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Olá investidor,
“Uma gripe nos EUA pode ser uma pneumonia em países emergentes”. Se você já
acompanha o mercado a algum tempo, provavelmente já deve ter ouvido essa
frase. E tem muita verdade nela, afinal o dólar é a moeda mais utilizada em
transações comerciais ao redor do mundo. Mas você sabe como se posicionar para
rentabilizar mesmo em meio a um possível cenário de recessão americana? É isso
que vamos te mostrar a seguir.
Para iniciar, é preciso entender a situação econômica atual dos EUA, e porque
tanto se fala em uma possível recessão com impactos globais. Para isso, faremos
um retrospecto que parte da expansão monetária ocorrida durante a crise sanitária
do COVID-19.
Situação dos EUA
Para incentivar o consumo e não deixar a economia parar durante o
distanciamento social do COVID, o governo americano imprimiu muito dinheiro,
muito destinado ao auxílio emergencial – apenas em junho de 2020 foi impresso
mais dólares do que nos 200 anos anteriores.
Como reflexo disso, a economia americana ficou menos aquecida, o crédito ficou
mais caro e reduziu a demanda por bens e serviços. Você provavelmente notou os
noticiários cobrindo demissões em massa em grandes empresas americanas, entre
outras posturas de cortes de gastos:
Teremos Recessão nos EUA?
Afinal, por que falam tanto de recessão nos EUA? Tecnicamente, uma recessão se
caracteriza por um período de declínio econômico temporário durante o qual o
comércio e a atividade industrial são reduzidos, geralmente identificados por uma
queda no PIB em dois trimestres consecutivos. Os EUA não estão de fato em uma
recessão, mas estão direcionados para uma por 2 principais motivos.
O primeiro sendo a escalada da inflação. O que os americanos compravam com
US$100 no passado, não compram mais atualmente.
A confiança do consumidor vai caindo, as vendas diminuindo e os investimentos
sendo cada vez mais impactados.
O segundo motivo é o aumento da dívida pública. Para honrar as contas públicas,
muitas vezes o governo recorre à emissão de dívida, ou seja, pega dinheiro
emprestado dos cidadãos e de instituições através da venda de Títulos Públicos, os
chamados Treasuries americanos.
Nos últimos 10 anos o dólar variou em média 8,5% ao ano frente ao real. Isso
significa que o investidor tem uma expectativa de 13,5% ao ano quando se investe
em Treasuries, correndo risco soberano americano – um dos menores riscos no
mundo.
Ao investir em Treasuries americanos, os investidores estão sujeitos ao risco AAA,
o mais alto grau de rating. É importante ressaltar que há ainda segurança quanto ao
novo teto de dívidas, o qual oferece um horizonte mais folgado até 2025. Isso reduz
significativamente o risco de um calote, proporcionando um ambiente mais estável
para esse investimento.
Esses momentos foram seguidos por uma redução das taxas de juros quando a
inflação diminuiu e a economia se recuperou. Ao investir em Treasuries com uma
taxa prefixada de 5% ao ano, o investidor pode se beneficiar de um possível ágio
quando a inflação cair e as taxas de juros voltarem a diminuir.
Outra opção atrativa para o investidor que deseja se proteger de uma eventual
recessão americana é o investimento em ouro. O ouro é conhecido há muito tempo
como um ativo seguro em momentos de turbulência econômica. Isso se deve à sua
natureza física, escassez e aceitação global como reserva de valor.
Em tempos de recessão, quando os mercados financeiros estão instáveis, o ouro
tende a ser procurado como um refúgio de preservação de capital, pois
historicamente tem mantido seu valor ou até mesmo se valorizado durante
períodos de crise.
Uma recessão nos EUA muitas vezes vem acompanhada de medidas de estímulo
econômico, como a impressão de dinheiro e a redução das taxas de juros. Essas
ações podem levar à desvalorização da moeda e ao aumento da inflação.
O ouro tem sido reconhecido como um hedge eficaz contra a inflação e pode ajudar
os investidores a preservar seu poder de compra e mitigar os efeitos negativos
desses eventos.
Uma maneira conveniente de investir em ouro é por meio de Exchange Traded
Funds (ETFs) que acompanham o preço do metal.
Existem ETFs específicos que oferecem alavancagem, ou seja, sua variação é
amplificada em relação ao preço do ouro subjacente. Por exemplo, um ETF em
ouro alavancado em 2x dobrará o retorno do ouro. Essa opção pode ser atraente
para investidores que buscam obter retornos mais expressivos em um ambiente
de recessão.
Conclusão
Em tempos de expectativa de recessão nos EUA, investir em ouro pode ser uma
estratégia sólida para proteger seu patrimônio e mitigar os efeitos adversos da
turbulência econômica, assim como investir em Treasuries americanos pode
oferecer uma rentabilidade interessante expondo o investidor a um dos menores
riscos do mundo.