Esse capítulo vem a fim de apresentar os principais agregados
derivados das contas nacionais para consolidar a percepção sobre a necessidade desta na análise no planejamento macroeconômico, são eles as medidas de produto, renda e despesa, essas medidas representam sínteses do esforço produtivo de um ente e seus desdobramentos na geração de renda e despesa num determinado período. Na sequência contextualizaremos mais profundamente o que são e quais são os agregados macroeconômicos. O primeiro agregado que trataremos é o do Produto Interno Bruto, ou PIB como também é conhecido, mas, o que é o PIB, bom, em suma ele nada mais é do que à medida que representa a produção de todas as unidades produtoras da economia (empresas públicas e privadas produtoras de bens e prestadoras de serviços, trabalhadores autônomos, até mesmo o próprio governo etc.) em um determinado período temporal, seja ele mês ou ano a preços de mercado. Contudo, é preciso ter atenção com o que pode ser caracterizado como produção segundo o ponto de vista do Sistema de Contas Nacional, e para isso é possível consultar o Manual de Contas Nacional (SNA 93). Segue alguns exemplos: A produção de bens ou serviços voltada para o mercado, ou para autoconsumo das famílias; A produção de bens ou serviços pelo governo e Ongs sejam elas vendidas ou não; A produção de bens de capital pelas empresas para consumo próprio. O PIB assim como os outros agregados econômicos é medido a preços de mercado, tão logo o PIB contabiliza nada mais do que as transações econômicas, que podem ser medidas através de três visões, pela ótica do produto, da renda e da despesa. A ótica do produto é aquela que se utiliza de todas as unidades produzidas pelas unidades produtoras seja de bens ou serviços, contudo deve- se observar que as empresas se utilizam de outras empresas para concluir o seu processo produtivo, por exemplo uma indústria que compra a matéria prima de outra indústria, na contabilização do PIB deve ser separado o que é de competência de cada qual a fim de evitar a duplicidade de valores. O PIB sobre a ótica do produto se utiliza da mensuração dos valores agregados por meio de três óticas, a dos preços básicos que são aqueles obtidos diretamente nas fabricas, a de preços do produtor que é a adição dos preços básicos com os impostos líquidos de subsídios sobre os produtos, e a dos preços do consumidor que é a junção dos anteriores com a margens do comércio e os impostos sobre o valor adicionado. Já pela ótica da renda utilizamos a remuneração como base, ou seja, a soma de todos os pagamentos com os fatores de produção empregados no processo produtivo, o capital e o trabalho. O produto desta ótica é obtido através da mensuração a preços de consumidor. E por fim, mas não menos importante o PIB mensurado pela ótica da despesa define que esta medida é obtida pela soma do total dos gastos com o consumo de bens ou serviços, além é claro do investimento para a ampliação de capacidade produtiva ou manutenção do equipamento em alguns casos. Quando se opta por medir o PIB através desta é importante observar que o produto é calculado a preço do consumidor, pois há a incorporação dos impostos e das margens de transporte e comercialização. Esse conjunto de informações que são utilizadas para o cálculo do PIB podem ser obtidas tanto diretamente nas empresas e/ou domicílios pelo levantamento estatístico conduzidos por órgãos oficiais, quanto pelas informações fornecidas pelas empresas aos órgãos governamentais ou até mesmo por estimativas inferidas diretamente a partir de indicadores. Neste momento vamos afunilar ainda mais o entendimento sobre como o PIB está inserido no âmbito da economia, existe uma ramificação dele que se denomina como PIB per capita, que é o PIB “por pessoa”, é um índice que mede exclusivamente o quanto do PIB total é em relação a sua população (PIB total / pela população). Esta é uma medida bastante utilizada em comparações entre países e regiões com o intuito de classificar as economias, porém, vale salientar que nem sempre esse indicador reflete a real qualidade de vida das pessoas, pois, a renda média é diferente e varia de região para região assim como a apropriação de recursos, ainda, o PIB não considera contas como o tempo gasto com lazer o que influencia diretamente na qualidade de vida A partir disso olharemos para a Renda Nacional Bruta, ou RNB, esta nada mais é do que a soma de tudo que foi produzido em território nacional, seja oriunda de empresas e pessoas nativas brasileiras ou não, e para isso é importante contextualizar que esses residentes e não residentes perante as contas nacionais são baseados em outros dois conceitos, o Centro de Interesse Econômico e o Território Econômico. O Território Econômico de um país é o mesmo que aquele espaço geográfico que é administrado pelo governo dentro do qual as pessoas, bens e capitais circulam livremente. E, um Centro de Interesse Econômico pode ser o local ou domicílio de produção, no caso o qual é ocupado por uma instituição atividades econômicas ou transações em uma escala significativa, isso no caso é desenvolvido dentro do Território Econômico de um país. Assim sendo, a RNB é aquela parte econômica que fica e se concentra dentro do espaço geográfico do país sendo voltada para empresas e pessoas nacionais, descontando o que é referente a parte estrangeira. A partir do cálculo da RNB é possível extrair e formular a Renda Nacional Disponível Bruta (RDB), contudo a RDB difere de sua originária pois vem a considerar o saldo das transferências correntes enviadas e recebidas do exterior, essas transferências correntes são, toda e qualquer movimentação de recursos entre os agentes econômicos dos países, sem contrapartida com o processo de produção. Em suma, a RDB corresponde aos recursos que os agentes econômicos têm disponível para gastar e/ou poupar. Ainda, a RDB pode ser subdividida em três partes, governo, empresas e das famílias, vamos contextualizar da seguinte maneira, a Renda Liquida do Governo (RGL) é composta pelo montante adquirido dos impostos diretos e indiretos arrecadados pelo governo e outras receitas correntes menos o que é desembolsado pelo governo, finalizando o saldo final de RGL e subtraindo da RDB temos a Renda Privada Disponível (RPD), e o que seria a RPD?, bom, em síntese esta é a soma dos salários, juros e alugueis pagos a indivíduos, e até mesmo os lucros retidos nas empresas e reservas para depreciação. Tão logo diante do exposto podemos contextualizar que, em uma economia de modelo fechada e sem governo, as estimativas de produto interno, renda nacional, RDB e RDP são iguais. E em uma economia fechada e com governo, as estimativas de produto interno e renda nacional são absolutamente idênticas. Outro item interessante a ser abordado é o acompanhamento evolutivo dos agregados ao longo do tempo, que possibilitam a visualização mais precisa de como a economia está se comportando em relação a anos anteriores, e, para tanto podemos fazer uso dos índices norteadores, como os valores correntes que são que aqueles medidos a preços médios em um determinado período considerado, os chamamos de preços correntes (valor do produto líquido medindo ao preço médio do ano corrente) e/ou a preços constantes (é o valor ao preço médio de um determinado ano). Como já contextualizamos o PIB, agora cabe entrar em uma outra ramificação que se relaciona diretamente com este, Produto Interno Líquido (PIL), o PIL detém uma característica bem especifica que é o desconto da depreciação do capital no esforço de produção de um certo período, pois quando se define o PIB considera-se tudo que foi produzido naquele período, contudo, há aqueles bens que são utilizados no processo, mas, que não necessariamente foram produzidos ali, como os bens de capital que transferem apenas uma parte de si para o produto final obtido naquele espaço temporal, assim, o PIL vem para estimar esse desgaste e atribuir ao produto agregado liquido. Assim, finalizamos as colocações sobre este capitulo