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Deflação: o que é e quais as suas consequências para a economia?

por: Tiago Reis13/04/2018 20:47Atualizado em: 12/04/2023 23:51



A deflação é um fenômeno econômico no qual o custo dos produtos vai diminuindo
pouco a pouco, ocorrendo uma valorização do dinheiro.
A primeira impressão que ocorre com a deflação é de que isso tornaria possível
investir mais dinheiro em ações, mas é preciso entender em detalhes a consequência
desse processo.
O que é Deflação?
Economicamente, deflação significa o aumento no valor do dinheiro, causado
principalmente por uma demanda agregada menor do que a oferta potencial. Dessa
forma, os produtos tendem a custar menos do que anteriormente.
Num primeiro momento, pode parecer ótimo que os preços das prateleiras do mercado
estejam mais baixos a cada compra.
No entanto, isso não é tão bom na prática. Se persistir por mais do que alguns meses, a
deflação pode levar à recessão econômica, e as consequências podem ser piores para a
economia do que a própria inflação.
Portanto, como o dinheiro passa a valer mais mês após mês, a tendência é que os
investimentos se reduzam, já que ele não precisa ser empregado para trazer retorno aos
investidores.
Sendo assim, om menos investimentos, a demanda também diminui e, por
consequência, ocorre uma queda nos preços.

Oferta e demanda: entenda como funciona essa lei da economia


O que causa a Deflação?
A causa principal para a ocorrência da deflação é o aumento da oferta de bens e serviços
e a falta de uma demanda equivalente.
Ou seja: existe muito mais oferta para a venda de um determinado produto do que a
demanda para compra-lo.
Dessa forma, caso ocorra um excesso na produção de computadores, por exemplo, a
oferta desse produto aumentará, mas não haverá gente o suficiente para compra-lo.
Sendo assim, o fabricante se verá obrigado a reduzir o preço para conseguir acabar com
seus estoques. Esse processo, só que ocorrendo de forma generalizada, é o que dá início
à deflação.
Essa diminuição no preço pode parecer positiva em um primeiro momento. No entanto,
quando ela persiste por muito tempo, pode atrapalhar os negócios, causando
desemprego em massa, o que pode prejudicar gravemente a economia de um país.
Igualmente, a diminuição da quantidade de moeda em circulação na economia também
pode ser um fator que gera deflação, pois há uma diminuição natural no consumo dessa
forma.
Como a deflação é calculada?
A deflação é calculada por meio do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que é
responsável por medir a variação dos preços de uma cesta de produtos e serviços
consumidos pelas famílias brasileiras. O IPC é calculado mensalmente pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e considera os preços de mais de 400 itens,
distribuídos em oito grupos: alimentação e bebidas, artigos de residência, comunicação,
despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais, transportes.
Para calcular a deflação, é feita uma comparação entre os preços de um determinado
período com os preços de um período anterior, normalmente um mês ou um ano. Se a
variação do IPC entre esses dois períodos for negativa, ou seja, se os preços estiverem
em queda, ocorre a deflação. Em geral, a deflação é considerada um fenômeno raro na
economia, uma vez que a tendência dos preços é de aumentar ao longo do tempo,
acompanhando o crescimento econômico e o aumento da demanda por bens e serviços.
Consequências e riscos da Deflação
Quando se transforma em um ciclo vicioso, a deflação vira um problema estrutural. É
possível observar uma série de efeitos da deflação:

Oferta e demanda: entenda como funciona essa lei da economia


 Recessão;
 Desemprego;
 Quebra de empresas que não conseguem vender seus produtos;
 Aumento da informalidade;
 Aumento do juro real;
 Queda na arrecadação pública.
A deflação aumenta o chamado “juro real”, que é a diferença entre a inflação e a taxa
de juros.
Com um juro real alto, as famílias usam mais de sua renda para pagar juros, o que reduz
a liquidez e deixa menos para o consumo e investimentos.
Sendo assim, por causa de todos esses fatores, é criado um ciclo muito difícil de ser
quebrado sem uma intervenção do governo.
Com a finalidade de padronizar a medição desses eventos, economistas costumam
classificar como deflação uma queda nos preços de forma generalizada – em bens e
serviços – pelo período mínimo de um ano.

A deflação pode levar à recessão?


a deflação pode levar à recessão econômica, pois ela pode desestimular o consumo e os
investimentos, já que os consumidores e as empresas tendem a adiar as compras na
expectativa de que os preços caiam ainda mais no futuro. Com isso, a demanda por bens
e serviços diminui, o que pode levar as empresas a reduzir a produção e os
investimentos, gerando uma queda na atividade econômica.
Além disso, a deflação pode gerar um aumento no endividamento das empresas e das
famílias, já que o valor nominal das dívidas não se ajusta à queda dos preços. Com isso,
o peso das dívidas se torna maior em relação à renda e aos ativos, o que pode gerar
inadimplência e prejuízos financeiros.
Por outro lado, é importante lembrar que a deflação pode ser benéfica em alguns casos,
como quando ela está associada a uma queda nos preços de bens e serviços que foram
previamente inflacionados, permitindo que mais pessoas tenham acesso a esses
produtos. No entanto, é preciso avaliar caso a caso e buscar medidas para evitar que a
deflação se torne um problema econômico de maior proporção.
Como conter a deflação?
A deflação pode ser um desafio para as autoridades econômicas, pois ela pode
desestimular o consumo e os investimentos, reduzindo a atividade econômica e gerando
problemas financeiros para empresas e famílias. Para conter a deflação, é possível
adotar algumas medidas, tais como:
1. Política monetária: uma das principais ferramentas utilizadas para conter a
deflação é a política monetária, que consiste na adoção de medidas para
controlar a oferta de moeda e a taxa de juros. O Banco Central, por exemplo,
pode reduzir a taxa básica de juros para estimular a demanda por crédito e
incentivar os investimentos e o consumo.
2. Estímulo fiscal: outra medida que pode ser adotada para conter a deflação é o
estímulo fiscal, que consiste na adoção de políticas públicas para incentivar o
consumo e os investimentos, como a redução de impostos e o aumento dos
gastos públicos.
3. Incentivo ao crédito: outra forma de estimular a demanda é por meio de
incentivos ao crédito, como a redução das taxas de juros para empréstimos e
financiamentos.
4. Estímulo à produção: para evitar a queda na atividade econômica, é importante
estimular a produção e a oferta de bens e serviços. Para isso, podem ser adotadas
medidas para incentivar o investimento em infraestrutura, o aumento da
produtividade e a redução dos custos de produção.
5. Política cambial: por fim, a política cambial também pode ser utilizada para
conter a deflação, por meio do ajuste da taxa de câmbio e da adoção de medidas
para aumentar as exportações e reduzir as importações.
Qual a relação de Deflação e IPCA?
No Brasil, a deflação é medida por um índice como Índice de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), calculado todos os meses pelo IBGE.
O IBGE calcula a variação em diversos itens que fazem parte do consumo de famílias
que ganham de um até 40 salários mínimos, independente da fonte de renda. O órgão
faz uma amostragem nas principais capitais do país.
Tesouro IPCA: o que é e como investir nesse título do Tesouro?
Dessa forma, é possível entender não só o processo deflacionário, como os processos
de inflação e desinflação.
Sendo assim, o IPCA é fundamental para todo investidor, especialmente aqueles que
investem em títulos públicos de longo prazo.
Em suma, a rentabilidade desses títulos está atrelada ao IPCA. Existem opções com
rentabilidade de IPCA + 3%, por exemplo. Esses investimentos são conhecidos
como Tesouro IPCA.
Assim como títulos de longo prazo, títulos públicos de curto prazo e títulos privados,
que possuem outros índices de referência (Selic e CDI, respectivamente) são
influenciados pelo IPCA.
Da mesma forma, fundos de investimentos também podem usar o IPCA como referência
para sua rentabilidade, ainda que estes prefiram comparar seus rendimentos com o
Ibovespa ou o CDI, a depender do tipo de fundo.

Diferença de deflação, inflação ou desinflação?


Esses três fenômenos econômicos têm nomes parecidos, mas tratam-se de
acontecimentos diferentes:
1. Deflação
Como já foi explicado, a deflação é o aumento do valor do dinheiro causado por uma
diminuição na demanda de bens e serviços.
2. Inflação
Entretanto, a inflação é o processo contrário da deflação: é a perda do valor do dinheiro,
causado por um excesso na demanda de bens e serviços.

3. Desinflação
Por fim, a desinflação ocorre quando a inflação consegue ser abaixada, mas continua
ainda acima de 0%.
Como acabar com a Deflação?
A resposta parece simples em um primeiro momento: gerar inflação. Na prática, no
entanto, não é tão fácil assim.
De fato, tudo depende da estrutura econômica do país. O primeiro passo, na maioria dos
casos, seria aumentar a liquidez da moeda e uma das medidas seria imprimir mais
dinheiro.
Quantitative Easing: um instrumento monetário para estimular a economia
No entanto, nem sempre inundar o mercado com nova moeda acaba com o problema.
Muitas vezes, a inflação gerada dura apenas alguns meses, o que exige outras medidas.
Um dos principais exemplos de deflação é o do Japão, que enfrenta um problema
crônico de deflação. Com intenção de estimular o consumo, o Banco Central do Japão
(BoJ) estabeleceu uma taxa de juros negativa de 0,1%.
Ou seja, as pessoas perdiam dinheiro ao deixá-lo parado. Títulos da dívida pública de
longo prazo – 10 anos – são remunerados (ou não são) a 0%.
Por outro lado, o governo japonês compra de mais de 700 bilhões de dólares – 80
trilhões de ienes – por ano.
Tudo para aumentar a circulação da moeda. Sem dúvida, todos os esforços são feitos
para atingir uma meta de inflação de 2% ao ano.
A maioria dos economistas diz que um cenário de hiperinflação é mais fácil de enfrentar
do que um processo deflacionário.
Em resumo, isso porque existem mecanismos econômicos que funcionam melhor contra
a esse primeiro cenário, como a correção monetária.
Sendo assim, o Brasil fez uso desse processo até 1994, período em que os produtos
ficavam cada dia mais caros nas prateleiras.
Quando houve deflação no Brasil?
Ao longo da história econômica do Brasil, houve poucos períodos de deflação. Um dos
mais recentes ocorreu entre 2015 e 2017, quando o país enfrentou uma crise econômica
que resultou em uma queda na demanda por bens e serviços e em uma redução dos
preços.
Entre os fatores que contribuíram para a deflação nesse período estão a crise política, a
queda no preço das commodities (produtos básicos como petróleo e minério de ferro) e
a recessão econômica. Além disso, o governo adotou medidas para controlar a inflação,
como a elevação da taxa básica de juros e o ajuste fiscal, o que acabou reduzindo ainda
mais a demanda.
Outro período em que ocorreu deflação no Brasil foi durante a década de 1930, em
decorrência da Grande Depressão, que atingiu diversos países ao redor do mundo. Nesse
período, a deflação foi provocada pela queda na produção e na demanda, o que gerou
um excesso de oferta de bens e serviços e uma redução dos preços.
Em geral, a deflação é considerada um fenômeno raro na economia brasileira, uma vez
que o país enfrenta historicamente um quadro de inflação elevada. No entanto, é
importante estar atento aos fatores que podem gerar a deflação e buscar medidas para
evitar que ela se torne um problema econômico de maior proporção.
Exemplos de deflação na história
A deflação é um fenômeno econômico que ocorre com menor frequência do que a
inflação, mas que já teve diversos exemplos ao longo da história. Alguns dos mais
conhecidos são:
1. Grande Depressão: na década de 1930, diversos países ao redor do mundo
enfrentaram uma grave crise econômica que resultou em uma deflação
generalizada. Na época, a queda na produção e na demanda gerou um excesso de
oferta de bens e serviços, o que acabou reduzindo os preços.
2. Japão: durante a década de 1990, o Japão enfrentou um período de deflação que
durou mais de uma década. Esse período foi marcado pela queda nos preços dos
imóveis e pela falta de investimentos, o que gerou uma redução na atividade
econômica.
3. Crise financeira de 2008: após a crise financeira de 2008, diversos países
enfrentaram uma queda na demanda por bens e serviços e uma redução dos
preços. Isso ocorreu porque a crise gerou uma instabilidade financeira e uma
redução nos investimentos e na produção.
4. Brasil: entre 2015 e 2017, o Brasil enfrentou um período de deflação em
decorrência da crise econômica que o país enfrentou. Nesse período, a queda na
demanda por bens e serviços e a redução dos preços foram acentuadas.
É importante lembrar que a deflação pode ter efeitos negativos na economia, pois pode
desestimular o consumo e os investimentos, gerando uma redução na atividade
econômica. Por isso, é importante adotar medidas para evitar que a deflação se torne um
problema de maior proporção.
Ainda restou alguma dúvida a respeito do processo de deflação? Faça um comentário
abaixo!
PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE DEFLAÇÃOQual é o pior, deflação ou
inflação?
Qual é a diferença entre deflação e inflação?
ACESSO RÁPIDO


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 Mercado

Tiago Reis
Tiago Reis é formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas
(FGV). Dedicou-se a vida toda a estudar sobre investimentos, mercado financeiro e
especialmente análise de ações. Foi sócio fundador da Set Investimentos e hoje atua
como Presidente do Conselho do Grupo Suno.

13/04/2018 20:47Atualizado em: 12/04/2023 23:51


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3 comentários
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Rafael Nanes25 de junho de 2021


Excelente conteúdo, sanou minhas dúvidas. Obrigado
Responder
o Suno Research29 de junho de 2021
Olá, Rafael Tudo certo?
Muito obrigado! Ficamos felizes em ajudar.
Atenciosamente, Equipe Suno.
Responder
 Olegário25 de novembro de 2022
Tenho trabalhado de pesquisa tipo científico sobre o que é deflação, introdução,
desenvolvimento e conclusão
Responder
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Descubra quais são os tipos de inflação e suas diferenças conceituais


 Equipe Toro Investimentos
 Atualizado: 18/07/2023
 9 min de leitura

Os principais tipos de inflação envolvem conceitos como inflação de demanda, de


oferta, de custos, estrutural, espiral, global, inercial, monetária, estagflação e
hiperinflação.
Inflação é a elevação generalizada dos preços em uma economia. Certo, mas você sabia
que há diferentes conceitos dentro da definição macro de inflação? A maioria das
pessoas ouve o termo nos jornais e nas conversas do dia a dia, mas desconhece em
detalhes o que de fato é isso e como afeta a vida.
Uma pesquisa realizada há menos de uma década revelou que dois terços da população
desconhece em que nível estão os índices de inflação.
Neste artigo, vamos explicar as nuances contidas nos principais tipos de inflação, como
elas ocorrem e por que vale a pena saber disso. Leia até o final e esteja mais preparado
para compreender as notícias da economia bem como poder conversar sobre o assunto
com naturalidade.
O que é a inflação na economia?
Antes de entrarmos nos conceitos dos principais tipos de inflação, vale a pena relembrar
o que é a inflação na definição econômica para então conhecermos o que a causa e
como ela se diferencia.
A inflação é um conceito econômico em que o nível de preços médio de uma cesta de
produtos e serviços está em elevação.
Ou seja, não basta que um ou outro item esteja mais caro. Para haver inflação, é
necessário que se observe o aumento médio dos preços em uma cesta de itens que
as famílias mais consomem (moradia, transporte, alimentos, energia elétrica, etc).
Portanto, quando há inflação, seu dinheiro perde poder de compra se a sua renda
não acompanhar a subida dos preços. Este é um fator importante para medir o bem-
estar e o poder de compra do dinheiro, bem como medir sua desvalorização ao longo do
tempo.
Caso queira conhecer mais sobre a inflação, como ela é calculada, o que são as metas de
inflação e quais os principais índices, leia o artigo completo que preparamos no link
abaixo:
CONTEÚDO ESPECIAL • O que é inflação? Veja como os preços sobem e mexem
com seu bolso!
Quais são os tipos de inflação?
Agora que você já domina o conceito de inflação em um sentido mais amplo, vamos
entrar nos principais conceitos que definem os principais tipos de inflação. Todos eles
giram em torno de como a subida dos preços ocorre e/ou como seus efeitos são sentidos
na economia.
Os principais tipos de inflação são:
1. Inflação de demanda
A inflação de demanda está ligada a uma das mais importantes leis da economia: oferta
x demanda.
A inflação de demanda ocorre quando a demanda agregada − a procura total de
bens e serviços na economia − é maior que a oferta agregada.
Em outras palavras, há mais consumidores demandando certos produtos e serviços do
que produtores dispostos ou capazes de ofertá-los por questões como: aumentos
salariais acima dos ganhos de produtividade, redução de impostos sobre o consumo,
taxa de juros real negativa, facilidade de acesso ao crédito, governo gastando mais do
que arrecada, entre outros.
Como exemplo, podemos citar a procura de empresas por profissionais de tecnologia.
Como há mais companhias demandando esse tipo de especialista do que existem
pessoas qualificadas disponíveis, o preço do trabalho, isto é, o salário é pressionado para
cima.
2. Inflação de custos ou inflação de oferta
A inflação de oferta, também chamada de inflação de custos, acontece quando os
preços sobem devido ao aumento dos custos dos ofertantes, ou seja, dos produtores
de determinado bem ou serviço na economia.
Essa elevação de custos pode ocorrer por vários motivos, tais como: preços dos
insumos, gastos com energia, impactos climáticas, aumento dos salários, tecnologia
deficiente, entre outros.
Um bom exemplo é a crise hídrica do Brasil em 2021, situação em que o consumo de
energia elétrica se manteve elevado, mas o nível dos reservatórios das hidrelétricas
(principal fonte geradora do país) estão baixos, o que aumenta os custos de produção.
Assim, os preços aumentam para equilibrar o valor desse bem na economia.
3. Inflação estrutural
Os economistas chamam de inflação estrutural o aumento de preços generalizado
que tem como causas as deficiências ou precariedades da infraestrutura e da
cadeia produtiva.
Neste caso, a ineficiência e falta de força da infraestrutura elevam os custos de produção
que, por sua vez, encarecem os preços pagos pelos consumidores finais. Além disso,
quando as mercadorias são mais voltadas ao mercado externo do que interno, é possível
que haja falta de alguns produtos no mercado nacional.
Pense, por exemplo, nas falhas de infraestrutura de transportes e logística que há no
Brasil atualmente e na greve dos caminhoneiros que ocorreu há alguns anos.
Na impossibilidade de escoar os produtos por outro meio além das estradas − como
ferrovias, transportes aéreos ou aquáticos, por exemplo −, o represamento causado pela
greve impactou a lei da oferta x demanda e encareceu vários produtos.
4. Inflação espiral
A inflação espiral ocorre quando há um ciclo em que os trabalhadores recebem
reajustes ou aumentos de salários para recompor a perda do poder aquisitivo
causada pela inflação geral da economia.
Com mais dinheiro em mãos, eles têm mais recursos para gastar. Quando há aumento
dos gastos, mais dinheiro circula na economia, além de os produtores precisarem elevar
os preços das mercadorias, já que estão tendo custos maiores com mão de obra por
aumentarem os salários, o que provoca mais inflação. Por isso, esse fenômeno recebe o
nome de espiral inflacionária.
5. Inflação global
A inflação global é a situação em que vários das principais economias do mundo
observam aumento dos seus índices de inflação de modo simultâneo. Isto significa
que os índices de preços estão subindo globalmente.
Esse é um fenômeno que está mais propenso a ocorrer conforme o avanço da
globalização e em ocasiões como o aumento dos preços das commodities.
Praticamente todas as nações compram e vendem entre si no comércio internacional,
que também está sujeito às leis da oferta e da procura. Se os custos produtivos
aumentam, isso é refletido nos preços dos itens no comércio exterior.
6. Inflação inercial
A inflação inercial tem suas ligações com o fator psicológico da inflação comum. A
inércia é o processo relacionado à expectativa da inflação e ao que os economistas
chamam de "memória inflacionária".
Quando os consumidores e vendedores já esperam que a inflação vá subir, eles
precificam os produtos e serviços antes mesmo de existir o aumento. Ou seja, por
medo de que os preços subam, os produtores reajustam as etiquetas antes que a
inflação se confirme e seguem fazendo isso até serem interrompidos por algum
fator.
Esse fenômeno pode se espalhar rapidamente pelo poder psicológico. Por exemplo, ao
ver um concorrente aumentar os preços, um produtor pode fazer o mesmo sem mesmo
saber qual será o nível de inflação que será concretizado ou qual patamar de aumento de
custos terá.
7. Inflação monetária
A inflação monetária acontece quando há emissão de dinheiro de forma descontrolada
por parte do governo.
O dinheiro serve para remunerar produtos e serviços. Se há mais dinheiro do que
produtos e serviços em circulação, os preços aumentam para reequilibrar a
economia.
Por isso, a Casa da Moeda deve seguir uma política de produção de dinheiro "novo"
baseada em fundamentos econômicos. Além disso, o governo deve ficar de olho no
multiplicador bancário, isto é, quanto dinheiro os bancos podem emprestar em relação
ao que eles possuem de fato nas suas reservas. Essas são algumas das medidas para
evitar que dinheiro demais seja "derramado" na economia de uma vez.
8. Inflação reprimida
A inflação reprimida se manifesta quando governos adotam políticas de
congelamento de preços ou determinação de preços máximos por produtos e
serviços, o que gera escassez.
Por exemplo, imagine que o custo para fabricar travesseiros é de R$20 por unidade. Se
houver a determinação de que o preço máximo de venda deve ser R$12 por travesseiro,
porque o fabricante produziria travesseiros com prejuízo?
Sem incentivos e lucro para produzir, os produtores abandonam o mercado, gerando
escassez. Menos itens sendo ofertados e mais pessoas procurando: aumento dos preços.
O que acontece naturalmente acontece quando o governo descongela os preços e a
inflação reprimida surge toda de uma vez.
9. Estagflação
A estagflação é um conceito econômico em que uma economia registra crescimento
estagnado e alta inflação.
Ou seja, a economia não cresce e os preços sobem sem parar, mesmo que as famílias
estejam consumindo menos. Como vimos, os preços podem subir por outros fatores
além da pressão do consumo: aumento das commodities, crises hídricas, aumento do
dólar, fatores psicológicos da inflação, etc.
10. Hiperinflação
Por fim, temos o conceito de hiperinflação, que acontece quando o descontrole
inflacionário chegou a níveis tão absurdos que os preços passam a ser reajustados nas
dezenas ou centenas percentuais de uma única vez. Entram fatores psicológicos,
produtivos e econômicos da inflação de modo muito forte e acelerado.
A hiperinflação é quase como um filme de terror em que o poder de compra do dinheiro
desaparece rapidamente, os preços não param de subir e provoca recessão econômica.
O Brasil já enfrentou um cenário de hiperinflação logo antes da criação do Plano Real.
Observe no gráfico abaixo como variava o nível de preços de um mês para o outro:

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Para terminar, veja no gráfico abaixo como está o atual nível de inflação do Brasil,
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Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE; e o Índice Geral de Preços
do Mercado (IGP-M).
A inflação brasileira enfrenta, hoje, as características de inflação de oferta e global,
principalmente.
Contudo, também é possível distinguir traços de inflação inercial e estrutural, já
que o aumento médio dos preços normalmente não tem uma única causa.

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