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AUTORES
Ygor Altero
Analista de Real Estate
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A maior inflação do mundo desenvolvido nos últimos anos. Uma guerra no Leste Europeu e
choque nas commodities. Cadeias de suprimento prejudicadas por problemas de produção e
escoamento. A chegada do período eleitoral no Brasil. Incertezas não faltam em torno dos
mercados nessa reta final de 2022.
Algumas dúvidas ainda não foram respondidas no cenário global. Como: i) se a alta dos
juros que vimos até agora será suficiente para que a inflação retorne à normalidade e ii) se
estamos a caminho de uma recessão econômica. No Brasil, é preciso monitorar não apenas
as eleições como também o cenário fiscal, enquanto eventuais pressões adicionais aos
gastos podem impactar os próximos anos.
Mas não existe bola de cristal. Uma frase atribuída a Warren Buffett diz que, nos negócios, o
espelho retrovisor é sempre mais nítido do que o para-brisa. Não há uma resposta clara
sobre as dúvidas colocadas anteriormente, e os movimentos dos ativos são, portanto,
também difíceis de prever.
Não temos a intenção de prever o futuro, mas somos convictos de que a melhor maneira de
lidar com ele é construir uma base forte, partindo de dados, fatos e, claro, de bons
investimentos.
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ÍNDICE
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Pano de fundo global: Aumentam os riscos à atividade econômica
O Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, subiu novamente os juros básicos em 0,75
ponto percentual (p.p.) em julho, e levará a taxa de juros americana para o território restritivo
na reunião de setembro, uma vez que sua prioridade declarada é levar a inflação à meta.
Acreditamos que a inflação já tenha atingido o pico, porém os avanços no mercado de
trabalho devem ser responsáveis por mais aperto de juros. O ritmo de alta e a avaliação da
taxa de juros terminal mais apropriada continuarão dependentes de dados econômicos a
serem divulgados. Olhando adiante, vemos espaço para cortes de juros a partir do quarto
trimestre de 2023, na esteira da materialização da desinflação e desaceleração da atividade
econômica.
Na Zona do Euro, a atividade econômica começa a dar sinais de que está entrando em rota
de desaceleração e a inflação continua batendo recordes. As perspectivas de médio prazo
são preocupantes, com destaque a incertezas acerca das restrições às importações de gás
da Rússia à medida que o inverno se aproxima, bem como o impacto da política monetária
mais apertada.
Projetamos que o PIB crescerá 2,8% em 2022. A renda disponível às famílias deve continuar
em patamares elevados nos próximos meses. Em nossa opinião, esses impulsos de renda
devem mais do que compensar os efeitos baixistas do aumento das taxas de juros e maior
percepção de risco em relação ao ambiente econômico global e local. Apesar do aperto das
condições financeiras e do enfraquecimento da demanda externa, prevemos elevação de
1,0% para o PIB em 2023.
Enquanto isso, projetamos alta de 6,1% para o IPCA de 2022, devido sobretudo às
desonerações tributárias e ao recuo dos preços internacionais dos combustíveis. Por outro
lado, as medidas de estímulo fiscal (aumento da demanda agregada) e a reoneração de
combustíveis (grau de incerteza elevado) pioram as perspectivas para a continuidade do
processo de desinflação em 2023. Tais fatores elevam as pressões sobre os preços de
serviços e bens administrados. Acreditamos que o IPCA exibirá aumento de 5,3% em 2023.
Portanto, a convergência da inflação para a meta (3,25% no próximo ano) será ainda mais
desafiadora.
A taxa de câmbio tem mostrado bastante volatilidade, mas mantemos nossa previsão de
R$/US$ 5,00 ao final de 2022 e R$/US$ 5,30 ao final de 2023. O real está entre as moedas
emergentes que mais desvalorizaram em relação ao dólar nos últimos meses.
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Nosso cenário base considera que o real apresentará alguma valorização até o final do ano
devido a: 1) descompressão dos prêmios de risco após as eleições locais, 2) níveis ainda
relativamente altos de preços de commodities (em que pesem as correções baixistas
recentemente) e 3) sinais mais claros de desinflação (ainda que gradual) na economia global
até o final de 2022. Por outro lado, acreditamos que o real depreciará novamente no próximo
ano em linha com as preocupações com a agenda de consolidação fiscal.
Em relação à política monetária, julgamos que o Banco Central tenha atingido a taxa terminal
da Selic. Após a alta de 0,50 p.p. em agosto, acreditamos que o Copom finalmente entrará no
modo “esperar para ver” que tem sinalizado há algum tempo. Em nosso cenário básico, o
Copom manterá a taxa Selic em 13,75% até meados de 2023. Reconhecemos, porém, que o
Comitê pode optar por ir um pouco mais longe para garantir que a inflação caia nos
próximos trimestres.
Em 2023, projetamos que o BCB reduzirá a taxa Selic para 10%. No entanto, há pouca clareza
sobre qual será o quadro fiscal a partir do próximo ano, como mencionamos anteriormente.
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As atenções dos últimos meses do ano Bolsonaro contará com a máquina do
estão concentradas nas eleições gerais, governo e com a campanha no rádio e TV. A
principalmente nas disputas da Presidência chave parece ser ajustar o foco do discurso
e do Congresso. Na primeira, o cenário é de para a recuperação da economia,
polarização entre o ex-presidente Lula e o coincidente com a demanda do eleitorado.
atual presidente Bolsonaro, com diferença Lula, por sua vez, mantém no foco da
em torno de 10 p.p. no agregado de campanha a comparação econômica do
pesquisas. Corroboram a visão em favor de período atual com seu primeiro mandato, o
um espaço estreito para a 3ª via o fato de que lhe favorece na disputa.
que menos de 10% dos eleitores declaram
rejeitar simultaneamente os dois líderes e de Superada a eleição de outubro, em qualquer
que a intenção de voto espontânea em um dos cenários, o mercado se concentrará
ambos ultrapassa a faixa dos 70%. nos desafios fiscais que se seguirão pela
frente. Ambas as campanhas têm feito
É seguro dizer que as questões econômicas promessas semelhantes que pressionam as
são as mais relevantes para a tomada de contas públicas – caso da manutenção do
decisão dos eleitores: perto de metade dos Auxílio Brasil na casa dos R$ 600 e da
entrevistados aponta que problemas como implementação de uma correção na tabela
poder de compra, desemprego e inflação do imposto de renda de pessoas físicas, o
devem ser os primeiros a serem enfrentados que implicará em renúncia de receitas. Para
pelo próximo presidente. Em 2018, para levar a cabo tais programas, será necessário
comparação, a corrupção ostentava o 1º reformular as nossas âncoras fiscais para
lugar no ranking de preocupações dos permitir os gastos extras exigidos por elas –
brasileiros. discussão que tende a concentrar a atenção
dos mercados no período pós-eleitoral,
Desde janeiro, a diferença entre Lula e como já mencionado. Há ainda questões
Bolsonaro encolheu pela metade. Nesse relevantes sobre a possibilidade de
contexto, é relevante entender se há espaço manutenção das desonerações
para um estreitamento ainda maior na implementadas pelo atual governo,
diferença entre os dois até o dia 2 de principalmente sobre o setor de
outubro, data do primeiro turno. Os combustíveis.
indicadores econômicos recentes sugerem
que sim. Índices de desemprego têm Serão relevantes ainda, para o mercado, as
surpreendido positivamente, as projeções de sinalizações dadas pelo presidente eleito
inflação foram reduzidas de 12% para 6,8% para a composição de suas equipes
depois das desonerações promovidas pelo ministeriais nos setores acompanhados
governo, além de haver expectativa de pelos analistas. De maneira geral, há
injeção de recursos por meio da ampliação expectativa de manutenção da linha da atual
de auxílios promovida via PEC. equipe econômica em caso de vitória de
Bolsonaro, com avanços em marcos
Com esses dados, nosso modelo regulatórios e alguma expectativa de
proprietário de aprovação presidencial indica privatizações. No caso de vitória de Lula, o
uma avaliação positiva do governo em níveis mercado parece antever menos espaço para
consideravelmente superiores aos cerca de a privatização de ativos com regulação
30% registrados nas pesquisas mais menos liberal dos setores.
recentes. Para reverter essa defasagem e
conseguir eliminar parte de sua rejeição,
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Transcorridos dois terços de 2022, se você pudesse voltar ao começo do ano, o que teria
feito de diferente na alocação da sua carteira? Teria feito uma reserva de emergência maior?
Ou quem sabe aumentado a exposição a Multimercados ou Renda Variável brasileira? A
verdade é que nunca é tarde para realizarmos ajustes e rebalanceamentos em nossos
portfólios. Seja por desconforto ou necessidade, de tempos em tempos sugerimos uma
revisão geral na aderência da sua carteira ao que está acontecendo na sua vida, mas
também no mercado.
Primeiro, você deve estar atento a mudanças que acontecem na sua vida pessoal, tais como
aumento ou redução de padrão (custo) de vida, perda de emprego (que acarreta em perda de
receita), nascimento de um filho e o consequente aumento dos custos recorrentes, entre
uma série de outras mudanças que podem acarretar na sua mudança de perfil de risco e
horizonte de investimento.
Por outro lado, o cenário macroeconômico também pode ser um vetor para mudanças,
táticas ou estruturais, em sua carteira, a depender da necessidade de aumentar ou reduzir o
risco, melhorar a diversificação em uma ou mais classes de ativos ou alongar ou reduzir
prazos de investimentos.
É nesse ponto que buscamos, através das carteiras recomendadas, auxiliar o investidor a
traduzir como mudanças, às vezes complexas no cenário, podem repercutir em cada classe
de ativo, para que possamos extrair o melhor de cada uma delas, de forma combinada.
Nesta seção, falamos brevemente das nossas visões por classe de ativos. Nos capítulos
seguintes, entramos em mais detalhes para que você faça as melhores escolhas de acordo
com seu perfil e objetivos.
Renda fixa
Para os meses que ainda virão em 2022, continuamos a sugerir um nível de caixa acima da
média, tanto para uma reserva de emergência como para uma reserva de oportunidades. A
reserva de emergência vai garantir que, se houver uma recessão global mais forte e até
mesmo impactos dessa recessão mais duros na economia brasileira, o investidor esteja
preparado e com liquidez para fazer frente a um cenário mais duro. Já a reserva de
oportunidades, para quem gosta e entende que momentos de quedas e correções
exageradas de preços nos mercados podem representar excelentes pontos de compra de
bons ativos, principalmente com foco no longo prazo. Lembrando que, tipicamente, esses
recursos, tanto da reserva de emergência quanto de oportunidades, devem estar alocados
em renda fixa pós-fixada, que está com retornos bastante atrativos, perto dos 10% nos
últimos 12 meses, e com previsão de ficar próximo de 13 a 14% nos próximos 12 meses.
Nos outros indexadores de renda fixa, prefixado e inflação, que apresentam riscos maiores
que o pós fixado, até aqui foi mais óbvia a predileção por alocação em títulos IPCA+, por
conta não só do aumento da parcela pós fixada (IPCA) desse tipo de investimento, mas
também das taxas prefixadas que foram subindo em grande parte do ano.
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De agora em diante, com uma melhora na perspectiva da inflação corrente e também nas
expectativas futuras, devemos começar a balancear melhor as alocações também em
títulos prefixados que até então vinham com sugestões de alocações mínimas nas carteiras
recomendadas. Não que não gostemos mais de alocações em renda fixa inflação, muito
pelo contrário — em um país como o Brasil, com um histórico inflacionário considerável,
esse tipo de alocação tem sempre um lugar cativo na diversificação de indexadores da
renda fixa.
Multimercados
Quando olhamos para os multimercados, continuamos a ter uma visão construtiva para a
classe, que teve nesses meses de 2022 um dos melhores períodos dos últimos 7 anos,
principalmente quando olhamos para os fundos Macro e Multiestratégia. De qualquer forma,
essa é uma classe cuja alocação costuma ter um papel mais estrutural de diversificação e
redução de riscos, pela sua diversidade de estratégias e mercados em que atua, com
flexibilidade de gerar retornos com menos dependência de uma direção específica dos
mercados, tanto no Brasil quanto fora.
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Investimentos alternativos
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Na contramão dos mercados globais, o Brasil iniciou 2022 como uma oportunidade
bastante atrativa para os investidores estrangeiros por conta de uma combinação de: 1)
rotação global do mercado de empresas de crescimento para empresas de valor; 2) forte
exposição a commodities e bancos no mercado brasileiro; e 3) múltiplos de entrada
muito atrativos.
Como resultado, o mercado local começou o ano descolando fortemente dos mercados
globais e chegou a subir quase 40% em dólares até abril. Mas o rali não se sustentou,
pressionado por preocupações globais e domésticas. Grande parte da queda ao longo do
primeiro semestre é explicada pelos temores de recessão econômica, levando à queda
nos preços das commodities que, por sua vez, impactaram mercados mais cíclicos –
caso do Brasil. Somados a isso, pesaram maiores riscos fiscais, com as discussões
sobre mais gastos públicos, à medida que entramos num ciclo eleitoral.
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Apesar do cenário externo ainda
bastante conturbado, com o mercado
preocupado ora com inflação, ora com
recessão, o Brasil até agora seguiu
segurando um bom desempenho.
Continuamos a ver o Ibovespa como
barato, mostrando um grande desconto
em relação à sua média histórica e em
relação aos mercados de fora.
Esse cenário favorece ativos reais, como as commodities, com investidores globais
buscando proteção contra a alta nos preços. Nesse caso, o Brasil estaria bem posicionado,
pois tanto a economia como a nossa Bolsa são bastante dependentes do rumo dos preços
das commodities e materiais básicos.
Neste cenário, ativos de riscos tendem a passar por uma forte correção, com investidores
buscando ativos de baixo risco. Neste caso, mercados desenvolvidos tendem a ter um
desempenho superior aos mercados emergentes, que em geral apresentam maiores riscos.
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Nos próximos meses, os holofotes devem seguir apontados para a inflação, os juros em alta
e os riscos de recessão. Além disso, a volatilidade no preço dos commodities, puxada pelos
temores de recessão, é outro ponto de atenção, principalmente para o Brasil, um país
fortemente impulsionado pela exportação de commodities.
O nosso time de Estratégia Quantitativa publicou o Guia de Factor Investing, e, com isso,
conseguimos acompanhar o comportamento de ações brasileiras através de fatores.
Através dessa análise, vimos que, recentemente, houve uma recuperação forte de ações de
Crescimento com a quedas nas taxas de juros de longo prazo, como reflexo de expectativas
de inflação menores. A seguir, observamos quais fatores tiveram melhor desempenho por
período. Momentos diferentes favorecem fatores diferentes, e, por isso, é importante montar
carteiras balanceadas dentro dessas estratégias.
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Vemos algumas oportunidades de tomar um pouco mais de risco, mas não achamos que há
muito mais espaço para os juros caírem mais, principalmente com riscos fiscais e políticos
no radar com a proximidade das eleições, como mencionamos anteriormente.
Nossa preferência hoje é para empresas de Qualidade, Risco Baixo, e Valor. Focamos nos
seguintes temas principais:
1. Commodities
Com a Bolsa bastante descontada, há muitas ações negociadas a múltiplos atrativos, mas
focamos naquelas com perspectivas positivas de crescimento. Destacam-se Iguatemi
(IGT11) e Banco do Brasil (BBAS3). Sobre esse último nome, vale pontuar também que
preferimos reduzir um pouco a exposição a empresas estatais seguindo a possibilidade de
um aumento de riscos políticos. Ainda assim, Banco do Brasil (BBAS3) segue sendo a top
pick do setor financeiro.
Saiba mais sobre as principais escolhas por setor nas páginas a seguir e conheça nossas
carteiras recomendadas, atualizadas mensalmente por um time multidisciplinar de ações e
estratégia.
Agronegócios
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Alimentos Bebidas
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Construtoras Energia elétrica
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Óleo & Gás Saúde
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Tecnologia
Telecomunicações
Temos uma visão positiva para as companhias de telecom de nossa cobertura, tanto ISPs
(Unifique, Brisanet e Desktop), quanto big telcos (TIM e Vivo). Nossa visão positiva é
suportada por uma forte dinâmica de crescimento, além de execução operacional e sólida
rentabilidade.
Transportes
Varejo
Principas escolhas: Assaí (ASAI3); Grupo Mateus (GMAT3); Grupo Soma (SOMA3), Arezzo
(ARZZ3)
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Conforme nos aproximamos do final do negociado nesse mercado já atingiu um
ano, vemos o tema ESG no centro das recorde de US$ 851 bilhões em 2021, alta de
discussões do mercado, e esperamos que 164% em relação a 2020, segundo dados da
essa tendência persista e acelere ainda Refinitiv. No Brasil, embora ainda existam
mais adiante. Na nossa visão, embora os definições importantes a serem feitas, em
temas ESG sejam de longo prazo, alguns maio, o Governo Federal publicou um
podem surgir com uma força maior. Isso decreto regulamentando este mercado no
posto, neste relatório nós discutimos três país, criando um sistema único de registro
principais temas que devem guiar a agenda (SINARE). Na nossa visão, tal decisão
ESG ao longo dos últimos meses de 2022: evidenciou avanços na definição dos
parâmetros desse mercado, ao mesmo
1. Transição energética tempo em que esperamos ver novos
O mundo precisa de mais energia, ao progressos ao longo do ano. Acreditamos
mesmo tempo em que as mudanças que, quando o assunto é aquecimento
climáticas exigem menores emissões. No global, não existe uma bala de prata,
Brasil, a mensagem dada na Expert XP 2022 entretanto, vemos o mercado de crédito de
foi clara: sendo o país com uma das carbono como uma importante solução
matrizes energéticas mais renováveis do alternativa no combate às mudanças
mundo, o Brasil está bem posicionado para climáticas, com todos os olhos voltados ao
captar recursos financeiros que permitam o potencial do Brasil para estar na vanguarda
desenvolvimento tecnológico necessário desse mercado, o que exigirá a atenção dos
para a transição. Até o meio do ano, vimos investidores e também das empresas.
novas tecnologias e soluções de baixo
carbono surgindo em diferentes áreas, 3. As regulações estão vindo
como por exemplo as baterias de VEs, o Vemos que as mudanças impostas pelas
que vem aumentando a demanda por regulamentações vão ter um papel cada vez
alguns metais verdes necessários para mais importante na condução das empresas
essas tecnologias. Na nossa visão, os às melhores práticas ESG. Na Expert XP
investidores continuarão pressionando que 2022, diversos painéis ESG tiveram a
empresas assumam seu papel na condução regulação como tema central de discussão,
da descarbonização, via investimento em trazendo a importância dos agentes
tecnologias que permitam a transição por reguladores no bom funcionamento do
parte também dos setores com maiores mercado. Durante 2022, já vimos avanços
emissões. importantes e vemos essa agenda
ganhando força no restante do ano, o que
2. Crédito de carbono deve estimular ainda mais o foco ESG por
O crédito de carbono surgiu em 1997 parte de companhias e investidores.
a partir do Protocolo de Quioto¹ e o valor
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A primeira metade de 2022 foi marcada por grandes mudanças: de um sentimento de
otimismo com a reabertura da economia global pós-pandemia, cuja forte recuperação levou
a inflação no mundo às alturas, ao choque nas cadeias de suprimentos com a guerra na
Ucrânia, e a políticas monetárias cada vez mais duras para controlar os preços levando à
possibilidade crescente de uma recessão econômica.
O principal fator que deve mexer os mercados para o resto de 2022 é o medo de uma
recessão econômica global. Nesse movimento para desaquecer os preços, a preocupação é
de que os bancos centrais, principalmente o Federal Reserve (Fed), levem a uma derrubada
da maior economia do mundo, em uma forte desaceleração do crescimento.
No ano, o índice de ações globais, medido pelo MSCI ACWI, já acumula queda ao redor de
15%, à medida que a probabilidade de recessão aumenta. O S&P 500, principal índice
americano, já chegou a entrar em bear market e, mesmo com uma recuperação recente, cai
quase 20% em 2022.
Enquanto grande parte das quedas tem sido por compressão de múltiplos, as projeções de
lucros das empresas pelos analistas ainda mostram um certo nível de otimismo. Porém,
historicamente, períodos de recessão são marcados por uma contração nos lucros das
empresas, indicando que, atualmente, os analistas ainda não precificaram uma recessão nos
lucros.
Portanto, enxergamos como principais riscos revisões para baixo nessas estimativas de
lucros das companhias caso uma recessão se materialize, o que, consequentemente, levaria
a mais quedas nos índices de ações globais. Historicamente, o mercado caiu ao redor de
40% em bear markets na média, ou seja, ainda há espaço para cair mais caso uma recessão
aconteça.
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É hora de ficar longe de investimentos internacionais? Pelo contrário
Para investidores de longo prazo, essa correção, na realidade, pode ser uma ótima
oportunidade de entrada.
Fizemos um estudo olhando para o S&P 500 desde 1940 e, em momentos que o índice caiu
entre 15% a 25%, como agora, com o mercado em tendência de queda, o índice apresentou
retornos positivos com as seguintes frequências:
Isso significa que, para investidores de longo prazo, uma queda do tamanho que vimos até
agora pode ser um excelente ponto de entrada. Especialmente para investidores que ainda
não têm nenhuma alocação internacional, essa pode ser uma boa hora para começar a
olhar.
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Mas tenha cautela
Olhando para os setores, assim como para ações brasileiras, a nossa preferência em
alocação internacional é para exposição a ativos de qualidade, focando em empresas com
poder de precificação (ou seja, capacidade de repassar a inflação em seus preços) e
elasticidade da demanda, evitando valuations muito altos.
Mantemos uma visão construtiva de médio a longo prazo para empresas de energia,
especialmente petrolíferas, cujos baixos níveis de investimentos nos últimos anos devem
manter o desequilíbrio entre oferta e demanda como um fenômeno estrutural. Contudo,
riscos de recessão e desaceleração econômica podem seguir causando volatilidade nos
preços das commodities.
Também gostamos de setores de natureza mais defensiva e que pagam bons dividendos,
como telecomunicações ou saúde. Em momentos de elevada incerteza macroeconômica,
como atualmente, investir nesse perfil de companhia pode diminuir o risco e reduzir a
volatilidade dos portfolios.
Setores muito cíclicos, ou seja, sensíveis à atividade econômica, são o que evitaríamos nos
próximos meses. Setores voltados para o consumo, materiais (como os metais) e imobiliário
devem sofrer com a atividade econômica mais fraca daqui para frente, impactados pela
subida nas taxas de juros, perda do poder de compra e demanda mais fraca.
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Desde o começo de 2022, o Banco Central já realizou cinco altas na taxa Selic, que hoje se
encontra em 13,75% ao ano. O que esperávamos diante deste contexto se concretizou: a
demanda por renda fixa se manteve alta, com taxas dos títulos em patamares atraentes.
Apenas como exemplo, uma NTN-B (título público atrelado à inflação) com vencimento em
2035 pagava aos investidores IPCA + 5,2% em janeiro e hoje o rendimento se aproxima de
IPCA + 5,9%.
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A classe de fundos imobiliários (FIIs) tem instrumentos para surfar momentos de inflação e
juros elevados, como o atual, quando o mercado se comporta de maneira mais cautelosa, ou
períodos de maior apetite ao risco. Neste momento, temos visões diferentes para as
diversas classes e segmentos de FIIs, que listamos a seguir.
Fundos de Papel
Shopping Centers
O setor de shoppings foi atingido diretamente pela pandemia de COVID-19 ao ser obrigado a
fechar total ou parcialmente suas lojas por prolongados períodos. Com isso, diversos fundos
interromperam ou reduziram significativamente a distribuição de rendimentos. Dado um
cenário macroeconômico desafiador, mantemos nossa preferência em fundos com
portfólios compostos de shoppings dominantes e orientados para alta renda, por se
demonstrarem mais resilientes. Observamos que os indicadores operacionais de alguns
shoppings já se aproximam dos valores observados pré-pandemia. Para o ano de 2022, de
acordo com a Abrasce, é esperada a inauguração de 195 mil m² de área bruta locável de
shoppings, área próxima à que foi entregue em 2019. A demanda por espaços em shoppings
está ligada ao padrão de crescimento no consumo das famílias, e, consequentemente, ao
crescimento populacional e dos níveis de emprego. Por isso, para o longo prazo esperamos
uma expansão moderada dos resultados do setor, em linha com nosso cenário
macroeconômico para o Brasil. Adicionalmente, entendemos que fundos que possuam
shoppings bem localizados, focados na classe A, nos principais centros urbanos, possuem
maior capacidade de geração de renda no curto prazo, além de apresentarem maior
potencial de valorização no longo prazo.
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Lajes Corporativas
evolução do PIB doméstico ao longo do
período pós choque econômico da
Acreditamos que as alterações e
pandemia e sujeito à volatilidade do cenário
redimensionamentos dos escritórios
macroeconômico. Entendemos que os
relacionados às mudanças provocadas pela
descontos atuais nos preços dos fundos do
pandemia já foram realizadas. Apesar disso,
setor apresentam boas oportunidades para o
nas regiões premium da cidade de São
investidor orientado ao médio e longo prazo,
Paulo, os imóveis de classes A+ e A
que desejam obter ganhos de diversificação
apresentaram resiliência. Observamos que o
com esse tipo de ativo ao mesmo tempo em
mercado de escritórios, para se manter
que obtêm bom potencial de valorização nos
competitivo, aderiu à flexibilização nas
investimentos com a retomada gradual da
condições das locações, criando cenário
atividade econômica.
favorável ao inquilino. A retomada do
segmento está associada à recuperação
Principal escolha: Bresco Logística
econômica, para que então a vacância da
(BRCO11)
cidade reduza e vejamos movimentos
positivos em relação aos preços dos
aluguéis. Adicionalmente, os fundamentos Renda Urbana
de longo prazo são sólidos para essa classe
de ativo. Dito isso, a despeito de um cenário Nossa perspectiva para o segmento varia de
macro desafiador, enxergamos atratividade acordo com o setor econômico com maior
segmento, principalmente fundos com bons peso entre os imóveis do FII. Os FIIs com
ativos e bem localizados. maior foco em imóveis de varejo alimentício
tendem a apresentar menor volatilidade,
Principal escolha: VBI Prime Properties oferecendo relativa proteção aos
(PVBI11) movimentos do ciclo econômico no médio
prazo. Já os FIIs com exposição a imóveis
utilizados no varejo educacional tiveram
Galpões Logísticos
maior volatilidade no período recente, mas
tendem a apresentar comportamento
O segmento apresenta uma perspectiva
também relativamente estável das receitas
relativamente favorável no curto prazo
no médio prazo, porém particularmente
devido à manutenção do crescimento do e-
sujeitos aos movimentos de expansão e
commerce, que desde a pandemia vem
consolidação dos grandes grupos
demandando volume crescente de ativos
educacionais. Os FIIs com grande peso de
logísticos localizados próximos às grandes
imóveis utilizados por outros setores de
regiões metropolitanas. No entanto, como
varejo tendem a se comportar de modo
resposta à nova demanda, a projeção de
similar aos fundos de shoppings, e, assim
entrega de novos estoques cresceu
como naqueles, temos preferência por
substancialmente. Com isso, esperamos um
portfólios compostos por imóveis em
lento retorno a patamares similares aos
regiões de comércio dominantes nas
observados antes da pandemia, e uma
principais cidades.
redução na velocidade de crescimento do
preço médio pedido de aluguel. Portanto, a
Principal escolha: CSHG Renda Urbana
médio prazo esperamos crescimento
(HGRU11)
moderado do segmento, em linha com a
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Hedge funds
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