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RA.

2- Classificar os stocks, compreendendo o objectivo e funções


da utilização de stocks
a) Identifica o objectivo da utilização de stocks, descrevendo as suas
funções e o impacto de um stock alto e baixo
Objectivo da utilização de stocks
➢ Melhorar o serviço aos clientes;
➢ Proteção contra mudanças de preços;
➢ Proteção contra contingências;
➢ Proteção contra incertezas na demanda e lead time
➢ Manter a independência das operações Se gerirmos de forma eficiente as nossas operações não
estamos dependentes das operações;
➢ Encontrar variações na procura dos produtos;
➢ Permitir flexibilidade no planeamento da produção;
➢ Fornecer uma salvaguarda para variações do tempo de entrega das matérias-primas;
➢ Tirar vantagem de possíveis descontos de quantidade,

Conceito De Estoque
Em poucas palavras, estoque é o acúmulo de recursos materiais que visam viabilizar as operações da
empresa. Ou seja, no estoque, são guardados produtos acabados ou matéria prima e insumos para a fabricação
dos produtos de maneira a não afetar o atendimento e a distribuição aos clientes.

“Entende-se por estoque quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados, de forma
improdutiva, por algum intervalo de tempo; constituem estoques tantos os produtos acabados que aguardam
a venda ou despacho, como matérias-primas e componentes que aguardam utilização na produção”
(MOREIRA, 2008, p. 447).

Pode-se definir ainda estoque como a acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de
transformação. Algumas vezes também é usado para descrever qualquer recurso armazenado.

Em geral, estoque existe para compensar possíveis diferenças entre o oferta e a demanda, isso significa que,
em geral, é impossível que um produto ou serviço seja realizado imediatamente sem que seja necessário o
estoque de algum item.

Sintetizando a resposta, o estoque existe para viabilizar as operações comerciais de maneira


a garantir a satisfação de seus clientes e o melhor custo benefício possível para a empresa.

A existência de stocks deve-se ao facto de não haver um ajuste perfeito entre a procura e a oferta.
Por várias razões e frequentemente, a oferta e a procura diferem, respectivamente, nas quantidades
de stock fornecido e encomendado. Essas razões podem ser explicadas através de quatro factores:
tempo, descontinuidade, incerteza e economia.
O factor tempo está relacionado com o longo processo de produção e distribuição necessário antes
de um produto chegar ao consumidor final.
O factor descontinuidade permite o tratamento de várias operações dependentes (retalho,
distribuição, armazenagem, manufactura e aquisição) de uma forma independente e económica. A
existência de stocks torna desnecessário que se ligue directamente a produção ao consumo ou que
se force o consumo a adaptar-se às necessidades de produção.
O factor incerteza refere-se aos eventos imprevisíveis que interferem nos planos iniciais de uma
organização. Este factor inclui erros nas estimativas da procura; variações nos rendimentos da
produção; avarias nos equipamentos, greves, acções da natureza, atrasos na expedição e mudanças
climatéricas bruscas. Quando há stock disponível, a empresa encontra-se a salvo de casos como estes,
que não foram planeados, nem previstos.
O factor economia permite que uma organização beneficie de alternativas de redução de custos, tais
como a compra/produção de artigos em quantidades económicas. Uma das formas de reduzir os
custos de um modo significantivo é a compra de grandes quantidades, com descontos de quantidade.
Funções dos stocks
Os stocks são parte integrante de um fluxo de materiais, os stocks têm um papel a desempenhar na
gestão da produção. Eliminar ou reduzir stocks sem ter em conta as funções que desempenham pode
causar mais prejuízo que beneficio.
Eis algumas funções dos stocks:
Função serviço (ou função comercial)
o Os stocks asseguraram uma entrega imediata. Resultam de uma diferença entre o prazo de
entrega e o prazo de produção (lead time). Os stocks materializam uma antecipação de uma
encomenda incerta.
Função de regulação da capacidade
o Os stocks servem para compensar desequilíbrios previsíveis entre a carga de trabalho e a
capacidade, por exemplo servem para regular problemas de sazonalidade e picos de trabalho.
Função de circulação
o Os stocks servem para nivelar e sincronizar os fluxos de produção.

o “Just-in-Case” – para proteger contra imprevistos tais como produtos defeituosos e


máquinas que avariam. São stocks tampão que constituímos para que o fluxo de
produção não se quebre.
o Qualitativo – para absorver as diferenças entre as sequências de produção. Reflete as
diferenças instantâneas entre as referências que estão em produção e as referências
procuradas.
o Quantitativo – para absorver o tamanho do lote.
o Precisamos de 40 peças mas o posto anterior fabrica em lotes de 100 peças.
o Enquanto uma peça está a ser processada as restantes do lote estão à espera,
ou seja são stock em curso.
o Para fazer face a diferentes tempos de operação. Duas operações em que a
primeira produz a 100 /hora e a segunda produz 10 /hora criam um stock
intermédio.
o Dissociação temporal – porque o plano de produção antecipa a produção para
aproveitar uma capacidade momentânea de um posto de trabalho.
Função tecnológica – Porque a tecnologia obriga
o À espera no forno que só começa a trabalhar quando estiver completamente carregado, ou a
secar na estufa
o A envelhecer (vinho).
Função especulação
o Porque suspeitamos que os preços vão subir compramos por antecipação.

o Para aproveitarmos descontos de quantidade por parte dos fornecedores.


Função ocupação dos colaboradores
o Porque não temos encomendas e queremos manter os colaboradores a trabalhar.

Impacto dos stocks altos e baixos


Stock alto
➢ Maior propabilidade de atender bem os clientes;
➢ Certeza de alto custo para manter o estoque.
Stock baixo
➢ Incerteza em atender os clientes;
➢ Custo muito baixo com os estoques

b) Utiliza diversos critérios de classificação dos stocks


A gestão de estoque é crucial para empresas de qualquer ramo de actividade. As razões para isso são
várias, tais como corte de gastos e desperdícios com materiais ultrapassados, ou mesmo para uma
melhor satisfação e bem-estar dos seus clientes.

Estoques segundo o planeamento


O estoque é definido como cer ta quantidade de matéria-prima ou produto acabado que ainda não
foi consumido ou comprado/entregue ao cliente da organização. O estoque reflete um desequilíbrio
entre oferta e demanda que pode gerar três situações:
➢ Estoque intencional,
➢ Estoque ocasionado por ausência de planejamento e
➢ Estoque ocasionado por falha de planejamento.

A formação de estoque de forma intencional, entre outros, ocorre quando a organização visa obter
vantagem, como a redução de custo de aquisição ou como a redução de custo de transporte, com a
compra de um volume maior de produtos para suprir sua necessidade de matéria-prima. Na produção
de produtos acabados, é possível ocorrer situações em que o lote ótimo de produção gera uma
redução significativa do custo de produção que justifica o custo do estoque.

No caso de estoque ocasionado por ausência de planejamento, não existem desculpas para a área
de logística da organização. É inconcebível admitir a hipótese de tratar da questão de estoque sem
planejamento. Nesse caso, devemos repensar toda a estrutura da equipe de logística e da alta direção
da organização, visando implantar urgentemente o planejamento de estoque e de logística da
organização.

Se houve falha no planejamento de estoque, a equipe deve ser responsabilizada e orientada a


imediatamente desenvolver ações para que os erros não mais se repitam. Podemos admitir três
razões para essa situação:
➢ Variações de demanda não previstas,
➢ Problemas no sistema de transporte não previstos e;
➢ Erro técnico do próprio planejamento.

Conforme o produto e seu mercado, as demandas podem variar substancialmente. No entanto,


existem ferramentas de marketing muito eficazes que permitem uma previsão de demanda com
faixas de variação bem pequenas e que devem ser usadas para amenizar esses erros. Essa falha reflete
a falta de capacitação da equipe de Gestão de Estoque, seja no mercado em que estão atuando, seja
na falta de capacitação para o uso de ferramentas moder nas de marketing. No caso de produtos, há
diversas ferramentas para auxiliar o analista de logística.
Estoques segundo a composição
O estoque de matéria-prima diz respeito aos produtos que serão insumos para a produção dos
produtos finais. Assim, a organização tem as matérias-primas, as peças e as embalagens que serão
usadas no processo produtivo.

Os estoques em processo de produção (work in progress), ocorrem em indústrias que possuem sua
linha de produção em série, na qual uma célula produz um produto semiacabado que entra na
produção da segunda célula e assim por diante. Esses produtos semiacabados são denominados de
estoques em processo de produção.

O estoque de produtos acabados refere-se ao produto final da produção de uma organização. Nem
sempre o volume produzido está totalmente vendido, gerando, assim, um estoque de produtos
acabados. O estoque de peças de reposição pode ser visto como a necessidade de as organizações
manterem estoque mínimo de peças de reposição para as suas máquinas a fim de se evitar paradas
de produção.

Estoques segundo o papel que eles exercem na organização.


O estoque de trabalho refere-se ao que está disponível nos depósitos de distribuição para atender à
demanda real que a organização possui e tem de entregar para os seus consumidores.

O estoque de ciclo de produção refere-se ao estoque necessário de suprimentos para atender à


demanda de produção em razão do lote de produção e do volume de produção que a organização
está trabalhando.

O estoque no canal de distribuição (estoque em trânsito ou de produtos) refere-se aos produtos


acabados ou em curso de fabrico que estão em trânsito para serem entregues aos clientes,
estacionados em um armazém ou circulando dentro de um veículo de transporte. Também pode ser
para compensar o tempo que o material leva a chegar como matéria-prima, a percorrer o processo
de produção e que leva a entregar o produto acabado. Externamente, este stock encontra-se
em camiões, navios e carruagens ou em oleodutos. Internamente, este stock encontra-se a ser
processado ou a ser movimentado entre centros de trabalho.

Os Estoques de Segurança (ESs) podem ocorrer para suprimentos ou para produtos acabados. No
suprimento, normalmente, o Estoque de Segurança (ES) é gerado em razão das incertezas do tempo
de entrega dos produtos adquiridos. Essa incerteza pode ser causada por um for necedor que não
seja muito confiável ou por um sistema de transpor te pouco confiável.

Stock corrente (também conhecido como stock cíclico ou do tamanho do lote) é o stock adquirido e
mantido em antecipação às necessidades para que as encomendas possam ser feitas em lotes. O
dimensionamento dos lotes é feito de modo a reduzir os custos de encomenda e de posse, obter
descontos de quantidade ou beneficiar de tarifas de transporte mais baixas. Na generalidade,
o stock corrente de uma organização é constituído pela quantidade média de stock resultante dos
tamanhos dos lotes.

Stock de segurança (também denominado de stock tampão ou de flutuação) é o stock mantido em


reserva para fazer face às incertezas da oferta e da procura. O stock de segurança é a média das
existências durante os ciclos de reposição de modo a evitar a ruptura do stock.

O estoque de especulação é gerado com vistas ao aumento do preço de mercado do produto em um


horizonte estabelecido para especulação.
O estoque para sazonalidade pode ser definido como o estoque gerado durante o período de baixa
demanda para ser consumido no período de alta demanda. Dessa forma, as organizações podem ser
dimensionadas para níveis de produção menores e podem manter o quadro de pessoal estável. Por
exemplo, a produção de ovos de páscoa, que inicia em agosto/setembro de um ano e gera estoques
para serem consumidos no mês de março ou abril do ano seguinte, período da páscoa.

O pavor de toda organização e de toda área de logística é ter estoque obsoleto, ou morto. Esse tipo
de estoque é considerado perdido, em razão de o produto ter sido roubado, deteriorado ou saído de
produção por não conseguir mais colocação no mercado.

Claramente, existem diversos tipos de stocks com o objectivo de servirem variados propósitos. Não
podem ser geridos exactamente da mesma forma, mas devem ser geridos para desempenharem as
suas funções específicas

c) Distingue stock real de stock teórico, stock obsoleto de stock activo,


stock máximo de stock de segurança, descrevendo cada um deles.
Distinção entre o stock real do sock teórico
É comum que as empresas se deparem com menos lucros do que os esperados, face ao stock em
inventário. Seja fruto de furto externo, interno ou de erros de gestão, a perda desconhecida na cadeia
de abastecimento tem forte impacto nas finanças das empresas.
Identificar as fontes de risco e as causas das quebras de stocks, é fundamental e constitui informação
imprescindível para a boa gestão de qualquer empresa.
Para medir o alcance da quebra desconhecida, há que calcular a diferença de inventário, ou seja o
diferencial entre o inventário teórico (realizado contabilisticamente) e o real (contagem fisica), sendo
possível utilizar as seguintes fórmulas:
1. Stock inicial – saídas de produtos + entradas de produto = Stock teórico
2. Stock teórico – stock real = Diferença de inventário
Distinção entre estoque obsoleto e estoque activo
Estoque obsoleto é o estoque sem demanda futura, porém, ainda assim, mantido pela organização. Em âmbito
contábil, significa o estoque mais antigo sem possibilidade real de uso, não possuinte de realização correta e
que demanda uma provisão para a concretização do fato de ser obsoleto, de forma que o valor contábil dos
estoques seja trazido a efetivo valor de realização.

Estoque activo são as matérias-primas trabalhadas no processo produtivo ou em estado de conservação


óptimo para venda e/ou os materiais finalizados (produtos acabados) que serão usados ou vendidos dentro de
um período estabelecido.

Distinção entre estoque mínimo, médio e máximo


O Estoque Mínimo (também conhecido como Estoque de Segurança) é a quantidade mínima de mercadoria
ou matéria-prima que a empresa deve manter em estoque. É uma reserva de produtos que é mantida para
casos excepcionais de demanda. Se em algum mês tiver alguma demanda acima do esperado, é possível utilizar
algumas unidades do estoque mínimo enquanto o Pedido de Compra está em trânsito.

É importante que o Estoque Mínimo não seja o gatilho para a compra de produtos. Para isso existe outro
conceito conhecido como Ponto de Pedido que será abordado em outro momento

O Estoque Mínimo protege nosso estoque do ponto de ruptura ou de zerar o estoque da mercadoria. Dessa
forma, preparamos o estoque para as necessidades inesperadas dos clientes.

Para se obter o estoque mínimo, deve-se utilizar duas fórmulas:


• Estoque mínimo = consumo médio diário x tempo de reposição;.
• Consumo médio diário= consumo das mercadorias em um determinado período / dias deste período;

O consumo médio diário é muito simples de ser calculado mas, para isso, você precisa ter o registro das vendas
realizadas pela empresa. Com este registro em mãos basta dividir quantidade de produtos vendidos no último
mês, por exemplo, pela quantidade de dias. Este resultado será o seu consumo médio diário do produto.

Caso o valor seja negativo não tem problema, isso apenas quer dizer que você vende, em média, menos do que
uma unidade do produto por dia.

Agora, para ficar mais claro, veja um exemplo muito prático:


Vamos supor que um determinado produto obteve um consumo de 120 unidades em um mês. Logo, seu
consumo médio diário será de 4 unidades (120 / 30 dias). Se o tempo de reposição desta mercadoria em
questão for de 15 dias, o estoque mínimo será de 60 unidades, número obtido através da multiplicação do
consumo médio diário (4 unidades) pelo tempo de reposição (15 dias).

Isso quer dizer que ao chegar em 60 unidades é o momento de solicitar uma nova compra do fornecedor, e
não deverá ter problemas com a falta de produtos em estoque até que as novas unidades das mercadorias
cheguem na sua empresa.

Além desta quantidade, ainda é possível estabelecer uma margem adicional de segurança, para evitar qualquer
possibilidade de ruptura de estoque, que nada mais é do que a falta de itens. Se essa margem de segurança
for de 15%, a quantidade adicional armazenada será de 9 unidades (60 + 15%).

Um aviso importante sobre o estoque mínimo é que ele deve ser calculado de maneira diferente em datas
comemorativas ou sazonalidades que o seu negócio pode enfrentar. Se feriados como natal, ano novo e
carnaval influenciam, para mais ou para menos, na sua quantidade de vendas, esteja atento antes de repetir
este processo perto dessa época.
Estoque médio é a média contabilizada dos estoques no final de cada período dividido pelo número de período
contabilizado. Esse período pode ser diário, semanal, mensal e anual. Mas para efeito de gestão, sugiro que
essa seja feito mensalmente.

Fórmula: Em= estoque do período/quantidade de período

A frequência da apuração do estoque médio deve ser de acordo com cada negócio, ou seja, se trabalhamos
com produtos perecíveis, produtos que ficam obsoletos rapidamente (tecnologia) devem ser feito esse
controle com mais frequência dos que tem uma vida útil mais longa ou não são perecíveis como plástico, vidro
e outros.

EXEMPLO:
Considerando o controle de estoque, qual é o estoque médio do período?
MÊS VENDA COMPRAS SALDO

1 1000 3000

2 1200 1800

3 1300 3000 3500

4 1400 2100

5 1500 600

6 1200 4000 3400

7 1000 2400

8 1100 1300

9 1000 3000 3300

10 1100 2200

11 1000 1200

12 1000 200

RESPOSTA:
EM=ESTOQUE DO PERÍODO/QUANTIDADE DE PERÍODO
EM=(3000+1800+3500+2100+600+3400+2400+1300+3300+2200+1200+200)/12=
EM= 2083.

Estoque máximo é a quantidade máxima de uma mercadoria ou matéria-prima que a empresa deve
estocar. O estoque máximo serve para delimitar a quantidade máxima do estoque. Grande parte dos
empresários pode não se preocupar com o estoque máximo, mas conhecendo esse indicador, podemos evitar
alguns problemas. Como por exemplo: espaço físico, produtos perecíveis, custo do estoque parado ou
produtos com cuidados especiais.

o estoque máximo evita a compra de produtos em excesso, que podem vir a estragar ou simplesmente ficarem
sem saída no estoque. Portanto, o estoque máximo é essencial para evitar desperdício de recursos da sua
empresa.

Para calcular o estoque máximo, basta somar o estoque mínimo com o maior lote de compra do produto.

Essa fórmula ficaria assim: Estoque Máximo = Estoque mínimo + Lote de Reposição

Supondo que sejam comprados 45 unidades de reposição e utilizando o valor de estoque mínimo citado no
exemplo anterior (60), o valor do estoque máximo seria de 105 unidades (60 + 45). Utilizando indicadores como
o estoque mínimo e o estoque máximo no processo de controle de estoque em sua empresa, você certamente
não terá problemas com falta ou excedente de produtos e conseguirá realizar essa gestão de uma forma
totalmente equilibrada.

Entretanto, deve-se ressaltar que o estoque máximo pode variar de acordo com o custo de aquisição de um
determinado produto e é claro, da capacidade de sua empresa armazenar determinada quantidade de estoque.

d) Utiliza a ferramenta da Curva ABC, para classificação dos stocks


Para se administrar uma empresa, existe um ponto crucial que separam os “bons empreendedores”
de “aventureiros”: ter excelência na gestão do controle do fluxo de caixa. Ou seja, gerar caixa positivo
no final do mês, em vez de ficar no vermelho.

A receita é simples: obter o maior prazo de pagamento possível com seus fornecedores; receber o
quanto antes do seu cliente, de preferência antecipado ou com um prazo menor com o qual você
paga para o seu fornecedor; e principalmente empregar o menor capital possível em
estoque (matéria prima + produto acabado) com um bom nível de serviço prestado ao seu cliente.
Para se obter um bom resultado dessa receita, é preciso conhecer algumas ferramentas que podem
auxiliar o empreendedor a fechar essa conta no positivo, principalmente quando se trata de gestão
de estoque.

A meta é investir estritamente o necessário em estoque.


Muito estoque pode fazer com que o seu dinheiro fique parado quando você poderia estar investindo
em um banco. Já pouco estoque pode acarretar em uma perda de venda, gerando menos receita por
falta de estoque, além de abrir uma oportunidade de entrada para a sua concorrência no mercado.
Para evitar isso, o seu administrador pode utilizar o conceito de curva ABC para gestão do estoque
de produto acabado e de matéria prima.

A curva ABC é um método de classificação de informações para que se separem os itens de maior
importância ou impacto, os quais são normalmente em menor número. (Carvalho, 2002, p. 226). Os
itens são classificados como (Carvalho, 2002, p. 227):
• de Classe A: de maior importância, valor ou quantidade, correspondendo a 20% do total –
podem ser itens do estoque com uma demanda de 65% num dado período;
• de Classe B: com importância, quantidade ou valor intermediário, correspondendo a 30% do
total – podem ser itens do estoque com uma demanda de 25% num dado período;
• de Classe C: de menor importância, valor ou quantidade, correspondendo a 50% do total –
podem ser itens do estoque com uma demanda de 10% num dado período.

Os números citados acima podem variar de negócio para negócio, portanto não é uma regra fixa e
sim um parâmetro para nortear o seu trabalho.

Existem outros nomes para curva ABC como 80-20, uma das teorias econômicas escritas por Vilfredo
Pareto que classifica o estoque em forma de Pareto , ou seja, de maior importância econômica para
a menor, onde 80% do capital empregado em estoque está em 20% dos itens.

Essa conta matemática tende a ser mais precisa quando levamos a análise um pouco mais no detalhe.
Além do fator econômico e sua correlação com a quantidade de itens, posso citar outros dois fatores
que impactam diretamente na sua estratégia de investir o estritamente o necessário em estoque:
Giro/Frequência de consumo desse item em estoque e a exposição ao risco, atrelado a concentração
do faturamento do item em poucos clientes ou a dependência de fornecedores.
Para não gerarmos dúvida no entendimento do conceito, vou exemplificar um estudo de caso
“Fictício” de análise da curva ABC, voltada à classificação de estoque:
Aplicação e Montagem da Curva ABC

Para ilustrar as etapas de confecção da curva ABC, apresentar-se-á um caso simplificado de apenas
15 itens sendo que todos os valores utilizados são fictícios.

Esse procedimento pode ser utilizado para qualquer volume de itens. Na tabela 1 há coleta dos dados
(preço unitário x consumo anual).

Nessa etapa é necessário relacionar todos os itens que formaram o estoque no período determinado.

Para cada item registra-se o valor unitário, o consumo no período determinado. Com esses valores
em mãos será possível calcular o valor do consumo do período sendo que este é o produto da
quantidade consumida pelo valor unitário de cada item. terminado. Para cada item registra-se o valor
unitário, o consumo no período determinado. Com esses valores em mãos será possível calcular o
valor do consumo do período sendo que este é o produto da quantidade consumida pelo valor
unitário de cada item.

Exercicio 01 -

Itens Consumo Custo (unidades) Valor do consumo


(unidades/ano) ($/Ano)
1010 450 2,35 1.057,50
1020 23.590 0,45 10.615,50
1030 12.025 2,05 24.651,25
1045 670 3,60 2.412,00
1060 25 150,00 3.750,00
2015 6.540 0,80 5.232,00
2035 2.460 12,00 29.520,00
2050 3.480 2,60 9.048,00
3010 1.250 0,08 100,00
3025 4.020 0,50 2.010,00
3055 1.890 2,75 5.197,50
5050 680 3,90 2.652,00
5070 345 6,80 2.346,00
6070 9.870 0,75 7.402,50
7080 5.680 0,35 1.988,00
Total 72.975 188,98 107.982,25
Tabela 1: Cálculo do valor monetário consumido no período

Na tabela 2 há ordenação dos dados (ordem decrescente segundo diagrama de Pareto). Nessa etapa,
ordenam-se todos os itens, calcula-se o percentual distribuído e o percentual acumulado.
Tabela 2: Curva ABC

Itens Valor Percentual de Percentual de Ordenação


Consumido Consumo Consumo
Acumulado
2035 29.520,00 27,34 27,34 1
1030 24.651,25 22,83 50,17 2
1020 10.615,50 9,83 60,00 3
2050 9.048,00 8,38 68,38 4
6070 7.402,50 6,86 75,23 5
2015 5.232,00 4,85 80,08 6
3055 5.197,50 4,81 84,89 7
1060 3.750,00 3,47 88,36 8
5050 2.652,00 2,46 90,82 9
1045 2.412,00 2,23 93,05 10
5070 2.346,00 2,17 95,23 11
3025 2.010,00 1,86 97,09 12
7080 1.988,00 1,84 98,93 13
1010 1.057,50 0,98 99,91 14
3010 100,00 0,09 100,00 15
Total 107.982,25 100,00 - -

Com os dados ordenados pode-se construir a curva ABC, que é formada em um eixo cartesiano onde
na abscissa são registrados os números de itens do estoque, e nas ordenadas, são registrados as
somas dos valores de consumo acumulado.

Figura 1: Modelo Curva ABC

A curva dessa forma construída é subdividida nas três classes A, B e C. Segundo Dias (1993), para se
definir as classes deve-se adotar os critérios abaixo:

a) classe A: 20% dos itens;


b) classe B: 30% dos itens;

c) classe C: 50% dos itens.

Portanto, através da curva ABC, é possível identificar qual tratamento deve ser dado a cada classe de
itens. Os itens B e C necessitam de um tratamento diferenciado, pois representam os materiais com
o maior consumo, porém não são parte do maior percentual de investimento ou faturamento da
empresa, possivelmente, ao se tratar esses itens deve-se levar em consideração que o custo desse
tratamento pode não ser válido já que eles não representam um valor alto de investimento, já os itens
da classe A, representam o maior percentual de investimento ou faturamento da empresa, sendo
válido a empresa investir em análises mais sofisticadas para gerenciar esses itens, pois é onde se
concentram materiais de baixo consumo no estoque, porém que necessitam de maior investimento
para mantê-los. Seguindo a ordenação dos itens proporcionalmente a suas respectivas classes, é
possível determinar o grau de importância de cada item e determinar como serão efetuadas as
reposições.

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