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OPINIÃO

Artigo | Privatização da Eletrobras: ainda há


tempo de evitar esse crime
Desafio alguém a sustentar que a privatização da Eletrobras
trará qualquer benefício real para o país

Henrique Fontana *
Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
28 de Maio de 2021 às 12:08

Existe uma grande negociata por trás dessa ideia de privatizações predatórias voltada a beneficiar
grandes investidores ou grandes grupos de investidores internacionais, que, provavelmente, nem
conhecem o Brasil - Arquivo/Agência Brasil

Estamos assistindo a um anunciado crime lesa pátria contra o povo brasileiro. A proposta de
privatização da Eletrobras, a maior empresa de energia da América Latina, construída ao longo
de 70 anos por muitas gerações de brasileiros, fere de forma irremed iável os mais altos interesses
da população.

Desafio alguém que sustente que ela trará qualquer benefício real para o país. Ao contrário,
entregar esse patrimônio essencial e estratégico às mãos de grupos estrangeiros é abrir mão da
nossa soberania e do nosso desenvolvimento, com consequências desastrosas para o Brasil e para
os brasileiros.

O que justifica a privatização de uma empresa com essa enorme importância para o país? Não
estamos falando de uma empresa deficitária e ineficaz que causa prejuízo ao país, argumento
normalmente utilizado pelos privatistas para vender as estatais a preço de banana, e que, na grande
maioria dos casos, não corresponde à verdade.

::Categoria petroleira e eletricitária debatem a luta em defesa das estatais ::


A Eletrobras responde hoje por 30% da geração de energia do país e 70% da distribuição dessa
energia, com mais de 70 mil quilômetros de linhas de transmissão. Possui 48 usinas hidrelétricas,
62 eólicas, 12 termelétricas, duas termonucleares e uma solar. Concentra desde a Usina de Itaipu,
Chesf, Furnas, entre outras, usinas eólicas e até a Usina Nuclear. Além disso, foi responsável pela
operação do Luz para Todos, implantada durante o governo Lula, que levou energia elétrica para
quase 17 milhões de brasileiros.

Só o parque eólico de Santa Vitória do Palmar, construído durante o governo Dilma, que custou
R$ 3,1 bilhões e gera R$ 350 milhões por ano de lucro para o país, foi vendido por pouco mais
de R$ 500 milhões. Agora, digam: qual o grupo privado venderia uma empresa sua por um valor
menor do que o lucro de dois anos de operação?

Existe uma grande negociata por trás dessa ideia de privatizações predatórias voltada a beneficiar
grandes investidores ou grandes grupos de investidores internacionais, que, provavelmente, nem
conhecem o Brasil ou desconhecem a importância destas empresas no dia a dia dos brasileiros.

A lógica destes grandes grupos é obter a máxima lucratividade no menor espaço de tempo possível
com o menor investimento possível, sem nenhuma preocupação com a conservação dos nossos
rios, com a qualificação do serviço prestado e com os interesses do povo.

Diante deste quadro perverso, é legítimo prever que daqui para frente enfrentaremos uma amarga
realidade de precarização dos serviços, o surgimento de apagões e o aumento incontrolável da
conta da luz. Privatizar a Eletrobras, segundo cálculo da Abrace (Associação dos G randes
Consumidores de Energia e Consumidores Livres), custará R$ 20 bilhões a mais por ano, que
serão pagos pela população.

A venda da Eletrobras não irá gerar um único emprego, mas cada brasileiro pagará mais pela
conta da luz e o país perderá qualquer possibilidade de influir nesta relação. Não haverá agência
reguladora que controle os eventuais abusos que surgirão a partir desta nova realidade.

Esta iniciativa nefasta contra o interesse nacional parte de um governo que se orienta pelo
fanatismo liberal cuja obsessão é torrar o patrimônio estratégico nacional de forma irresponsável
e que, infelizmente, encontra respaldo em setores absolutamente descompromissados com o
futuro do país e o bem-estar dos brasileiros.

Leia também: Quais os impactos da privatização da Eletrobras para o estado do


Rio de Janeiro?

O governo Bolsonaro e o Congresso Nacional, a se manter essa d ecisão inconcebível para uma
nação que preza a sua autonomia, acabam de colocar uma cunha no nosso desenvolvimento
futuro.

É um processo ainda não finalizado que exige de cada brasileiro a consciência de que, caso
confirmada a privatização da Eletrobras, estaremos reduzindo drasticamente a possibilidade de
termos um futuro sustentável do ponto de vista ambiental e seguro quanto ao fornecimento de
energia essencial para a vida dos brasileiros para as atividades produtivas.

Ainda há tempo de evitar esse crime.

Henrique Fontana é deputado federal (PT-RS), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Eletrobras
e do Setor Elétrico.
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do
jornal Brasil de Fato.
Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Marcelo Ferreira

MP da Eletrobras: Senado aprova texto


com mudanças que podem aumentar
conta de luz; entenda
Entidades falam em 'minirreforma do setor elétrico' e
criticam inclusão de 'jabutis', trechos sem relação com
tema original da MP. Governo diz que conta de luz pode
ficar até 7,36% mais barata.
Por Jéssica Sant'Ana, Gustavo Garcia e Marcela Mattos, G1 — Brasília
17/06/2021 19h19 Atualizado há 12 horas

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Senado aprova MP que abre caminho para a privatização da Eletrobras

O Senado aprovou nesta quinta-feira (17) a medida provisória que viabiliza


a privatização da Eletrobras, maior empresa de energia elétrica da América
Latina.
Enquanto o governo afirma que a privatização reduzirá a conta de luz em
até 7,36%, entidades do setor elétrico afirmam que a conta vai encarecer.
Saiba como votou cada senador
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VÍDEO: Economista comenta aprovação de MP que viabiliza privatização da


Eletrobras

Como os senadores alteraram parte da versão aprovada pela Câmara, o


projeto precisa ser novamente analisado pelos deputados. A votação está
prevista para a próxima segunda (21), um dia antes de a MP perder a
validade.
Na votação desta quinta, os senadores mantiveram a maior parte dos
"jabutis" incluídos pelos deputados e acrescentaram outros. No jargão do
Congresso, "jabuti" é um trecho sem relação com o objeto original da
proposta (autorizar a venda da Eletrobras).

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Eliane sobre privatização da Eletrobras: 'Mais uma vez, prevaleceu o interesse


político'

Itens que podem aumentar conta de luz


Entenda, abaixo, as principais adições feitas pelo Senado à MP da
Eletrobras e o impacto desses trechos:
Termelétricas
O texto exige a contratação de usinas termelétricas movidas a gás natural.
Os senadores elevaram a potência a ser contratada, de 6 mil megawatts
(MW) para 8 mil MW. Essas usinas terão de entrar em operação entre 2026
e 2030. Os contratos são para geração de energia por 15 anos.
A energia produzida pelas usinas termelétricas é mais cara se comparada às
usinas hidrelétricas, eólicas e solares.
Atualmente, o país conta com 22 mil MW de potência de geração térmica, e
a MP amplia em 36% a capacidade de geração térmica do país.
Parlamentares também criticam a definição sobre onde essas usinas devem
estar instaladas. Pelo texto aprovado no Senado, a contratação deverá ser
assim dividida:
1 mil MW na região Nordeste em regiões metropolitanas cuja capital não possua
fornecimento de gás natural;

2,5 mil MW na região Norte, instalando as térmicas em pelo menos duas capitais
sem fornecimento de gás;

2,5 mil MW na região Centro-Oeste nas capitais ou regiões metropolitanas que


não possuem fornecimento de gás; e

2 mil MW para o Sudeste, sendo 1,25 mil MW para os estados produtores de gás
e 0,75 para os não produtores, caso de Minas Gerais.
Como parte das regiões escolhidas não possui infraestrutura de transporte
de gás natural, gasodutos terão de ser construídos, o que pode elevar os
custos para os consumidores de energia. Atualmente, o país conta com 98
mil quilômetros de gasodutos, extensão restrita à costa brasileira.
O Ministério de Minas e Energia afirma que, a partir de 2026, o governo já
teria que contratar usinas termelétricas para substituir os contratos que
acabam a partir de 2027. O governo também alega que as usinas
contratadas substituirão térmicas que usam óleo combustível e carvão.
Pequenas Centrais Hidrelétricas
Outro ponto apontado pelos parlamentares como "jabuti" é a criação de
reserva de mercado para Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs).
Especialistas dizem que a medida pode encarecer a conta porque a reserva
de mercado contraria o princípio da livre concorrência nos leilões. Além
disso, a energia produzida pelas PCHs não é controlada pelo Operador
Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Pela nova regra, os próximos leilões deverão prever a contratação de pelo
menos 50% dessas pequenas centrais. Porém, essa contratação não pode
superar 2 mil MW (quantidade suficiente para atender cerca de 2,5 milhões
de pessoas). Ultrapassados os 2 mil MW, o percentual cai para 40%. A regra
vale para os leilões até 2026.
As PCHs são pequenas usinas com potência de geração de energia de até
50 MW, com área total do reservatório de água igual ou inferior a três
quilômetros quadrados.
Incentivo a fontes alternativas
Os parlamentares incluíram na MP da privatização da Eletrobras
a prorrogação, por mais 20 anos, dos contratos do Programa de Incentivos
às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa).
A crítica é que o preço pago pela energia dos projetos do Proinfa é superior
ao valor de mercado, gerando custo adicional para os consumidores,
segundo os especialistas.
O governo afirma que o projeto tem um dispositivo que garante que os
contratos somente serão renovados caso a Agência Nacional do Setor
Elétrico (Aneel) constate benefícios tarifários para o consumidor.
Indenização ao Piauí
Os senadores também incluíram na MP da Eletrobras uma previsão de
indenização ao estado do Piauí por conta da privatização da Cepisa, a
distribuidora local de energia, em 2018.
A indenização terá de ser paga pela Eletrobras, e o valor estimado é de R$
260 milhões até 2023. O custo será repassado ao consumidor.
'Jabuti' retirado
A previsão inicial era de que o Senado votasse a MP da Eletrobras na noite
desta quarta (16), mas a falta de consenso sobre a proposta adiou a análise
para esta quinta.
Nesse intervalo, enquanto incluía diversos pontos no texto, o senador relator
Marcos Rogério (DEM-RO) retirou um dos "jabutis" previstos anteriormente:
a prorrogação até 2035 do subsídio às usinas termelétricas movidas a
carvão mineral.
Essas usinas a carvão são ainda mais caras e altamente poluentes em
relação aos outros tipos de usinas térmicas. Com isso, o subsídio – bancado
pelo consumidor nas tarifas de energia – continua expirando em 2027.
Consumidor vai pagar uma Eletrobras
para o governo privatizar a Eletrobras
Por Míriam Leitão
15/06/2021 • 09:54

Para privatizar a Eletrobras, o governo está aceitando todo o tipo de jabuti. Mas
desta vez eles exageraram. A Câmara aprovou e o Senado está consolidando uma
visão totalmente errada.
Conta de luz vai subir de novo, com reajuste de mais de 20% da bandeira tarifária
Conversei com uma fonte ontem para me explicar quanto vai custar ao consumidor.
Segundo ele, seria como se o consumidor tivesse que pagar uma Eletrobras para o
governo vender a Eletrobras.
Seria esta conta: 41 bilhões dos jabutis, 10 bilhões de obrigações políticas e sobre
isso incidem 16 bilhões de ICMS e PIS/Cofins. Esses R$ 67 bilhões irão para a nossa
conta de luz para vender a Eletrobras. Não faz sentido econômico algum, distorce o
mercado e manda a conta para a população. E distorce porque tem jabuti que cria
reserva de mercado para as pequenas centrais hidrelétricas que estão perdendo a
competição para solar e eólica. Tem jabuti que manda construir termelétrica a gás
onde não tem gás nem gasoduto.
E por falar em conta alta de luz, a outra MP, que o governo prepara, para lidar com
a crise hídrica, elevará também o custo da energia. O governo deveria ver o que
funcionou e não funcionou no apagão de 2001. Uma coisa que deu certo foi a
decisão compartilhada, o diálogo entre as partes do governo que têm poder sobre o
assunto. O governo está preferindo centralizar poder. Surgiu uma ideia boa dos
grandes consumidores de energia que é dar uma redução para quem usa
energia fora do pico, o que seria um alívio. Mas só faz sentido se valer também para
o consumidor residencial e não apenas as grandes indústrias.
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https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/consumidor-vai-pagar-
uma-eletrobras-para-o-governo-privatizar-eletrobras.html

Senado aprova MP que viabiliza privatização da Eletrobras; texto volta à Câmara


Governo argumenta que privatização vai baratear conta de luz; entidades dizem que
vai encarecer. Parlamentares criticam inclusão de 'jabutis', trechos sem relação com o
objeto original.

Por Gustavo Garcia, Jéssica Sant'Ana e Marcela Mattos, G1 — Brasília


17/06/2021 17h42 Atualizado há 23 horas

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Texto-base da MP que permite a privatização da Eletrobras é aprovado no


Senado
O Senado aprovou nesta quinta-feira (17) a medida provisória que viabiliza a
privatização da Eletrobras, a maior empresa de energia elétrica da América Latina.
Em um primeiro momento da sessão, os senadores votaram o texto-base, aprovado
por 42 votos a 37. Depois, passaram à análise dos destaques, isto é, propostas que
visavam modificar o conteúdo da MP, e todos foram rejeitados.
Saiba como votou cada senador
Saiba como MP pode aumentar conta de luz
Como houve mudanças na versão aprovada pela Câmara dos Deputados, no
mês passado, o texto precisará ser novamente analisado pelos deputados. A votação
está prevista para a próxima segunda (21), um dia antes de a MP perder validade.
O texto incluiu "jabutis", jargão utilizado por parlamentares em referência a trechos
sem relação com o objeto original da MP (leia detalhes mais abaixo).
O governo afirma que a privatização da Eletrobras pode reduzir a conta de luz
em até 7,36%. Entidades do setor elétrico, contudo, dizem que a conta pode
ficar mais cara.
Durante a sessão, novas versões do relatório do senador Marcos Rogério (DEM-RO)
foram apresentadas, e vários senadores discursaram sobre o texto.

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Senado discute MP que abre caminho para privatização da Eletrobras


Objetivo central da proposta
Atualmente, a União possui cerca de 60% das ações da Eletrobras e controla a
estatal. Com a capitalização, a partir da emissão de ações, deve reduzir a participação
na empresa para menos de 50%. A projeção é que a União fique com cerca de 45%
das ações.
Entre outros pontos, a proposta prevê que:
o aumento do capital social da empresa será por meio da oferta pública de
ações;
cada acionista ou grupo de acionistas não terá poder de voto superior a 10%;;
a União terá ação preferencial de classe especial, a "golden share", que dará
poder de veto nas deliberações sobre o estatuto social da empresa.

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Miriam Leitão: ‘Para privatizar a Eletrobras, Governo está aceitando todo tipo
de jabuti'
Termelétricas a gás
A proposta prevê expansão da geração de energia elétrica por termelétricas
movidas a gás natural. Esse é, segundo senadores contrários à previsão, um
dos "jabutis da proposta".
A energia a gás natural é mais cara e, de acordo com especialistas, o valor de
contratação será repassado aos consumidores.
Pelo texto aprovado no Senado, terão de ser contratados 8 mil megawatts, quantidade
suficiente para atender quase 10 milhões de brasileiros.
Essas usinas termelétricas a gás natural terão de entrar em operação entre 2026 e
2030. Os contratos são para geração de energia por 15 anos.
As usinas termelétricas são consideradas importantes para aumentar a segurança do
sistema elétrico brasileiro, pois não dependem de fatores naturais para funcionar,
como chuva, vento e sol. Porém, são mais caras e poluentes que as usinas
hidrelétricas, eólica e solar.
Pelo texto, a contratação deverá ser assim dividida:
1 mil MW na região Nordeste em regiões metropolitanas cuja capital não
possua fornecimento de gás natural;
2,5 mil MW na região Norte, instalando as térmicas em pelo menos duas
capitais sem fornecimento de gás;
2,5 mil MW na região Centro-Oeste nas capitais ou regiões metropolitanas
que não possuem fornecimento de gás;
2 mil MW para o Sudeste, sendo 1,25 mil MW para os estados produtores de
gás e 0,75 mil MW para os não produtores, caso de Minas Gerais.
Os leilões terão um preço teto de R$ 370 por MW/hora, valor a ser atualizado até a
data de contratação.
Como parte das regiões escolhidas não possui infraestrutura de transporte de gás
natural, associações do setor calculam em cerca de R$ 20 bilhões o valor para
implementação dessa infraestrutura.

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Privatização da Eletrobras pode impactar conta de luz


Pequenas centrais hidrelétricas
Outro trecho considerado "jabuti" cria reserva de mercado para Pequenas
Centrais Hidrelétricas (PCHs).
Os próximos leilões do governo para contratação de energia deverão prever a
contratação de pelo menos 50% dessas pequenas centrais. Porém, essa contratação
não pode superar 2 mil MW – quantidade suficiente para atender cerca de 2,5 milhões
de pessoas.
Ultrapassados os 2 mil MW, o percentual cai para 40%. A regra vale para os leilões
até 2026.
As PCHs são pequenas usinas com potência de geração de energia de até 50 MW,
com área total do reservatório de água igual ou inferior a três quilômetros quadrados.
Esse item, segundo os senadores contrários à MP, também gerará repasse de custos
aos consumidores.
Proinfa
Outro trecho visto como "jabuti" é o que prevê a prorrogação por mais 20
anos dos contratos do Programa de Incentivos às Fontes Alternativas de Energia
Elétrica (Proinfa).
A crítica é que esse programa incentiva a contratação de fontes alter nativas de
energia, como a eólica, mas o preço pago pela energia dos projetos do Proinfa está
acima do de mercado, gerando custo adicional para os consumidores, segundo os
especialistas.
O PSDB apresentou um destaque para retirar os "jabutis". Entretanto, a proposta foi
rejeitada pelos senadores.
Outros pontos da MP
O texto aprovado também estabelece, entre outros pontos:
Indenização ao Piauí: o relator no Senado acolheu sugestão de Marcelo
Castro (MDB-PI), a qual prevê a indenização do estado do Piauí pela venda da
Cepisa. O valor a ser pago estaria estimado em R$ 260,4 milhões.
Sabatina no Operador Nacional do Sistema: Segundo emenda do senador
Rodrigo Pacheco (DEM-MG), acolhida pelo relator, caberá ao Senado
sabatinar e aprovar indicados para a diretoria do ONS, órgão responsável pela
coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão
de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN).
Eletronuclear e Itaipu: A proposta autoriza o governo federal a criar uma
empresa pública ou sociedade de economia mista para administrar a
Eletronuclear (que controla as usinas de Angra) e a Itaipu Binacional.
Linhão do Tucuruí: Texto prevê que o governo possa autorizar a construção
do Linhão do Tucuruí, ligando Manaus (AM) a Boa Vista (RR), sem
necessidade de aprovação de licenças ambientais do Ibama e da Funai.

'Jabuti' retirado
Foi retirado da proposta um trecho considerado "jabuti", que estendia até 2035 um
subsídio à geração de energia elétrica por meio de usinas termelétricas movidas a
carvão mineral.
Essas usinas a carvão são ainda mais caras e altamente poluentes em relação aos
outros tipos de usinas térmicas.
Com isso, o subsídio – que é bancado pelo consumidor nas tarifas de energia –
continua com o fim previsto para 2027.

O que disseram os senadores


Durante a sessão, senadores contrários ao texto afirmaram que a votação estava
acontecendo de maneira “atropelada”. Segundo eles, o relatório foi apresentado de
última hora, não houve estudos para avaliar o impacto da medida e ela pode
representar aumento no valor da energia ao consumidor.
Já parlamentares favoráveis rebateram as críticas e afirmaram que o texto evitaria o
risco de apagão e recuperaria o protagonismo da Eletrobras.
Líder da minoria, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) disse que estava havendo uma
“barganha de megawatts” ao comentar as mudanças feitas pelo relator. “Nós estamos
tratando disso aqui agora como se fosse uma ‘xepa energética’”, disse.
A senadora Simone Tebet (MDB-MS), antes favorável ao texto, disse que mudou de
posição após as alterações feitas à matéria original.
Líder do Podemos, o senador Alvaro Dias (PR) chamou a medida de “retrocesso”,
afirmou que não houve estudos suficientes sobre a medida e afirmou que cabe uma
ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra o texto.
Já o relator do projeto, senador Marcos Rogério, sustentou que com o novo modelo
de capitalização, a Eletrobras “terá de volta o seu protagonismo, com condições de
investir, com condições de gerar energia mais barata e cada vez mais limpa”.
Ex-ministro de Minas e Energia durante o governo Dilma Rousseff, Eduardo Braga
(MDB-AM) defendeu a medida provisória e afirmou que a proposta significará
energia mais barata ao consumidor.
Líder do PL, Carlos Portinho (RJ) ressaltou que a medida traz uma alternativa à
dependência da água. Para o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo
Bolsonaro, a MP vai prover o país de energia “para que a gente possa acelerar o
nosso desenvolvimento, gerando emprego e renda”. Segundo ele, mesmo com a
medida, o país vai continuar investindo em energias renováveis.

https://g1.globo.com/politica/noticia/2021/06/17/senado-mp-
eletrobras.ghtml

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