidas da sociedade.

Sociedade Anónima
 Na Sociedade Anónima o capital é dividido em acções e cada sócio limita a sua
responsabilidade ao valor das acções que subscreveu;

ANA ISABEL SOUSA 4


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

 A sociedade Anónima não pode ser constituída por um número de sócios inferior
a cinco, salvo disposição legal em contrário;
 A firma desta sociedade será formada, com ou sem sigla, pelo nome ou firma de
um ou alguns dos sócios ou por uma denominação particular, ou pela reunião de
ambos esses elementos, concluindo pela expressão «Sociedade Anónima» ou
pela abreviatura «S.A.»;
 O capital social e as acções devem ser expressos num valor nominal;
 As acções não podem ser emitidas por valor inferior ao seu valor nominal;
 O valor nominal mínimo do capital é de 50.000 Euros;
 Não são admitidas contribuições de indústria.

Sociedade em Nome Colectivo


 O sócio responde individualmente pela sua entrada;
 Responde pelas obrigações sociais subsidiariamente em relação à sociedade e
solidariamente com outros sócios;
 A firma da Sociedade em Nome Colectivo deve, no caso de não individualizar
todos os sócios, conter pelo menos, o nome ou firma de um deles, com o
aditamento, abreviado ou por extenso, «e Companhia» ou qualquer outro que
indique a existência de outros sócios;
 São admitidas contribuições de indústria, no entanto, o valor da contribuição em
indústria não é computado no capital social.

Sociedade em Comandita
 Na Sociedade em Comandita cada um dos sócios comanditários responde apenas
pela sua entrada;
 Os sócios comanditados respondem pelas dívidas da sociedade nos mesmos
termos que a sociedade em nome colectivo;

ANA ISABEL SOUSA 5


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

 A firma da Sociedade é formada pelo nome ou firma de um, pelo menos, dos
sócios comanditados e o aditamento «Em comandita» ou «& comandita por
Acções»;
 Não há contribuições de Indústria.

Comandita Simples
 Não há representação do capital por acções;
 Aplica-se subsidiariamente o regime da Sociedade em Nome Colectivo.

Comandita por Acções


 Só as participações dos sócios comanditários são representadas por acções;
 Aplicam-se as normas da Sociedade Anónima;
 Não pode constituir-se com menos de cinco sócios comanditados.

Sociedade Unipessoal por Quotas


 Este tipo de sociedade é constituído por um único sócio, pessoa singular ou
colectiva, que é titular da totalidade do capital social de no mínimo 5 000 Euros;
 A firma destas sociedades deve ser formada pela expressão “ Sociedade
Unipessoal “ ou pela palavra “Limitada” ou da abreviatura “ Lda.”;
 O sócio único de uma Sociedade Unipessoal por Quotas pode modificar esta
sociedade em sociedade plural através de divisão e cessão da quota ou do
aumento de capital social por entrada de um novo sócio;
 Só o património social responde pelas dívidas da sociedade;
 A sua constituição dispensa celebração de Escritura Pública.

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Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada


 Qualquer pessoa singular que pretenda exercer uma actividade comercial;
 Constitui mediante documento particular;
 O capital mínimo não pode ser inferior a 5.000 Euros;
 Pelas dívidas resultantes de actividades compreendidas no âmbito do
Estabelecimento Individual de responsabilidade Limitada respondem apenas os
bens a este afectos;
 Está dispensado de celebração de Escritura Pública.

Empresário em Nome Individual


 O Empresário em Nome Individual pode exercer a sua actividade na área
comercial (no sentido económico), industrial, de serviços ou agrícola;
 Responde ilimitadamente perante os credores pelas dívidas (incluindo dívidas
fiscais e no caso de falência) contraídas no exercício da sua actividade;
 Não existe separação entre o seu património pessoal e o património afecto à
própria sociedade (ao seu comércio);
 Para exercer a sua actividade correctamente precisa de se inscrever na respectiva
Repartição de Finanças, declarando início de actividade;
 A firma será constituída pelo nome completo ou abreviado do comerciante e
poderá ou não incluir uma expressão alusiva à sua actividade;
 Não é requerido capital mínimo e não é necessário contrato social.

1.1.3 Decidir qual o estatuto jurídico da empresa

Esta escolha constitui uma decisão muito importante, com consequências não
negligenciáveis na evolução da empresa.

A escolha da forma jurídica da empresa vai determinar o seu modelo de funcionamento


desde o arranque e tem implicações tanto para o empresário como para o futuro
empreendimento.

ANA ISABEL SOUSA 7


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

A opção por um determinado estatuto jurídico, deve ser tomada de modo a valorizar os
pontos fortes da futura empresa tendo, no entanto, em atenção as características que
melhor se adaptem às expectativas de desenvolvimento.

Assim, a primeira decisão que o empresário deverá tomar prende-se com a opção entre
desenvolver a sua empresa sozinha ou em conjunto com outras pessoas.

No primeiro caso, há a considerar três hipóteses:

 Ser um Empresário em Nome Individual;


 Constituir um Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada
(E.I.R.L.);
 Constituir uma Sociedade Unipessoal por Quotas.

No segundo caso, criar-se-á uma sociedade, que pode assumir uma das seguintes
formas:

 Sociedade Civil sob forma Civil;


 Sociedade Civil sob forma Comercial;
 Sociedade Comercial.

1.1.4 Identificar a firma

Atribuir o nome pelo qual a empresa será conhecida e responderá legalmente.

1.1.5 A admissibilidade legal de firmas

A admissibilidade legal de firmas obedece a determinados princípios e regras. Os


elementos que compõem a firma devem ser verdadeiros e não induzir em erro sobre a
identificação, natureza jurídica ou actividade do titular. Deve ser distinta e insusceptível
de confusão ou erro com outras já registadas.

Um dos futuros sócios deve requerer o Certificado de Admissibilidade de firma ou


denominação de pessoa colectiva e do Cartão Provisório de Identificação de Pessoa

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Colectiva, junto do Registo Nacional de Pessoas Colectivas ou das suas delegações,


como Gabinete do Registo Nacional de Pessoas Colectivas (RNPC) a funcionar no CFE.

Necessita-se para tal de um impresso Modelo 11 em duplicado; Impresso Modelo 10; e


Guia de depósito dos respectivos emolumentos - 39,90 Euros (29,93 Euros para
certificado e 9,98 Euros para cartão provisório).

O certificado tem um prazo de validade de 180 dias para efeitos de registo, e é válido
por 1 ano após a celebração da escritura.

1.1.6 Certificado de Admissibilidade

Com o Certificado de Admissibilidade poderá efectuar-se a constituição da empresa


através do serviço criação de empresa online, bastando para tal introduzir o Número de
Identificação de Pessoa Colectiva associado. Desta forma o nome da firma é
automaticamente identificado.

O pedido de Certificado de Admissibilidade pode ser feito pela Internet através do site
da Empresa Online ou no Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) e de forma
presencial, pelo próprio ou por pessoa com legitimidade para o efeito, no RNPC ou
ainda pelo correio, em formulário próprio (Modelo 1).

1.1.7 Cartão da Empresa e o Cartão de Pessoa Colectiva

O Cartão Provisório de Identificação de Pessoa Colectiva deixou de ser emitido, uma


vez que as alterações legislativas ao regime jurídico do RNPC, ocorridas pelo Decreto-
Lei nº 247-B/2008, de 30 de Dezembro, não contemplam a sua emissão.

Actualmente, existe apenas o Cartão da Empresa e o Cartão de Pessoa Colectiva que são
emitidos para entidades definitivamente registadas ou inscritas.

ANA ISABEL SOUSA 9


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

O Cartão da Empresa e o Cartão de Pessoa Colectiva, que substitui os cartões


anteriormente emitidos pelo RNPC e pelos Serviços de Finanças, é sempre
disponibilizado em suporte electrónico. Porém, pode ser, também, disponibilizado em
suporte físico, a pedido dos interessados.

O Cartão contém ainda uma classe principal na Classificação das Actividades


Económicas (CAE). Aquando do seu pedido é exigido três CAE’s secundárias, a
natureza jurídica da entidade e data da sua constituição. No verso do cartão físico é
também mencionado o código de acesso à certidão permanente disponibilizada com a
submissão da Informação Empresarial Simplificada (IES). O Cartão da Empresa ou de
Pessoa Colectiva é disponibilizado gratuitamente às empresas que se constituam no
âmbito Empresa Na Hora (ENH), e às empresas online cujo registo seja desde logo
efectuado com carácter definitivo.

O Cartão da Empresa ou de Pessoa Colectiva pode ser pedido pela Internet, nos sites da
Empresa Online e do Instituto dos Registos e do Notariado, ou presencialmente no
RNPC, nas Conservatórias do Registo Comercial, nos Postos de Atendimento dos
Registos e nos Postos de Atendimento do registo Comercial da Loja da Empresa.

1.1.8 Realização da Escritura

Para a realização da escritura são necessários os seguintes documentos:

 Certificado de Admissibilidade da firma;

 Fotocópia dos documentos de identificação dos outorgantes, para pessoas


singulares: Bilhete de Identidade (B.I.) para pessoas colectivas: Número de
Identificação Fiscal (NIF) ou Cartão de Cidadão;

 Certidão da Conservatória do Registo Comercial, Cartão Pessoa Colectiva,


Escritura Pública inicial, Bilhete de Identidade (BI) ou Cartão de Cidadão e
Cartão de Contribuinte de quem obriga ou representa a sociedade.

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CAPÍTULO II
A CONTABILIDADE

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO

2.1 Enquadramento

A Contabilidade para se tornar ciência percorreu um grande caminho sofrendo diversas


evoluções ao longo do tempo. Ela surgiu da necessidade do homem em controlar suas
riquezas. Há autores que acreditam que ela tenha surgido junto com as civilizações e
que a sua evolução acompanhou os progressos do homem.

A contabilidade conta já com milénios de existência. A sua história confunde-se com a


história dos homens, pois a contabilidade foi elaborada e desenvolvida no decorrer dos
anos, à medida que as necessidades dos homens evoluíam.

Frederico Melis afirma “Desde que o homem se preocupou com o amanhã, preocupou-
se também, em fazer as contas, mas, na verdade, nem sempre soube, racionalmente, o
que fazer com as informações que guardou”.

O Homem teve necessidade de criar um processo de classificação e registo das


alterações ocorridas no seu património, para que em qualquer momento pudesse saber
da sua extensão.

É importante salientar que a Contabilidade só se tornou Ciência graças aos diversos


pesquisadores e seguidores que foram dando continuidade e aperfeiçoando a História da
Ciência da Contabilidade. Para A. Lopes de Sá “O conhecimento é sempre fruto de
muitas contribuições”. O conhecimento vai sendo acrescido de novas conquistas mas
isso não invalida as bases.

A história da contabilidade é tão antiga quanto a própria história da civilização. Está


ligada às primeiras manifestações humanas da necessidade social de protecção à posse e
de perpetuação e interpretação dos factos ocorridos com o objecto material de que o
homem sempre dispôs para alcançar os fins propostos.

À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores, preocupava-


lhe saber quanto poderiam render e qual a forma mais simples de aumentar as suas
posses; tais informações não eram de fácil memorização quando já em maior volume,
requerendo registos.

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Foram vários os desenvolvimentos sofridos por esta forma de registo, tendo chegado
aos nossos dias como o que identificamos por Método Contabilístico. Este método, é
constituído por um conjunto de registos relativos às grandezas que se pretendem
observar e às variações aumentativas e diminutivas que essas grandezas possam sofrer.
Graficamente, estas grandezas são usualmente apresentadas num diagrama (em T), a
que se convencionou chamar conta.

Alguns desses pesquisadores e seguidores podem ser citados como grandes


colaboradores da Contabilidade:

Francesco Villa contribuiu com o seu Livro “La Contabilità Applicatta alle
administrazioni Private e Plubbliche”. Criticou os conceitos tradicionais da
Contabilidade segundo o qual a escrituração poderia ser feita por pessoas inteligentes. A
Contabilidade para ele seria conhecer os detalhes, as normas, as leis e as práticas que
regem o património. Francesco já tinha ideias patrimonialistas mesmo sem saber.

Seu seguidor Fábio Besta superou os ensinamentos do mestre, pois chegou muito perto
de definir o Património como objecto de estudo da Contabilidade, mas foi Mazi
seguidor de Besta quem pela primeira vez definiu o Património como objecto de estudo
da Contabilidade, ele chamou atenção para o facto de que a contabilidade é muito mais
que um mero registo, para ele a Contabilidade seria um instrumento básico de gestão.

Hoje como seguidor de Mazi podemos citar, A. Lopes de Sá que vem através de
Neopatrimonialismo tentar estabelecer métodos de raciocínio para o entendimento sobre
o que acontece com a riqueza patrimonial das empresas.

Os pragmáticos não se importam em saber se a Contabilidade é Ciência ou não, essa


corrente preocupa-se em apresentar resultados aos utentes da informação de forma
objectiva e prática.

A primeira grande contribuição para o desenvolvimento da contabilidade deveu-se aos


Romanos, facto que se compreende, pois Roma, comparativamente a outras civilizações
da época detinha uma grande actividade económica e intensas trocas comerciais. A
contabilidade dos romanos foi essencialmente analítica, preocupou-se com os livros

ANA ISABEL SOUSA 13


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contabilísticos como meio de prova, dando relevo à análise dos factos patrimoniais por
actividades.

Os livros comerciais adoptados eram uma espécie de Memorial, que desempenhava as


funções do actual Razão e que deveria ter contas abertas com duas colunas, uma para o
Deve, outra para o Haver, para cada espécie de negócio. Desta forma, cada transacção
financeira é registada na forma de entradas em pelo menos duas contas, nas quais o total
de débitos deve ser igual ao total de créditos.

Esta forma de registo é conhecida pelo Método das Partidas Dobradas, descrito pela
primeira vez por Luca Pacioli no livro "Summa de Arithmetica, Geometria proportioni
et propornaliti" em 1494, e é o sistema padrão usado nas empresas para registar
transacções financeiras. A sua premissa é de que a condição financeira e os resultados
das operações de uma empresa são melhores representadas por diversas variáveis,
chamadas contas, em que cada uma reflecte um aspecto em particular do negócio como
um valor monetário. Estabelecendo uma igualdade no balanço, ou seja, o total do
Activo igual ao total do Capital Próprio mais o total do Passivo.

A partir das últimas décadas do século XVIII, surge uma nova etapa da contabilidade. A
contabilidade deixa de ser estudada como mera técnica de escrituração comercial,
passando a ser analisada por vários autores como uma ciência.

Como Disciplina Científica estuda os meios e técnicas que permitem registar o


desenvolvimento das operações financeiras que representam variações do património no
tempo, assim como controlar a sua evolução. Então, a Contabilidade é a ciência que tem
como objectivo o estudo das modificações do património, evidenciando em qualquer
momento a sua composição quantitativa e qualitativa tornando-se, assim, um precioso
auxiliar da gestão.

Assim, a Contabilidade constitui um sistema de informação.

Informação de quê?

Através da Contabilidade, obtemos toda a informação relativa:

1 - Às transacções financeiras efectuadas pela empresa;

ANA ISABEL SOUSA 14


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

2 - Ao valor, natureza e evolução do património da empresa;

3 - À estrutura financeira e suas alterações;

4 - Ao resultado das operações.

Informação para quê?

A informação disponível pela Contabilidade vai ser utilizada, quer externamente, quer
internamente pelos diferentes agentes que actuam com a empresa utilizam-na para
tomarem decisões de acordo com os seus objectivos.

2.2 Divisões da contabilidade

A Contabilidade é uma área bastante vasta e tal como outras ciências, a Contabilidade
também pode ser dividida em diversas áreas ou ramos. Esta divisão tem por objectivo o
aprimoramento das técnicas aplicadas a determinadas actividades ou pessoas e o estudo
de aspectos específicos da Contabilidade.

As áreas da Contabilidade podem ser estudadas de forma autónoma, no entanto, elas


não são matérias independentes, pois tratam do mesmo assunto – o património.

Assim, a contabilidade pode ser dividida em: Contabilidade financeira e Contabilidade


de Gestão entre outras.

2.2.1 Contabilidade Financeira

A Contabilidade Financeira dá-nos a situação económico-financeira global da


empresa, a sua situação perante o exterior (endividamento, responsabilidades, etc.)
em concordância com os preceitos legais (Demonstrações Financeiras).

Permite, em relação a um conjunto de empresas:

ANA ISABEL SOUSA 15


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 Constatar os encargos e os rendimentos do que é consumido e/ou produzido;

 Determinar os resultados de um dado período;

 Fazer, periodicamente, o ponto da situação dos bens e direitos e das


Obrigações da empresa, ou seja, a situação patrimonial.

A Contabilidade Financeira:

 Fornece elementos sobre a situação económico-financeira da entidade;

 Regista as operações externas da entidade e que a ela dizem respeito;

 Apura o resultado global da entidade;

 Elabora o balanço anual, semestral ou mesmo mensal que traduz a sua


situação perante o exterior, em concordância com os preceitos legais visados
pelo Plano de Contas.

2.2.2 Contabilidade de Gestão

Visa a análise, preparação, interpretação e comunicação de informação quer financeira,


quer operacional. É utilizada pelo órgão de gestão para planear, avaliar, controlar
internamente uma organização.

Permite um controlo mais directo e pormenorizado da actividade da entidade,


registando as operações realizadas no seio da mesma e tornando-se, portanto, numa
importante fonte de informação para a tomada de decisão.

Visa, ainda, o apuramento dos resultados não globais (por produtos, por valências, etc.),
assim como dos custos unitários das diversas fases de produção / serviços, consumos,
etc.

Considerando que a Contabilidade é um processo formal de identificar, medir e


comunicar informação económica da empresa para os decisores, bem como um
instrumento de gestão indispensável para qualquer organização; Considerando que a

ANA ISABEL SOUSA 16


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Contabilidade Financeira tem que produzir relatórios financeiros para divulgação; Então
é necessário identificar quais são os agentes interessados na informação financeira
preparada e divulgada por uma empresa. Na figura 1 está representada para quem se
dirige a informação.

FIGURA 1: Ambiente Externo e Ambiente Interno

Fonte: Adaptado da estrutura conceptual do SNC.

ANA ISABEL SOUSA 17


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2.3 Sistema de Normalização Contabilística1

2.3.1 Âmbito

As empresas portuguesas não podem deixar de adoptar um sistema de relato financeiro


similar ao já utilizado pela generalidade dos seus concorrentes no espaço europeu.

Manter o POC/89 colocaria a breve prazo em risco a capacidade competitiva das


empresas portuguesas, quer no acesso ao crédito ou na internacionalização do seu
negócio, podendo condicionar o desenvolvimento da economia portuguesa.

A Comissão de Normalização Contabilística (CNC) foi sensível a estas e outras


questões e reconhecendo que o POC/89 já apresentava insuficiências e desactualizações
à data da sua publicação tomou a decisão de o substituir como normativo contabilístico
nacional mediante a adopção do Sistema de Normalização Contabilística (SNC), cujas
Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF) que o compõem se encontram
muito próximas das Normas Internacionais de Contabilidade e Relato Financeiro.

Porquê um novo Sistema de Normalização Contabilística?

 Reconhece-se que o POC/89 é insuficiente para as entidades com maior


exigência qualitativa ao nível do relato financeiro;

 O POC/89 carece de revisão técnica no que respeita a aspectos de natureza


conceptual, nomeadamente critérios de valorimetria, conceitos de activo,
passivo e resultados, …

 As normas do IASB e o POC não são consistentes entre si em determinados


assuntos de natureza contabilística.

1
Elaborado tendo por base GUIMARÃES, Joaquim (2007). A estrutura Conceptual da Contabilidade –
do POC ao SNC, Revista da CTOC, n.º 91, Outubro.

ANA ISABEL SOUSA 18


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Este novo referencial contabilístico SNC representa um importante marco no modelo


normalizado, já que o mesmo passa a incidir sobre conceitos e princípios e não, como
no passado, sobre regras e técnicas de registo.

Obriga ainda à utilização de um novo léxico contabilístico e de novas formas e


metodologias de abordagem aos temas contabilísticos. Levanta questões de articulação
com a legislação fiscal e é um modelo em que se atende às diferentes necessidades de
relato financeiro, dado o tecido empresarial a que irá ser aplicado.

Porém, a transição para o SNC constituirá um processo complexo e exigente, que


implicará um esforço de adaptação das empresas e profissionais pelas alterações
profundas que impõe na organização interna e nos procedimentos, devendo por isso ser
preparada com a necessária antecedência.

A data de adopção definida implica que o comparativo apresentado para o exercício de


2009 seja “reexpresso” de POC para SNC, garantindo assim a comparabilidade do
relato financeiro. Este processo implica revisitar os eventos e transacções que compõem
as Demonstrações Financeiras de 2009, exercício a relatar numa base POC, e
“reexpressá-las” atendendo aos princípios contabilísticos e de relato financeiro do SNC.

Recentemente aprovado pelo decreto-lei n.º 158/2009, de 13 de Julho, este novo modelo
de normalização contabilística (SNC), sucede ao Plano Oficial de Contas (POC)
anteriormente utilizado. Conforme os artigos 4.º e 5.º do decreto-lei que aprova este
novo modelo, verifica-se que à semelhança do POC, este não é de aplicação geral.

O Sistema de Normalização Contabilística (SNC), que vem na linha da modernização


contabilística ocorrida na União Europeia (UE), é composto pelos seguintes
instrumentos:

 Bases para a Apresentação de Demonstrações Financeira (BADF);

 Modelos de Demonstrações Financeiras (MDF);

 Código de Contas (CC);

 Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF);

ANA ISABEL SOUSA 19


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 Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Pequenas Entidades (NCRF-


PE);

 Normas Interpretativas (NI);

 A Estrutura Conceptual é publicada à parte sobre a forma de Aviso.

2.3.2 Transição do Modelo POC para o SNC

 Nomenclaturas das Contas / Regime de Transição

ANA ISABEL SOUSA 20


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2.3.3 Estrutura Conceptual

O que é uma Estrutura Conceptual?

“ É uma interpretação da teoria geral da contabilidade, mediante a qual se


estabelecem, através de um itinerário Lógico-dedutivo, os fundamentos teóricos em que
se apoia a informação financeira”.

ANA ISABEL SOUSA 21


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 Conceptualização da Estrutura Conceptual

Para quê?

 Para criação de novas normas;

 Para avaliação e revisão de normas existentes;

 Para auxílio na aplicação das normas a situações concretas;

 Para resolução de novos problemas contabilísticos, principalmente na ausência


de orientação institucional;

 Para proporcionar quadro de referência;

 Para permitir prestação de informação mais neutra;

 Para aumentar a comparabilidade, credibilidade e compreensão da informação


financeira.

 Vantagens da existência de uma Estrutura Conceptual:

 Serve de guia para o estabelecimento de normas contabilísticas e para orientar


os utilizadores na aplicação dessas normas;

 Constituir-se num ponto de referência para a resolução de questões especificas


na ausência de normas concretas;

 Aumentar o conhecimento e a confiança dos utilizadores das DF;

 Proporcionar a comparabilidade das contas anuais.

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CAPÍTULO III
IMPOSTO SOBRE O VALOR
ACRESCENTADO

ANA ISABEL SOUSA 23


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3.1 Conceito de Imposto2

O imposto é uma prestação patrimonial (poderá não ser uma prestação pecuniária,
sendo, no entanto, sempre avaliável em dinheiro), definitiva (não tem o prestador do
imposto direito a restituição ou reembolso do imposto devido, porém, o imposto
anulado, ou pago em excesso não prejudica esta característica, pois é um imposto
indevido), unilateral (não existem contrapartidas a receber pelo pagamento do imposto),
estabelecida pela lei (os impostos só podem ser criados através de lei, sendo a sua
tributação também legislada), a favor de entidades que exerçam funções públicas
(apenas em determinados casos podem ser cobrados por outras instituições), para
satisfação de fins públicos.

3.2 Momentos da obrigação do imposto

O imposto passa essencialmente por quatro momentos:

1º Incidência – É o do preenchimento dos pressupostos necessários à geração do facto


tributário. Tais pressupostos encontram-se tipificados nas normas de incidência e
dividem-se em pressupostos de natureza real e natureza pessoal. Natureza real qual
a realidade sujeita a imposto, Natureza pessoal delimitam quem está sujeito a
imposto.

2º Lançamento – Pode definir-se como o conjunto de operações de natureza


administrativa que visam a identificação do sujeito passivo e a determinação da
matéria colectável.

3º Liquidação – É a aplicação da taxa à matéria colectável, a fim de se apurar a colecta


do imposto.

2
Este capítulo foi elaborado com base no Código do IVA e Apontamentos das Unidades Curriculares
Contabilidade I e II.

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4º Cobrança – É o momento terminal do imposto, onde se compreendem as operações


necessárias à sua arrecadação por parte do credor tributário, ou seja, visa a entrada do
imposto nos cofres do Estado.

3.3 Princípios da Tributação

Equidade – Pessoas nas mesmas circunstâncias devem pagar o mesmo imposto e


pessoas com maior capacidade produtiva devem pagar mais impostos.

Simplicidade – Os impostos devem ser simples para que sejam fáceis de compreender e
de cumprir pelo contribuinte e de administrar pelo Estado.

Minimização da Perda de Impostos – Os impostos devem reduzir os encargos


associados à sua liquidação e cobrança quer do ponto de vista do contribuinte, quer do
ponto de vista da administração fiscal.

Princípio do Beneficio – Quem deve pagar mais é quem beneficia mais dos serviços
públicos.

Princípio da Capacidade Contributiva – Cada um deve pagar de acordo com a sua


capacidade para pagar.

3.4 Entidades Participantes

Contribuinte – É aquele que a lei visa que suporte os encargos de imposto.

Sujeito Passivo – São as pessoas a quem a lei impõe a função de entregar o imposto e
de cumprir obrigações acessórias.

Substituto – É aquele a quem a lei impõe o dever de pagar o imposto no lugar de


contribuinte.

ANA ISABEL SOUSA 25


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Sucessor – É aquele que sucede, depois de nascida a obrigação do imposto, vem ocupar
o lugar do sujeito passivo.

Responsável – É aquele que a lei responsabiliza pelo pagamento do imposto depois de


executados os bens do devedor originário.

3.5 Tipologia de Impostos

Os impostos classificam-se em três grandes grupos:

 Impostos directos;
 Impostos indirectos; e
 Cotizações sociais.

Os impostos directos são os que recaem directamente sobre o rendimento. São os


impostos que tributam manifestações directas ou imediatas de riqueza, têm como
objectivo tributar a capacidade produtiva. Os mais importantes deste tipo são o imposto
sobre o rendimento de pessoas singulares (IRS) e o imposto sobre o rendimento de
pessoas colectivas (IRC), a contribuição autárquica, o imposto sobre veículos.

Os impostos indirectos são os que recaem sobre a despesa. São os impostos que
tributam manifestações indirectas de riqueza, têm como objectivo tributar a capacidade
produtiva mas de forma indirecta através da despesa ou consumo. O mais importante é o
imposto sobre o valor acrescentado (IVA), existindo também os impostos especiais
sobre o consumo.

As cotizações sociais são impostos sobre os rendimentos do trabalho que constituem


uma receita afecta a despesas de cobertura social (pensões).

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3.6 Imposto sobre o Valor Acrescentado

O Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), caracteriza-se por tributar a riqueza


despendida no momento da aquisição de bens ou serviços. Incide sobre a generalidade
dos bens a uma taxa uniforme, aumenta também uniformemente os preços dos produtos.
Como o imposto incide sobre a generalidade dos bens, os consumidores não têm uma
alternativa de despesa em bens não abrangidos pelo imposto. Assim, são os
consumidores que suportam o essencial do imposto.

3.6.1 Características do IVA

O IVA apresenta as seguintes características:

É um imposto geral sobre o consumo, pois incide sobre as transmissões de bens, as


prestações de serviços e as importações;

É um imposto plurifásico porquanto é liquidado em todas as fases do circuito


económico, desde o produtor ao retalhista;

Sendo um imposto plurifásico não é cumulativo porquanto o pagamento do imposto


devido é fraccionado pelos vários intervenientes do circuito económico, através do
método do crédito do imposto.

Sendo o IVA um imposto plurifásico não produz, em princípio, quaisquer efeitos


cumulativos graças ao método utilizado para o seu cálculo – método do crédito do
imposto.

Este método consiste em todos os operadores ao longo de um circuito económico serem


obrigados a liquidar imposto nas suas operações, isto é, a fazer incidir a taxa do imposto
sobre os respectivos preços. No entanto, para determinar o imposto a entregar nos cofres
do Estado, cada operador deverá deduzir ao montante do imposto liquidado nas suas
operações (vendas e/ou prestações de serviços) o montante do imposto que onerou as
suas aquisições e que deverá constar das facturas dos seus fornecedores.

ANA ISABEL SOUSA 27


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Como se deduz, o operador é devedor do Estado pelo imposto que liquida aos seus
clientes e, ao mesmo tempo, credor do Estado pelo imposto suportado (dedutível) nas
compras efectuadas aos seus fornecedores.

O imposto a entregar ao Estado será o valor correspondente à diferença entre o imposto


liquidado e o imposto suportado, ou seja:

Imposto a entregar = Imposto liquidado – Imposto suportado

EXEMPLO:

Um fabricante de calçado, num determinado mês, efectuou as seguintes operações:

Compras de matéria-prima – 5 000,00€ + 1 050,00 € de IVA suportado

Aquisição de uma máquina – 25 000,00€ + 5 250,00€ de IVA suportado

Reparação de viatura – 500,00€ + 105,00€ de IVA suportado

Vendas – 50 000,00€ + 10 500,00€ de IVA liquidado

Como o imposto a entregar se obtém pela diferença entre o imposto liquidado (nas
vendas) e o imposto suportado (nas aquisições) temos:

IVA Liquidado = 10 500,00€

IVA Suportado = 6 405,00€

IVA a entregar = 10 500,00€ - 6 405,00€ = 4 095,00€

3.6.2 Taxas

As taxas de imposto são diferentes consoante as operações tributáveis sejam


consideradas localizadas no Continente ou nas Regiões Autónomas dos Açores e da
Madeira (art.º18.º CIVA).

Para as operações situadas no continente as taxas a vigorar são as seguintes:

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 6% (taxa reduzida) - que se aplica às importações, transmissões de bens e


prestações de serviços mencionados na Lista I anexa ao CIVA.
 13% (taxa intermédia) - que se aplica às importações, transmissões de bens e
prestações de serviços mencionados na Lista II anexa ao CIVA;
 21% (taxa normal) - que se aplica às importações, transmissões de bens e
prestações de serviços não incluídos nas Lista I e II.

Relativamente às operações que, de acordo com a legislação especial, se considerem


efectuadas nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira as taxas aplicáveis são,
respectivamente 4%, 9% e 15%.

3.6.3 Valor tributável

Nas transacções internas o valor tributável é o valor dos bens e serviços sobre o qual irá
incidir a taxa do imposto.

Porque a tributação se faz tendo em conta o valor real da operação, o valor tributável
será a contraprestação obtida do adquirente do bem ou do serviço.

Assim, serão tributados:

 Os impostos, direitos, taxas e outras imposições;


 As despesas acessórias debitadas ao cliente tais como, as comissões, seguros,
transportes, publicidade, etc.;
 Os subsídios directamente relacionados com o preço de cada operação.

EXEMPLO:

Um fornecedor debita, juntamente com o valor do bem transmitido, as despesas do transporte até ao
armazém do cliente. Supondo que o valor do bem é de 1000,00€ e o valor do transporte 100,00€, o valor
tributável desta operação será de 1100,00€ ou seja, o fornecedor aplicará a taxa do imposto sobre este
total.

O valor tributável não incluirá, isto é, não serão tributados:

ANA ISABEL SOUSA 29


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 Os juros pelo pagamento diferido da contraprestação e as quantias recebidas a


título de indemnização desde que declaradas judicialmente;
 Os descontos, abatimentos e bónus concedidos;
 As quantias pagas em nome e por conta do cliente, desde que na contabilidade
sejam registadas em contas de terceiros apropriadas;
 As embalagens, desde que não sejam efectivamente transaccionadas.

EXEMPLO:

O fornecedor de determinado bem, cujo valor é de 600,00€ concede um desconto de 10%. O valor
tributável desta operação será de 600,00€ deduzido do desconto, isto é, a taxa de imposto incidirá sobre
540,00€.

3.6.4 Incidência

Estão sujeitas a imposto (art.º1 a 8.º CIVA):

1. Todas as transmissões de bens e as prestações de serviços, efectuadas a título


oneroso, por um sujeito passivo agindo como tal e que ocorram no território
nacional;

2. As importações de bens;

3. As aquisições intracomunitárias efectuadas no território nacional tal como estão


reguladas no Regime do IVA nas transacções intracomunitárias (RITI).

Verifica-se assim que, uma operação, para ser sujeita a imposto, deve reunir
simultaneamente as seguintes condições:

1. Constituir uma transmissão de bens, uma prestação de serviços ou uma aquisição


intracomunitária.

2. A operação deve ser efectuada a título oneroso porquanto o adquirente do bem ou do


serviço obriga-se a uma contraprestação seja qual for a sua natureza ou o seu valor.

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De referir no entanto que também as operações efectuadas a título gratuito serão


tributadas pois são assimiladas a operações a título oneroso.

3. A operação tem de ser efectuada por um sujeito passivo agindo como tal.

4. A operação tem de ser efectuada no território nacional.

3.6.5 Regimes de IVA

O cálculo da dívida tributária, é dado por uma operação de subtracção resultante do


método do crédito de imposto, isto é, o sujeito passivo para apurar o imposto devido,
deduz ao imposto liquidado nas suas operações, durante um período de imposto, o
imposto suportado (dedutível) nas aquisições do mesmo período.

 Regime Normal de IVA

Este regime abrange todos os sujeitos passivos que são obrigados a possuir
contabilidade Organizada para efeitos de IRS e IRC não enquadráveis noutros regimes,
tendo em consideração o seu VN. Estes Sujeitos passivos podem liquidar e ter o direito
à dedução do IVA.

No Regime Normal os sujeitos passivos devem cumprir todas as obrigações, desde


declarativas, às de facturação, às de arquivo e conservação de documentos e as mais
importantes, as de pagamento. As obrigações gerais do contribuinte neste regime estão
previstas no artigo 29º do CIVA.

No n.º 1 do artigo 50º do CIVA vêm regulamentados os livros obrigatórios destes


sujeitos passivos.

a) Livro de registo de compras de mercadorias e/ou livro de registo de matérias-


primas e de consumo;
b) Livro de registo de vendas de mercadorias e/ou livro de registo de produtos
fabricados;
c) Livro de registo de serviços prestados;

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO

d) Livro de registo de despesas e de operações ligadas a bens de investimento;


e) Livro de registo de mercadorias, matérias-primas e de consumo, de produtos
fabricados e outras existências à data de 31 de Dezembro de cada ano.

Já no n.º 2 do mesmo artigo referência que os sujeitos passivos que não possuem
Contabilidade Organizada, mas possuam um sistema de Contabilidade que satisfaça os
requisitos adequados ao correcto apuramento e fiscalização do imposto podem não
utilizar os referidos livros.

 Regime Especial de Isenção

Este regime, bastante simplificado, abrange os sujeitos passivos que reúnam


cumulativamente as seguintes condições (art.º53.º a 59.º CIVA):

 Não tenham nem sejam obrigados a ter contabilidade devidamente organizada


para efeitos do IRS ou IRC;
 Não pratiquem operações de exportação ou importação ou actividades com elas
conexas;
 Não tenham atingido no ano civil anterior um volume de negócios superior a 10
000,00€;
 Sendo retalhistas, ainda que o volume de negócios seja superior a 10 000,00€
mas inferior a 12 500,00€.

Os sujeitos passivos abrangidos por este regime não liquidam imposto nas suas
operações mas também não podem exercer o direito à dedução do imposto suportado
nas suas aquisições. Estes sujeitos passivos não têm imposto a entregar nos Cofres do
Estado.

Na passagem dos Regimes de Tributação para o Regime Especial de Isenção é possível,


de acordo com o Artigo 54º, nº1 do CIVA, desde que verificados os condicionalismos
do Regime de Isenção. Para tal, devem apresentar a Declaração de Alterações,
mencionada no artigo 32º n.º 1 do CIVA, nos seguintes prazos:

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 Durante o mês de Janeiro do ano seguinte àquele em que tenham sido atingido
um Volume de Negócios superior aos limites de isenção previstos no Artigo 53º
do CIVA;
 No prazo de 15 dias a contar da fixação definitiva de um rendimento tributável
em sede de IRS ou de IRC, baseado em Volume de Negócios superior aos limites
mencionados no Artigo 53º do CIVA;
 No prazo de 15 dias a contar do momento em que se deixar de verificar
qualquer das demais circunstâncias referidas no nº1, do Artigo 53º do CIVA.

Os sujeitos passivos que façam parte deste regime estão dispensados de cumprirem
todas as obrigações constantes no CIVA, á excepção da entrega de uma Declaração de
Inicio de Actividade, de alterações ou de Cessação na Repartição de Finanças, conforme
o disposto no Artigo 59º do CIVA.

 Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

Estão enquadrados neste regime os sujeitos passivos que reúnam cumulativamente as


seguintes condições (art.º 60 a 68.º CIVA):

 Sejam retalhistas. Consideram-se retalhistas aqueles cujo volume de compras


de bens destinados a venda sem transformação atingir pelo menos 90% do
volume total das compras;
 Não tenham nem sejam obrigados a ter contabilidade devidamente organizada
para efeitos de IRS;
 Não efectuem importações ou exportações ou actividades com elas conexas;
 Não pratiquem operações intracomunitárias;
 Não tenham atingido no ano civil anterior um volume de compras superior a 50
000,00€ (com exclusão do IVA.

Como indica o Artigo 65º, nº2 do CIVA, existem livros obrigatórios que os retalhistas
devem ter:

 Livro de Registo de Compras, Vendas e Serviços Prestados;


 Livro de Registo de Despesas gerais e Operações ligadas e Bens de
Investimento.

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Os sujeitos passivos abrangidos por este regime, não têm direito à dedução. Exceptua-se
a dedução do IVA suportado na aquisição de bens de investimento e outros bens para
uso próprio da empresa, como por exemplo aquisição de imobilizado, no qual resulta
imposto a pagar ou recuperar, que de acordo com o Artigo 67º, nº1 do mesmo código,
os retalhistas nesta situação estão perante a obrigatoriedade de:

 Declarar o início, a alteração e a cessação da sua actividade nos termos dos


Artigos 30º, 31º e 32º;
 Pagar na tesouraria da Fazenda Pública competente, por meio de guia de
modelo aprovado, e até ao dia 20 do segundo mês seguinte a cada trimestre do
ano civil, o imposto a pagar, deverá ser apresentada, na Repartição de
Finanças competente e no mesmo prazo, declaração adequada.
 Apresentar, na Repartição de Finanças competente, em triplicado e até ao
último dia do mês de Março de cada ano, uma declaração relativa às
aquisições efectuadas no ano civil anterior.

No cálculo do valor do imposto devido ao Estado, para efeitos do IRS, aplica-se um


coeficiente de 25% ao imposto suportado nas aquisições de bens destinados a vendas
sem que estes tenham sido alvo de alteração ou transformação (Artigo 60º, nº1 do
CIVA).

No valor do imposto anteriormente calculado, será deduzido o valor do imposto


suportado nas aquisições de bens de investimento e outros bens para uso da própria
empresa (Artigo 60º, nº2 do CIVA). Os retalhistas são obrigados a pagar na Tesouraria
da Fazenda Pública competente, por meio de guia do modelo aprovado, até ao dia do
segundo mês seguinte a cada trimestre do ano civil. Casos em que não haja imposto a
pagar, deverá ser apresentado na Repartição de Finanças.

3.6.6 Periodicidade Entrega da Declaração do IVA

 Periodicidade Mensal

Estão abrangidos pelo regime de periodicidade mensal, todos os sujeitos passivos que
no ano civil anterior, apresentem um VN de montante igual ou superior a 650.000,00€.

ANA ISABEL SOUSA 34


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Estes sujeitos passivos terão de entregar por transmissão electrónica de dados, as


respectivas declarações periódicas até ao dia 10 do segundo mês àquele a que diz
respeito as operações, conforme a alínea a) do n.º 1 do artigo 41º do CIVA.

 Periodicidade Trimestral

Os sujeitos passivos com este regime são todos os que no ano civil anterior, obtiveram
um VN inferior a 650.000,00€. Estes sujeitos passivos também terão de entregar por
transmissão electrónica de dados, as respectivas declarações periódicas até ao dia 15 do
segundo mês seguinte ao trimestre do ano civil a que diz respeito as operações,
conforme a alínea b) do n.º 1 do artigo 41º do CIVA.

Estes sujeitos passivos podem optar pelo regime de periodicidade mensal, desde que o
refiram na Declaração de Inicio de Actividade ou de Alterações, conforme os casos..
Tendo como limitação ter que se manter neste regime por um período mínimo de 3
anos, segundo o n.º 2 do artigo 41º do CIVA e de apenas poder ser apresentada a
respectiva declaração no mês de Janeiro, produzindo efeitos a partir do dia 1 de Janeiro
do ano seguinte ao da sua apresentação.

3.6.7 Apuramento do Imposto

Para efectuar o apuramento trimestral do IVA no Diário Analítico e preencher a


respectiva declaração, apresenta-se em Anexo 1 o Balancete Geral - Mês de Setembro
da conta 243 – Imposto sobre o valor acrescentado, da empresa CONTIMEDA. O
apuramento do IVA está representado no Quadro 1.

ANA ISABEL SOUSA 35


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QUADRO 1 – Apuramento do IVA


Descrição Débito Crédito Valor em €
Apuramento do IVA
Transferência IVA Dedutível 2432111 2 353,00
2432112 575,00
2432113 15 552,00
2432121 1 226,00
243223 15 750,00
243231 1 125,00
243233 1 620,00
24341 840,00
2437 6 750,00
IVA Apuramento 2435 45 795,00
Transferência IVA Liquidado 2433111 495,00
2433112 133,00
2433113 86 967.00
2433121 1 226,00
24342 1 647,00
IVA Apuramento 2435 90 468,00
IVA a Pagar 2435 2436 44 677,00
Fonte: Elaboração própria, Anexo 1 (Balancete Geral)

Neste trimestre, apurou-se saldo credor no valor de 44 677,00€, o que indica que há
imposto a pagar ao Estado no montante de 44 677,00€, conforme se apresenta no
Quadro 2.

QUADRO 2 – Apuramento do IVA a Pagar


DÉBITO CRÉDITO VALOR em €

2435 45 795,00€
2435 90 468,00€
2435 2436 44 677,00€
Fonte: Elaboração própria, Quadro 1

Depois de elaborado o apuramento do IVA, trata-se do preenchimento da declaração


periódica, Modelo B, que será entregue pela Internet, conforme Anexo 2.

Os valores que constam desta declaração provêm:

 Quadros 01 a 05 – São preenchidos com todas as informações que caracterizam


o sujeito passivo e a declaração a entregar.
 Quadro 06, campos 1, 5 e 3 – São preenchidos com o valor tributável das
transmissões de bens ou prestações de serviços à taxa de 5%, 12%, 21%

ANA ISABEL SOUSA 36


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

respectivamente. Na declaração apresentada, a empresa apresenta vendas e


prestações de serviços à taxa de 5%, 12%, 21% pelo que se preenchem os
campos 1, 5 e 3 com o valor das vendas e prestações de serviços efectuadas
durante o trimestre, nos valores de 9 900,00, 1 108,00 e 414 128,00,
respectivamente.
 Quadro 06, campos 2, 6 e 4 – Corresponde ao IVA liquidado nas vendas e
prestações de serviços realizadas à taxa de 5%, 12%, 21%, evidenciadas nos
campos 1, 5 e 3. Na declaração, os campos 2, 6 e 4, correspondem ao total das
vendas e prestações de serviços registadas no campo 1, 5 e 3. O valor destes
campos representa o saldo das contas 2433111 (495,00), 2433112 (133,00) e
243313 (86 967,00).
 Quadro 06, campo 10 – Este campo preenche-se com o valor do IVA suportado
e dedutível nas aquisições de outros bens e serviços intracomunitários à taxa de
21% (base tributária) – 5 838,00.
 Quadro 06, campo 11 – IVA liquidado correspondente à base tributável, à taxa
de 21% constante do campo 10. Conta 2433121 (1 226,00).
 Quadro 06, campo 20 – IVA dedutível respeitante ao imobilizado adquirido no
período. Conta 243223 (15 750,00).
 Quadro 06, campos 21, 23 e 22 – IVA dedutível correspondente à base
tributável das compras, à taxa de 5%, 12% e 21%. O valor destes campos
representa o saldo das contas 2432111 (2 353,00), 2432112 (575,00) e 2432113
(15 552,00) + 2432121 (1 226,00) = 16 778,00.
 Quadro 06, campos 24 - Este campo preenche-se com o valor do IVA dedutível
correspondente à base tributável de outros bens, à taxa de 21% das contas
243231 (1 125,00) e 24323 (1 620,00).
 Quadro 06, campos 40 – IVA regularização trimestral a favor da Empresa.
Conta 24341 (840,00).
 Quadro 06, campos 41 - IVA regularização trimestral a favor do Estado. Conta
24342 (1 647,00).
 Quadro 06, campos 61 - IVA a recuperar. Conta 2437 (6 750,00).
 Quadro 6 campo 90 – Traduz o somatório dos campos 1 a 10 e corresponde ao
total da base tributável do imposto a favor do Estado (430 974,00).

ANA ISABEL SOUSA 37


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

 Quadro 6 campo 91 – Traduz o somatório dos campos 20 a 81 e corresponde ao


total da base tributável do imposto a favor da empresa (45 791,00).
 Quadro 06, campo 92 – Corresponde ao total do imposto a favor do Estado,
através do somatório dos campos 2 a 68 (90 468,00).
 Quadro 06, campo 93 – Aqui, se o valor do campo 92 for superior ao valor do
campo 91, a diferença corresponde ao total do imposto a entregar ao Estado, que
no caso do exemplo foi apurado imposto no montante de 44 677,00 para entregar
ao Estado.
 Quadro 06, campo 94 – Se o valor do campo 91 for superior ao do campo 92, a
diferença corresponde ao total de crédito de imposto a recuperar.

3.7 Modelos Oficiais da Declaração Periódica do IVA

Em Portugal existem dois tipos de modelos de Oficiais da Declaração Periódica:

 Modelo B: é a chamada declaração enviada dentro do prazo legal às obrigações


do sujeito passivo;
 Modelo C: ou a chamada declaração de substituição, que pode ser adquirida
nas Finanças, e é utilizada quando se pretende a substituição de valores
constantes da declaração periódica anterior enviando dentro do prazo ou como
1º declaração se esta for enviada fora de prazo. Contudo, a declaração do
modelo C não contem o campo 61.

3.8 Envio da declaração

Para que seja possível o envio das declarações electrónicas, através da Internet, é
necessário que os sujeitos passivos obtenham antecipadamente uma senha de
identificação atribuída pela Direcção-Geral de Contribuições e Impostos (DGCI),
através do site, onde se efectua o pedido da senha.

ANA ISABEL SOUSA 38


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

No regime mensal de IVA, a declaração é preenchida todos os meses e entregue até ao


dia 10 do segundo mês seguinte, no regime trimestral de IVA, as declarações devem
ser entregues até ao dia 15 do segundo mês seguinte ao fim do trimestre a que
respeitam as operações, através do site www.e-finanças.gov.pt/.

3.9 Pagamento do Imposto

Quando o imposto apurado dá lugar a pagamento a efectuar ao Estado, este deve ser
entregue através de cheque, destinado à Direcção Geral do Tesouro (CTT) ou por
transferência bancária dentro do prazo estabelecido por lei (Anexo 3).

ANA ISABEL SOUSA 39


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

CAPÍTULO IV
EMPRESA RECEPTORA DO ESTÁGIO

ANA ISABEL SOUSA 40


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

4.1 Ficha Técnica

Denominação Social: Contimeda – Contabilidade e Gestão Unipessoal, Lda.

Número de Identificação: 506016641

Sede Social: Meda

Telefone: 279882178

Telemóvel: 967016265

Fax: 279882379

E-mail: josé.lcardoso@mail.telepac.pt

Administrador: José Cardoso

Início da Actividade: 1969

Número de Trabalhadores: 2

Horário de Expedição: 09:00h ate 12:30h

14:00h ate 19:00h

ANA ISABEL SOUSA 41


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

4.2 Breve Historial da Empresa

A Empresa Contimeda – Contabilidade e Gestão Unipessoal, Lda., é constituída por um


único sócio daí juridicamente ser caracterizada como Empresário em Nome Individual.

Localizada na Mêda o seu sector de actividade principal é a Contabilidade, pois dedica-


se ainda ao sector dos seguros.

Para tal, constituiu uma sociedade com uma empresa de seguros chamada AXA, para
efeitos de angariação de clientes.

Nesta empresa os clientes estão repartidos por Contabilidade Organizada e


Contabilidade não Organizada. A Contabilidade é feita trimestralmente.

A empresa manteve desde a sua criação a mesma estrutura organizacional, a qual é


constituída pelo único sócio que exerce as funções de administrador e uma funcionária
que executa o trabalho de apoio à contabilidade, conforme representado na Figura 2.

FIGURA 2: Organigrama da Empresa

Fonte: Elaboração própria

ANA ISABEL SOUSA 42


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

A Contimeda – Contabilidade e Gestão Unipessoal, Lda., não trata de forma directa


todo o processo contabilístico de documentos ao desenvolvimento da actividade
económica dos seus clientes. Porém e, através das deslocações às empresas clientes,
tornou-se permissível o tratamento de todo esse processo contabilístico, sobretudo:

 Recepção de documentos;
 Separação de documentos;
 Organização de documentos;
 Arquivo de documentos;
 Classificação de documentos;
 Lançamento de documentos.

ANA ISABEL SOUSA 43


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

CAPÍTULO V
ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS NO
ESTÁGIO

ANA ISABEL SOUSA 44


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

5.1 Objectivos do Estágio

 Adaptação ao ambiente de trabalho;


 Bom relacionamento interpessoal e humano;
 Sentido de responsabilidade;
 Capacidade de iniciativa, disponibilidade, comunicação e entreajuda;
 Aplicação de conhecimentos;
 Aquisição de novos conhecimentos;
 Adaptação á nova realidade do que é o mercado de trabalho.

5.2 Plano de Estágio

A realização do estágio curricular faz parte da fase final do curso de Contabilidade. O


estágio curricular baseou-se na área da Contabilidade, nomeadamente aprendizagem
relativa à forma como se organizam as contas nos termos dos planos de contas
oficialmente aplicáveis, tais como:

 Recepção dos documentos contabilísticos e fiscais;


 Verificação e arquivo dos documentos contabilísticos e fiscais;
 Classificação de documentos;
 Registo informático dos documentos;
 Apuramento do IVA e preenchimento da respectiva Declaração;
 Processamento de ordenados e salários.

ANA ISABEL SOUSA 45


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

5.3 Actividades desenvolvidas na Contimeda

O meu estágio foi efectuado na empresa Contimeda. Nesta empresa a contabilidade é


feita Trimestralmente.

A empresa de contabilidade utiliza como programas informáticos o Primavera, o


DATAMEX, e o GEXOR comercial, financeiro e gestor.

A empresa Contimeda – Contabilidade e Gestão Unipessoal, Lda, demonstrou todo o


apoio durante estes meses de estágio, fui acompanhando todo o funcionamento da
empresa, realizando todas as tarefas que me foram distribuídas, algumas com um pouco
de dificuldade mas que ao longo do tempo fui ultrapassando.

5.4 Procedimentos Contabilísticos

5.4.1 Recepção de Documentos

O processo contabilístico inicia-se com a recepção dos documentos. Este procedimento


consiste em receber os documentos dos clientes que digam respeito ao desenrolar da
actividade económica da empresa.

Estes são obtidos trimestralmente, entregues pelos clientes, os quais são colocados
provisoriamente em pastas de documentos por lançar. Por vezes e devido à necessidade
de cumprimento dos prazos legais estabelecidos para a entrega dos vários documentos
fiscais, é necessário avisar atempadamente os clientes, para que assim os documentos
sejam entregues em tempo útil.

ANA ISABEL SOUSA 46


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

5.4.2 Organização de Documentos

A organização de documentos é o procedimento seguinte, consiste na separação dos


documentos. Alguns desses já chegam separados, contudo na sua maioria sucede o
inverso, o que obriga a uma organização da documentação.

Esta separação de toda a documentação é feita de acordo com as operações a que


respeitam. Este processo é fundamental porque futuramente vai facilitar a sua consulta.

Os documentos são organizados por natureza, isto é, separados por datas, facturas,
recibos, vendas, compras e despesas diversas.

5.4.3 Classificação e Lançamentos de Documentos

Após separar e organizar todos os documentos segue-se a fase mais importante, a


classificação. De forma individual, cada documento é devidamente classificado. Essa
classificação impõe rigor, concentração e responsabilidade.

A classificação é feita de acordo com as normas que constam no SNC.

Esta obedece ao sistema digráfico ou das partidas dobradas, em que o débito é igual ao
crédito. Neste método, todo o débito numa conta origina o crédito noutras, e vice-versa,
ou seja, cada facto patrimonial determina um registo em duas ou mais contas, para que
ao valor de cada débito corresponda sempre a um crédito de igual valor.

Depois de classificados, cada documento é respectivamente numerado, com base no


último número de cada documento arquivado, seguindo uma ordem sequencial
crescente.

Os lançamentos são efectuados nos respectivos diários, inserindo sempre o número de


documento, a descrição do movimento contabilístico e as contas a débito ou a crédito a
que dizem respeito e respectivo valor.

ANA ISABEL SOUSA 47


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

A empresa dispõe de vários Diários, para facilitar o seu lançamento e organização. Os


utilizados pela empresa, são os seguintes:

 Diário de Compras

Neste Diário constam facturas e facturas/recibos de fornecedores, notas de crédito, notas


de débito, vendas a dinheiro, recibos, entre outras operações e despesas suportadas pela
empresa, ordenadas de acordo com a numeração atribuída ao documento.

 Diário do Banco

Abrange principalmente os extractos bancários e outros documentos que digam respeito


às contas da empresa tanto por via bancária, transferência. Ordenando-se por entidade
bancária.

 Diário de Caixa

Refere-se a documentos relacionados com os pagamentos e recebimentos feitos através


do caixa.

 Diário de Vendas

Arquivo de todas as facturas, notas de crédito e débito emitidas a clientes, de modo


a possibilitar o registo de todas as operações, ordenadas de acordo com a numeração
sequencial atribuída.

 Diário de Operações Diversas

Engloba processamentos de salários, amortizações, apuramento do IVA, rendas


relativas ao arrendamento, Segurança Social, entre outros.

Como alguns destes documentos não são entregues a tempo de serem lançados nos
respectivos trimestres, a empresa passa esses documentos para os trimestres seguintes.

** O Plano de Contas da empresa não é apresentado devido ao facto de ser bastante


extenso.

ANA ISABEL SOUSA 48


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

5.4.4 Lançamentos Contabilísticos

Após a fase da classificação, inicia-se o lançamento no software contabilístico. Na


empresa Contimeda utiliza-se o programa informático DATAMEX. Começa-se com a
identificação da empresa, bem como a data em que se pretende efectuar o registo, para
se dar inicio ao registo dos lançamentos, entra-se na opção “lançamentos”. De seguida
escolhe-se a operação a realizar e introduzem-se os dados do documento.

5.4.5 Arquivo de Documentos

A obrigatoriedade do arquivo de documentos, quer contabilísticos, quer fiscais, é


reforçada pelo nº1 do artigo 52º do CIVA, ao determinar que:

Os sujeitos passivos são obrigados a arquivar e conservar em boa ordem durante 10


anos civis subsequentes todos os livros, registos e respectivos documentos de suporte,
incluído, quando a contabilidade é estabelecida por meios informáticos, os relativos á
analise, programação e execução de tratamento.

Na execução da Contabilidade todos os lançamentos devem apoiar-se em documentos


comprovativos, devidamente datados e serem apresentados a qualquer momento.

Os documentos são guardados nos respectivos diários numa pasta de arquivo, sendo
estes devidamente identificados com o nome do diário, respectivo mês e ano a que os do
documento dizem respeito.

ANA ISABEL SOUSA 49


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

5.5 Contabilização de Documentos

5.5.1 Introdução

Para uma melhor compreensão do trabalho realizado durante o período de estágio irão
ser apresentados alguns exemplos de contabilização de documentos.

 Nota de Crédito

QUADRO 3: Classificação de uma Nota de Crédito (Devolução de Compras)

Débito Crédito Valor em €


2211011- Fornecedor 1210,00
243421- IVA Regularizado a favor do
210,00
Estado
317-Devolução de Compras 1000,00
Fonte: Elaboração própria (Anexo 4)

 Venda a Crédito de Mercadoria

QUADRO 4: Classificação de uma factura de venda de Produtos

Débito Crédito Valor em €


211167- Cliente conta corrente 605,00
7111- Venda de Mercadorias 500,00
24323211- IVA liquidado - taxa
normal 105,00

Fonte: Elaboração própria (Anexo 5)

O quadro atrás mostra como se deve proceder á classificação de uma venda de


mercadorias, tratando-se esta de uma transmissão de bens, começa-se por se debitar a
conta da classe 2- Terceiros, mais propriamente a conta 211167, pelo valor total da
venda. Em seguida credita-se uma conta da classe 7- Rendimentos, mais concretamente
a conta 711 pelo valor líquido do bem. E para finalizar o lançamento credita-se a conta
2433111 do IVA liquidado uma vez que se trata de uma venda.

ANA ISABEL SOUSA 50


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

 Venda a dinheiro de Mercadoria

QUADRO 5: Classificação de uma venda a dinheiro de um fornecedor

Débito Crédito Valor em €


312111- Compra de Mercadorias 107,36
24323211- IVA dedutível – existências –
22,55
taxa normal (21%) – mercado nacional
111- Caixa 129,91
Fonte: Elaboração própria (Anexo 6)

 Compra a Crédito

QUADRO 6: Classificação de uma compra a crédito

Débito Crédito Valor em €


311101- Compra de Mercadorias 250,00
24323211- IVA dedutível – existências
52,50
– taxa normal (21%)
2211101- Fornecedor 302,50
Fonte: Elaboração própria (Anexo 7)

 Factura/ Recibo de Combustíveis

Relativamente aos combustíveis, três situações distintas podem ocorrer:

 Ser totalmente dedutível;


 Parcialmente dedutível;
 Sem qualquer direito a dedução, conforme as alíneas a) e b) do nº1 do Artigo
21º do CIVA.

No entanto, excluem-se do direito à dedução as facturas/recibo relativo ao consumo de


gasóleo de viaturas de mercadorias com peso inferior a 3500 quilogramas.

Quanto ao gasóleo, conforme a alínea b), nº1 do artigo 21ºdo CIVA, o IVA suportado
pode ser dedutível na sua totalidade ou apenas em 50% do seu valor. No caso específico
em que a despesa relativa ao gasóleo corresponde a consumos de uma viatura ligeira de
mercadorias, o IVA é dedutível e 50% nos termos do artigo anteriormente referidos.

ANA ISABEL SOUSA 51


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

QUADRO 7: Factura/Recibo de combustíveis Gasóleo


Débito Crédito Valor em €
622122- Gasóleo c/IVA 50% dedutível 22,83(1)
2432314- IVA dedutível - taxa normal
2,17(2)
(21%) Outros Bens e Serviços – Gasóleo
111- Caixa 25,00
Fonte: Elaboração própria (Anexo 8)

Cálculos Auxiliares:
(1) 25,00€ - 2,17€ = 22,83€
(2) (25,00€ * 0.21) / 1.21 = 4,34€
4,34€ / 2 = 2,17€

 Factura/Recibo da PT- Comunicações, S.A.

QUADRO 8: Classificação da factura da PT comunicações


Débito Crédito Valor em €
62222- Fornecimento de serviços,
17,98(1)
Comunicações
24323211- IVA dedutível - taxa
3,78(2)
normal (21%) mercado Nacional
121- Depósitos á Ordem 21,76
Fonte: Elaboração própria (Anexo 9)

O quadro nº 8 mostra como se classifica um gasto para uma empresa, como é o caso da
factura da Portugal Telecom (PT), começa-se por debitar a conta da classe 6- Custos e
Perdas, mais especificamente a conta 62222 pelo seu valor líquido. E como se trata de
um serviço o IVA é dedutível e tributado a taxa normal (21%). Em contrapartida
credita-se a conta da classe 1- Disponibilidades, mais especificamente a conta 121 pelo
valor total da despesa.

Cálculos Auxiliares:
(1) (21,76€ / 1.21 = 17,98€
(2) 21,76€ – 17,98€ = 3,78€

ANA ISABEL SOUSA 52


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

 Factura/Recibo da EDP referente ao fornecimento de energia eléctrica

Este tipo de fornecimentos incide a taxa reduzida de 5%. Relativamente à dedução do


IVA, este encontra-se regulamentado no nº1 dos artigos 19º e 20º, do CIVA.

QUADRO 9: Electricidade

Débito Crédito Valor em €


622111- Electricidade c/ IVA
80,26(1)
Dedutível
2432311- Outros Bens e Serviços
4,01(2)
– Taxa Reduzida
121- Banco 84,27
Fonte: Elaboração própria (Anexo 10)

Cálculos Auxiliares:
(1) (84,27€ / 1.05 = 80,26€
(2) 84,27€ - 80,26€ = 4,01€

O quadro nº 9 demonstra como se classifica um gasto para uma empresa, como é o caso
da factura da Electricidade, começa-se por debitar a conta da classe 6- Custos e Perdas,
mais especificamente a conta 62211 pelo seu valor líquido. E como se trata de um
serviço o IVA é dedutível e tributado a taxa reduzida (5%). Em contrapartida credita-se
a conta da classe 1- Disponibilidades, mais especificamente a conta 121 pelo valor total
da despesa.

5.5.2 Reconciliação Bancária

Como referi anteriormente ocupei algum tempo do estágio na rubrica de Depósitos


bancários. A conciliação de contas de depósito à ordem constitui um importante
procedimento de controlo interno. Assim, irei dar um exemplo de como se efectua uma
reconciliação bancário e qual a sua importância para a empresa.

Reconciliação Bancária consiste na justificação da diferença existente entre o saldo


apresentado pelo banco e o constante nos registos contabilísticos da empresa.

ANA ISABEL SOUSA 53


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Com a Reconciliação Bancária pretende-se não só corrigir factos patrimoniais


desconhecidos/esquecidos ou corrigir registos já efectuados, mas também controlar a
correcção dos movimentos do banco, tendo como objectivo final conhecer o saldo
disponível real, de maneira a não se encontrar em descoberto nem ter dinheiro parado.

A reconciliação bancária pressupõe as seguintes fases de trabalho:

1. Comparar as operações constantes do extracto bancário com as Contabilizadas


pela empresa no período em análise, assinalando-se com  a que se dá o nome
de picagem;

2. Identificar as operações que ficam em aberto em qualquer dos registos (não


picados);

3. Analisar as operações em aberto e proceder às correcções que se mostrem


convenientes.

EXEMPLO:

Admita que em 30/09/2010 o saldo constante do extracto recebido pelo Banco Lusitano, referente à conta
de Depósito à Ordem n.º 134087/000/01, era exactamente igual ao evidenciado nos registos contabilísticos
da Empresa Alfa.

O extracto bancário recebido referente ao mês de Setembro de 2010 e o razão auxiliar emitido pela
empresa Alfa evidenciam as seguintes operações:

ANA ISABEL SOUSA 54


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Extracto recebido do Banco


Banco Lusitano
Conta n.º 13408/000/001 EMPRESA ALFA
Extracto n.º 2010/07 Trav. Das Avenidas Novas, 16
1050-001 Lisboa
Data Data
Movim Valor Descritivo Débito Crédito Saldo
Saldo Anterior 14 835,00 €
02-Set 03-Set Depósito 830,00 € 15 655,00 €
03-Set 03-Set Juros de Empréstimo 350,00 € 15 515,00 €
05-Set 05-Set Cheque 788408 620,00 € 14 695,00 €
07-Set 07-Set Cheque 788409 25,00 € 14 670,00 €
12-Set 12-Set Devolução Letra a Receber 1 100,00 € 13 570,00 €
13-Set 14-Set Depósito 910,00 € 14 480,00 €
13-Set 13-Set Cheque 788410 175,00 € 14 305,00 €
15-Set 15-Set Transferência 300,00 € 14 005,00 €
18-Set 17-Set Comissões 13,00 € 13 992,00 €
20-Set 20-Set Juros de Depósito a Prazo 100,00 € 14 092,00 €
20-Set 20-Set Cheque 788412 1 600,00 € 12 492,00 €
20-Set 20-Set IRS/IRC 20,00 € 12 472,00 €
23-Set 20-Set Comissões 10,00 € 12 462,00 €
26-Set 26-Set Cheque 788411 240,00 € 12 222,00 €
27-Set 27-Set Desconto Letra a Receber 1 000,00 € 13 222,00 €
28-Set 28-Set Encargos com Desconto 50,00 € 13 172,00 €
30-Set 30-Set Transferência 400,00 € 13 572,00 €
31-Set 30-Set Cobrança Letras a Receber 120,00 € 13 692,00 €
31-Set 31-Set Cheque 788415 3 900,00 € 9 792,00 €
Extracto resultante dos registos contabilísticos efectuados pela Empresa Alfa.
Conta n.º 13408/000/001
Extracto de conta de 1/09/2010 a 30/09/2010 Movimento Mensal

Data N.ºDoc. Descritivo Débito Crédito Saldo


Saldo Anterior 14 835,00 €
02-Set 09/001 Cheque 788408 620,00 € 14215,00 €
02-Set 09/002 Depósito 830,00 € 15 045,00 €
04-Set 09/003 Cheque 788409 25,00 € 15 020,00 €
10-Set 09/004 Juros 350,00 € 14 670,00 €
13-Set 09/005 Depósito 910,00 € 15 580,00 €
13-Set 09/006 Cheque 788410 175,00 € 15 405,00 €
15-Set 09/007 Transferência 300,00 € 15 105,00 €
15-Set 09/008 Devolução Letras a Receber 1 100,00 € 14 005,00 €
16-Set 09/009 Cheque 788412 1 600,00 € 12 405,00 €
16-Set 09/010 Cheque 788411 240,00 € 12 165,00 €
16-Set 09/011 Cheque 788413 15,00 € 12 150,00 €
20-Set 09/012 Comissões 13,00 € 12 137,00 €
21-Set 09/013 Depósito 1 000,00 € 13 137,00 €
23-Set 09/013 Cheque 788474 60,00 € 13 077,00 €
27-Set 09/014 Cheque 788415 3 900,00 € 9 177,00 €
28-Set 09/015 Cheque 788416 180,00 € 8 997,00 €
28-Set 09/016 Juros de Depósito a Prazo 100,00 € 9 097,00 €
28-Set 09/017 IRC 20,00 € 9 077,00 €
30-Set 09/018 Cheque 788417 2 700,00 € 6 377,00 €

ANA ISABEL SOUSA 55


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

EMPRESA _ALFA
CONCILIAÇÃO BANCÁRIA em 30/09/2010
Banco LUSITANO Conta N.º 134087/000/01
Descrição Data Movim Data-valor Valores
Parciais Totais
Saldo do Banco em 30/09/2010 9 792,00

Operações apenas movimentadas pela Empresa

A Crédito:
Cheque n.º 788413 16/12 15,00
Cheque n.º 788474 23/12 60,00
Cheque n.º 788416 28/12 180,00
Cheque n.º 788417 31/12 2 700,00 (2 955,00)

A Débito:
Depósito
21/12 1 000,00 1 000,00
Operações apenas movimentadas pelo Banco

A Crédito:
Desconto de letras a receber
Transferência 27/12 1 000,00
Cobrança de letras a receber 30/12 400,00
30/12 120,00 (1 520,00)
A Débito:
Comissões 20/12 10,00
Encargos com desconto 28/12 50,00 60,00
Saldo da Empresa em 31/09/2010 6 377,00

5.5.3 Lançamentos de regularização

Os lançamentos de regularização são feitos com base no movimento do extracto


bancário e que não se encontra reflectido na empresa.

QUADRO 10: Lançamentos de Regularização


Data N.º Descrição Débito Crédito Valor em €
20/12 1 Comissões bancárias 6981 121 10,00
27/12 2 Desconto de letras a receber 121 212 1 000,00
27/12 3 Encargos com descontos 6981 121 50,00
30/12 4 Transferência de terceiros 121 211 400,00
30/12 5 Cobrança de letras a receber 121 212 120,00

ANA ISABEL SOUSA 56


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5.5.4 Ordenados e Salários

O processo começa com a comunicação dos clientes dos dados relativos ao mês
anterior, tais como, o número de dias de trabalho, faltas (justificadas e injustificadas),
abonos por falhas, ajudas de custos, horas extraordinárias, comissões, baixas médicas,
férias e subsídios.

No programa informático existe todo a informação de cada funcionário, tornando-se


mais fácil inserir os dados. Quando os dados são todos inseridos é emitido o recibo de
vencimento em duplicado de cada funcionário. O original é assinado pelo funcionário
que será devolvido á entidade patronal como forma de comprovar o seu pagamento, o
duplicado fica assim em poder do funcionário.

As remunerações do trabalho estão sujeitas a contribuições para a Segurança Social e ao


Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS). Mensalmente são efectuados
descontos para a Segurança Social de acordo com as percentagens estabelecidas, que
incidirão sobre o vencimento ilíquido. As taxas aplicáveis são as seguintes:

FIGURA 3: Taxas Sociais Únicas (TSU)

• 21.25%, por conta da entidade patronal


Òrgãos Sociais • 10%, por conta do trabalhador

• 23.75%, por conta da entidade patronal


Restantes
Trabalhadores • 11%, por conta do trabalhador

Fonte: Adaptado da Segurança Social

Os órgãos sociais beneficiam de uma redução de Taxa de Segurança Social, tanto para a
entidade empregadora como para o trabalhador.

Nas empresas em que têm um trabalhador inscrito como primeiro emprego, não têm
encargos com a TSU porque beneficiam de um apoio à criação de novos postos de
trabalho, pelo que apenas se efectua o desconto da TSU por conta do trabalhador.

ANA ISABEL SOUSA 57


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Em conformidade com o artigo 18º do Decreto-Lei 295/86 de 19 de Setembro, o


pagamento das referidas contribuições deve ser efectuado até ao dia 15 do mês seguinte
àquele a que respeitam.

O pagamento deve ser efectuado, através:

 Pagamento directo no Centro Regional de Segurança Social, através de cheque


ou numerário, caso o valor não seja superior a 150.000,00€;
 Transferência bancária ou via Internet, através do site www.seg-social.pt em
que não existe limite.

Processamento de Ordenado e Salários

EXEMPLO:
Processamento de Ordenados e Salários do mês de Setembro apresentara os seguintes valores:
Gerente 1 200,00 €
Empregado 720,00 €
As taxas de retenção de IRS foram de 8% e 5% respectivamente, de acordo com as tabelas em Anexo 11.
Os Ordenados líquidos são processados por transferência bancária.

QUADRO 11: Processamento do Ordenado do Gerente e trabalhador


Débito Crédito Valor em €
6311 1 200,00
2321 984,00
24211 96,00(1)
2451 120,00(2)
6312 720,00
2322 604,80
24212 36,00(1)
2452 79,20(2)
635 426,00
2451 255,00(3)
2452 171,00(3)

Cálculos Auxiliares:
(1) 1 200,00€ x 8% = 96,00€ (IRS de acordo com a Tabela de Retenção)
720,00€ x 5% = 36,00€
(2) 1 200,00€ x 10% = 120,00€ (TSU – Gerente)

ANA ISABEL SOUSA 58


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720,00€ x 11% = 79,20€


(3) 1 200,00€ x 21,25% = 255,00€ (TSU - Encargos Entidade Patronal)
720,00€ x 23,75% = 171,00€

Pagamento do ordenado

QUADRO 12: Pagamento de ordenados e salários


Débito Crédito Valor em €
2321 984,00
2322 604,80
121 1 588,80

Pagamento à Segurança Social

QUADRO 13: Pagamento à Segurança Social


Débito Crédito Valor em €
2451 255,00
2452 171,00
121 426,00

5.6 Trabalhos realizados no exterior

Identificação relativo à resolução de questões da organização com recurso a contas com


serviços relacionados com a profissão.

 Deslocação aos CTT para resolver assuntos relacionados com a empresa.

ANA ISABEL SOUSA 59


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CAPÍTULO VI
ENCERRAMENTO DE CONTAS DO ANO 2009

ANA ISABEL SOUSA 60


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6.1 Regularização de Contas

Os lançamentos de regularização de contas têm por objectivo rectificar saldos


contabilísticos das contas, sendo os lançamentos mais correntes os seguintes:

 Lançamentos de registo de diferenças encontradas (diferenças de caixa,


diferenças do saldo de depósitos, quebras ou sobras de stocks, etc.) que resultam
dos trabalhos de verificação das mesmas;
 Lançamentos de registo de custos ou proveitos do exercício quando ainda não
houve a respectiva despesa e receita do exercício económico (acréscimos de
custos ou de proveitos);
 Lançamentos de rectificação de despesas ou de receitas do exercício que devem
ser consideradas como custos ou proveitos, respectivamente, do exercício
económico seguinte (custos ou proveitos diferidos);
 Lançamentos de constituição, reforço, anulação e reversão de ajustamentos e
provisões;
 Lançamentos de registo definitivo das quotas anuais de amortização do
imobilizado;
 Lançamento de rectificação das existências, quando a empresa utiliza o sistema
de inventário intermitente;
 Lançamento da estimativa de impostos (IRC).

6.1.1 Classe 1- Disponibilidades

Nesta classe estão inseridas todas as disponibilidades que fazem parte de aplicações a
curto prazo ou que estejam imediatamente disponíveis.

Os aspectos a considerar são:

 Os saldos de caixa e depósitos bancários em moeda estrangeira devem ser


convertidos à taxa de câmbio da data de balanço e efectuar eventuais
tratamentos das diferenças de câmbio;

ANA ISABEL SOUSA 61


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

 O saldo de caixa deve representar somente meios monetários;


 Assegurar que o valor evidenciado na conta11- Caixa, corresponde à existência
física em “cofre”;
 Efectuar a reconciliação bancária de todos os saldos das contas de depósitos à
ordem;
 Os saldos credores das contas bancárias, quando significativos, devem ser
apresentados no passivo como “Dívidas a instituições de crédito” e não como
redução de outros saldos de caixa e bancos (no activo);
 No que respeita a depósitos a prazo é importante verificar o vencimento dos
juros, de forma a contabilizá-los no exercício a que respeitam, dando
cumprimento ao princípio da especialização do exercício;
 Efectuar a comparação dos valores de cotação dos títulos negociáveis e outras
aplicações à data de balanço com valores da data de aquisição e determinar
eventuais provisões para aplicações de tesouraria (Caiado e Madeira:
2004:111-112).

6.1.2 Classe 2 – Terceiros

Dividas de e a Terceiros

Em relação às dividas de e a terceiros é importante ter em atenção que:

 Os créditos e débitos devem ser classificados em curto prazo, se vencíveis


dentro de um ano, e de médio/longo prazo, se vencíveis depois de um ano;
 As operações em moeda estrangeira devem ser registadas ao câmbio da data de
balanço, e as diferenças de câmbio daí resultantes são registadas nas contas 68.5
– Custos e perdas financeiros – Diferenças de câmbio desfavoráveis ou 78.5 –
Proveitos e ganhos financeiros – Diferenças de câmbio favoráveis;
 No que respeita à conta 21 – Clientes e à conta 22 – Fornecedores, devem-se
conferir as contas para assegurar a exactidão do saldo à data de balanço, com
particular atenção aos saldos de natureza com contrária;

ANA ISABEL SOUSA 62


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

 Nos empréstimos deve-se atender à sua natureza (correntes ou de financiamento)


e ao prazo (curto ou médio/longo) devendo efectuar-se a apresentação no
balanço de acordo com esta classificação.

Acréscimos e diferimentos

 Na conta 27 – Acréscimos e diferimentos devem ser registados os custos e


proveitos executados na entidade, de modo a que estes incorram no período a
que dizem respeito, independentemente da sua aquisição/venda ou do seu
pagamento/recebimento respeitando deste modo, o princípio contabilístico da
especialização (ou do acréscimo).

Ajustamentos e Provisões

 A conta 28 – Ajustamentos de dívidas a receber, tem como finalidade fazer face


aos riscos de cobrança das dívidas de terceiros. Assim sendo, compete a cada
entidade analisar as suas contas de modo a verificar se existe a necessidade de
movimentar esta conta, de forma a respeitar o princípio contabilístico da
prudência, presente no POC;

O artigo 36.º do CIRS aprovado pelo Decreto-Lei n.º 159/2009, de 13 de Julho esclarece
que em termos fiscais:

1 - Consideram-se créditos de cobrança duvidosa aqueles em que o risco de


incobrabilidade esteja devidamente justificado, o que se verifica nos seguintes casos:

A. O devedor tenha pendente processo de insolvência e de recuperação de


empresas ou processo de execução;
B. Os créditos tenham sido reclamados judicialmente;
C. Os créditos estejam em mora há mais de seis meses desde a data do respectivo
vencimento e existam provas objectivas de imparidade e de terem sido
efectuadas diligências para o seu recebimento.

ANA ISABEL SOUSA 63


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2 - O montante anual acumulado da perda por imparidade de créditos referidos na


alínea c) do número anterior não pode ser superior às seguintes percentagens dos
créditos em mora:

A. 25% para créditos em mora há mais de 6 meses e até 12 meses;


B. 50% para créditos em mora há mais de 12 meses e até 18 meses;
C. 75% para créditos em mora há mais de 18 meses e até 24 meses;
D. 100% para créditos em mora há mais de 24 meses.

3 - Não são considerados de cobrança duvidosa:

A. Os créditos sobre o Estado, Regiões Autónomas e autarquias locais ou aqueles


em que estas entidades tenham prestado aval,
B. Os créditos cobertos por seguro, com excepção da importância correspondente
à percentagem de descoberto obrigatório, ou por qualquer espécie de garantia
real;
C. Os créditos sobre pessoas singulares ou colectivas que detenham mais de 10%
do capital da empresa ou sobre membros dos seus órgãos sociais, salvo nos
casos previstos nas alíneas a) e b) do nº 1;
D. Os créditos sobre empresas participadas em mais de 10% do capital salvo nos
casos previstos nas alíneas a) e b) do nº1.”

A conta 29 – Provisões, tem por objecto reconhecer as responsabilidades cuja natureza


esteja claramente definida e que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou
certa, mas incertas quando ao seu valor ou data de ocorrência. Esta conta deve ser
debitada na medida em que se reduzam ou cessem os riscos previstos ou creditada se o
contrário acontecer.

ANA ISABEL SOUSA 64


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6.1.3 Classe 3 – Existências

Como aspectos mais importantes a considerar nesta classe temos que:

 As quantidades devem resultar da aplicação de procedimentos que permitam a


sua determinação com segurança, mediante registos de inventário permanente.
Estes procedimentos permitirão assegurar que as existências reflectidas no
balanço representem as quantidades físicas existentes à data deste, e se
encontrem em poder da empresa, em trânsito ou à consignação e de que esta é
legítima proprietária;
 As existências em condições deficientes não devem ser excluídas, mas
reflectidas a um valor adequado em função do seu valor líquido de realização;
 Quando o presumível valor de venda das existências for inferior ao seu custo de
aquisição ou produção, obedecendo ao princípio da prudência deve-se constituir
uma provisão;
 No caso de utilização do Sistema de Inventário Periódico ou Intermitente, o
Inventário Físico é imprescindível para determinar a Existência Final e o Custo
das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas.

6.1.4 Amortizações

Tendo carácter de permanência, os bens do imobilizado não se consomem num só


exercício, pelo contrário, vão ser úteis ao longo de um determinado período e
consequentemente vão gerando benefícios económicos futuros. Neste período, devido à
sua utilização os bens vão-se depreciando, daí a necessidade de proceder à sua
amortização.

As amortizações consistem exactamente em imputar o custo de um imobilizado pelos


vários exercícios da sua vida útil, ou seja, pelo período durante o qual se espera que o
activo produza, para a empresa, todo o seu potencial de benefícios económicos.

No cálculo das amortizações há que ter em conta determinadas situações tais como, o
facto de nem todas as amortizações serem aceites fiscalmente.

ANA ISABEL SOUSA 65


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6.2 Sistemas de Inventário


6.2.1 Sistema de Inventário Permanente (SIP)

Com o Sistema de Inventário Permanente é possível saber permanentemente o valor dos


stocks em armazém e apurar em qualquer momento os resultados obtidos nas vendas.

É possível obter resultados periódicos, porque a contabilidade nos permite obter a


informação necessária, nomeadamente os valores das existências em determinada data.

6.2.2 Sistema de Inventário Intermitente (SII)

No Sistema de Inventário Intermitente o valor dos stocks em armazém e de resultados


apurados, só é determinável através das inventariações directas em armazém, efectuadas
periodicamente, ou seja, enquanto pelo inventário permanente se acompanha todo o
movimento dos produtos em armazém, pelo intermitente tal não acontece tendo que se
recorrer a uma contagem física para o conhecimento do movimento, geralmente
efectuado no final de cada ano.

O apuramento do Custo das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas


(CMVMC) é calculado da seguinte forma:

CMVMC= Existências Iniciais + Compras +/- Reg. De Existências - Existências Finais

6.3 Balancete Rectificado


Após os lançamentos de rectificação e de regularização, constrói-se o balancete
rectificado. As contas expressam os saldos em conformidade com os inventários
efectuados, isto é, as contas de custos/perdas e proveitos/ganhos expõem as
componentes negativas e positivas do resultado do exercício.

ANA ISABEL SOUSA 66


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O balancete é um resumo das contas que apresenta o montante total de débito, o


montante total do crédito e também o saldo de cada uma das contas. Com a elaboração
deste balancete ficam reunidas as condições para o apuramento de resultados.

6.4 Apuramento de Resultados

Terminada a fase de rectificação e regularização, os saldos contabilísticos devem


encontrar-se em conformidade com os inventários efectuados. O apuramento de
resultados tem como finalidade a transferência das contas de Custos e Perdas (Classe 6)
e Proveitos e Ganhos (Classe 7) para as contas de Resultados Operacionais, Resultados
Financeiros, Resultados Extraordinários (Classe 8). O objectivo é o apuramento do
Resultado Líquido do Período (RLE).

6.4.1 Apuramento de Resultado Operacional

No apuramento de Resultado Operacional a conta 81- Resultados Operacionais debita-


se pelos custos operacionais evidenciados pelos saldos devedores das contas 61 a 67 e
credita-se pelos proveitos operacionais evidenciados pelos saldos credores das contas 71
a 76.

6.4.2 Apuramento de Resultados Financeiros

Na conta 81- Resultados Financeiros, vai recolher os saldos das contas 68 e 78 para o
apuramento de resultados financeiros. Engloba os ganhos ou perdas resultantes das
decisões financeiras da empresa. Englobando assim todos os custos suportados pela
utilização de recursos financeiros e os proveitos resultantes de aplicações financeiras,
quer de curto prazo quer de médio e longo prazo.

ANA ISABEL SOUSA 67


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Na contabilidade esta conta debita-se pelas subcontas 68- Custos e Perdas Financeiras e
credita-se pelos saldos da conta 78- Proveitos e Ganhos Financeiros.

6.4.3 Apuramento de Resultados Correntes

O Apuramento dos Resultados Correntes – conta 83 é de uso facultativo, na medida em


que o POC prevê a não utilização desta conta, deixando a sua utilização ao critério da
empresa. Esta conta agrupa o saldo das contas 81 e 82, o processo utilizado
contabilisticamente são iguais as contas de resultados anteriormente referidas.

6.4.4 Apuramento de Resultados Extraordinários

O Apuramento do Resultado Extraordinário existe a conta 84- Resultados


Extraordinários, que recebe o saldo da conta 69- Custo e Perdas Extraordinárias a débito
e o saldo da conta 79- Proveitos e Ganhos Extraordinários a crédito. Esta conta reflecte
o resultado que a empresa obteve proveniente de factos alheios á sua actividade normal.

6.4.5 Apuramento de Resultados Antes de Impostos

O Resultados Antes de Imposto (RAI) – conta 85 serve para evidenciar os resultados


globais, isto é, os Resultados Operacionais, os Resultados Financeiros e os Resultados
Extraordinários. Esta conta resulta dos saldos das contas anteriores.

6.4.6 Imposto sobre Rendimento

Com o RAI apurado, segue-se as condições para proceder ao apuramento deste.

A conta 86- Imposto sobre o Rendimento do exercício destina-se a contabilizar a


quantia estimada de imposto que incidirá sobre os resultados corrigidos para efeitos

ANA ISABEL SOUSA 68


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fiscais, por contrapartida da conta 241- Estado e Outros Entes Públicos – Imposto sobre
o Rendimento. A estimativa poderá basear-se numa perspectiva fiscal, apurada sobre a
matéria colectável, ou numa perspectiva financeira, apurada sobre o lucro tributável,
independente do imposto ser devido ou não, porque quando a declaração modelo 22 de
IRC for devidamente preenchida, se procederá a eventual regularização.

Numa perspectiva financeira, o apuramento da matéria colectável é feito com aplicação


da taxa de IRC sobre o lucro tributável. As taxas a aplicar estão previstas no artigo 87º
do Código de IRC.

A estimativa de imposto é contabilizada por débito da conta 861- Imposto Estimado e


contrapartida a crédito da conta 241- Imposto Sobre o Rendimento.

6.4.7 Resultado Líquido do Exercício

Por fim saldam-se as contas 85 e 86 em contra partida da conta 88- Resultado Liquido
do Exercício. Se esse saldo for negativo está-se perante um prejuízo e esta conta está
debitada por esse valor, caso o saldo se apresentar positivo é porque a empresa
apresentou lucro, devendo esta conta ser creditada.

6.5 Balancete Final

Na realização do apuramento de resultados, e do lançamento dos respectivos


lançamentos contabilísticos, chega-se ao Balancete Final.

Todas as contas de Custos e Proveitos encontram-se saldados, podendo também


observar-se os saldos das restantes contas do balanço que transitam para o próximo
exercício económico.

ANA ISABEL SOUSA 69


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6.6 Demonstrações Financeiras

As demonstrações financeiras têm como finalidade proporcionar, informação acerca da


posição financeira e do desempenho que seja útil ao vasto conjunto de utentes para a
tomada de decisões.

As demonstrações financeiras são elaboradas tendo em conta os valores constantes no


balancete rectificado e no balancete de encerramento.

As principais são:

 Balanço;

 Demonstração de Resultados por natureza;

 Demonstração dos Resultados por funções;

 Anexos ao Balanço e à Demonstração de Resultados;

 Demonstração de Fluxos de Caixa.

Irei abordar, seguidamente, apenas o Balanço e a Demonstração de Resultados por


natureza.

6.6.1 Balanço

O Balanço é um documento contabilístico que indica a situação patrimonial de uma


empresa em determinado momento. O conjunto de bens e direitos constitui o activo,
enquanto o conjunto das obrigações constitui o passivo. Numa perspectiva financeira o
activo corresponde às aplicações de fundo ou investimentos, enquanto o capital próprio
e o capital alheio correspondem às origens de fundos e financiamentos. No POC estão
previstos dois modelos de Balanço, o Balanço Analítico e o Balanço Sintético, sendo
este último menos pormenorizado. Exemplo de um Balanço Sintético Quadro 14.

ANA ISABEL SOUSA 70


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

QUADRO 14: Balanço Sintético


ACTIVO
Imobilizado
Imobilizações Incorpóreas 0,00€
Imobilizações Corpóreas 20.908,68€
Circulante
Existências 12.096,83€
Clientes 141.077,99€
Outros Devedores 46.544,35€
Depósitos bancários e Caixa 23.901,24€
Custos diferidos 55.643,96€
Total do Activo 300.173,05€

CAPITAL PRÓPRIO e PASSIVO


Capitais Próprios
Capital 401.75€
Reservas legais 110.000,00€
Resultados Transitados (180.648,17€)
Sub Total (70.246,42€)
Resultado Líquido do Exercício 3.047.38€
Total do Capital Próprio (67.199,04€)

PASSIVO
Fornecedores 53.144,52€
Estado e Outros Entes Públicos 56.186,12€
Sócios 15.194,92€
Outros Credores 28.178,78€
Acréscimos e Diferimentos 215.667,75€
Total do Passivo 368.372,09€
Total (Capital Próprio+Passivo) 300.173,05€
Fonte: Elaboração Própria

6.6.2 Demonstração de Resultados por Natureza

A Demonstração de Resultados é um documento que nos indica a eficácia e o


desempenho da gestão, uma vez que realça os custos e os proveitos gerados pela
actividade das empresas. Exemplo de um Demonstração de Resultados por Natureza
Quadro 15.

ANA ISABEL SOUSA 71


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

QUADRO 15: Demonstração de Resultados por Natureza


Código Exercícios
POC Descrição N N-1

Custos e Perdas
Custo da Mercadoria Vendida e das Matérias
61 Consumidas 420 158,00
62 Fornecimento de Serviços Externos 52,78
Custos com o Pessoal:
641+684 Remunerações 44 726,46
643 a 648 Encargos Sociais
66 Amortizações e Ajustamentos do Exercício 9 074,72
67 Provisões
63 Impostos
65 Outros custos e perdas operacionais 484,21
(A) 474 496,17
Amortizações e Ajustamentos de aplicações e
683 + 684 Investimentos Financeiros
68X Juros e custos similares 12 663,59
(C) 487 159,76
69 Custos e perdas Extraordinários 93 940,96
(E) 581 100,72
86 Imposto sobre o rendimento do exercício 9 463,96
(G) 590 564,68
88 Resultado Líquido do Exercício 3 047,38
TOTAL 595 612,06

Proveitos e Ganhos
71+72 Vendas e Prestações de Serviços 565 689,23
X Variação da Produção
75 Trabalhos para a própria empresa
74 Subsídios à exploração
77 Reversões de Amortizações e Ajustamentos
73+76 Outros proveitos e ganhos Operacionais 27 525,65
(B) 593 214,88
784 Rendimentos de Participações de Capital
Rendimentos de títulos negociáveis e outras
X aplicações Financeiras
X Outros juros e proveitos similares 382,83
(D) 593 597,71
79 Proveitos e ganhos extraordinários 14,35
(F) 593 612,06
TOTAL 593 612,06

Fonte: Elaboração Própria

ANA ISABEL SOUSA 72


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Conclusão
A realização deste estágio e consequente realização do relatório final relativamente às
actividades desenvolvidas foi importante.

Ao longo do estágio foi possível aplicar conhecimentos apreendidos durante o curso e


consolida-los, tornando-se uma mais-valia.

Com este Relatório concluímos que a contabilidade é muito importante para o bom
funcionamento e organização de uma empresa, nela se desvenda e baseia tudo o que são
dados e valores importantes para a gestão dessa mesma empresa.

Aprendi que os documentos contabilísticos são muito importantes, porque são a base
para a contabilidade, devendo ser tratados com toda a atenção, para que os documentos
sejam bem classificados e as respectivas obrigações fiscais inerentes sejam cumpridas.

Com algumas dificuldades encontradas neste percurso, tentei sempre ultrapassá-las com
a ajuda dos meus orientadores de estágio.

ANA ISABEL SOUSA 73


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Bibliografia

CAIADO, António; MADEIRA, Paulo (2004). Encerramento de Contas na perspectiva


contabilístico-fiscal, Áreas Editora.

GUIMARÃES, Joaquim (2007). A estrutura Conceptual da Contabilidade – do POC ao


SNC, Revista da CTOC, n.º 91, Outubro.

SANTOS, F.C., & Afonso, R. (2009). Código das Sociedades Comerciais e Legislação
Conexa. Coimbra Editora.

Sistema de Informação do Técnico Oficial de Contas (SITOC, 2010). Código do IRC.


CD de Janeiro de 2010, Edição Digilex.

Sistema de Informação do Técnico Oficial de Contas (SITOC, 2010). Código do IVA.


CD de Janeiro de 2010, Edição Digilex.

Sistema de Informação do Técnico Oficial de Contas (SITOC, 2010). Código do IRS.


CD de Janeiro de 2010, Edição Digilex.

Apontamentos dados em aulas de Contabilidade.

Sítios na Internet
 http://www.cnc.min-financas.pt/SNC_projecto/DL_SNC_articulado.pdf
 http://www.portaldaempresa.pt
 http://www.igf.min-financas.pt
 http://www.ccs-ti.com/newsletters/IVA%20-%2020100015%20-
%20Novo%20Modelo%20de%20Declaracao%20Recapitulativa%20do%20IVA.
pdf

ANA ISABEL SOUSA 74


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Índice de Anexos
Anexo 1…………………………………………………………………………………58

Anexo 2…………………………………………………………………………………60

Anexo 3…………………………………………………………………………………62

Anexo 4…………………………………………………………………………………64

Anexo 5…………………………………………………………………………………66

Anexo 6…………………………………………………………………………………68

Anexo 7…………………………………………………………………………………70

Anexo 8…………………………………………………………………………………62

Anexo 9…………………………………………………………………………………64

Anexo 10…………………………………….…………………………………………66

Anexo 11….……………………………………………………………………………68

ANA ISABEL SOUSA 75


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Anexos

ANA ISABEL SOUSA 76


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Anexo 1

Balancete Geral – Mês de Setembro

ANA ISABEL SOUSA 77


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Anexo 2

Primeira declaração periódica de IVA

ANA ISABEL SOUSA 78


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Anexo 3

Comprovativo de entrega da declaração

ANA ISABEL SOUSA 79


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Anexo 4

Nota de Crédito

ANA ISABEL SOUSA 80


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Anexo 5

Venda a Crédito de Mercadorias

ANA ISABEL SOUSA 81


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Anexo 6

Venda a dinheiro de mercadorias

ANA ISABEL SOUSA 82


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Anexo 7

Factura de Compra a Crédito

ANA ISABEL SOUSA 83


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Anexo 8

Factura / Recibo de combustível

ANA ISABEL SOUSA 84


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Anexo 9

Factura/Recibo da PT- Comunicações, S.A.

ANA ISABEL SOUSA 85


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Anexo 10

Factura/Recibo da EDP referente ao fornecimento de energia eléctrica

ANA ISABEL SOUSA 86


RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Anexo 11

Tabelas de Retenção na Fonte

ANA ISABEL SOUSA 87

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