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Produto interno

bruto
indicador econômico do valor monetário
da produção em um território em certo
intervalo de tempo

O produto interno bruto (PIB) representa


a soma (em valores monetários) de
todos os bens e serviços finais
produzidos numa determinada região
(quer sejam países, estados ou cidades),
durante um período determinado (mês,
trimestre, ano, etc). O PIB é um dos
indicadores mais utilizados na
macroeconomia com o objetivo de
quantificar a atividade econômica de
uma região.[1]

Mapa do Mundo mostrando os países por PIB (Nominal) e PPC (paridade do poder de compra) conforme dados do CIA
World Factbook de 2007.

Na contagem do PIB, considera-se


apenas bens e serviços finais, excluindo
da conta todos os bens de consumo de
intermediário. Isso é feito com o intuito
de evitar o problema da dupla contagem,
quando valores gerados na cadeia de
produção aparecem contados duas
vezes na soma do PIB.[2]

PIB nominal e PIB real


Quando se procura comparar ou analisar
o comportamento do PIB de um país ao
longo do tempo, é preciso diferenciar o
PIB nominal do PIB real. O primeiro diz
respeito ao valor do PIB calculado a
preços correntes, ou seja, no ano em que
o produto foi produzido e
comercializado. Já o segundo é
calculado a preços constantes, em que é
escolhido um ano-base para o cálculo do
PIB, eliminando assim o efeito da
inflação. Para avaliações mais
consistentes, o mais indicado é o uso de
seu valor real, que leva em conta apenas
as variações nas quantidades
produzidas dos bens, e não nas
alterações de seus preços de mercado.
Para isso, faz-se uso de um deflator
(normalmente um índice de preços) que
isola o crescimento real do produto
daquele que se deu artificialmente
devido ao aumento dos preços da
economia.[3]

Deflator do PIB
Deflator é qualquer índice de preços
usado para medir a inflação ou a
desvalorização da moeda. Para
deflacionar, usa-se uma regra de três
simples, dividindo-se o valor da época
(valor corrente) pelo índice de preços
correspondente, tendo-se como
referência um determinado período de
tempo (um ano-base, por exemplo).[4]

O produtor do PIB corresponderá à razão


entre PIB nominal e PIB real, isto é, ao
quociente da divisão do PIB nominal pelo
PIB real.

Para se obter PIB real (ou o PIB a preços


constantes) é preciso deflacionar o PIB a
preços correntes (PIB nominal), ou seja, é
preciso padronizar todos os preços
vigentes em cada ano, trazendo-os ao
mesmo nível dos preços vigentes no
ano-base. Assim será possível saber o
quanto o PIB evoluiu de fato (em termos
reais). Observe-se que, no ano-base, o
PIB nominal e o PIB real são iguais;
portanto, o deflator do PIB nesse ano
deve ser igual a um.

Para deflacionar o PIB nominal, utiliza-se


um deflator específico, calculado pelas
instituições nacionais de estatística, que
mede a variação média dos preços de
um ano em relação aos preços do ano
anterior. Esse índice é conhecido como o
deflator implícito do PIB e é divulgado
apenas nas bases trimestral e anual.
Embora seja menos citado do que os
demais índices de preços disponíveis na
economia, o deflator implícito do PIB é
provavelmente o mais abrangente, pois
considera informações indisponíveis nos
outros índices. Chama-se implícito,
porque não é um índice pesquisado
diretamente, como são, no Brasil, o
Índice Geral de Preços-Disponibilidade
Interna (IGP-DI), calculado pela
Fundação Getulio Vargas (FGV), e o
Índice de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), que
também calcula o deflator implícito do
PIB.[5] Eventualmente, o deflator implícito
se distancia dos principais índices de
preços.[6] O Banco Central do Brasil
utilizava o IGP-DI como proxy do deflator
do PIB.[7]

PIB e PIL
A diferença entre o produto interno bruto
( ) e o produto interno líquido (
) traduz-se no valor das depreciações.
Ao contrário do PIB, o PIL tem em conta
o valor da depreciação do capital.[8]

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Cálculo do PIB
Óptica da despesa
Na óptica da despesa, o valor do PIB é
calculado a partir das despesas
efectuadas pelos diversos agentes
económicos em bens e serviços para
utilização final (isto é, aqueles bens e
serviços que não vão servir de consumos
intermédios na produção de outros bens
e serviços). Nesta óptica, o PIB
corresponderá à despesa interna (ou
procura interna), que inclui a despesa
das famílias em bens de consumo
(consumo privado, ), a despesa do
Estado em bens de consumo (consumo
público, ), a despesa das empresas em
investimento ( ), quer em bens de capital
(formação bruta de capital fixo,
), quer em existências de matérias-
primas e produtos (variação de
existências, ). No entanto, a despesa
interna é dirigida não só a bens que
foram produzidos no país, mas também
a bens que não foram produzidos no
país (bens importados, ), e que
portanto não devem ser incluídos no PIB.
Por outro lado, há bens que devem ser
incluídos no PIB, mas que não vão ser
utilizados no país (as exportações, ), e
que por isso não estão incluídos na
procura interna. Assim, na óptica da
despesa o PIB poderá ser calculado a
partir da soma de todas estas
componentes:[9]
Tendo igual à formação bruta de
capital fixo ( ) mais a variação
nos estoques ( ), temos:

Óptica da oferta

Na óptica da oferta, o valor do PIB é


calculado a partir do valor gerado em
cada uma das empresas que operam na
economia. Esse valor gerado é o
(valor acrescentado bruto), a diferença
entre o valor da produção e os
consumos intermédios de cada
empresa. Conhecendo o VAB de cada
empresa, podemos calcular o PIB como
a soma de todos os VABs das empresas
dessa economia. Para obtermos o valor
do PIB a preços de mercado (PIBpm), o
único ajustamento que teremos de fazer
é somar impostos, líquidos de subsídios,
que incidem sobre os bens e serviços
entre o fim da produção e a venda, isto é,
os impostos sobre o consumo, como o
IVA.

(sendo cada uma das empresas da


economia)

Óptica do rendimento

Na óptica do rendimento, o valor do PIB


é calculado a partir dos rendimentos de
factores produtivos distribuídos pelas
empresas. Nesta óptica, o PIB
corresponderá à soma dos rendimentos
do factor trabalho com os rendimentos
dos outros factores produtivos, que nas
contas nacionais portuguesas aparecem
todos agrupados numa única rubrica
designada Excedente Bruto de
Exploração (EBE). O EBE inclui as rendas,
lucros e juros.

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PIB e PNB (produto nacional


bruto)
O PIB difere do produto nacional bruto
(PNB) basicamente pela renda líquida
enviada ao exterior (RLEE): ela é
desconsiderada no cálculo do PIB, e
considerada no cálculo do PNB, inclusive
porque o PNB é gerado a partir da soma
do PIB mais entradas e saídas de
capital. Esta renda representa a
diferença entre recursos enviados ao
exterior (pagamento de fatores de
produção internacionais alocados no
país) e os recursos recebidos do exterior
a partir de fatores de produção que,
sendo do país considerado, encontram-
se em atividade em outros países. Assim
(e simplificadamente), caso um país
possua empresas atuando em outros
países, mas proíba a instalação de
transnacionais no seu território, terá uma
renda líquida enviada ao exterior
negativa. Pela fórmula:[10]

O país exemplificado terá um PNB maior


que o PIB. No caso brasileiro, o PNB é
menor que o PIB, uma vez que a RLEE é
positiva (ou seja, envia-se mais recursos
ao exterior do que se recebe).

PIB per capita


Os indicadores econômicos agregados
(produto, renda, despesa) indicam os
mesmos valores para a economia de
forma absoluta. Dividindo-se esse valor
pela população de um país, obtém-se um
valor médio per capita:[11]

O valor per capita foi o primeiro indicador


utilizado para analisar a qualidade de
vida em um país. Países podem ter um
PIB elevado por serem grandes e terem
muitos habitantes, mas seu PIB per
capita pode resultar baixo, já que a renda
total é dividida por muitas pessoas,
como é o caso da Índia ou da China.

Países como a Suíça, Noruega e a


Dinamarca exibem um PIB moderado,
mas que é suficiente para assegurar uma
excelente qualidade de vida a seus
poucos milhões de habitantes.

Atualmente usam-se outros índices - que


revelam o perfil da distribuição de renda
de um país (tais como o coeficiente de
Gini ou mesmo índices desenvolvidos
pela sociologia, como o Índice de
Desenvolvimento Humano) - para se
obter uma avaliação mais precisa do
bem-estar econômico desfrutado por
uma população.

Fatores em geral

Fatores que contribuíram para as


recentes baixas do PIB = a
desvalorização do real diante do dólar
e as condições instáveis da politica
atual . Com a baixa do dólar, várias
empresas não exportaram, deixando,
assim, as exportações de contribuir
para o crescimento do PIB. Já a
produção industrial baixou de nível
devido às importações, em especial as
referentes à China e outros países da
Ásia e dos Estados Unidos.

Limitações do PIB e críticas


O PIB, é uma medida de fluxo de
produção - produção por unidade de
tempo (ano). Por isso, ele não considera
estoques de capital (economia), que em
ultima instância são importantes
componentes determinantes dos fluxos
de produção, como por exemplo,capital
social, capital humano, capital natural,
nível de eficiência de
instituições.[12][13][14]

O PIB per capita é frequentemente usado


como um indicador, seguindo a ideia de
que os cidadãos se beneficiariam de um
aumento na produção agregada do seu
país. Similarmente, o PIB per capita não é
uma medida de renda pessoal.
Entretanto, o PIB pode aumentar
enquanto a maioria dos cidadãos de um
país ficam mais pobres, ou
proporcionalmente não tão ricos, pois o
PIB não considera o nível de
desigualdade de renda de uma
sociedade.

Distribuição de riqueza - O PIB não leva


em consideração diferenças na
distribuição de renda entre pobres e
ricos. Entretanto, diversos
economistas ressaltam a importância
da consideração sobre desigualdade
sobre o desenvolvimento econômico e
social de longo prazo.
Qualidade de bens e serviços - Caso
dois bens tenham qualidades
diferentes, mas sejam vendidos a um
mesmo preço, o valor registrado pelo
PIB será o mesmo. Isso leva a
distorções da percepção de bem-estar,
por exemplo, se uma cidade produzir
bolos de ótima qualidade pelo mesmo
preço de bolos ruins da cidade ao
lado, o PIB calculado para as duas
será o mesmo, porém, a qualidade de
vida e de consumo será diferente entre
elas.
Transações não comerciais - O PIB
exclui atividades produtivas que não
ocorrem dentro do mercado, tal como
serviços voluntários não pagos ou
produtos e serviços de livre acesso
trocados pela internet.
Transações clandestinas - O PIB conta
atividades que contribuem para a
produção, mas que não passam pelo
mercado oficialmente, como
atividades de contrabando e venda de
produtos ilegais. Porém a medição é
feita por vias indiretas.
Externalidades - O PIB ignora a
presença de externalidades (efeitos
não contabilizados pelo mercado),
como, por exemplo, danos ao meio
ambiente. Assim, um país que cortar e
vender todas suas árvores terá um
aumento em seu PIB, mesmo que os
efeitos sociais sejam negativos devido
à poluição, perda de biodiversidade,
área de lazer, etc..[14]
Crescimento de longo prazo - O PIB
anual não é um indicador de longo
prazo. Ele aponta para variações que
podem vir de oscilações econômicas
momentâneas, como ataques
especulativos, bolhas de crescimento,
descoberta de jazidas de recursos
naturais. Nada garante que o
crescimento será mantido ou
distribuído pela sociedade.

Ver também
Lista de países (Paridade do
por PIB nominal Poder de
Lista de países Compra)
por PIB nominal Lista de países
per capita por PIB
Lista de países (Paridade do
por PIB Poder de
Compra) per PIB nominal
capita Lista de países
Lista de países por crescimento
por taxa de do PIB
crescimento Lista de estados
Lista de países do Brasil por PIB
africanos por PIB Lista de
nominal municípios do
Lista de países Brasil por PIB
asiáticos por PIB Comparação
nominal entre o PIB
Lista de países nominal de
americanos por estados dos EUA
PIB nominal e outros países
Lista de países
oceânicos por
Referências
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advfn.com/indicadores/pib)
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(http://books.google.com.br/books?i
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=EsmtTciOOOL10gH98s24Cw&sa=X
&oi=book_result&ct=result&resnum=
2&ved=0CD8Q6AEwAQ#v=onepage&
q&f=false)
3. PIB Real (http://br.advfn.com/indicad
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4. Métodos Empíricos de Pesquisa I.
Números Índices. Correção de
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nas.usp.br/pluginfile.php/975080/m
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5. IBGE. Deflator do Produto Interno
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w.ipea.gov.br/desafios/index.php?op
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140:catid=28&Itemid=23) . IPEA -
Desafios do Desenvolvimento, ed.
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p://br.advfn.com/indicadores/pib/pro
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Consultado em 1 de junho de 2018
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Indicadores de Sustentabilidade de
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13. Bellen, Hans M. (2015). «Capítulo 5».
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Uma análise comparativa (https://bo
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[S.l.]: FGV. ISBN 9788522510337
14. Singer, Paul (2012). «A iniciativa que
veio do Himalaia» (https://web.archiv
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www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/
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Consultado em 1 de setembro de
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Bibliografia
The Conference Board and Groningen
Growth and Development Centre (htt
p://www.ggdc.net) , Total Economy
Database, January 2007.
Álvaro Almeida, Economia Aplicada
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pág. 63 e 64
Correio Braziliense. I) 01.09.2006, pág.
15; II) 06.09.2006, pág. 15

Ligações externas
Produto Interno Bruto - O que é (http
s://www.ibge.gov.br/explica/pib.php) -
IBGE (em português)
«Banco Mundial, Indicadores do
Desenvolvimento Mundial - Google
Public Data Explorer» (http://www.goo
gle.com.br/publicdata/explore?ds=d5b
ncppjof8f9_&met_y=ny_gdp_mktp_cd
&idim=country:BRA&dl=pt-BR&hl=pt-BR
&q=produto+interno+bruto)
«Saiba o que entra no cálculo do
Produto Interno Bruto e o que ele
representa» (http://www.estadao.com.
br/infograficos/o-que-e-o-pib,economi
a,377864) . O Estado de S.Paulo
«Produto Interno Bruto – PIB» (http://w
ww.seade.gov.br/produtos/pib/) . -
SEADE
«Sistema de Contas Nacionais
Trimestrais» (https://www.ibge.gov.br/
estatisticas-novoportal/economicas/c
ontas-nacionais/9300-contas-nacionai
s-trimestrais.html?=&t=destaques) . -
IBGE
«World GDP Chart (since 1960)» (htt
p://www.google.com/publicdata/explo
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idim=country:USA:CHN:FRA:DEU:JPN:
GBR) (em inglês)
«GDP scaled maps» (http://sun-bin.blo
gspot.com/2005/12/map-world-popul
ation-and-gdp-scaled.html) (em
inglês)

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