A privatização da Eletrobras, a maior empresa de energia da América Latina, foi concluída com um aumento de capital de R$ 30 bilhões. A privatização pode aumentar a eficiência da empresa e permitir maior geração de valor, além de reduzir interferências políticas. No entanto, os investidores devem estar cientes da volatilidade do mercado de ações.
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Esqueça (com cuidado) o pessimismo_ privatização da Eletrobras pode destravar imenso valor
A privatização da Eletrobras, a maior empresa de energia da América Latina, foi concluída com um aumento de capital de R$ 30 bilhões. A privatização pode aumentar a eficiência da empresa e permitir maior geração de valor, além de reduzir interferências políticas. No entanto, os investidores devem estar cientes da volatilidade do mercado de ações.
A privatização da Eletrobras, a maior empresa de energia da América Latina, foi concluída com um aumento de capital de R$ 30 bilhões. A privatização pode aumentar a eficiência da empresa e permitir maior geração de valor, além de reduzir interferências políticas. No entanto, os investidores devem estar cientes da volatilidade do mercado de ações.
Esqueça (com cuidado) o pessimismo: privatização da Eletrobras pode
destravar imenso valor
A pauta de maior importância no mercado financeiro brasileiro dessa
semana foi a privatização da Eletrobras, concluída nesta quinta-feira (10). A empresa do setor elétrico, que é a maior da América Latina, teve um aumento de capital na ordem de R$ 30 bilhões, resultando em uma das maiores da história do nosso mercado de capitais.
Fundada na década de 1960, a Eletrobras é a maior empresa de geração e
transmissão de energia elétrica do país, possuindo um terço da potência total brasileira e metade do total de linhas de transmissão. A Eletrobras também participa da expansão da malha de sistema elétrico, de programas voltados para a eficiência energética, incentivo a fontes alternativas de energia e universalização do acesso à eletricidade.
No entanto, a companhia esteve sob desconfiança ao longo de história, visto
que as ingerências de um estado empresário resultaram em absurdos de governança como uso da empresa como cabide de empregos via indicação, numa clara demonstração de interferência política, e o exagero de burocracias características de companhias administradas pelo establishment político. Esses fatores contribuíram de forma acentuada para sua redução da capacidade de investimento ao longo das últimas décadas.
Sob uma perspectiva otimista — que é a adotada por este autor — a
privatização da Eletrobras poderá resultar em aumento de eficiência da companhia, permitindo uma maior geração de valor direta ao acionista; no fim de interferências políticas e burocracias non-sense; na melhora de suas práticas de governança e na percepção do mercado destas e numa maior competitividade ante concorrentes nacionais e internacionais. Por fim, vale fazer um breve alerta, especialmente aos investidores de primeira viagem que utilizaram seu saldo no FGTS para investir em ações da companhia: a renda variável “vareia”. Volatilidade, seja para cima ou para baixo, não necessariamente significa que você (ou a empresa) ficou rico ou foi à falência.
Sabemos que no Brasil há pouca educação financeira, resultando uma
porcentagem ínfima de pessoas que possuem uma reserva de emergência consolidada, característica basilar segundo a maioria dos analistas e planejadores financeiros para quem desejasse entrar na Eletrobras. Após o lock-up obrigatório de 12 meses, especialmente com o futuro do cenário macroeconômico que se desenha, poderá ocorrer algo como uma corrida bancária que poderá afetar de forma direta o valor da empresa na bolsa de valores, especialmente em situações como hoje, que as ações ELET3 caem quase 5% durante a produção deste artigo.
Tiago Paiva é jornalista de economia e investimentos, tendo atuações na Arazul