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Economia

Produto a preços correntes/constantes

Preços correntes- O produto é contabilizado com base nos preços verificados no ano em
causa (ano corrente). É o valor nominal.

Preços constantes- O produto é contabilizado com base no nível de preços do ano-base


(serve de termo de comparação). É o valor real. Neste caso, é retirado o efeito da
variação dos preços.

Para que serve a distinção dos preços correntes/constantes?


Permite separar os aumentos do produto que resultam do agravamento dos preços
(inflação) dos aumentos que resultam dos aumentos que resultam da ampliação da
capacidade produtiva.
O produto a preços constantes permite comparar a evolução registada na quantidade
produzida ou consumida numa economia, eliminando a inflação durante o período análise.
Para medir a evolução real do PIB temos de eliminar a inflação, calculando valores a
preços constantes.
PIB Nominal — Calculado a preços correntes
PIB Real — Calculado a preços constantes
Preços constantes- deflação/valorização do produto de um ano relativamente ao ano-
base utilizando o IPC (deflator do PIB)
Deflacionar- Retirar o efeito inflacionário de valores nominais a obter valores em
termos reais.
Deflator do PIB- Índice de preços que mede a evolução média de preços numa
economia.
PIB a preços constantes =

Taxa de crescimento do Produto


Em termos nominais:

PIB preços correntes (ano n) - PIB preços correntes (ano n-1) : PIB preços
correntes (ano n-1) x 100

Em termos reais:
PIB preços constantes (ano n) - PIB preços constantes (ano n-1) : PIB
preços constantes (ano n-1) x 100
Os valores do PIB têm de ter por base de cálculo o mesmo nível de preços.

Produto a preços base e produto a preços de mercado


Sabemos, pela ótica da produção, que o PIB é o somatório do VAB, a preços base
(com base nos custos de produção). Para obtermos o PIB p.m. temos de adicionar
ao VAB o valor dos impostos indiretos sobre os produtos e subtrair o valor dos
subsídios sobre os produtos (Impostos Líquidos de Subsídios sobre os Produtos)
Logo:
PIB p.m. = Somatório VAB (preços base) + Impostos indiretos líquidos sobre os
produtos - Subsídios sobre os Produtos

Ótica da Despesa
Permite-nos conhecer a utilização/destino dada ao produto pelos diferentes
setores institucionais. Para tal, precisamos de conhecer as componentes da
despesa:
Consumo total - Consumo Privado // Consumo Público
Investimento Bruto - FBCF // Variação de Existências
(FBC)
Exportações
Importações

Consumo Total
Representa as despesas de consumo de um país e divide-se em:
Consumo Privado (Famílias e ISFLSF) - Todas as despesas efetuadas pelos
particulares em bens e serviços que se destinem à satisfação das suas
necessidades.
Consumo público (Administrações Públicas) - Gastos do estado em despesas
correntes necessárias ao normal funcionamento da Administração Pública e
satisfação de necessidades coletivas.

Investimento Bruto/Formação Bruta de Capital


Todos os bens que não apresentam uma utilização final. Corresponde a:
Despesas em equipamentos
Infra-estruturas
Matérias-primas
(…)
Que asseguram a produção futura.
Divide-se em:
FBCF- Despesas efetuadas (pelas empresas ou pelo estado) na aquisição de meios
de trabalho (bens de equipamento)
Variação de Existências- Alterações no valor das existências em armazém
(stocks) de produtos acabados, em custo de fabrico, matérias primas e
subsidiárias.

Exportações
Vendas ao exterior de bens produzidos internamente
Importações
Despesas efetuadas por residentes em bens e serviços produzidos no exterior
Exportações - Importações = Exportações líquidas

O cálculo do produto pela ótica da despesa permite-nos conhecer o PIB p.m.


DI = PIB p.m.

Despesa Interna
Total de despesa efetuada em bens e serviços produzidos internamente
(aquisição do produto interno)
Procura Externa
Despesa feita para residentes quer em produtos internos, quer em importados

Despesa Interna e Nacional


Despesa nacional
Gastos efetuados por todas as U.I. residentes, ou seja, destino dado à
produção.
Assim:
Despesa Nacional= Despesa Interna + SRRM
PNB p.m. PIB p.m.

Ótica do Rendimento
Bens: somatório VAB
Produção:
Rendimentos distribuídos

O cálculo do valor do produto, pela ótica do rendimento, permite conhecer a


forma como o valor criado na produção é distribuído como forma de
remuneração dos fatores de produção.
Para medir o valor criado:
Ótica da Produção: somatório VAB
Ótica do Rendimento: Rendimentos primários distribuídos
Distribuição do Rendimento

Fatores Produtivos Estado


Trabalho (salários)
Capital (rendas, lucros, juros)
*EBE- excedente bruto de exploração

Rendimento Distribuído = Valor Criado


O Produtor distribui os rendimentos primários da seguinte forma:
Remuneração do Trabalho
1 Parte da riqueza é entregue aos trabalhadores, pois são eles através do seu
esforço e conhecimento que transformam as matérias primas em bens aptos para
satisfazer as necessidades.
Incluem: Total das importações recebidas pelos trabalhadores (salários) +
contribuições sociais.
Remunerações do capital
Outra parte da riqueza é entregue aos detentores de capital, porque arriscam o
seu capital, colocando-o ao serviço da produção.
As remunerações do capital constituem o EBE*.
EBE-
- Rendimentos de propriedade: - Bens imóveis: Rendas
- Capitais monetários: Juros
- Rendimentos de Empresa: Lucros (Brutos, antes de impostos e dedução de
amortizações)

Remunerações do Estado
Através do pagamento de impostos sobre a produção e a importação líquidos de
subsídios.

Rendimento Interno
Somatório dos rendimentos entregues aos fatores do trabalho e capital gerados
na produção de bens e serviços realizada no interior do território económico de
um país, independentemente da nacionalidade dos agentes económicos
proprietários dos fatores produtivos.

Rendimento Nacional
Total dos rendimentos dos fatores trabalho e capital, gerados na produção de
bens e serviços pelos fatores produtivos detidos por agentes económicos
nacionais, independentemente do T.E. onde a produção é realizada.

Assim:
R.N. = R.I. + S.R.R.M.
R.N.L. = R.N. - C.C.F.
Limitações e Insuficiências da Contabilidade Nacional
Os objetivos da C.N. nem sempre são alcançados, pois existem algumas limitações:
A C.N. não discrimina os bens e serviços que são produzidos numa economia,
apenas regista o seu valor. Ex: para a C.N. é indiferente produzir armas ou
medicamentos)
A C.N. não contabiliza todas as atividades existentes (Economia n/ Observada).
Não é registado o trabalho não remunerado, não importando se é de
voluntariado ou para o próprio, pois, para a C.N. só se regista o trabalho
remunerado.
Economia não Observada
O produto realizado não é contabilizado, podendo apenas resultar de informação
estimada.
1. Autoconsumo
2. Setor Informal
3. Economia Subterrânea

1+2: Não há uma atitude de fraude deliberada


3: Há uma atitude de fraude deliberada

Autoconsumo
Os bens e serviços produzidos são utilizados por quem os produz, não são objeto
de compra e venda.
Setor Informal
Atividades legais que escapam à C.N., não por uma atitude de fraude
propositada, mas por efetiva incapacidade da C.N., ou seja, as atividades que têm
como objetivo proporcionar rendimento às pessoas que as praticam.
Ex: Pequenos trabalhos de costura; tomar conta de crianças, passear cães;…
Economia subterrânea
Atividades que escapam intencionalmente e por fraude à C.N.

1. Atividades lícitas, com interesse económico, remuneradas que não são


declaradas ao Fisco para não se ter de cumprir determinadas regras impostas
pela legislação laboral.
Ex: Não passar recibo, não declarar a totalidade do salário pago aos
trabalhadores, etc.…

2. Atividades ilícitas, com efeitos nocivos para a coletividade em geral.


Ex: Tráfico de estupefacientes, contrabando, …

3. Atividades legais praticadas por pessoas não autorizadas


Ex: Prática ilegal de medicina
Externalidades
Não são considerados os efeitos, benéficos ou prejudiciais, sobre terceiros derivados da atividade
produtiva (Melhoria da esperança média de vida devido à descoberta de um novo medicamento
Ou a poluição dos rios devido às descargas de resíduos tóxicos e lixos das
empresas).

Fórmulas
Ótica do Produto

VAB= Prod. Total - C.I.

Produto= Valor final das vendas de todas as U.P.

PB= PL + Amortizações

PL= PB- Amortizações

SRRM= Rendimentos recebidos do R.M. - Rendimentos enviados para o R.M.

PI= PN - SRRM

PN= PI + SRRM

PIB= VAB p.b. + Imp. Líquidos de subsídios sobre produtos

Ótica do Rendimento

PIB p.m.= Somatório VAB (preços base) + Impostos indiretos líquidos sobre os produtos -
Subsídios sobre os Produtos

Ótica da Despesa

Consumo Total= Consumo pub. + Consumo priv.

Investimento Bruto= FBCF + V.E.

Procura interna= Consumo Total + Inv. Bruto

Procura Global= Procura Interna + Exportações

Despesa Interna= C.T. + I.B + Exp. - Imp.

Despesa interna= PIB p.m.

Despesa Nacional= PIB p.m. + SRRM = PNB p.m.

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