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Introdução
Nem sempre os produtos acabados são obtidos com os padrões de qualidade, dimensões, em
quantidades consideradas normais, tendo em conta as Matérias diretas e os custos de
transformação dispendidos.
Diversas qualidades
Em certas atividades, a qualidade, dimensão do produto acabado pode não ser uniforme,
portanto, classifica-se a produção em diversas qualidades com diferentes preços de venda.
Por exemplo, na fabricação de azulejos numa indústria cerâmica, após o controle de qualidade,
os produtos são classificados em dois grupos: os de 1ª e os de 2ª qualidade, com preços
diferentes.
Na indústria do vestuário, parte da produção tem defeitos, logo é classificado em qualidades com
preços diferentes.
Exemplo:
Uma empresa fabricou em certo mês 10.000Un do produto X das quais 1.000Un defeituosas
cujos preços de venda são de 3Mt e 1Mt respetivamente. O limite considerado normal das
unidades defeituosas é de 6% em relação a quantidade total obtida.
Constatou-se que há 600Un com defeito, que é normal de se obter e 400Un que se devem a
causas anormais. Os custos de produção foram de 20.000Mt.
Esquematicamente:
Producão sem defeito 9.000Un
Produção defeituosa normal 600Un
Produção defeituosa anormal 400Un
No que se refere ao custeio dos produtos, a repartição dos custos de produção normal (19.200Mt)
pelos produtos com e sem defeitos deverá ser feita recorrendo aos critérios de repartição dos
custos conjuntos, Classifica-se a produção defeituosa como co-produtos, subprodutos ou
resíduos.
Quanto ao custeio dos produtos, a produção que entra de novo no ciclo de produção é valorizada
pelo Custo industrial de produtos acabados das unidades boas subtraindo os encargos para
corrigir defeitos.
Quebras de rendimento
Em certas atividades, a quantidade de produto acabado obtido relaciona-se com a qualidade da
matéria direta utilizada.
Fabricaram-se 9.800Un do produto X, sendo o seu custo de produção de 10.000Mt, dos quais
8.000Mt referentes a 20.000Un de MD.
Em condições normais de produção, para obter 1Un do produtoX são necessárias 2Un de MD.
Admitimos que a quebra de produção era devido a insuficiência de fabricação que se verificava
no fim do processo de fabrico.
Quanto ao custeio dos produtos, quantidades mais baixas que o normal indicam quebras de
rendimento anormais na produção; deve-se determinar os prejuízos verificados.
Das 50Un defeituosas verificou-se um prejuízo de 150Mt resultante da diferença entre o custo de
10Mt por unidade e o valor para serem usados como Matéria direta de 7Mt por unidade.
EXERCÍCIOS
Produção defeituosa
1. Diversas qualidades
Admita-se que uma empresa fabricou em certo mês 50.000Un do produto A das quais 5.000Un
defeituosas cujos preços de venda são de 4Mt e 1Mt respetivamente. O limite considerado
normal das unidades defeituosas é de 5% em relação a quantidade total obtida.
Os custos de fabricação do mês em causa foram de 100.000Mt.
Introdução
Tradicionalmente os GGF foram em muitos casos imputados aos produtos através da base única,
assumindo as horas da MOD como a base de repartição.
Noutros casos aplicava-se a base múltipla, em que os GGF eram alocados, primeiro, aos centros
de custo (departamentos) e, segundo, imputados depois aos produtos, tendo a MOD como a
principal base de imputação.
Em finais dos anos 80 começou-se a questionar a aplicação da MOD como base única de
repartição dos GGF. Com efeito é preciso sempre tomar em conta as circunstâncias em que a
MOD é uma base apropriada de repartição dos GGF, nomeadamente (Garrrison e Norren
1997:180):
O montante da MOD imputada e o montante dos GGF imputados não difere grandemente entre
produtos;
Uma alta correlação estatística pode ser estabelecida entre a MOD e os GGF incorridos (isto e, a
MOD actua como condutor de custos “cost driver” dos GGF).
Tem havido maior diversificação de produtos, com as empresas produzindo uma gama
diversificada de produtos que diferem em termos de volume, tamanho de lote e complexidade
das operações de produção, e;
Os GGF crescerão tanto atingindo um ponto em que não existe uma correlação entre eles e a
MOD.
Apesar desta constatação muitas empresas continuaram a alocar os GGF de acordo com as horas
de MOD. Resultado: distorção dos custos unitários e, graves erros de gestão da carteira de
produtos.
Um centro de actividade é uma parte do processo de produção para o qual o gestor pretende um
reporte sobre os custos da actividade envolvida. O ponto é que em muitas empresas não seria
possível tratar individualmente cada uma das actividades como centro de actividade, sendo
necessário combinar algumas actividades num único centro para reduzir o detalhe e a quantidade
de relatórios.
Ao escolher o condutor de custos o gestor deve estar seguro de que o condutor de custos mede
adequadamente o consumo da actividade pelos vários produtos. Se não existe uma forte
correlação entre o condutor de custos e o verdadeiro consumo haverá uma inadequada imputação
dos custos aos produtos.
Vantagens
Desvantagens
Exemplo:
1. A Parmalat fabrica dois tipos de produtos, nomeadamente o iogurte natural e o leite fresco.
Todo o processo de fabrico da parmalat é automático; sendo assim, os Gastos Gerais de Fabrico
da indústria reportam-se em 4 centros de actividades. No mês de Junho do ano de 20XX a
empresa fabricou 2.000 litros de iogurte natural, 1.500 litros de leite fresco e apresentava os
elementos seguintes:
(Valores em MT)
Iogurt Leite
TOTAL
CUSTOS DIRECTOS e
Matéri a Directa 10.000 14.000 24.000
Mão-de-Obra Directa 33.000 22.000 55.000
TOTAL 43.000 36.000 79.000
Os centros de actividade, condutores de custos e os respectivos valores dos gastos gerais de
fabrico estimados são os seguintes:
(Valores em MT)
a) Usando o método custeio por actividades determine os GGF’s totais para cada produto.
b) Calcule o custo de produção do produto acabado total e unitário para iogurte e para leite.
c) Qual dos produtos é mais dispendioso de se fabricar?
Resolução
Determinação dos GGF’s totais para cada produto segundo o método custeio por
actividades. (Valores em MT)
(Valores em
MT)
Coeficiente
Centro de de GGF Total
Imputação
Iogurte Leite
dos GGF’s
Actividades GGF Total
Preparação de máquinas 10 800 8.000 400 4.000 12.000
controlador de máquinas
3 3.000 9.000 2.000 6.000 15.000
Uma fábrica de móveis produz 3 modelos diferentes (A, B e C), para os quais se obteve a
seguinte informação referente a um determinado período:
1. Quantidade produzida:
Modelo Quantidade
A 16
B 8
C 10
2. Consumo de Matérias-primas:
A B C
Matéria-prima 3.280 Mt 2.760 Mt 2.820 Mt
3. Utilização de MOD:
A B C
MOD 2.450 Mt 1.850 Mt 1.980 Mt
Após conhecermos as actividades é necessário saber quais os respectivos indutores de custo (cost
drivers) para conseguirmos apurar o custo unitário de cada actividade de forma a imputar o seu
custo aos diversos modelos produzidos pela empresa.
Actividade Maquinaria: Horas máquina = 120 Hm; C. Unitário da Actividade: 5.340 Mt /
120 Hm = 44,50 Mt /Hm
Actividade Montagem: Horas homem = 1.000 Hh; C. Unitário da Actividade: 3.300 Mt /
1.000 Hh = 3,30 Mt /Hh
Actividade Acabamento: Quantidade produzida = 34 unidades; C. Unitário da
Actividade: 3.060 Mt / 34 unids = 90 Mt /Unid
Resumindo, basta acrescentar as duas últimas colunas à informação inicial e temos os Custos
indirectos repartidos por actividade:
3º Imputar os custos das Actividades aos produtos, de acordo com o respectivo cost driver:
Produto Modelo A:
E repetir o mesmo processo para os restantes produtos. Até imputarmos o custo total das
Actividades aos 3 Produtos.
4º Incluir os Custos Directos de cada produto (MP + MOD) e apurar o Custo Industrial do
Produto Acabado (CIPA):
1.A ILUMINA industrial, Lda. Fabricou 4.000 unidades de lâmpadas, 2.000 unidades de
lanternas e apresentava os elementos seguintes:
CUSTOS lantern
TOTAL
DIRECTOS lâmpada a
Matéria Directa 10.000 14.000 24.000
Mão-de-Obra Directa 33.000 22.000 55.000
TOTAL 43.000 36.000 79.000
24.400 114.000
• Usando o método custeio por actividades determine os GGF’s totais, CIPA e cipa para
cada produto.
A empresa industrial Arco Iris Tintas, Lda. Fabrica dois tipos de produtos, nomeadamente a
tinta à óleo e a tinta plástica. Todo o processo de fabrico é automático; sendo assim, os Gastos
Gerais de Fabrico da indústria reportam-se em 4 centros de actividades. No mês de Abril do ano
de 20XX, a Arco Iris Tintas, Lda. Fabricou 1.200 unidades de tinta plástica, 1.000 unidades de
tinta a óleo e apresentava os elementos seguintes:
(Valores em MT)
(Valores em MT)
a) Usando o método custeio por actividades determine os GGF’s totais para cada produto.
b) Calcule o custo de produção do produto acabado total e unitário para os dois produtos.
c) Qual dos produtos é mais dispendioso de se fabricar?