Você está na página 1de 61

Índice

1 O que esperar

2 Introdução

3 Os desafios de 2022

4 Conhecendo a renda fixa

5 Por que a renda fixa é melhor do que a poupança?

6 Em qual renda fixa investir?

7 Garantia - FGC

8 Segurança - Risco de crédito

9 Imposto de renda

10 A importância da diversificação

11 Guia comparativo da Renda Fixa

12 Conclusão
1
O QUE
ESPERAR

Caro leitor, bem-vindo ao e-book “Renda Fixa 2022 -


Desaf ios e Oportunidades”.

Este material foi desenvolvido para oferecer a você


uma visão ampla sobre os investimentos em renda f ixa
e as possibilidades dessa modalidade de ativo para a
composição de uma carteira diversif icada.

Não faremos recomendações ou indicações de


investimentos, mas daremos todo o conhecimento
necessário para que você tome as suas decisões com
mais segurança e autonomia.

Uma ferramenta indispensável para te ajudar


na construção de um portfólio de investimentos
equilibrado e sustentável, de acordo com o seu perf il de
investidor e o cenário do mercado e da macroeconomia.

Para começar, deixamos aqui uma dica preciosa para


guiar sua trajetória como investidor:

O risco vem de não saber


o que você está fazendo.

Warren Buffett
Buscar conhecimento é sinal de que você já está no
caminho certo para ser um investidor de sucesso.

Então, não deixe de ler até o f inal, cada detalhe será de


extrema importância para a sua aprendizagem.

Tenha uma ótima leitura e esperamos por você na


conclusão com um recado muito especial.

Um grande abraço.
2
INTRODUÇÃO

A renda f ixa é a porta de entrada de muitos brasileiros


no mundo dos investimentos. Isso porque esse tipo de
ativo oferece uma maior previsibilidade ao investidor, já
acostumado com a comodidade da poupança.

Basicamente, ao investir em renda f ixa você empresta


seu dinheiro para o governo, instituições f inanceiras
ou empresas privadas, recebendo de volta uma
recompensa em forma de juros, que na maioria das
vezes é baseado na SELIC, que é a taxa de juros básica
da economia.

E com o aumento da SELIC desde o f inal de 2021, a


renda f ixa voltou aos holofotes do mercado, com boas
oportunidades para a composição de um portfólio
diversif icado.

Fonte: Banco Central


Taxa Selic
#​Dicionário

A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento


de política monetária utilizado pelo Banco Central (BC) para controlar
a inflação.

Ela influencia todas as taxas de juros do país, como as taxas de juros dos
empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras.
Fonte: Banco Central

Para 2022, o Banco Central do Brasil parece propenso a


reforçar um pouco mais a alta de juros, em um esforço
para controlar a inflação crescente.

No entanto, “com juros mais altos e um movimento de


normalização gradual nas cadeias de suprimento, a
inflação deverá perder força ao longo de 2022”, destaca
o relatório “Onde Investir em 2022” da XP.

Por que a inflação subiu?


O movimento de alta de preços que vemos de forma global foi
impulsionado pela taxa de câmbio persistentemente depreciada
e pela crise hídrica, que impactou preços de alimentos e energia.
A SELIC, que começou em 2021 em 2% ao ano, deve
caminhar até 11,5% em 2022 e fechar o ano em 11%,
segundo projeções da corretora.

Assim, como o retorno da renda f ixa é diretamente


ligado à taxa de juros, esse cenário pode abrir uma
janela de oportunidades f rente a outros ativos
disponíveis no mercado f inanceiro.

Efeitos das mudanças na Selic


Quando o Banco Central altera a meta para a taxa Selic,
a rentabilidade dos títulos indexados a ela também
se altera e, com isso, o custo de captação dos bancos
muda.

Como funciona na prática

Quando sobe
Os juros cobrados nos f inanciamentos,
empréstimos e cartão de crédito f icam
mais altos. Isso desestimula o consumo
e favorece a queda da inflação.

Quando cai
Tomar dinheiro emprestado f ica mais
barato, já que os juros cobrados nas
operações f icam menores. Isso estimula
o consumo.

Fonte: Banco Central

No entanto, é preciso muita atenção e estudo contínuo


para manter uma carteira de investimentos saudável.
Se o momento está oportuno para a renda f ixa,
não signif ica que você deva vender suas ações, por
exemplo, para realocar todos seus recursos no mesmo
tipo de ativo.

“Sempre falo aos investidores que o mercado financeiro


não é total e absoluto ele é questionável e progressivo
então com isso se tiver mudanças é preciso fazer
adaptações.”

Gabriel Freitas, especialista em renda fixa na Blue3.

No próximo capítulo falaremos mais sobre os desaf ios


para 2022 e como se preparar a sua carteira para o que
está por vir.
3
OS DESAFIOS
DE 2022

Os últimos anos não foram nada fáceis para o investidor.


A pandemia de Covid-19 fez as bolsa desabarem e
economias pedirem socorro em todo o mundo.

No início de 2021, com o avanço da vacinação, vimos


a diminuição de restrições à circulação, e assim
começamos a enxergar a atividade econômica em sinais
de retomada.

Este movimento fez o Ibovespa chegar aos 130 mil


pontos em junho do ano passado, e nos dar melhores
perspectivas para a saída desta crise.

“Porém, o mercado não foi um céu de brigadeiro. O


país não conseguiu se f irmar sob as oportunidades. As
reformas estruturais não aconteceram, pelo menos da
forma esperada, e este fato contribuiu ainda mais para
aumentar o risco f iscal ao mercado interno”, destaca
Lucas Martins, líder de operações na Blue3.

E que risco seria este?

Risco-País
#​Dicionário

Também chamado de Risco-Brasil ou Risco Soberano, o Risco-País é


um dos termômetros mais fiéis para saber a capacidade de uma nação
honrar seus compromissos financeiros e dívidas frente aos investidores
estrangeiros.
O líder de operações explica que “quando observamos
a falta de aprovação de reformas administrativas
e tributárias, a questão do Auxílio Brasil, a PEC
dos precatórios, caímos em uma conjuntura que
claramente iria contribuir para um maior receio sobre
qual caminho tomaria a nossa dívida pública”.

Lucas ainda destaca que as preocupações não pararam


por aí, já tivemos restrições de oferta e aumento da
inflação, o que contribuiu também para um f raco
desempenho da atividade econômica no segundo
semestre.

“E com inflação pressionada, tivemos um ano de 2021


que trouxe um ciclo de forte alta na taxa de juros”,
explica Martins.

Agora, de olho no futuro, um dos principais tópicos


de discussão para o Brasil nos próximos 5 anos será a
trajetória f iscal, ou seja, as contas públicas, revelou o
relatório da XP “Onde Investir em 2022”.

A combinação de um alto nível de dívida em relação ao PIB


(83%, um dos maiores entre mercados emergentes) com
taxas de juros muito altas é desafiadora.

“Como resultado, o Brasil deve decidir entre apertar a


política fiscal no médio prazo e estabilizar a dinâmica
da dívida ou correr o risco de retornar ao velho cenário
macroeconômico: gastos altos, inflação pressionada e taxas
de juros elevadas”, apontou o documento.

Essa será a questão-chave para monitorar no ciclo eleitoral


do ano que vem.

“Já é muito falado em um cenário de desaceleração do


crescimento, de uma expectativa de termos a inflação
e taxa de juros ainda elevadas, bem como da trajetória
fiscal das contas públicas do governo, e o receio frente às
eleições presidenciais, e a nova variante da COVID-19”.

O especialista em renda f ixa da Blue3, Gabriel Freitas,


ainda explica que todos esses desaf ios econômicos do
país em 2022 elevam os prêmios de risco dos títulos
públicos e privados de renda f ixa.

“No Brasil o governo tem como desaf io controlar a


inflação, além de desaf ios no âmbito f iscal que vai
reajustar as despesas do governo. Tudo isso tem elevado
os prêmios de risco nas curvas de juros futuros e isso se
reflete tanto nos títulos públicos como nos privados.”

Nesse contexto, a renda f ixa pode se tornar uma


importante aliada para o investidor, mas é preciso tomar
cuidado para não ir com muita sede ao pote.

A diversif icação continua sendo a principal ferramenta


para atravessar qualquer que seja o cenário da
economia.

“Costumamos dizer que não existe um investimento


perfeito, o que mais se aproxima disso é a diversif icação.
Uma carteira bem montada respeitando os percentuais
de alocação de cada perf il tem uma possibilidade de
ganho contínuo em qualquer cenário”, destaca Felipe
Graciano, especialista em renda variável na Blue3.

Perspectivas para o Brasil em 2022


1 Estabilidade da inflação

2 Aproximação das eleições

3 Instabilidade f iscal (contas públicas)

4 Maior percepção de risco no Brasil

5 Projeção de menor crescimento econômico (PIB)

6 Mais elevação dos juros (taxa Selic)

Fonte: XP
Obstáculos globais para 2022
1 Novas cepas da Covid e possibilidade de novos
fechamentos da economia

2 Taxas de juros mais altas e incentivos f iscais e


monetários mais suaves globalmente

3 Perspectivas de crescimento mais tímidas para


mercados emergentes

4 A China deve crescer menos, especialmente se a


desaceleração econômica atual se prolongar além
do esperado.
Fonte: XP

Falando nisso…
Saiba mais sobre as perspectivas para 2022 no artigo de Lucas
Martins, líder de operações na Blue3.
4
CONHECENDO
A RENDA FIXA

O primeiro passo para entender a importância da


renda f ixa para sua carteira é ter uma compreensão das
características gerais desse tipo de ativo.

Títulos de renda f ixa são títulos emitidos pelo governo,


por instituições f inanceiras ou por empresas. Esses três
agentes emitem títulos para f inanciar suas atividades,
realizar aquisições ou sanar dívidas existentes.

Os títulos emitidos pelo governo são conhecidos como


Tesouro Direto. As empresas privadas emitem títulos de
crédito privado (como Debêntures, CRIs e CRAs)
e as instituições f inanceiras realizam emissão para dar
suporte às suas atividades bancárias, destacando-se os
CDBs.

Ao investir em títulos de renda f ixa temos acordado que


receberemos uma quantia maior do que o investimento
feito.

Vale ressaltar que a garantia do pagamento está ligada


ao risco de crédito, onde o emissor af irma honrar o
pagamento daquele investimento.
Dica
Antes de investir em determinado ativo de renda f ixa
verif ique a capacidade de pagamento da empresa
que você está emprestando dinheiro. Faça a pergunta:
será que ela vai cumprir o combinado?

Rating - Classif icação de Risco


Nível A (AAA, AA+, A1, A2, Aa): baixo risco de inadimplência
Nível B (BBB, BB+, B1, B2, Bb): risco médio de inadimplência
Nível C e variações: risco elevado de inadimplência
Nível D: em situação de calote.

Falando nisso…
Você conhece o conceito “Tripé de Investimentos”?

Ele é fundamental para entender as características dos


investimentos e avaliar qual deles se encaixa com seus objetivos.
Assista o vídeo e entenda mais sobre o assunto.

Formas de remuneração da renda fixa

Os títulos de renda fixa comumente são emitidos com três


formas de remuneração: prefixados, pós fixados e híbridos.

• Os prefixados nos mostram, no momento do


investimento, exatamente o quanto iremos receber ao
final do prazo.
• Nos pós-f ixados receberemos, ao f inal da aplicação,
as variações daquele indexador (CDI e Selic, por
exemplo).

• E nos títulos híbridos o investidor ganha uma taxa


predef inida somada a alguma variação (como
inflação, por exemplo).

Vamos falar sobre isso mais profundamente nos


próximos capítulos.
#​Resumo

Renda Fixa: títulos emitidos pelo governo, instituições financeiras ou


empresas.

• Títulos emitidos pelo governo: Tesouro Direto


• Títulos emitidos pelas empresas privadas: Debêntures, CRIs e CRAs
• Títulos emitidos pelas instituições financeiras: CDBs

Formas de remuneração:
• Prefixados: retorno acordado na contratação
• Pós-fixados: retorno varia de acordo com o indexador (como CDI e Selic)
• Híbridos: retorno predefinido somado a alguma variação (como a
inflação)

Atenção: Garantia do pagamento está ligada ao risco de crédito.


5
POR QUE A RENDA FIXA É
MELHOR QUE A POUPANÇA?

A poupança faz parte da cultura do brasileiro.


Segurança, liquidez e praticidade f izeram com que
esse modelo de aplicação se tornasse o mais popular e
difundido no país.

Mesmo que pareça atraente por sua “falsa” liquidez


imediata e isenção de imposto de renda, a poupança
gera uma inércia perigosa para quem acredita que seja
o melhor lugar para guardar o dinheiro.

Liquidez
#​Dicionário

Liquidez é a capacidade de conversão de um bem em dinheiro. Ou seja,


é a rapidez com a qual você consegue se desfazer de algo que você
possui para receber dinheiro em mãos.

Alta liquidez: quando as regras de resgate permitem o saque a qualquer


momento sem grandes penalidades.

Baixa liquidez: quando o investidor não poderá ou terá muita


dificuldade de tirar o dinheiro antes dos prazos, ou seja, o dinheiro fica
preso até o vencimento acordado.

Fonte: Anbima

Você já ouviu falar sobre o famoso “aniversário da


poupança“?

Isso nada mais é que o período de capitalização da


poupança, ou seja, o tempo necessário para o dinheiro
aplicado render algo. Por isso citamos anteriormente a
“falsa liquidez”.

Caso você realize uma aplicação na poupança no dia 01


de determinado mês e saque no dia 29, o dinheiro que
você aplicou só terá rendimentos no “aniversário da
poupança”, em 30 dias.

Você se lembra qual foi a data dos últimos três depósitos


que você fez na poupança? Se a sua resposta for não,
você já não saberá quanto será o seu rendimento nesses
três depósitos.

O CDB, por exemplo, os rendimentos são diários, sendo


capitalizado a partir do dia seguinte à aplicação até o
dia de resgate. Já na poupança o investimento precisa
cumprir 30 dias aplicados para ocorrer rendimento.

Dessa forma, uma aplicação aparentemente inofensiva


pode prejudicar muito sua rentabilidade.

#Curiosidade
A aplicação que parou no tempo
A poupança foi criada em 1861, no Rio de Janeiro, na
Caixa Econômica Federal pelo imperador Dom Pedro II.

A ideia inicial era dar às pessoas com menor poder


aquisitivo a chance de poupar, além de poder conseguir
empréstimos em uma instituição financeira ligada à
coroa na época.
Histórico de rentabilidade

A poupança tem perdido feio para a inflação nos últimos


anos. Isso signif ica que o seu dinheiro está perdendo
o poder de compra ao f icar parado nesse tipo de
aplicação.

Descontada a inflação, a caderneta teve um


rendimento negativo de 6,37% em 2021. Foi o pior
retorno desde 1990,
quando o rendimento
real (descontado o IPCA)
foi de -22,44%.

Veja o gráf ico:

Fonte: Economatica e G1
Mesmo com a perspectiva de desaceleração da inflação
em 2022, analistas destacam que a poupança deverá
continuar perdendo para a inflação. Ao menos no curto
prazo.

Investidores começam a sair da poupança

Esse é um caminho sem volta. O brasileiro já começou a


entender que deixar o dinheiro na poupança não é um
bom negócio.

Segundo a última pesquisa “Raio X do Investidor”


da Anbima, o número de investidores nesse tipo de
aplicação caiu pela primeira vez em 2020, desde que a
pesquisa é feita.

Apesar de ainda ser o investimento mais escolhido entre


os brasileiros (utilizado por 29% dos investidores), a
caderneta de poupança teve uma queda de oito pontos
percentuais em relação a 2019.

Todos os outros produtos f inanceiros foram mais


utilizados.

Como o brasileiro investe

Fonte: Anbima
#Curiosidade
Confisco da poupança na década de 90

Em 16 de março de 1990 o Plano Collor determinou o


congelamento por 18 meses de 80% dos depósitos das
contas correntes e poupanças que excedessem o valor
de 50 mil cruzados novos.

O “confisco” do Plano Collor foi traumático para os


brasileiros e teve consequências severas no poder de
compra da população, que caiu cerca de -44,8%, já que
bancos não pagaram a variação da inflação naquele
mês, mas apenas o juro contratual da poupança (na
época, 0,5% ao mês).

Até hoje, muitos brasileiros ainda lutam na justiça para


reaver os prejuízos do confisco.

Comparativo Poupança X CDB

Se você precisa ver para crer quando falamos das


desvantagens da poupança, observe a imagem abaixo:
O CDB é um título privado de renda f ixa, geralmente
emitido por bancos, bastante simples de se investir.

A simulação considera a taxa Selic a 10,75% a.a. em um


aporte de 10 mil reais, e prazo de 2 anos para o resgate.

Observe que a poupança perde para o CDB nos dois


cenários apresentados.

Percebeu o quanto a falsa sensação de benef ício f iscal


(isenção de IR) da poupança pode te prejudicar?

Além disso, como explicado anteriormente, no ato em


que o dinheiro é aplicado em um CDB, o investidor
passa a ter a rentabilidade no dia seguinte da aplicação.

Ao contrário da aplicação em poupança que não terá


rendimentos se o valor for sacado no 29º dia após
aplicação.

Agora é o momento de conhecer as alternativas


disponíveis no mercado para você f inalmente deixar a
poupança de lado.

Vamos abordar os principais tipos de renda f ixa


disponíveis na plataforma da XP e suas características.
#​Resumo

Por que sair da poupança?

• Mesmo que pareça atraente por sua “falsa” liquidez imediata e isenção
de imposto de renda, a poupança gera uma inércia perigosa para o
investidor.
• Descontada a inflação, a caderneta teve um rendimento negativo de
6,37% em 2021.
• Com rentabilidade real negativa, você perde o seu poder de compra.
• Existem produtos em renda fixa mais sofisticados e tão seguros quanto
a poupança.

Falando nisso…
Precisa de ajuda para tirar seu dinheiro da poupança?

Temos mais um ebook gratuito para você!

Entenda o movimento de Desbancarização e como ele pode


colocar você em novo patamar como investidor.
6
EM QUAL RENDA
FIXA INVESTIR?

Não existe resposta absoluta para essa pergunta.


Existe uma variedade enorme de títulos de mercado,
e a escolha depende, principalmente, do seu perf il de
investidor e objetivos.

Apesar de ser um tipo de investimento considerado de


baixo risco, é preciso muito cuidado antes de escolher
qual título de renda f ixa investir.

Cada um deles tem características específ icas, como


emissor, prazo de resgate, liquidez, risco e tipo de
remuneração.

Dica
Perf il de investidor
Também conhecido por suitability, o perf il de
investidor serve para orientar as escolhas de
produtos compatíveis com seus objetivos.

De maneira simples, a def inição do perf il acontece


por meio de um questionário a ser respondido na
abertura da sua conta na corretora. Nele consta
como base 3 requisitos:
• Segurança;
• Liquidez;
• Rentabilidade.
Perf il conservador
• Prefere produtos que apresentem baixo ou
nenhum risco, mesmo que isso signif ique abrir
mão de rentabilidade;
• Os investimentos de renda f ixa são os mais
escolhidos dessa categoria.

Perf il moderado
• Está disposto a assumir riscos um pouco maiores
para ter uma rentabilidade também maior. Mesmo
assim, não dispensa certa segurança;
• Investe tanto em renda f ixa quanto em renda
variável.

Perf il agressivo
• Mais disposto do que os dois perf is anteriores a
correr riscos para ter maior rentabilidade;
• Sua carteira de investimentos tem em maioria
produtos de renda variável, como ações e opções.

Fonte: XP

Tipos de remuneração

Quanto ao tipo de remuneração, a renda f ixa pode ser


pref ixada, pós-f ixada ou híbrida.

Títulos pref ixados

Os títulos pref ixados, principalmente para aqueles que


buscam por aplicações de longo prazo, são mais viáveis
quando as expectativas são de queda para os juros.

Desta forma, a rentabilidade do investimento é


garantida e o valor de resgate já é conhecido no
momento da aplicação, independentemente de novas
variações de juros ou CDI.

Podemos investir nos títulos pref ixados em cenários


onde a visibilidade econômica é clara, o que faz com
que não tenhamos surpresas desagradáveis.

Não queremos investir em um título pref ixado que nos


pague 8% ao ano para alguns meses depois vermos a
inflação disparar para 10% e assistirmos os nossos
investimentos sendo lançados no mercado pagando 15%
ao ano.

Isso fará com que os nossos rendimentos f iquem abaixo


da inflação, perdendo poder de compra. A leitura
macroeconômica é necessária para def inir se
o momento de investir em um pref ixado é bom ou não.

O cenário de longo prazo para economia é bom? As


taxas de juros devem f icar estáveis ou cair nos próximos
anos? Se a resposta para alguma dessas perguntas foi
sim, sinal verde!

Pode ser um bom momento para investir nessa


categoria de ativos.
Títulos pós-f ixados e híbridos

Os títulos pós-f ixados são mais defensivos, uma vez que


são atrelados a indicadores que protegem nosso poder
de compra.

Os indicadores mais comuns são Selic e CDI para


indexadores de taxas de juros e IPCA e IGP-M para
indexadores de inflação.

Esses títulos são mais defensivos, pois a Selic e o CDI


andam praticamente juntos, também são utilizados
como forma de baixar a inflação.

Sendo assim, se a inflação subir, a Selic e o CDI devem


subir também. No caso de um título indexado ao IPCA
ou IGP-M, automaticamente iremos nos proteger da
inflação, uma vez que nossa remuneração virá desses
dois indexadores.

É comum que os títulos indexados sejam compostos


por um adicional ao percentual de remuneração, como
IPCA+2,5%, envolvidos também na categoria de
títulos híbridos.

Esse adicional nos revela um ganho real acima da


inflação, quer dizer que o investidor está recebendo a
mais do que a inflação projetada no período.

Os títulos pós-f ixados são mais defensivos e por conta


disso se encaixam em qualquer cenário econômico.

Se o investidor for mais criterioso em sua análise,


pode analisar se o prêmio oferecido nos pós-f ixados
compensa comparado aos oferecidos nos pref ixados, e
então def inir em qual título investir.
#​Resumo

Formas de remuneração

Prefixados
• Rentabilidade conhecida no momento da aplicação;
• Mais recomendado quando o cenário de longo prazo para economia é
favorável.

Pós-fixados
• Atrelados a indicadores que protegem nosso poder de compra;
• São mais defensivos e por conta disso se encaixam em qualquer cenário
econômico.

Híbridos
• Retorno predefinido somado a alguma variação (como a inflação).

Tipos de renda f ixa

Depois de conhecer os tipos de remuneração, chegou a


hora de entender mais detalhe sobre os tipos de renda
f ixa disponíveis no mercado, eles são divididos em dois
tipos:

Títulos públicos: emitidos pelo governo, como o Tesouro


Direto.
Títulos privados: emitidos por instituições f inanceiras ou
empresas, como o CDB, CRI, CRA, LCI, LCA e Debênture.
Títulos públicos

Os títulos públicos são emitidos pelo Governo Federal


com o objetivo de captar recursos para f inanciar suas
atividades na gestão do país — como saúde, educação e
inf raestrutura.

Na prática, quem investe no Tesouro Nacional está


basicamente oferecendo um empréstimo ao Governo.
Em troca, ele promete devolver o valor e adicionar juros
ao f inal do vencimento.

Como se trata de investir no próprio poder executivo


brasileiro, os títulos públicos são considerados as opções
mais seguras. Af inal, o Governo tem o poder f inanceiro
em mãos e, em cenários de crise, pode aumentar
impostos para arcar com suas dívidas.

Conheça alguns títulos de renda f ixa pública:

Tesouro Direto

O Tesouro Direto é um dos investimentos mais


populares do Brasil. Um dos motivos para isso, é o fato
de o programa realizar a negociação de títulos públicos,
que são os títulos mais seguros do mercado.

Além disso, o Tesouro Direto oferece diversas opções


de títulos que podem se adequar a diferentes objetivos
f inanceiros, sejam eles de curto ou longo prazo.
Tesouro Direto é um programa do Governo Federal
desenvolvido em 2002, através de uma parceria entre o
Tesouro Nacional e a B3 (antiga BM&FBovespa).

O objetivo desse programa é facilitar o acesso de


pessoas f ísicas a investimentos em títulos públicos, por
meio da internet.

Os títulos públicos são uma forma do governo captar


dinheiro para a sua gestão, como por exemplo para as
áreas da saúde, educação e inf raestrutura.

Antes desse programa, era dif ícil e menos rentável


investir no Tesouro Direto, pois só era possível fazê-lo
por meio de fundos de investimento em renda f ixa, ou
seja, de forma indireta.

Hoje, com apenas R$ 30,00 já é possível começar a


investir no Tesouro Direto. Ao comprar um título, o
Tesouro Nacional paga juros sobre o valor investido
durante o tempo da aplicação.

Tesouro pref ixado (LTN)

A Letra do Tesouro Nacional (LTN) é um título que


possui sua rentabilidade f ixada. Caso mantido até o
vencimento, o investidor receberá R$ 1. 000,00 para
cada unidade do papel (ou o proporcional, de acordo
com a f ração contratada do título).
É um investimento interessante para quem acredita que
a taxa básica de juros, ou a inflação, não irá superar essa
rentabilidade predeterminada durante o período
do investimento.

Tesouro pref ixado com juros semestrais (NTN-F)

Assim como o Tesouro LTN, a Nota do Tesouro Nacional


Série F (NTN – F), possui rentabilidade def inida nos
Títulos Pós-f ixados no momento da compra, sendo seu
diferencial.

Período de pagamento: a cada seis meses, o investidor


receberá o pagamento dos juros referentes a esse título.

O pagamento do principal (dinheiro investido


inicialmente), ocorre no vencimento do título em uma
única parcela.

Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal)

Esse título acompanha a variação da inflação (IPCA)


somado a uma taxa pref ixada. Portanto, o Tesouro IPCA+
garante a proteção do investidor contra as variações da
inflação, pois a rentabilidade total do título será superior
à inflação.

Tesouro IPCA+ com juros semestrais (NTN-B)

Esse título também possui rendimento vinculado à


inflação, somado a um valor pref ixado no momento em
que o título é adquirido.

Porém, como o nome sugere, ele possui o diferencial


de pagar a rentabilidade a cada seis meses. Assim
como na modalidade anterior, o investidor também f ica
protegido contra a variação da inflação.

Tesouro Selic (LFT)

Aplicação de menor risco do mercado. O investidor


pode retirar o dinheiro investido antes do prazo de
vencimento do título sem correr risco de perda de
rentabilidade.

Já os outros títulos públicos, a rentabilidade pode sof rer


oscilações de acordo com o preço de mercado.
#​Resumo

Títulos públicos

Os títulos públicos são emitidos pelo Governo Federal com o objetivo


de captar recursos para financiar suas atividades na gestão do país.

• Tesouro Direto
• Tesouro prefixado (LTN)
• Tesouro prefixado com juros semestrais (NTN-F)
• Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal)
• Tesouro IPCA+ com juros semestrais (NTN-B)
• Tesouro Selic (LFT)
Títulos privados

Como o nome já diz, títulos privados são o oposto dos


títulos públicos. Eles são investimentos de renda f ixa
emitidos por bancos e empresas privadas, e divididos
em dois grandes grupos:

• Emissões bancárias (CDB, LCI, LCA, LC)


• Crédito Privado (Debênture, CRI E CRA)

Emissões bancárias

Emissões bancárias são ativos de instituições f inanceiras


(bancos) para captar recursos, como os CDBs, as LCIs,
LCAs e LCs.

Quando você investe nessa modalidade, na prática está


emprestando o seu dinheiro em troca de rentabilidade.

Os objetivos dos bancos por trás da captação de cada


um desses títulos é diferente.

Pode ser para o f inanciamento de uma empresa do


setor imobiliário (LCIs) ou do agronegócio (LCAs). Nesses
casos, os investimentos são isentos de imposto de
renda.

Ao investir em emissões bancárias, o investidor tem a


garantia do Fundo Garantidor de Créditos – FGC – para
aplicações até o limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ.
Mas onde f ica a poupança?

A poupança também é um instrumento de captação


usado pelos bancos, igualmente garantida pelo FGC.

Já que tem as mesmas características, por que devo


deixá-la de lado para procurar outros ativos de renda
f ixa?

Bem, a caderneta conta com regras específ icas, que


limita suas possibilidades de entregar rentabilidade aos
investidores:

O retorno sempre será o mesmo, não importa o banco


que você investir, já que ele é def inido por regulação:

• Para as aplicações realizadas até 04/05/2012, a


rentabilidade é de TR (Taxa Referencial) + 0,5% ao
mês;
• Para investimentos após essa data, o cálculo do
retorno é realizado de duas formas:

Fonte: Banco Central/XP


#Curiosidade
Taxa referencial (TR)

A taxa referencial foi criada na década de 90, durante o


governo de Fernando Collor, para servir de parâmetro
dos juros praticados no Brasil naquela época.

Atualmente, ela é utilizada como um indicador para


a atualização monetária de algumas aplicações
financeiras (como a poupança) e operações de crédito.

Essa forma de rentabilidade pode até parecer atrativa


em um primeiro momento, mas ainda é preciso fazer
a redução da inflação do país (IPCA), que atualmente
( janeiro de 2022), está na casa dos 10% ao ano.

Ou seja, o rendimento da poupança f ica abaixo da


inflação, como falamos anteriormente, fazendo com que
você perca o real poder de compra.

A caderneta pode trazer rentabilidade, mas ao


colocar tudo na ponta do lápis, não é suf iciente para
acompanhar o padrão de consumo.

A boa notícia é que existem diversos outros


investimentos que oferecem rentabilidade diária e são
ainda tão seguros quanto a poupança. Acompanhe no
próximo capítulo.
#Curiosidade
Os recursos captados pela poupança vão para onde?

65% dos recursos aplicados na poupança são,


obrigatoriamente, destinados ao mercado imobiliário.
Assim, os bancos utilizam o valor aplicado para conceder
financiamentos.

Fonte: XP

CDB - Certif icado de Depósito Bancário

O CDB é um título de renda f ixa emitido por bancos


para captar dinheiro e f inanciar suas atividades. Em
troca deste empréstimo, o investidor recebe de volta o
valor aplicado mais o juro combinado no momento da
aplicação.

Vale ressaltar que quanto maior o tempo de


investimento, maior será a sua rentabilidade. Por isso,
investimos com prazos de vencimento mais longos
costumam trazer mais benef ícios ao investidor.

Os rendimentos dos títulos de CDB são tributados no


Imposto de Renda. No entanto, o IR de renda é retido
direto na fonte e o investidor não precisa declarar o
valor.

O percentual de desconto do IR para títulos CDB


funciona em uma tabela regressiva. Quanto maior o
tempo de aplicação, menor o desconto no rendimento.

Temos um capítulo específ ico mais aprofundado sobre


tributação, não deixe de ler as próximas páginas.

LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e


LCA (Letras de Crédito do Agronegócio)

São títulos com lastro nos mercados de imóveis e do


agronegócio, respectivamente. Semelhante ao CDB, elas
podem ter rentabilidade pref ixada ou pós-f ixada.

A principal diferença delas é que são isentas de Imposto


de Renda. No entanto, é comum que apresentem
liquidez mais baixa , portanto são mais indicadas para
objetivos de médio e longo prazo.

Por isso, é necessário que o investidor tenha um bom


planejamento f inanceiro para ter certeza de que não
precisará desse dinheiro antes do prazo acordado.

Crédito Privado

O crédito privado é um investimento em renda f ixa no


qual o investidor adquire títulos emitidos por empresas
e instituições privadas.

Ao escolher aplicar nesses ativos, você assume o risco de


crédito em troca da rentabilidade, previamente
estabelecida pela empresa emissora.

Nos títulos de crédito privado o investidor conhece as


condições de remuneração no momento da compra
do papel, e caso f iquem com o título até o vencimento,
a remuneração f inal será exatamente a contratada na
aplicação.

CRIs - Certif icados de Recebíveis Imobiliários

Os CRIs são títulos de renda f ixa de crédito privado,


emitidos por empresas, a f im de f inanciar alguma
atividade no ramo de construção civil. Para exemplif icar,
imagine que uma empresa deseja construir um
shopping center, mas não tem dinheiro em caixa para a
obra.

Para isso, ela procura um banco para lhe ajudar a emitir


um CRI. Após captar o dinheiro, a empresa realiza a
construção do imóvel. Com os aluguéis recebidos deste
shopping, a empresa paga os investidores que lhe
emprestaram dinheiro.

O grande benef ício dos CRIs é que eles são isentos de IR


e IOF para pessoa f ísica.

CRAs - Certif icados De Recebíveis Do Agronegócio

Os CRAs são títulos de renda f ixa emitidos por empresas


cuja atividade principal é ligada ao agronegócio.
O capital obtido na emissão é utilizado para f inanciar
atividades agrícolas, como compra de máquinas e
componentes, f inanciar o início da saf ra, o capital de
giro da empresa ou pagar dívidas para um melhor
perf ilamento de crédito.

Imagine que, uma usina de cana-de-açúcar precisa de


capital para expandir seu parque fabril, buscando uma
maior capacidade de produção de açúcar e álcool. É
nesta situação que surge o mercado de capitais, para
que a empresa consiga captar esse dinheiro.

Ela então apresenta seu plano aos investidores, a f im


de convencê-los de que este é um bom projeto. Após
convencer os investidores, a empresa emite um título
que representa parte de sua dívida.

Este dá aos investidores o direito de receber o dinheiro,


somado à uma quantia de juros, que pode ser
predef inida ou que pode seguir um indexador, como o
CDI ou o IPCA.

O grande benef ício dos CRAs é que eles são isentos


de IR e IOF para a pessoa f ísica. Em um momento
de taxas de juros comprimidas, a não isenção dos
impostos signif ica ainda mais retorno para a carteira do
investidor.
IOF - Imposto sobre Operações Financeiras
#​Dicionário

Imposto federal aplicado sobre diversos tipos de operações que fazemos


diariamente com o nosso dinheiro.

Ele é pago por pessoas físicas e jurídicas que realizam movimentações,


como:

• Uso do cartão de crédito


• Contratação de um empréstimo
• Uso do cheque especial
• Contratação de um seguro
• Compra e venda de moedas estrangeiras
• Resgate de investimentos

Fonte: XP

Debêntures

As debêntures também são títulos de renda f ixa


privada, emitidos por empresas que desejam f inanciar
algum tipo de investimento. Muitas vezes, as empresas
precisam de capital para suas atividades operacionais
do dia a dia.

Elas também podem precisar do capital para realizar


novos investimentos. Vale dizer que existem dois tipos
de debêntures, as incentivadas e as comuns.

• As debêntures incentivadas são exclusivas para


empresas que irão realizar investimentos de
inf raestrutura, como portos, linhas de
transmissão de energia e estradas. Esta
modalidade de captação é isenta de imposto
de renda para a pessoa f ísica.

• As debêntures comuns não têm nenhuma


característica singular. Debêntures comuns
podem ser emitidas por qualquer empresa,
seja qual for o objetivo do investimento a ser
realizado. Para essa modalidade, o imposto
de renda é o comum da renda f ixa, via tabela
regressiva.
#​Resumo

Títulos privados

São investimentos de renda fixa emitidos por bancos e empresas


privadas.

• Emissões bancárias (CDB, LCI, LCA)


• Crédito Privado (Debênture, CRI e CRA)

Fundos de Renda Fixa

O fundo de renda f ixa é um investimento composto por


diversos produtos dessa categoria, como títulos públicos
e privados.

Seria como uma cesta de ativos de renda f ixa reunidos


em um “condomínio”, onde você adquire uma cota e
recebe um retorno de acordo com sua participação.
Dessa forma, você f ica exposto a vários tipos de ativos ao
mesmo tempo, sem que precise comprá-los um por um.
A grande diferença dos fundos é que eles são
administrados por um gestor capacitado, que
faz um acompanhamento contínuo da carteira,
administrando-a de acordo com suas estratégias.

Ele é a única pessoa que pode fazer movimentações na


operação. Assim, ao investir em um fundo, o primeiro
passo é conhecer a idoneidade e capacidade de gestão
do prof issional.

O rendimento de um fundo de renda f ixa está


diretamente ligado ao desempenho dos ativos, além das
taxas cobradas, como as taxas de administração.

Outro detalhe importante: os fundos de renda f ixa não


são cobertos pelo FGC. Isso porque, muitos dos ativos
presentes na aplicação são títulos de crédito privado,
como debêntures, que não contam com a garantia do
FGC.

Além disso, é preciso pagar o come-cotas, que é uma


antecipação do Imposto de Renda descontado duas
vezes ao ano.

Também existem diversas taxas que incidem sobre os


fundos, como IR, IOF e taxa de administração.

Falando nisso…
O que é come-cotas?
Entenda quando esse imposto incide sobre meus rendimentos.
Os fundos de renda f ixa possuem diferentes
classif icações baseadas em sua composição, prazo
e objetivo, previstas pela CVM (Comissão de Valores
Mobiliários).

Os principais tipos são:

Fundos de renda f ixa de curto prazo

A principal característica dos fundos dessa classe é o


vencimento dos títulos que compõem a sua carteira,
que precisa respeitar o prazo máximo a decorrer de 375
dias, e prazo médio da carteira inferior a 60 dias.

Os fundos de curto prazo são considerados


conservadores, pois suas cotas são menos impactadas
pelos movimentos das taxas de juros.

Fundos de renda f ixa referenciados

Procuram seguir a variação de determinado indicador


de referência (benchmark) def inido em seu objetivo.
Esse indicador pode ser um índice de mercado ou uma
taxa de juros.

O fundo referenciado mais popular é o chamado Fundo


DI, que acompanha a variação diária das taxas de juros
praticadas no mercado interbancário.

São um pouco mais sensíveis às variações nas taxas de


juros quando comparados aos de curto prazo, embora
ainda sejam considerados de baixo risco.

Fundos de renda f ixa simples

O fundo simples tem como foco proporcionar aos


investidores uma alternativa de investimento acessível,
segura e de baixo custo. Funciona como um facilitador
para o primeiro contato com o mercado de capitais.

Os fundos simples precisam possuir no mínimo 95% da


sua carteira em títulos públicos federais ou títulos de
emissão de instituições f inanceiras de risco de crédito.
São considerados de baixíssimo risco e de fácil acesso.

Fundos de renda f ixa de dívida externa

Respeita o mínimo de 80% de seu patrimônio líquido


em títulos que representem dívida externa de
responsabilidade da União.

Com isso, o gestor não pode realizar aportes em títulos


nacionais.
#​Resumo
Fundos de renda fixa
São como uma cesta de ativos em renda fixa em que você pode ter
acesso a diversos produtos em uma só aplicação.

• A carteira é administrada por um gestor capacitado, você não precisa se


preocupar em comprar e vender aplicações;
• Incidência de come-cotas;
• Diversas taxas que incidem sobre os fundos, como IR, IOF e taxa de
administração;
• Não são cobertos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito);
• Pode haver riscos caso a instituição emissora tenha alto risco de crédito.
7
GARANTIAS
FGC

Agora vamos a algo que todo mundo gosta ao investir:


segurança. Já falamos anteriormente sobre isso, mas
agora vamos explicar em detalhes como o FGC - o
Fundo Garantidor de Créditos – funciona.

O FGC é um fundo que busca preservar o patrimônio do


investidor caso a instituição f inanceira venha a falir.

Assim, você f ica mais protegido para colocar o seu


dinheiro com a segurança de saber que não vai perder o
valor investido.

Sem vínculos com o governo, o FGC é uma entidade


privada e sem f ins lucrativos que administra
mecanismos de proteção a titulares de crédito contra
possíveis problemas de instituições f inanceiras.

De forma resumida, ele garante o pagamento caso a


instituição f inanceira coberta pelo fundo não consiga
honrar com seus compromissos, o famoso “calote”.

Mas quais tipos de investimentos são cobertos por esta


garantia?

Os principais ativos de renda f ixa para o setor bancário,


como os CDBs, as LCs, as LCIs, as LCAs e até mesmo a
popular caderneta de poupança.
O FGC garante até o limite de R$250 mil por CPF ou
CNPJ, por conjunto de depósitos e investimentos em
cada instituição ou conglomerado f inanceiro, limitado
ao teto de R$1 milhão, a cada período de 4 anos, para
cada CPF ou CNPJ.

Importante reforçar que o FGC só vale para títulos


emitidos pelos bancos, os títulos de crédito privado
não contam com essa cobertura.
8
SEGURANÇA
RISCO DE CRÉDITO

Como vimos no tópico anterior, o FGC dá mais


tranquilidade aos investidores de ativos emitidos por
instituições f inanceiras (bancos).

E no caso do crédito privado (emitido por empresas),


como sei se a emissora não vai falir ou dar um calote?

Bem, isso é um pouco dif ícil de prever, porém, para


trazer mais segurança aos investidores, existem
empresas de rating – que em tradução literal signif ica
“avaliação”.

Essas empresas classif icam as


instituições que disponibilizam
produtos no mercado, assim os
investidores podem ter uma visão
melhor sobre onde estão alocando
seus investimentos e qual a chance
de a empresa não honrar com seus
credores.

Fonte: XP
Moody’s, Fitch e S&P são exemplos de empresas de
rating internacionalmente conhecidas que classif icam
os emissores, como o que foi apresentado na f igura 1.

Como podemos ver na f igura 1, as classif icações


variam de empresa para empresa, mas a ideia geral é a
mesma: os ratings que estão no topo (AAA) classif icam
as empresas que possuem menor risco, logo, as
probabilidades de honrar com as dívidas adquiridas são
maiores.

Normalmente, são empresas f inanceiramente estáveis e


com bom histórico perante o mercado.

Conforme o rating diminui, o risco de investir nas


empresas aumenta, sendo assim, pode-se observar
o retorno atrelado ao risco do ativo e compará-lo à
rentabilidade do ativo de menor risco do Brasil (Tesouro
Direto) para saber a atratividade de tal investimento.

Falando nisso…
Risco x retorno: você sabe avaliar a performance dos seus
investimentos?
Leia o artigo e entenda
9
IMPOSTO
DE RENDA

O imposto de renda nos títulos de renda f ixa ocorre


via tabela regressiva. Isso quer dizer que quanto maior
o período em que você deixa seu dinheiro investido,
menor será a alíquota incidente.

Outro ponto que deve ser destacado é que a tributação


incide somente sobre o lucro da operação.

Vale relembrar que algumas modalidades de


investimentos não apresentam incidência de IR
para a pessoa f ísica, como é o caso das debêntures
incentivadas, CRIs e CRAs.

A primeira faixa de tributação é de 22,5% e é válida se o


investimento tiver um período menor que 180 dias. De
181 a 360 dias, a alíquota é de 20%. Caso o investimento
tenha entre 361 a 720 dias, a alíquota será de 17,5%.

Tabela Regressiva de Imposto de Renda


Por f im, para
Prazo de Investimento (dias) Alíquota de IR (%)
investimentos Até 18 22,50

acima de 720 dias, 181 até 360 20

361 até 720 17,50


a alíquota é de 15%.
Acima de 720 15

Falando nisso…
Ainda f icou dúvidas sobre as formas de tributação?

Entenda todos os detalhes no “Guia completo dos impostos


que incidem sobre os investimentos”.
10
A IMPORTÂNCIA
DA DIVERSIFICAÇÃO

Você conhece a f rase “Não coloque todos os ovos na


mesma cesta”? Ela tem tudo a ver com investimentos.

Mesmo que você tenha um perf il conservador e


pref ira produtos de baixo risco, é importante escolher
diferentes tipos de ativos de forma equilibrada.

A combinação desses diferentes ativos irá reduzir a


f ragilidade da sua carteira, oferecendo proteção para
momentos de tensão econômica em nível local ou
internacional.

Quando diversif icamos a carteira em diversas classes


de ativos, estamos buscando atingir esse objetivo:
aumentar a rentabilidade, com volatilidade controlada.

Pode até ser mais fácil “investir” na poupança, ou


apenas no CDB disponível na sua conta digital, mas ao
deixar a sua zona de conforto de lado, você entra em
uma nova fase de sua vida como investidor.

Lembre-se: o que você considera dif ícil demais, pode ser


uma oportunidade que você não estava enxergando. E
falamos aqui de algo que pode impactar o seu futuro e o
de sua família.
“Investir bem signif ica colocar seu dinheiro para
trabalhar, fazer com que o fator tempo, somado aos
juros compostos, te ofereça bons rendimentos e com
isso você consiga atingir seus objetivos.”

Fonte: XP

E oportunidades no mercado temos aos montes. Nos


capítulos anteriores, falamos dos inúmeros títulos de
renda f ixa disponíveis, opções que podem fazer parte da
sua estratégia de diversif icação.

Falando nisso…
Você sabia que é possível diversif icar a sua carteira no exterior?

Assim, seu dinheiro f ica mais protegido das instabilidades da


nossa economia.

Tudo isso de forma simples e rápida, sem precisar abrir conta no


exterior.

Colocamos todos os detalhes em mais um e-book exclusivo.

Clique aqui para baixar grátis agora!

Exemplo prático

Para que f ique mais claro a importância da


diversif icação, observe os gráf icos abaixo desenvolvidos
pela Anbima - A Associação Brasileira das Entidades dos
Mercados Financeiro e de Capitais.
Os exemplos são meramente ilustrativos, mas perceba o
que acontece ao apostar em um só tipo de ativo (gráf ico
1). O valor cai bastante no último período, em um
suposto momento de crise.

Quem investiu seus recursos apenas neste título sof reria


perdas relevantes com as quedas.

Já o segundo gráf ico mostra a evolução de uma série


de ativos f inanceiros ao longo do tempo, em uma
estratégia de diversif icação.

Perceba que o comportamento não é linear: alguns


títulos se valorizam em velocidade acelerada, outros
sobem de forma devagar, enquanto outros sof rem com
o sobe e desce natural do mundo dos investimentos.

Observe também que uma hora ou outra, sempre tem


algum ativo “indo mal”, mas que em outros momentos
ele segura a queda do outro.

Isso signif ica que ao colocar vários ativos na carteira


com comportamentos diferentes, o risco de perdas do
investidor é menor.

Essa é a principal lição da diversif icação: quando um


ativo perde valor, o outro pode entregar equilíbrio no
mesmo período.

Fonte: Anbima

Falando nisso…
Quer aumentar as suas possibilidades de diversif icação?

Temos mais um presente especial para você que chegou até


aqui.

Liberamos, totalmente de graça, um curso online completo para


você aprender a investir na bolsa de valores.

Clique aqui para garantir seu lugar

Mas como escolher os melhores produtos para a sua


carteira?

Não existe resposta exata para essa pergunta, tudo vai


depender do seu perf il de investidor, tolerância ao risco,
necessidade de liquidez, cenário macroeconômico,
entre outros fatores.

No entanto, cuidado para não confundir diversif icação


com aplicar em vários ativos aleatórios. Você precisa
ter em mente que os investimentos se comportam em
conjunto dentro da carteira.
O critério principal que devemos considerar quando
falamos em diversif icação é a correlação. Nada mais é
do que a proximidade dos ativos da sua carteira quanto
às suas características e comportamentos em relação ao
mercado.

E mesmo que você invista apenas em renda f ixa,


é importante diversif icar em diferentes tipos de
emissores, indexadores e prazos.

Segundo o relatório “Onde Investir em 2022”, da


XP, “A diversif icação continua a regra no jogo dos
investimentos em 2022, e a renda f ixa continuará uma
excelente (e importante) opção para composição de
carteira”.

No caso da renda f ixa, “os ativos pós-f ixados irão


capturar a alta da Selic esperada nos próximos meses e,
mesmo que os juros venham a cair, ainda assim devem
continuar em patamar elevado”.

O documento destaca também que os títulos atrelados


ao IPCA também podem se benef iciar este ano. Para
os pré-f ixados, prazos entre 2 e 3 anos trazem maior
segurança do que horizontes mais longos.

“Independente do cenário atual, sendo positivo ou negativo,


a diversificação é a grande chave para superar os desafios de
2022. Mas, é importante que a diversificação esteja de acordo
com o perfil do investidor e suas pretensões futuras.”

Victor Licarião, Líder de alocação e renda variável na Blue3.


Carteiras diversif icadas

Montar uma carteira diversif icada seria como rechear


uma pizza com os ingredientes necessários para
entregar a você o melhor resultado possível, tendo em
vista seus objetivos e “paladar” exclusivo.

Mais do que isso, é um olhar para o cenário da


macroeconomia como um todo, entendendo quais
ingredientes fazem sentido naquele determinado
momento.

A macroeconomia seria como o fogo que assa a pizza,


que pode estar quente demais ou demasiado f rio. Cabe
ao pizzaiolo fazer os ajustes necessários para que o
resultado f inal f ique no ponto certo.

Veja abaixo alternativas de diversif icação para cada


perf il de investidor:

*Em “Outros” estão todas as outras classes de ativos: ações, fundos de


investimentos (ações, renda f ixa e multimercados), FIIs, internacional
(incluindo renda f ixa global), moedas etc.

Fonte: XP
A proporção das fatias da sua pizza pode diminuir
ou aumentar, dependendo da “temperatura”
macroeconômica. Além disso, os produtos que f icam
dentro de cada uma delas podem ser os mais variados
possíveis.

E na medida que sua conf iança e conhecimento sobre


o mercado aumenta, suas possibilidades de colocar
ingredientes novos vão se expandindo.

Percebeu como não existe uma “receita de pizza”


certeira para montar o seu plano de diversif icação?

Por isso é tão importante contar com a ajuda de um


prof issional qualif icado para te ajudar em suas escolhas,
como o assessor de investimentos.

Ele vai fazer um estudo de todos os fatores que


descrevemos anteriormente e dar todo o suporte para
você fazer escolhas mais assertivas.

Falando nisso…
Você sabe o que faz um assessor de investimentos?

Esse prof issional pode ser o ponto de virada para o sucesso dos
seus investimentos.

Um spoiler: o assessor de investimentos não tem nada a ver seu


gerente de banco.

Assista a resposta aqui!


11
GUIA COMPARATIVO
DA RENDA FIXA

Para te ajudar a ter uma visão integral das


características de cada ativo de renda f ixa que vimos
durante a leitura, preparamos um guia para você
consultar sempre que quiser.

Guia comparativo da Renda Fixa


Título Tri butação Liquidez Segurança

Tesouro Direto Regressiva (IR e IOF) Alta (Liquidez diária) Alta (Garantido pelo Governo)

CDB Regressiva (IR e IOF) Alta (Liquidez diária em alguns casos) Alta (Coberto pelo FGC)

LCI Isenta para pessoas físicas Baixa (Mínimo de 90 dias) Alta (Coberto pelo FGC)

LCA Isenta para pessoas físicas Baixa (Mínimo de 90 dias) Alta (Coberto pelo FGC)

CRI Regressiva (IR e IOF) Baixa (Apenas no vencimento) Média (depende do emissor)

CRA Regressiva (IR e IOF) Baixa (Apenas no vencimento) Média (depende do emissor)

Debêntures Regressiva (IR e IOF) Baixa (Apenas no vencimento) Média (depende do emissor)

Fundos de Renda Fixa Regressiva (Comecotas e IOF) Alta (Liquidez diária) Alta ou média (depende do fundo)

Fonte: Suno Research


Conclusão Chegamos ao f inal do nosso e-book. Nele,
pudemos ter uma visão geral sobre como
a renda f ixa funciona, suas características
e importância dela dentro de uma
estratégia de diversif icação.

Lembre-se sempre de não colocar todos


os ovos na mesma cesta e de manter
uma gestão ativa da sua carteira. O
que funciona hoje, pode não funcionar
amanhã.

Se precisar de ajuda, não deixe de procurar


um assessor de investimentos Blue3, ter
suporte qualif icado faz toda a diferença na
hora de tomar as suas decisões e atingir
seus objetivos.

E claro, busque sempre conhecimento,


essa é a principal chave para o seu sucesso
como investidor.

Você pode começar desde já. Além dos


materiais extras recomendados durante
a sua leitura, te convidamos para assistir
a série “BlueTalks”, em que nossos
prof issionais dão dicas valiosas para seus
investimentos.
Educação financeira: o primeiro Diversificação: O único almoço
passo para investir no seu legado. grátis no mundo dos investimentos.

Renda variável: as melhores O poder dos gráficos: Como uma


casa de análises pode potencializar
estratégias para o longo prazo. seus investimentos.

Invista com a ajuda da Blue3!


A Blue3 é uma empresa de investimentos e
evolução patrimonial que entende o seu momento
de vida e oferece infinitas possibilidades de gerenciar
o seu capital da melhor forma, colocando sempre o
interesse do investidor em primeiro lugar.

Existimos para que você tenha tranquilidade para


construir um legado que seja aproveitado hoje,
amanhã e pelas próximas gerações.

Então, não perca mais tempo e descubra agora


como ser um cliente Blue3!

Quero saber mais!

Para f icar por dentro de tudo o que acontece no mundo


dos investimentos, siga nossas redes sociais:
I N V I S TA N O S E U L E G A D O

Disclaimer: As informações compartilhadas neste e-book não configuram um relatório de


análise, ou qualquer tipo de recomendação, e foram obtidas a partir do site da XP Investimentos
ou fontes públicas, como a CVM, ANBIMA, B3, entre outras. Este informe não representa garantia
de ganhos futuros e não foi conferido individualmente. A Blue3 não garante ou se responsabiliza
pela veracidade, precisão, adequação ou integridade do material divulgado. É proibida a
reprodução total ou parcial dos textos, fotos, ilustrações ou qualquer conteúdo deste material
sem autorização prévia da Blue3, conforme a LEI Nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998.

Você também pode gostar