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ÍNDICE

I. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 3

II. REGIMES DE FABRICO..................................................................................................... 4

2.1 Caracterização do Processo de Transformação ................................................................. 4

2.2 Regimes de Fabrico ........................................................................................................... 5

III. APURAMENTO DO CUSTO DE PRODUÇÃO ............................................................. 6

3.1 Método Directo ou de Custos Específicos ........................................................................ 6

3.2 Método Indirecto ou Custo por Processos......................................................................... 7

3.3 Método Misto .................................................................................................................... 8

IV. VALORIMETRIA DOS PRODUTOS EM VIA DE FABRICO ...................................... 8

4.1 Método das Unidades Equivalentes .................................................................................. 8

V. PRODUÇÃO CONJUNTA ................................................................................................. 10

5.1 Repartição dos custos conjuntos – critérios .................................................................... 10

5.2 Valorização dos Subprodutos .......................................................................................... 11

5.3 Utilidade da informação obtida na repartição dos custos conjuntos ............................... 12

5.4 Limitações da informação obtida na repartição dos custos conjuntos ............................ 12

VI. PRODUÇÃO DEFEITUOSA ......................................................................................... 12

VII. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 13

VIII. BIBLIOGRAFIA............................................................................................................. 14

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I. INTRODUÇÃO

O ciclo de fabrico característico das empresas industriais abrange as seguintes fases:


- Compra de matérias-primas e serviços;
- Transformação das matérias-primas em produtos acabados;
- Venda de produtos acabados.
A duração deste ciclo depende de vários factores. Tais como: rotação das “stocks”,
tempo gasto nas diferentes fases de fabrico, prazos de pagamento das compras, prazos
de recebimento das vendas, entre outros.
Com isso, o grupo traz esta problemática, pretendendo apresentar os aspectos inerentes
ao processo de fabricação dos produtos em empresas indústrias.

Objectivos gerais

Fazer um estudo dos métodos e procedimentos usados nas empresas industriais na


produção, observar como são imputados os diversos factores de produção (matérias-
primas, mão-de-obra directa, gastos gerais de fabrico) tendo em conta cada critério de
valorização.

Objectivos específicos

 Estudar processo de transformação das matérias-primas;


 Os regimes de fabrico adoptados pelas indústrias;
 Como as mesmas, apuram os custos que advêm do processo de fabricação;
 Apresentar os critérios de contabilização e valorização da produção.

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II. REGIMES DE FABRICO

2.1 Caracterização do Processo de Transformação


A transformação das matérias pode exigir um número maior ou menor de operações,
e desenvolver-se num só centro de actividade ou distribuir-se por diversos serviços ou
departamentos fabris.

Quanto ao número de produtos que se podem obter, a fabricação pode ser:

- Uniforme - a empresa fabrica um único produto;


- Múltipla - a empresa fabrica diversos produtos.

Por sua vez, a fabricação múltipla pode ser:

- Conjunta - a partir da mesma transformação de uma matéria-prima ou um conjunto de


matérias, obtêm-se simultaneamente diversos produtos. Ex: na refinação de petróleo
obtém-se a gasolina, o gasóleo, óleos, etc.
- Disjunta - os diversos produtos obtêm-se em operações de transformação
absolutamente distintas. Ex: fabrico de móveis, conservas de carne e peixe, etc.

Quanto ao tipo de laboração ou processo, a fabricação pode ser:

- Contínua ou ininterrupta - a produção em curso apresenta-se, em qualquer


momento, nas diversas fases de transformação (refinação do petróleo, fabrico de
cimento, etc.);
- Descontínua - é o caso contrário do acima mencionado (fabrico de moveis, tipografia,
etc.).

No que respeita ao número de operações, a fabricação pode ser:

- Simples - verifica-se uma só operação de transformação;


- Complexa - verificam-se várias operações de transformação.

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A fabricação complexa pode ser:

- Linear - quando existem linhas de produção;


- Composta - consiste em laborar separadamente vários componentes que por
combinações sucessivas dão finalmente um produto (fabricação de automóveis);

Por sua vez, a fabricação composta pode ser:

- Convergente - diversas operações para obter um único produto;


- Divergente - diversas operações para obter diversos produtos.

2.2 Regimes de Fabrico


Os regimes de fabrico que mais frequentemente surgem resultam da combinação
daqueles regimes ou sejam:

a) Fabricação contínua de um só produto


Aqui há sempre uma matéria-prima, uma operação de transformação e um só
produto.
Temos como exemplo, o fabrico do gelo e a produção de vapor por um
departamento auxiliar.

b) Fabricação de produtos diferentes do ponto de vista da qualidade


Neste regime, ou diferem as matérias-primas utilizadas ou diferem as técnicas de
fabrico ou diferem ambas.
É o caso do fabrico de medalhas (de prata, ouro e bronze) e de conservas (de frutas e
de legumes).

c) Fabricação por fases


Este regime caracteriza-se por as matérias-primas passarem por diferentes estágios
sucessivos antes de atingirem a forma de produtos acabados.
Por exemplo, o fabrico de tijolos passa por três fases: preparação do barro,
moldagem, secagem e cozedura.

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d) Fabricação por tarefas (ou encomenda)
O fabrico desenvolve-se de forma que um produto é perfeitamente distinguível dos
restantes durante o ciclo de fabrico, possibilitando que se individualizem determinados
gastos que lhe respeitam (fabricação de moveis de estilo, fabricação de máquinas,
construção de prédios, etc.).

e) Fabricação em série
Neste regime, a produção realiza-se de modo contínuo, mas decompõe-se em
diversas partes ou séries que, do ponto de vista contabilístico, se consideram autónomas
umas das outras. Aqui existem características da fabricação por encomenda, em
simultâneo com os referentes a fabricação contínua.
Vejam-se, a título de exemplo, determinadas industrias que fabricam diversas
componentes para a indústria automóvel.

III. APURAMENTO DO CUSTO DE PRODUÇÃO

A organização do processo de fabrico condiciona a forma de apuramento do custo


de produção.
No apuramento do custo dos produtos podem distinguir-se os seguintes métodos:
a) Empresa com produção variável com produtos distinguíveis uns dos outros 1 – é
o método directo ou de custos por ordens de produção.
b) Empresa com produção contínua ou ininterrupta, número restrito de produtos
mas grandes quantidades – é o método indirecto ou dos custos por processos.
c) Empresa com método indirecto até certa fase e que depois segue o método
directo – é o método misto.

3.1 Método Directo ou de Custos Específicos


Aplica-se a empresas de produção diversificada, descontínua, em cujo processo de
fabrico, cada um dos produtos ou lote de produtos é perfeitamente distinguível dos
restantes – é possível imputar directamente a cada um deles os respectivos custos.
O fabrico por encomenda é um caso particular deste método.

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Fabricação múltipla – disjunta.
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Este sistema permite:
• Controlar os resultados,
• Ajustar os orçamentos futuros,
• Controlar a eficiência dos diversos departamentos.

Inconvenientes do sistema:
• Custos administrativos elevados,
• Precária utilização dos elementos no futuro.

Funcionamento deste sistema:


• Os custos são apurados por “ordens de produção”, “ordens de fabrico”, “lotes”,
…,
• É atribuído um número à ordem de produção e preparada a “ficha de custo”,
• Após conclusão dos trabalhos – somam-se os custos e divide-se o total pelo
número de unidades,
• O valor obtido é transferido para a conta “Produção”.

3.2 Método Indirecto ou Custo por Processos


Aplica-se a empresas onde a produção se desenrola de forma contínua e ininterrupta
ou por séries de produtos homogéneos – o custo industrial dos produtos é feito pelo
método indirecto ou do custo por processos.
Também é designado por método da produção mensal.
As MP vão-se consumindo e transformando ao longo do mês por ordens de
fabricação. Aguarda-se o fim do mês para se conhecerem os custos.
Funcionamento deste sistema:
• As matérias-primas MP e os custos de transformação CT são acumulados
mensalmente pelas fases em que interessa apurar o custo dos produtos,
• Apuradas as quantidades fabricadas e a produção em via de fabrico PVF (inicial
e final) determina-se o custo médio das unidades acabadas em cada fase (podem
constituir MP da fase seguinte).

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3.3 Método Misto
Em empresas que até certa fase do processo de fabrico, têm um regime de produção
contínua, e, nas fases seguintes, individualizam os custos de fabricação – aplica-se o
método indirecto seguido do método directo.

IV. VALORIMETRIA DOS PRODUTOS EM VIA DE FABRICO

O saldo devedor da conta Produção no final de cada mês representa o valor atribuído
à produção que está por acabar, ou seja, a produção em via de fabrico.
PVFi + MP + MOD + GGF = PA+ PVFf
ou seja,
PA = MP + MOD + GGF + (PVFi – PVFf)
Conhecer a quantidade em via de fabrico e o respectivo grau de acabamento nem
sempre é tarefa simples.

4.1 Método das Unidades Equivalentes


Consiste em determinar qual a relação (em %) entre os custos já imputados para ter
os produtos no estágio em que se encontram e os custos que é necessário suportar para
os ter completamente acabados.
A produção em curso de fabrico é reduzida a unidades de produto acabado, sendo a
unidade de produto acabado a unidade equivalente.
Para calcularmos o custo das entradas em Armazém de produtos acabados temos de
calcular o que efectivamente se produziu em termos dos três componentes do custo
industrial. Temos, pois, de calcular o valor da Produção do Mês (PM) que vai para o
armazém ou fica em via de fabrico no final do mês.
PVFi + PM = PA + PCFf
ou seja,
PM = PA + PCFf – PCFi

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Além do cálculo da quantidade de Produção em Via de Fabrico outra questão se
coloca:
 Qual o critério valorimétrico a adoptar na valorização dos Produtos em via de
fabrico (PVF) e dos Produtos acabados (PA)?
- Vamos estudar três critérios: FIFO 2, LIFO 3 e Custo Médio.

a) FIFO
Neste critério, as primeiras unidades a serem acabadas e a darem entrada no
Armazém de produtos acabados são as que se encontram em via de fabrico no início do
período (PVFi).
Logo, a produção em via de fabrico final (PVFf) é valorizada ao custo das unidades
equivalentes relativas à produção mensal (PM) do período.
O valor da produção acabada (PA) é obtido subtraindo ao somatório do saldo inicial
da conta produção (PVFi) e dos consumos do mês (MP + MOD + GGF) o valor da
produção em via de fabrico final (PVFf).

b) LIFO
Aqui, as primeiras unidades da produção acabada são as últimas a entrar na
fabricação.
Isto é, começamos por valorizar a produção acabada (PA) ao custo das unidades
equivalentes relativas à produção mensal (PM) do período.
O valor da produção em via no final do período (PVFf) é obtido subtraindo ao
somatório do saldo inicial da conta produção (PVFi) e dos consumos do mês (MP +
MOD + GGF) o valor da produção acabada (PA).

c) Custo Médio
Neste critério os Produtos Acabados (PA) e as existências finais de produtos em via
de fabrico (PVFf) são valorizados ao custo médio de cada unidade equivalente.
O custo médio calcula-se dividindo o somatório do saldo inicial da conta produção
(PVFi) e dos consumos do mês (MP + MOD + GGF) pelo somatório das unidades
equivalentes.

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Fist In, First Out.
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Last In, First Out.
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V. PRODUÇÃO CONJUNTA

Uma empresa labora em produção conjunta quando a fabricação de um produto


implica necessariamente a fabricação de outros produtos, ou seja, dum mesmo processo
produtivo resultam obrigatoriamente dois ou mais produtos.
Na produção disjunta a fabricação de cada produto é independente da fabricação
de qualquer outro produto.
Produtos Conjuntos – são os produtos obtidos num processo de produção conjunta.
Estes produtos podem obter-se em proporções fixas ou em proporções variáveis.
- Proporções fixas – quando a proporção entre a matéria-prima e os produtos obtidos é
estável;
- Proporções variáveis – quando a matéria-prima apresenta rendimentos diferenciados.
Produto Principal – produto (ou produtos) de valor superior obtido num processo
de produção conjunta. Se num mesmo processo obtemos dois ou mais produtos
principais eles têm o nome de CO-PRODUTOS.
Os produtos de valor comercial inferior obtidos são designados de Subprodutos.
Os subprodutos sem valor comercial chamam-se Resíduos.
Os custos conjuntos são os custos inerentes ao processo produtivo de produção
conjunta, do qual resultam dois ou mais produtos, e que até determinada fase da
fabricação – ponto de separação – não se podem identificar como produtos distintos.
Determinados produtos obtidos (semi-produtos) podem ainda necessitar de
operações de transformação antes de atingirem a forma de produtos acabados.
A valorização dos produtos conjuntos passa pela repartição dos custos conjuntos ou
comuns.

5.1 Repartição dos custos conjuntos – critérios


a) Custo unitário médio
Por este critério os custos conjuntos são repartidos em função das quantidades
produzidas.
O custo unitário obtém-se dividindo o total dos custos conjuntos pela quantidade
produzida.

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b) Média ponderada
Trata-se de um aperfeiçoamento do método anterior. É atribuída uma ponderação de
acordo com critérios tais como:
- Tamanho da unidade,
- Tempo de consumo para o fabrico da unidade,
- Dificuldade de fabricação, …

c) Preço de venda relativo


Aqui o critério de repartição dos custos conjuntos tem por base o valor dos produtos
no mercado. Este critério, baseado nos preços de venda relativos, tem bastante
aceitação.

Nota importante:
Para os produtos sujeitos a operações de transformação específicas, após a
separação, é necessário deduzir ao valor de venda os custos originados por essas
operações para se apurar o valor de venda relativo no ponto de separação.
Atenção:
Os custos específicos a deduzir, se os houver, são os de produção e/ou os não
industriais.

5.2 Valorização dos Subprodutos


Temos dois critérios a considerar:
a) Custo Nulo
Neste critério os produtos principais (co-produto) suportam todos os custos
conjuntos.
- O valor de venda dos subprodutos (deduzido dos custos com a venda) é um lucro para
a empresa;
- Os produtos principais têm um custo superior.

b) Lucro Nulo
Aqui os subprodutos não propiciam qualquer resultado.
- O valor de venda (deduzido dos custos com a venda) é subtraído aos custos conjuntos;
- Os custos atribuídos aos co-produtos são inferiores.

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5.3 Utilidade da informação obtida na repartição dos custos conjuntos
Responde à necessidade de calcular o custo industrial unitário de cada produto para:
- Elaboração do Balanço (valorização das existências);
- Apuramento dos resultados (variação da produção e custo das vendas).

5.4 Limitações da informação obtida na repartição dos custos conjuntos


Pelo facto de se terem utilizado critérios para a repartição dos custos conjuntos
(subjectividade) e dada a própria natureza da produção conjunta, a informação obtida
não permite tomar decisões de gestão relativamente a cada um dos produtos
individualmente considerados, designadamente:
- Aumento ou redução da produção;
- Grau de transformação dos produtos obtidos no ponto de separação.

VI. PRODUÇÃO DEFEITUOSA

Os processos de fabrico geram com frequência produtos que não são susceptíveis de
serem utilizados no fim a que se destinavam – produtos não conformes.
A detecção destes produtos é uma das tarefas dos Sistemas da Qualidade
implantados nas empresas.
Se estiver definido para o processo em questão um valor considerado normal de não
conformidades, o custo das ocorrências até esse valor é suportado pela produção boa; o
valor excedente é considerado acidental e, por isso, deduzido ao custo de produção
sendo levado à conta de Resultados Acidentais.
Na produção defeituosa podem ainda considerar-se três situações:
- Escolhas – a existência de qualidades diferenciadas (1ª escolha, 2ª escolha, …) – pode
tratar-se pelo processo de produção conjunta.
- Utilização como Matéria-prima – o produto defeituoso integra novo ciclo de
produção como MP.
- Quebras – existência de quebras na relação normal de produto obtido e MP utilizada.

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VII. CONCLUSÃO

Chegado a esta fase, é importante realçar que o estudo destes métodos de


funcionamento de fábricas, ou seja, empresas fabris, tem por finalidade, a escolha do
regime de fabrico que adequa-se melhor a cada tipo de empresa e ao tipo de produto que
a empresa produz, mais do que isso, é indispensável enfatizar que deve-se procurar
manter um nível de produção que fará com que a empresa opere no seu óptimo. Para tal
as empresas devem procurar da melhor forma possível, sistematizar os seus processos
de produção e mensurar com muita minuciosidade se efectivamente os objectivos estão
a ser alcançados.

Contudo, o grupo conclui que, há necessidade de se aplicar estes regimes de fabrico no


cenário do empresariado da Sociedade Moçambicana, não somente em empresas
industriais mas, em todo o género de empresas, pois estes incrementam bastante a
gestão dos recursos nela existentes e permitem que se acompanhe os custos de período
para período, e há possibilidade de aprimorar o nível de operação da empresa
aumentando deste modo os seus resultados.

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VIII. BIBLIOGRAFIA

 CAIADO, António. Contabilidade Analítica e de Gestão. 8.ª ed. Lisboa: Áreas


Editora, 2015.
 A Evolução dos Produtos na Indústria Transformadora – pdf.
https://gestaoempresasisla20072010.files.wordpress.com/2008/10/custo-
producao-resumo-teorico.pdf
Acesso em, 3 de Maio de 2019.
 Contabilidade de Gestão I - Texto de Apoio n.º 3 – Regimes de Fabrico. IsuTC.
2018.

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