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Noção de Moeda

A moeda faz de tal forma parte da nossa vida quotidiana que


muitos de nós nunca se questionaram sobre o que ela é, como
evoluiu ou quais as funções que desempenha.

Desde tempos muito recuados que o homem utiliza a moeda


como um intermediário nas trocas. No século III a.C., os
romanos cunhavam moeda, no templo da deusa Juno Moneta,
que tinha a função de "monere", ou seja, anunciar os
acontecimentos futuros. Daí deriva a palavra moeda, do latim
"monere".

Mas a intervenção da moeda é muito anterior aos romanos,


existindo registos que indicam vários povos que utilizavam os
mais variados bens como moeda. Colares, braceletes, conchas,
pedras de adorno e peles foram utilizadas como moeda. Na
China utilizava-se o chá, em África o marfim, na Pérsia as
tâmaras. Na Índia utilizava-se o gado (rupa) como moeda,
derivando daí a actual designação da moeda indiana, rupia. Só
mais tarde é que o homem introduziu os metais como moeda,
sendo estas duas formas utilizadas, em muitos locais, em
simultâneo.

De facto, qualquer dos bens, gado, marfim, chá ou metal,


pode ser considerado como moeda, pois funcionava como
intermediário na troca, sendo aceite por todos os membros de
uma comunidade, que a utiliza para efectuar as suas trocas,
sendo também em moeda que se expressa o valor de todos os
bens.

A Contabilidade Nacional
• Amortização: O mesmo que Consumo de Capital Fixo.

• Auto-consumo: Actividade produtiva que consiste na produção de


bens para consumo próprio. Os bens destinados ao auto-
consumo não são vendidos a terceiros ao processo produtivo e
não são considerados na Contabilidade Nacional.

• Consumo de Capital Fixo (CCF): Preço de substituição do


equipamento, repartido pela sua vida económica. Este valor é
calculado através do quociente do valor de aquisição do
equipamento pelo número de anos de utilização.
• Consumo Intermédio: Consumo realizado durante o processo
produtivo pelas unidades institucionais intervenientes de forma a
obter novos bens e serviços.

• Consumo Privado: Aquisição de bens e serviços por parte das


famílias para satisfação das suas necessidades.

• Consumo Público: Utilizações do Estado para fornecimento de


serviços não mercantis que sejam úteis para as famílias.

• Despesa Interna (DI): Gastos realizados por unidades institucionais


no seu território económico em relação à produção interna
deduzida do valor das importações.

Despesa Interna = Consumo Total + Investimento Bruto +


Exportações líquidas

Exportações líquidas = Exportações - Importações

DI = DN - SRRM

• Despesa Nacional (DN): Gastos efectuados por todas as unidades


residentes no país em questão em bens e serviços, avaliados a
preços de mercado, durante um determinado período. É igual ao
valor do PNBpm.

DN = DI + SRRM = PNBpm.

• Economia Subterrânea: Conjunto de actividades económicas de


carácter ilícito. A Contabilidade Nacional não as considera, pois
não são registadas, o que causa um valor do PIBpm inferior ao
real.

• Excedente Bruto de Exploração (EBE): Somatório dos rendimentos


do capital (lucros, rendas e juros) e outros rendimentos de
propriedade pagos pelas empresas produtoras.

• Exportações (Exp): Vendas de bens e serviços ao Exterior.

• Exportações líquidas (de importações): Exportações –


Importações.

• Externalidade: Impacto de um processo produtivo no bem-estar da


sociedade. As externalidades são:

- Positivas, quando benéficas;


- Negativas, quando as consequências são negativas (poluição).

• Formação Bruta de Capital (FBC): O mesmo que Investimento


Bruto.

• Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF): Despesas efectuadas


pelas empresas e pelo Estado na aquisição de meios de trabalho
para serem utilizados durante os vários processos produtivos.

• Importações (Imp): Aquisição de bens e serviços ao Exterior por


parte de unidades residentes.

• Impostos alfandegários: Impostos aplicados à entrada de produtos


num país provenientes do Exterior. Não se aplicam a produtos
vindos dos estados-membros da UE, devido à livre circulação.

• Impostos Indirectos: Impostos que incidem sobre o consumo. É o


caso do IVA e do IT, por exemplo.

• Investimento Bruto (IB): Investimento Bruto = Formação Bruta de


Capital Fixo + Variação de Existências. IB = FBCF + VE.

• Métodos de cálculo do valor do Produto: Para evitar o problema


da múltipla contagem no cálculo do valor do Produto, utiliza-se
um dos dois métodos seguintes:

- Método dos valores acrescentados – O valor do Produto


calcula-se a partir do somatório dos valores acrescentados de
cada uma das unidades de produção;

- Método dos produtos finais – Determina-se o valor do


Produto através do valor das vendas de bens e serviços de
consumo final, isto é, não se consideram os consumos
intermédios.

• Ópticas de cálculo do valor da produção ( PN = RN = DN ): A


Contabilidade Nacional calcula o valor de produção a partir de
três ópticas diferentes. São elas: - A óptica do Produto –
permite calcular o Produto Nacional (PN). Os produtos são
classificados consoante a sua natureza e origem.

Produto Nacional = Produto Interno (PI) + Saldo dos


Rendimentos do trabalho, da propriedade e da empresa do
Resto do Mundo (SRRM).

PN = PI + SRRM;
- A óptica do Rendimento – permite calcular o Rendimento
Nacional (RN). Não se tem em conta a produção propriamente
dita, mas sim os rendimen-tos obtidos através da venda dos
produtos e a forma como são repartidos.

Rendimento Nacional = Remunerações do trabalho + Excedente


Bruto de Exploração (EBE, também designado por rendimentos
da propriedade e resultados da exploração).

RN = Remunerações do trabalho + EBE;

- A óptica da Despesa – permite calcular a Despesa Nacional


(DN). Indica o destino da produção: consumo, investimento ou
exportação.

Despesa Nacional = Consumo Público + Consumo Privado +


Formação Bruta de Capital Fixo (FBCB) + Variação de
Existências (VE) + Exportações – Importações + SRRM

DN = Consumo Total (CT) + IB + Exportações líquidas (de


importações) + SRRM.

DI = Procura Interna + Exportações líquidas.

DI = Procura Global – Importações.

Produto Nacional = Rendimento Nacional = Despesa Nacional.

• Problema da múltipla contagem: O problema da múltipla contagem


consiste em registar várias vezes o valor do consumo intermédio
realizado pelas unidades produtivas intervenientes no processo
produtivo em questão.

• Procura Global (PG): Despesa em bens e serviços realizadas por


residentes e não residentes na aquisição de bens e serviços
produzidos no nosso território económico. Procura Global =
Consumo Total + Investimento Bruto + Exportações. PG = CT +
IB + Exp. PG = Proc. I + Exp.

• Procura Interna (Proc. I): Despesa realizada por residentes em


relação à produção efectuada nesse território económico.

Procura Interna = Consumo Total + Investimento Bruto.

Proc. I = CT + IB.

• Produto: O Produto é calculado como sendo:


- Interno (PI) ou Nacional (PN). Fala-se em PI quando o valor
do produto tem por base a riqueza produzida dentro do território
económico do país, em PN quando o valor do produto tem por
base a riqueza obtida pelas unidades residentes
independentemente do território económico onde foi gerada
essa riqueza.

PN = PI + SRRM;

- Líquido (PL) ou Bruto (PB). O produto em termos brutos


equivale à diferença entre o valor das vendas e o consumo
intermédio. Este é usado quando se considera o CCF, caso
contrário, utiliza-se o produto líquido para calcular o valor da
produção.

PB = Valor das Vendas – Consumo Intermédio.

PL = PB – CCF;

- a preços de mercado (Ppm) ou a custos de factores (Pcf).

Produto a preços de mercado = Produto a custos de factores +


Impostos Indirectos – Subsídios à produção.

Ppm = Pcf + Impostos Indirectos líquidos de subsídios;

• O Produto também pode ser calculado a:

- a preços constantes ou a preços correntes. Calcula-se o


Produto a preços constantes quando os bens e serviços são
valorizados seguindo os preços praticados num ano considerado
como base. É utilizado em comparações com outros anos, pois
retira o aumento do valor do produto causado pela inflação.

Por outro lado, é calculado a preços correntes quando os bens e


serviços são valorizados aos preços verificados no ano em causa.

• Ramo de actividade: A cada ramo de actividade corresponde um


conjunto de unidades de produção homogéneas (utilizam
processos produtivos semelhantes ou até mesmo iguais).

• Remunerações do Capital: O mesmo que Excedente Bruto de


Exploração.

• Remunerações do trabalho: Somatório de todas as importâncias


concedidas aos trabalhadores por conta de outrem como
contrapartida do trabalho prestado e contribuições sociais pagas
pela entidade patronal.

• Rendimento Disponível dos Particulares (RDP): Rendimento de


que os particulares dispõem depois de pagos os impostos e as
contribuições sociais ao Estado.

RDP = Remunerações do trabalho + Rendimentos da empresa e


da propriedade + Transferências Internas + Transferências
Externas – Impostos Directos – Contribuições para a Segurança
Social.

RDP = Remunerações + EBE + TI + TE – ID – Contribuições


para a SS.

• Rendimentos da empresa e da propriedade: O mesmo que


Excedente Bruto de Exploração.

• Saldo dos rendimentos do trabalho, da propriedade e da


empresa com o Resto do Mundo (SRRM): Diferença entre os
rendimentos recebidos do exterior e os que para lá são enviados.

SRRM = Rendimentos recebidos – Rendimentos enviados.

• Sector informal: Conjunto de actividades económicas que não são


consideradas no cálculo do valor do produto por terem um
carácter informal. É o caso de alguém que confecciona
paste-laria em casa para vender num café, ou oferece serviços
de manicura em casa, por exemplo.

Sectores institucionais: Um sector institucional define-se como um


grupo de unidades institucionais cuja função principal seja idêntica.
Essas unidades institucionais são:

- Famílias, que se subdividem em:

- Empresas individuais, que produzem bens e serviços


comercializá-veis (mercantis) não financeiros;

- Famílias e celibatários, cuja função principal é consumir;

- Instituições Sem Fins Lucrativos ao Serviço das Famílias


(ISFLSF), as quais produzem serviços com intuito não lucrativo
não comercializáveis;

- Sociedades e Quase Sociedades Não Financeiras,


compostas por empresas públicas e privadas, têm como função
produzir bens e serviços comerciali-záveis não financeiros;
- Instituições Financeiras, as quais são:

- Instituições de Crédito, que financiam e concedem


créditos;

- Empresas de Seguros, garantem o pagamento em caso


de risco;

- Administrações Públicas (Estado) - têm como função a


produção de serviços não comercializáveis e o cumprimento da
redistribuição dos rendimentos pelo país;

- Resto do Mundo (Exterior), composto pelos não residentes, a


sua função principal é efectuar um registo de todas as
operações realizadas entre a economia nacional e o estrangeiro.

• Território Económico: O território económico de um país inclui o seu


território geográfico, espaço aéreo, Zona Económica Exclusiva
(ZEE), plataformas e aeronaves exploradas por unidades
económicas residentes, independentemente de onde estas se
situam, e outras instituições ultramarinas que o país possui ou
gere.

• Transferências Externas (TE): Recebimentos ou pagamentos


efectuados pelas famílias ao Resto do Mundo.

• Transferências Internas (TI): Subsídios auferidos por parte do


Estado durante o processo de redistribuição.

• Unidade institucional: As unidades institucionais de um território


classificam-se em residentes – entida-des que exercem
actividades económicas nesse território há, pelo menos, um ano
– e não residentes – não praticam qualquer actividade
económica nesse território ou praticam há menos de um ano.

• Valor Acrescentado Bruto (VAB): O VAB é constituído pelo valor


acrescentado por cada unidade produtiva no processo produtivo,
obtido pela diferença entre o valor das vendas (VV) e o valor das
compras (VC) por elas efectuadas para realizar a produção.

Valor Acrescentado Bruto = Valor das Vendas – Valor das


Compras.

VAB = VV – VC.

• Variação de Existências (VE): Utilizações das empresas em


matérias-primas que ainda não tenham sido incorporadas em
produtos até ao final do período e produtos acabados ainda não
vendidos ou em fabricação.

VE = Valor no final do período – Valor no início do período.

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