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CAPÍTULO II – CONTABILIDADE SOCIAL

AGREGADOS MACROECÔNOMICOS E IDENTIDADES CONTÁBEIS

Esse capítulo vem a fim de apresentar os principais agregados


derivados das contas nacionais para consolidar a percepção sobre a
necessidade desta na análise no planejamento macroeconômico, são eles as
medidas de produto, renda e despesa, essas medidas representam sínteses do
esforço produtivo de um ente e seus desdobramentos na geração de renda e
despesa num determinado período. Na sequência contextualizaremos mais
profundamente o que são e quais são os agregados macroeconômicos.
O primeiro agregado que trataremos é o do Produto Interno Bruto, ou
PIB como também é conhecido, mas, o que é o PIB, bom, em suma ele nada
mais é do que à medida que representa a produção de todas as unidades
produtoras da economia (empresas públicas e privadas produtoras de bens e
prestadoras de serviços, trabalhadores autônomos, até mesmo o próprio
governo etc.) em um determinado período temporal, seja ele mês ou ano a
preços de mercado.
Contudo, é preciso ter atenção com o que pode ser caracterizado como
produção segundo o ponto de vista do Sistema de Contas Nacional, e para isso
é possível consultar o Manual de Contas Nacional (SNA 93). Segue alguns
exemplos:
 A produção de bens ou serviços voltada para o mercado, ou para
autoconsumo das famílias;
 A produção de bens ou serviços pelo governo e Ongs sejam elas
vendidas ou não;
 A produção de bens de capital pelas empresas para consumo
próprio.
O PIB assim como os outros agregados econômicos é medido a preços
de mercado, tão logo o PIB contabiliza nada mais do que as transações
econômicas, que podem ser medidas através de três visões, pela ótica do
produto, da renda e da despesa.
A ótica do produto é aquela que se utiliza de todas as unidades
produzidas pelas unidades produtoras seja de bens ou serviços, contudo deve-
se observar que as empresas se utilizam de outras empresas para concluir o
seu processo produtivo, por exemplo uma indústria que compra a matéria
prima de outra indústria, na contabilização do PIB deve ser separado o que é
de competência de cada qual a fim de evitar a duplicidade de valores.
O PIB sobre a ótica do produto se utiliza da mensuração dos valores
agregados por meio de três óticas, a dos preços básicos que são aqueles
obtidos diretamente nas fabricas, a de preços do produtor que é a adição dos
preços básicos com os impostos líquidos de subsídios sobre os produtos, e a
dos preços do consumidor que é a junção dos anteriores com a margens do
comércio e os impostos sobre o valor adicionado.
Já pela ótica da renda utilizamos a remuneração como base, ou seja,
a soma de todos os pagamentos com os fatores de produção empregados no
processo produtivo, o capital e o trabalho. O produto desta ótica é obtido
através da mensuração a preços de consumidor.
E por fim, mas não menos importante o PIB mensurado pela ótica da
despesa define que esta medida é obtida pela soma do total dos gastos com o
consumo de bens ou serviços, além é claro do investimento para a ampliação
de capacidade produtiva ou manutenção do equipamento em alguns casos.
Quando se opta por medir o PIB através desta é importante observar que o
produto é calculado a preço do consumidor, pois há a incorporação dos
impostos e das margens de transporte e comercialização.
Esse conjunto de informações que são utilizadas para o cálculo do PIB
podem ser obtidas tanto diretamente nas empresas e/ou domicílios pelo
levantamento estatístico conduzidos por órgãos oficiais, quanto pelas
informações fornecidas pelas empresas aos órgãos governamentais ou até
mesmo por estimativas inferidas diretamente a partir de indicadores.
Neste momento vamos afunilar ainda mais o entendimento sobre como
o PIB está inserido no âmbito da economia, existe uma ramificação dele que se
denomina como PIB per capita, que é o PIB “por pessoa”, é um índice que
mede exclusivamente o quanto do PIB total é em relação a sua população (PIB
total / pela população). Esta é uma medida bastante utilizada em comparações
entre países e regiões com o intuito de classificar as economias, porém, vale
salientar que nem sempre esse indicador reflete a real qualidade de vida das
pessoas, pois, a renda média é diferente e varia de região para região assim
como a apropriação de recursos, ainda, o PIB não considera contas como o
tempo gasto com lazer o que influencia diretamente na qualidade de vida
A partir disso olharemos para a Renda Nacional Bruta, ou RNB, esta
nada mais é do que a soma de tudo que foi produzido em território nacional,
seja oriunda de empresas e pessoas nativas brasileiras ou não, e para isso é
importante contextualizar que esses residentes e não residentes perante as
contas nacionais são baseados em outros dois conceitos, o Centro de
Interesse Econômico e o Território Econômico.
O Território Econômico de um país é o mesmo que aquele espaço
geográfico que é administrado pelo governo dentro do qual as pessoas, bens e
capitais circulam livremente. E, um Centro de Interesse Econômico pode ser o
local ou domicílio de produção, no caso o qual é ocupado por uma instituição
atividades econômicas ou transações em uma escala significativa, isso no caso
é desenvolvido dentro do Território Econômico de um país.
Assim sendo, a RNB é aquela parte econômica que fica e se concentra
dentro do espaço geográfico do país sendo voltada para empresas e pessoas
nacionais, descontando o que é referente a parte estrangeira. A partir do
cálculo da RNB é possível extrair e formular a Renda Nacional Disponível Bruta
(RDB), contudo a RDB difere de sua originária pois vem a considerar o saldo
das transferências correntes enviadas e recebidas do exterior, essas
transferências correntes são, toda e qualquer movimentação de recursos entre
os agentes econômicos dos países, sem contrapartida com o processo de
produção. Em suma, a RDB corresponde aos recursos que os agentes
econômicos têm disponível para gastar e/ou poupar.
Ainda, a RDB pode ser subdividida em três partes, governo, empresas
e das famílias, vamos contextualizar da seguinte maneira, a Renda Liquida do
Governo (RGL) é composta pelo montante adquirido dos impostos diretos e
indiretos arrecadados pelo governo e outras receitas correntes menos o que é
desembolsado pelo governo, finalizando o saldo final de RGL e subtraindo da
RDB temos a Renda Privada Disponível (RPD), e o que seria a RPD?, bom, em
síntese esta é a soma dos salários, juros e alugueis pagos a indivíduos, e até
mesmo os lucros retidos nas empresas e reservas para depreciação.
Tão logo diante do exposto podemos contextualizar que, em uma
economia de modelo fechada e sem governo, as estimativas de produto
interno, renda nacional, RDB e RDP são iguais. E em uma economia fechada e
com governo, as estimativas de produto interno e renda nacional são
absolutamente idênticas.
Outro item interessante a ser abordado é o acompanhamento evolutivo
dos agregados ao longo do tempo, que possibilitam a visualização mais precisa
de como a economia está se comportando em relação a anos anteriores, e,
para tanto podemos fazer uso dos índices norteadores, como os valores
correntes que são que aqueles medidos a preços médios em um determinado
período considerado, os chamamos de preços correntes (valor do produto
líquido medindo ao preço médio do ano corrente) e/ou a preços constantes (é o
valor ao preço médio de um determinado ano).
Como já contextualizamos o PIB, agora cabe entrar em uma outra
ramificação que se relaciona diretamente com este, Produto Interno Líquido
(PIL), o PIL detém uma característica bem especifica que é o desconto da
depreciação do capital no esforço de produção de um certo período, pois
quando se define o PIB considera-se tudo que foi produzido naquele período,
contudo, há aqueles bens que são utilizados no processo, mas, que não
necessariamente foram produzidos ali, como os bens de capital que transferem
apenas uma parte de si para o produto final obtido naquele espaço temporal,
assim, o PIL vem para estimar esse desgaste e atribuir ao produto agregado
liquido.
Assim, finalizamos as colocações sobre este capitulo

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