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GRUPOS GERADORES DIESEL - ELÉTRICOS

ESTACIONÁRIOS

TIPOS PRINCIPAIS

a - Grupos geradores de emergência


b - Grupos geradores de picos de demanda ou para utilização
nos horários de ponta, estabelecidos pelas
concessionárias[RFdCeS1]
c - Grupos geradores de funcionamento continuo
d - Grupos geradores short-break ou no-break
e - Outros tipos portáteis ou moveis, podem ser fabricados para
utilizações diversas

a - GRUPOS GERADORES DE EMERGÊNCIA

São utilizados para o suprimento de energia elétrica, em caso de


falha no fornecimento da concessionária. Como esta falha pode
persistir por algumas horas, este gerador deve estar apto a
atender as necessidades da instalação, pelo tempo que for
necessário.

Este tipo de gerador é normalmente utilizado em hospitais,


shopping-center, teatros, refinarias, sistemas de
telecomunicações, construções militares, aeroportos, centro de
processamento de dados etc.

Os requisitos básicos para um grupo gerador de emergência


são:
- partida segura
- transferência de carga o mais rápido possível
- baixo custo de manutenção.

Alem da potência requerida o custo de um grupo gerador de


emergência depende principalmente do intervalo de tempo que
deve transcorrer entre a falta de energia elétrica e a
transferencia de carga ao grupo gerador.

A instalação mais simples deste tipo de gerador é através de


acionamento manual. Neste caso dependendo da distância e da
presença do pessoal de operação, pode transcorrer vários
minutos entre a falta de energia e a ligação do grupo gerador.

Um grupo gerador de emergência, de partida totalmente


automática e com controle de parada também automática,
necessitará, dependendo do seu tamanho, de 10 a 30 segundos
para entrar em operação e assumir o suprimento de energia.
Adotando-se condições especiais, como aquecimento do
ambiente, pré aquecimento do óleo lubrificante e da água de
resfriamento, este tempo poderá ser reduzido de 5 a 10
segundos.
Alguns consumidores teriam problemas sérios, mesmo com este
tempo reduzido. Ex. Transmissões de televisão, sistema de
radar de avião, centro de processamento de dados, etc.

Para tais casos são utilizados grupos geradores short-break, com


tempo de interrupção de 0,2 a 0,5 segundos aproximadamente,
e grupos geradores no-break, que operam sem quaisquer
interrupções. Este tipo de instalação será vista em separado,
pois vai além da concepção de um grupo gerador de
emergência normal.

b - GRUPOS GERADORES DE PICOS DE DEMANDA OU


PARA UTILIZAÇÃO NOS HORÁRIOS DE PONTA

Este tipo de gerador é utilizado onde se quer interceptar picos


de carga periódicos ou sazonais e que se repetem com
regularidade ou se quer evitar o consumo de energia nos
horários de ponta das concessionárias (18:00 às 21:00 h) para
efeito de economia no custo desta energia.

Considerando-se que as companhias de eletricidade estão


freqüentemente interessadas num consumo de energia uniforme
por parte dos consumidores, elas, muitas vezes, podem
conceder tarifas de consumo básico mais favorável, quando são
assumidos picos de demanda pelos geradores do usuário,
principalmente em caso de grandes consumidores.

Por outro lado, por questões de evitar demandas altas de


energia nos horários críticos , horários de ponta (18:00 às
21:00 h), as concessionárias sobretaxam o custo da energia
consumida neste horário em varias vezes o seu custo normal. A
instalação de grupos geradores para funcionamento diário
nestes horários, diminuem de maneira significativa as contas de
energia elétrica pagas a concessionária, fazendo com que a
instalação deste equipamento venha a se pagar em um tempo
relativamente curto (12 a 24 meses).

Para este tipo de grupo gerador pode ser fornecido um sistema


inteiramente automático, o qual dá a partida e faz com que o
grupo assuma a carga nas situações ideais.

Além disso, este tipo de gerador poderá também oferecer a


segurança adicional de um grupo gerador de emergência nas
ocasiões de falta de suprimento de energia elétrica.

Na maioria das vezes, a concessionária não permite a colocação


de geradores em paralelo com a rede, podendo ser estudado
apenas alguns casos especiais.

c - GRUPOS GERADORES DE FUNCIONAMENTO CONTÍNUO


Os itens importantes para analise da viabilidade destes grupos
são a economia e a durabilidade.

São normalmente utilizados em:

- Zonas de baixa densidade populacional, onde o custo de


instalação de uma rede publica se torna muito alto;

- Locais onde não seja viável o fornecimento de energia


elétrica através das grandes usinas geradores , como por
exemplo : ilhas;

- Canteiros de obras;

- Fabricas que desfrutem de custos de combustíveis


particularmente vantajosos, como por exemplo : campos de
gás natural, campos de perfuração de petróleo, estações de
tratamento de esgotos que utilizam o gás de esgoto como
combustível etc.;

- Navios e outros veículos;

- Minas onde a movimentação da fonte de energia é uma


necessidade constante.

Este tipo de grupo gerador deve trabalhar acima da faixa de 2/3


da potência nominal, para que se possa trabalhar dentro dos
valores ideais de consumo de combustível, carga térmica e
rendimento do gerador. Estes grupos são fabricados para sua
utilização contínua até a potência máxima permissível.

d - INSTALAÇÕES ESPECIAIS

GRUPOS GERADORES SHORT-BREAK

Consumidores que no caso de falta de energia elétrica, só


permitem interrupções da ordem de frações de segundos, tais
como salas de operações, controle de trafego em ruas, vias
férreas e aeroportos, podem ser supridos pelo chamados grupos
geradores short-break.

A rede de energia existente supre os consumidores e fornece


energia a um pequeno motor elétrico que mantém o gerador e o
volante de inércia do grupo a uma velocidade nominal.

No momento em que a rede falhar, abrir-se-ão automaticamente


as chaves da rede e de motor elétrico e fechar-se-á a chave do
gerador. Durante o período de comutação, de aproximadamente
0,2 segundos, a energia acumulada no volante assume o
acionamento do gerador e a partida do motor diesel mediante
embreagem elétrica simultaneamente engatada, até que o
motor tenha atingido a sua velocidade operacional. Com um
dimensionamento ideal, o volante é submetido a uma queda de
velocidade de rotação até a velocidade nominal do grupo
gerador.

GRUPOS GERADORES NO-BREAK

Para um suprimento de energia elétrica completamente


ininterrupto das estações de radio e televisão e, especialmente
dos sistemas eletrônicos de processamento de dados, são
utilizados os grupos geradores no-break. Os consumidores
especialmente escolhidos são supridos continuamente pelo
gerador, que é acionado por um motor elétrico, ligado à rede
existente.

Quando ocorre uma falha na rede de alimentação, o volante em


rotação assume a tarefa de dar parida ao motor diesel,
colocando-o na velocidade de serviço, através do acionamento
de uma embreagem eletromagnética, assumindo o suprimento
de energia elétrica durante esse período.
DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA

Após estabelecido o tipo de aplicação, a etapa seguinte é a


determinação da potência necessária para o gerador.

O tamanho do grupo gerador é determinado com base nos


seguintes fatores :

- Somatória da carga instalada, levando-se em consideração, se


for o caso, a divisão em cargas essenciais e não essenciais.
- Fator de simultaneidade das cargas instaladas.
- Fator de potência da carga.
- Cargas especiais, que tenham características de grande
necessidade de energia por curto espaço de tempo, ou requisitos
especiais quanto a necessidade de tensão e freqüência bastante
estáveis.
- A tensão e a freqüência deverão ser iguais às da
concessionária local.
- Características especiais quanto a altitude, temperatura e
umidade do ar.

QUEDA DE VELOCIDADE E TENSÃO

A aplicação da carga ativa (kW) ocasiona uma queda temporária


de velocidade. Se esta carga não exceder à potência máxima
pré ajustada de bloqueio do motor diesel, a velocidade subirá
novamente até a velocidade nominal, dentro de um tempo de
recuperação relativamente breve, com exceção da queda de
velocidade remanescente.
No caso de aplicação de uma carga momentânea de potência
elevada, (Ex. partida direta de um motor grande com rotor em
curto circuito), onde o gerador estará sujeito a um valor alto de
corrente, a tensão gerada poderá atingir a ruptura, ocasionando
o desligamento da chave protetorado gerador, interrompendo o
suprimento de energia.

Para se evitar este tipo de problema, devemos analisar com


cuidado o dimensionamento de geradores em instalações onde
temos motores como carga.

ALIMENTAÇÃO DE MOTORES COM ROTOR EM CURTO


CIRCUITO

Os motores assíncronos principalmente aqueles com rotor em


curto circuito, provocam no sistema altas correntes durante a
partida, atingindo muitas vezes mais de seis vezes sua corrente
nominal.

Partida de motores de grande potência podem levar a flutuações


no sistema (perdas de velocidade e queda de tensão), podendo
até provocar o desligamento dos contatores ou atuação dos
relés de subtensão.

Para compensação desse efeito pode ser fornecido um gerador


especial (regulação mais rápida), ou um gerador normal cujo
dimensionamento leva em consideração essas sobrecargas
bruscas.

De qualquer maneira é sempre recomendado a ligação


escalonada dos diversos motores elétricos, bem como a
utilização de sistemas de partida com corrente reduzida.

CORRENTES E TORQUES DE PARTIDA APROXIMADOS DE


MOTORES COM ROTOR EM CURTO CIRCUITO - PARTIDA
DIRETA

POTÊNCIA NOMINAL TORQUE CORRENTE PARTIDA


ATÉ 1,1 kW 2,00 Mn 5,00 In
1,1 a 4 kW 1,60 Mn 5,50 In
4 a 10 kW 1,25 Mn 5,80 In
10 a 100kW 1,00 Mn 6,50 In

Mn - torque nominal In - corrente nominal

TEMPO DE PARTIDA PARA MOTORES ELÉTRICOS COM


ROTOR EM CURTO CIRCUITO - 1500 rpm
POTÊNCIA TEMPO PARTIDA
APROXIMADO
ATÉ 2 kW 0,10 s
2 - 15 kW 0,25 - 0,40 s
15 - 40 kW 0,30 - 0,70 s
40 - 100 kW 0,50 - 1,80 s

Para maquinas com 3.000 rpm multiplicar o tempo acima por


1,5.

Os motores elétricos com rotor em curto circuito para


acionamento de maquinas centrifugas (bombas e ventiladores
com tempo de partida alto) deverão ser projetados de tal forma
que seu torque de partida ainda permaneça acima da curva de
torque da maquina a ser acionada, principalmente nos casos de
ligação direta ou estrela triângulo, mesmo durante uma queda
momentânea de tensão para 80% da tensão nominal.

Cuidados especiais deverão ser tomados nas maquinas que


exigem um alto torque já no inicio da operação.

Na especificação normal de um grupo gerador, a sua potência


ativa não deve exceder a potência máxima admissível do motor
diesel, levando-se em consideração o rendimento do gerador
(potência do conjunto).

No caso de termos motores como carga, recomendamos


consultar o fornecedor do grupo gerador para especificação
correta da potência e características da máquina.

DEFINIÇÃO DA POTÊNCIA

Ao especificar e comparar diversos tipos de geradores, deve-se


especificar a potência continua e a potência máxima que o
gerador deverá suportar.

Potência continua é a máxima potência útil admissível,


produzida continuamente pelo motor diesel, de acordo com sua
aplicação, com os limites de potência ajustados de forma que
seja ainda possível uma sobrecarga.

Este é o ajuste usual de potência para acionamento de


geradores. A quantidade de injeção de combustível é bloqueada
na bomba injetora para que uma sobrecarga (em geral 10% da
potência continua) do motor diesel esteja disponível para a
aceleração, tal como é requerido em caso de aplicação súbita de
plena carga elétrica.
Potência máxima é o valor de potência útil que o motor diesel
pode produzir durante um determinado período de tempo, de
acordo com seu tipo de aplicação. Este ë o limite de potência a
ser ajustado , de forma que ela não possa ser ultrapassada.

A menos de uma indicação especifica do fabricante, entende-se


como potência máxima aquela que pode ser produzida
ininterruptamente por pelo menos uma hora, dentro de um
período de 12 horas alternadas.

Nestes casos deve-se contar com quedas de velocidade


prolongadas, em caso de partidas de motores, sendo que em
casos extremos a relação nominal não é mais atingida.

CONDIÇÕES DE INSTALAÇÃO

A altitude do local de instalação é de particular importância .


Devido à variação da pressão do ar em função da altitude, uma
pressão atmosférica baixa significa um baixo peso específico do
ar, que exerce influência sobre a combustão e,
consequentemente, sobre a potência do motor diesel . Para cada
100 m de altitude acima do nível de referência
(aproximadamente 300 m acima do nível do mar) devem ser
reduzido cerca de 1,3 % da potência nominal do motor.

Se a temperatura do ar de admissão estiver acima da


temperatura de referencia de 20’C, deverá ser prevista uma
redução na potência do motor diesel de aproximadamente 5%
para cada 10’C, devido a diminuição do peso do ar com o
aumento da temperatura.

Para a potência do motor diesel toma-se por base uma umidade


relativa do ar de admissão de 60%. O aumento da
percentagem para 100% causará uma redução de potência de
até 5%.

Para o caso dos geradores, os limites de temperatura são


estabelecidos pelo aquecimento do enrolamento, a isolação
utilizada e o tipo de resfriamento.

Normalmente os geradores são projetados para uma


temperatura ambiente de 40’C. Uma elevação nessa
temperatura provocará uma redução de potência .

TEMPERATURA ‘C 20 25 30 35 40 45 50 55
AMBIENTE
ALTERAÇÃO DE % + + + + - - -
POTÊNCIA 10 8,5 7 4 0 5 10 15
Para a redução da potência devido a temperatura e umidade do
ar deve-se considera que ambos os valores máximos nunca
coincidirão ao mesmo tempo. Por isso, deve-se somente, levar
em consideração do mês mais quente do ano.

RENDIMENTO

O balanço energético de um gerador diesel, corresponde


aproximadamente ao valores abaixo:

ENERGIA DO COMBUSTÍVEL 100 %


PERDAS POR GASES DE 26 %
ESCAPE
PERDAS POR RESFRIAMENTO 33 %
PERDAS POR ATRITO E 5 %
IRRADIAÇÃO
PERDAS DO GERADOR 4 %
POTÊNCIA OBTIDA NOS 32 %
TERMINAIS DO GERADOR

A potência do motor diesel do grupo é determinada pela formula

Pmotor diesel = Pgerador (kVA) . cos j


0,736 . h gerador

ESTIMATIVA DE CUSTO

Para grupos geradores especificados para funcionamento


continuo, ou para substituição da energia da concessionária no
horário de ponta, é importante termos uma estimativa do custo
do kWh gerado.
a) Custo do combustível e óleo lubrificante
Para o levantamento do custo do consumo do combustível e óleo
isolante, levamos em consideração a seguinte formula:

Cop = ( Col . Pol + Ccb. Pcb ) . 1,36 (R $ / kWh)


g ol g cb 103 hG

Pol - Preço do óleo lubrificante (R$/litro)


Col - Consumo do óleo lubrificante g/CVh (incluindo trocas de
óleo) valor de referência aproximadamente 4g/CVh
Ccb - Consumo especifico do combustível g/CVh
Pcb - Preço do combustível (R$/litro)
hG - Rendimento do gerador
g cb - Peso especifico do combustível (kg/litro) - 0,83 para o
óleo diesel
gol - Peso especifico do óleo lubrificante (kg/litro) - 0,95 para
óleo lubrificante.

b) Custo fixo (Aquisição, juros e depreciação)

Podemos avaliar o custo fixo, incluindo custo de aquisição do


equipamento, montagem, juros e depreciação, de acordo com a
seguinte formula:

Cfixo = ( 1 + J + 0,01) 1,5. PG (R$/kWh)


t 200 Pot.h

Cfixo = Custos fixos - amortização do investimento inicial, juros,


manutenção, reparos em R$/kWh
t - Tempo de depreciação em anos
J - Juros anuais - percentagem
0,01 - suplemento para manutenção e assistência técnica
PG - Preço de compra do gerador incluindo quadro de
distribuição , montagem e eventuais custos construtivos
Pot. - Potência nominal do grupo gerador em kVA
h - Horas de operação anuais
1,5 - Fator considerando a carga parcial, fator de potência e
imprevistos.

GERADORES

POTÊNCIA

Os geradores trifásicos normalmente são projetados para


operação continua e uma sobrecarga de 1,5 vezes sua corrente
nominal por dois minutos. De acordo com a capacidade de
sobrecarga de 10% dos motores diesel a partir da sua potência
continua, os geradores podem também suportar uma sobrecarga
de uma hora sem sobreaquecimento prejudicial.
As potências dos diferentes tipos de geradores referem-se a
uma temperatura de 40’C do ar de arrefeciamento e a uma
altitude do local de instalação de 1 000 m acima do nível do
mar.

RENDIMENTO MÉDIO DOS GERADORES

POTÊNCIA NOMINAL (kVA) 25 50 100 200 500


RENDIMENTO (%) 84 89 91 92 93

FATOR DE POTÊNCIA

O fator de potência também influi na potência do gerador.


Fatores de potência divergentes de 0,8 implicam nas seguintes
alterações de potência :
FATOR DE POTÊNCIA 1,0 9,0 0,8 0,7
0,6 0,5
ALTERAÇÃO DA POTÊNCIA (%) 0 0 0 -5 -
10 - 15

ALTITUDE

Para uma instalação em altitude superior a 1 000 m acima do


nível do mar, ocorrerá também uma redução de potência, que
se deve ao baixo peso do ar de arrefecimento.

ALTITUDE DE INSTALAÇÃO (m) ATÉ 1.000m 2.000 m


3.000 m 4.000 m
REDUÇÃO DA POTÊNCIA (%) 0 5 - 10% 10-
20% 15-30%

Os menores valores de redução do potência podem, na maioria


das vezes, ser mantido pelos fabricantes dos geradores,
devendo ser consultado caso a caso para o dimensionamento
exato.

TENSÃO
Os geradores são normalmente fornecidos com ligação em
estrela com neutro acessível, podendo em condições especiais
serem fornecidos com possibilidade de comutação para
triângulo.

As tensões normalmente utilizadas são para os geradores


trifásicos: 220/127 V; 380/220 V e 440/254 V, podendo ser
fornecidos com valores até 5% acima desses para compensar a
queda de tensão do sistema.

REGULADOR DE TENSÃO

Nos geradores auto excitados a regulagem da tensão é feita


mediante reguladores fornecidos e instalados na própria
maquina, ou a pedido, separadamente. Geradores de maior
porte operam freqüentemente com excitação conjugada e
reguladores de tensão, de ação rápida. Os dispositivos de tensão
constante, que são ao mesmo tempo reguladores e excitatriz,
reagem de forma extraordinariamente rápida a flutuação de
carga.

A auto excitação é iniciada pela tensão residual do gerador. Os


geradores atualmente em sua grande maioria são desprovidos
de escovas e consistem na maquina principal com polos no rotor
e a excitatriz com polos no estator, montados no mesmo eixo, e
com retificadores e dispositivos de regulagem rotativos.

Através dos retificadores, a corrente de excitação é conduzida


para os enrolamentos dos polos rotativos do gerador. O
dispositivo de regulagem estática com execução, normalmente
em forma de regulador-tiristor opera usualmente sem contatos.
A excitação da excitatriz é regulada igualmente em função da
carga e da tensão.

Os geradores devem operar dentro de uma faixa de tensão de +


ou - 5% da tensão nominal. A regulagem dessa tensão pode ser
feita através de um regulador de tensão nominal. Caso não seja
necessário que este regulador de tensão tenha que ser acionado
durante a operação, pode eventualmente ser instalado um
regulador de tensão incorporado ao gerador, como uma chave
escalonada, um reostato deslizante ou similar, eliminando assim
sua instalação no quadro de comando. Este procedimento não
pode ser adotado em qualquer gerador, principalmente quando
da alimentação de motores elétricos.

EXCITAÇÃO RÁPIDA

A excitação plena da maioria dos geradores é obtida cerca de


dois segundos após o grupo ser levado à velocidade operacional.
A excitação rápida por bateria pode ser prevista para grupos que
requeiram uma transferência de carga em tempo menor que o
normal. Nesses casos a tensão nominal é atingida juntamente
com a rotação nominal.

CARGA DESIGUAL

Conforme o tipo de gerador, cargas desiguais (diferença entre


correntes de fase máxima e mínima) de até 30% da corrente
nominal podem ser consideradas como normais. Nestes casos,
o desvio de tensão entre as diferentes fases seria de até 5%.

Para o caso de cargas desiguais maiores, que não possam ser


evitadas, principalmente ao ligar vários consumidores
monofásicos, o gerador deverá ter uma construção especial, e
ser dotado de enrolamento amortecedor.

FREQÜÊNCIA

A velocidade nominal ou velocidade síncrona corresponde a


seguinte relação :
n = f . 60 (rpm)
p
n (rpm) = velocidade síncrona ou velocidade nominal
f (Hz) = freqüência
p = numero de pares de polo do gerador
Grande parte das maquinas diesel são fabricadas para 1800
rpm. As sobre velocidades admissíveis para geradores são
geralmente de 20 a 25% da velocidade nominal. A proteção
contra sobre velocidade , a ser eventualmente prevista, é
ajustada para cerca de 115% da velocidade nominal.

OPERAÇÃO EM PARALELO
Se os geradores devem operar em paralelo com a rede ou com
outros geradores, estudos especiais devem ser realizados.
Nestes casos as maquinas serão projetados levando-se em
consideração as características dos geradores, das maquinas
diesel e do sistema em que elas irão operar. Recomenda-se um
contato com os fabricantes ainda na fase de projeto.

3. QUADROS ELÉTRICOS DE DISTRIBUIÇÃO


QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO MANUAL

Para os geradores a diesel operados manualmente, utiliza-se


quadros de distribuição contendo exclusivamente os
instrumentos de comando e o disjuntor de proteção do gerador.

EQUIPAMENTOS NORMAIS
1 voltímetro
1 chave comutadora para voltímetro
3 amperímetros
3 transformadores de corrente
1 frequencímetro
1 disjuntor tripolar termomagnético
fusíveis de proteção
circuitos de iluminação auxiliar

Se ainda não estiver instalado no gerador, o regulador de tensão


nominal poderá ser instalado no quadro de distribuição. Em
função das características da maquina diesel e do gerador, o
quadro de distribuição deverá ser dimensionado para uma
sobrecarga de 10% durante uma hora

DIAGRAMA BÁSICO
QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO AUTOMÁTICO

O painel automático é indispensável nos grupos geradores de


emergência. Ele controla o sistema para que em caso de falha
na rede da concessionária, o grupo gerador parta inteiramente
automático, desligando os consumidores da rede e ligando-os ao
gerador. Após o retorno da rede, os consumidores são religados
a ela, e automaticamente é desligado o gerador. Além disso é
através do painel automático que é feita a proteção do
gerador, tendo condição de desligá-lo automaticamente em caso
de alguma anomalia.

Nesses casos a rede é vigiada permanentemente por um


controlador automático trifásico que dá a partida no grupo
gerador, em caso de falha de uma única fase ou no caso de uma
queda de tensão da ordem de 15 a 20 % aproximadamente.
Com a intenção de evitar as flutuações de tensão de curta
duração normalmente é previsto um retardamento de partida
pré ajustado da ordem de alguns segundos. Durante esse
retardamento o grupo já estará pré aquecido, se o motor diesel
estiver equipado com sistema de pré aquecimento.

O contator da rede que alimenta a carga é desconectado no


instante que ocorre a falha. O contator do gerador só se fecha
após o grupo ter alcançado a velocidade de operação, e a tensão
ter alcançado seus valores nominais. Nesse instante o gerador
assume a carga dos consumidores.

Durante a operação, o grupo gerador é normalmente controlado


e protegido quanto a falhas na partida, pressão insuficiente do
óleo de lubrificação, temperatura excessiva do motor, gerador
sobrecarregado e curto circuito. Outros controles muitas vezes
também se faz necessário, como o controle do fluxo da água de
arrefecimento, temperatura de escape, nível de combustível e
velocidade.

Caso ocorra uma das três primeiras falhas apontadas, a


respectiva sinalização ótica será acionada, o alarme sonoro
soará e o grupo gerador será automaticamente desligado para
evitar danos à instalação. Ao mesmo tempo, o sistema
automático será bloqueado mediante sinal luminoso. No caso de
sobrecarga do gerador, indicada ótica e acusticamente, o
gerador continuará a operar a fim de proporcionar o
arrefecimento mais rápido possível ao gerador que é protegido
por disjuntor térmico de sobrecorrente. No caso de um curto
circuito, o disjuntor atua separando o gerador do setor
defeituoso.

Após o retorno da rede, e após um retardamento ajustável de


30 segundos, no máximo, os consumidores serão desconectados
do gerador e devolvidos à rede. Em seguida o grupo gerador
continuará operando sem carga, porém pronto para se
necessário assumir novamente o suprimento, por um período
ajustável de no máximo 5 minutos. Com esta operação em vazio
o motor diesel consegue um bom arrefecimento, reduzindo
consideravelmente a quantidade de calor após a parada do
motor.

Se durante este tempo a rede da concessionária voltar a falhar,


os consumidores serão automaticamente conectados ao gerador
sem que seja necessária uma nova partida.

Com a intenção de garantir a confiabilidade do sistema deverá


ser realizado um ensaio no grupo gerador no mínimo a cada
duas semanas. Para isto deve-se deixar o sistema na posição
“ensaio” através de um comando de uma chave seletora
existente no painel. Neste caso após a partida do grupo , os
consumidores poderão ser conectados manualmente ao
gerador, para que o motor diesel possa atingir sua temperatura
de operação o mais rápido possível. Se ocorrer alguma falha na
rede nesta posição, quando o grupo gerador já estiver em
funcionamento, os consumidores serão conectados ao gerador
automaticamente.

O quadro de distribuição automático possue também um


sistema para comando manual do grupo gerador, com todas as
suas funções, um sistema para desligamento de emergência
através de botoeira própria, e um sistema de carregamento das
baterias de partida do grupo, fazendo com que as mesmas
fiquem sempre em flutuação com a rede, garantindo sua carga
quando da necessidade de partida do gerador.

EQUIPAMENTO BÁSICOS DE UM PAINEL DE CONTROLE

SISTEMA DE FORÇA
1 contator tripolar da rede
1 contator tripolar do gerador
1 disjuntor termomagnético ou 3 fusíveis e relé térmico para
proteção contra sobrecarga e curto circuito.
MEDIÇÃO
1 voltímetro
1 comutador para voltímetro
3 amperímetros
3 transformadores de corrente
1 frequencímetro
fusíveis de proteção

SINALIZAÇÃO
indicação ótica com as seguinte funções :
rede ligada
gerador ligado
falha de partida
controle ligado
sobrecarga do gerador
temperatura elevada do motor
baixa pressão do óleo
sistema automático bloqueado
sistema de pré aquecimento

DISPOSITIVOS DE MANOBRA
chave seletora de posição “desligado - automático - ensaio -
manual “
chave de transferência dos consumidores para a rede ou para o
gerador.
botoeiras para as funções de “desbloquear - desligar alarme -
emergência - parado - teste de sinal”
chave pré aquecimento para partida manual

SISTEMA AUTOMÁTICO
Sistema de controle trifásico da rede; partida do grupo gerador
com duas tentativas e pré aquecimento automático, se
necessário; transferência do consumidor da rede para o gerador
e vice-versa; controle das operações do grupo gerador após
remoção da carga e desligamento; desligamento do grupo
gerador em caso de falha.

ACESSÓRIOS
dispositivo de carregamento de baterias
regulador de tensão nominal

ACESSÓRIOS INSTALADOS NO MOTOR DIESEL


Para a operação automática do grupo, além dos equipamento
montados no painel de controle, deverão ser montados no motor
diesel os seguintes acessórios:

solenóide de bloqueio de combustível para desligar o grupo


gerador

pressostato do óleo
termostato

relé taquimétrico com fechamento dos contatos quando é


alcançada a velocidade de ignição

DIAGRAMAS UNIFILARES BÁSICOS DE MONTAGEM


SALA DE MAQUINAS
Inicia-se o projeto de instalação de um grupo gerador diesel
com a escolha do local apropriado. É preferível situar a
instalação no centro de carga, ou próximo ao quadro geral de
distribuição já alimentado pela rede da concessionária,
facilitando a montagem e diminuindo as perdas no fornecimento
de energia. Porém em função de problemas de ruídos e
vibrações, a instalação de grupos geradores a diesel é feita em
locais afastados de seus centros de carga

As salas de maquinas devem estar localizadas em locais onde as


paredes tenham contato com a parte externa do prédio e
possibilitem a instalação facial de entradas e saídas de ar para
arrefecimento e ventilação do grupo. Estas salas devem ser o
suficientemente grandes, pois salas pequenas podem trazer
problemas sérios de ventilação além de dificultar os trabalhos de
operação e manutenção. Deve ser deixado necessariamente, um
espaço livre de um metro em torno do grupo gerador. Além
disso o tamanho da sala deve ser determinada levando em
conta os equipamentos que acompanham o grupo, tais como
quadros de distribuição, tanque de combustível, baterias,
silenciadores, etc.

Silenciadores de absorção para o ar de admissão e escape


também requerem espaço considerável. Além disso é
absolutamente necessário incluir no projeto aberturas de
dimensões adequadas para introdução do grupo gerador no
recinto, bem como para alimentação de ar e ventilação do
prédio.

Toda sala de máquinas deve estar equipada permanentemente


com uma talha, cuja capacidade deve corresponder ao peso
unitário da peça mais pesada do recinto. Em caso de dúvidas,
esta peça será o próprio motor diesel. Desta forma, a montagem
e as operações de recondicionamento e reparos posteriores
poderão ser executadas mais rápida e convenientemente.

Deve-se, ainda , incluir no projeto da sala das máquinas o tipo


de montagem (elástica ou rígida), a execução dos blocos de
fundação e a disposição de canaletas e eletrodutos, bem como
adotar medidas especiais destinadas a supressão de ruídos e
isolação de choques e vibrações.

FUNDAÇÕES E AMORTECIMENTO DE VIBRAÇÕES

Os grupos geradores diesel pertencem ao tipo de máquinas, nas


quais certas vibrações - para motores com um numero reduzido
de cilindros, forças de inércias livres e momentos de inércia -
não podem ser eliminadas completamente.

Para a instalação de grupos geradores em áreas residenciais e


sobre pisos deverá ser previsto, sempre, um apoio elástico. Esta
é uma medida eficiente para impedir a transmissão de ruídos
através da estrutura.

Grupos geradores de menor porte até uma faixa de potência de


250 a 300 kVA aproximadamente, em que o gerador é, na
maioria das vezes flangeado ao motor diesel, não se faz
necessário nenhum bloco de fundação especial, quando estes
são providos de apoios elásticos, entre o grupo gerador e a base
comum ou entre a base comum e o piso. O apoio elástico nestes
casos permitem um grau de isolamento de vibração de 80 a 90
%.

Quando os grupos geradores têm que ser instalados sobre pisos,


a construtora responsável pela obra deve proceder à
comprovação da resistência estática e dinâmica do piso do
prédio.

Um isolamento, ainda melhor, pode ser obtido instalando-se


molas de aço entre o gerador e a fundação. Todavia o menor
efeito de amortecimento das molas provoca considerável
movimento do grupo gerador na partida e na parada, de forma
que para esta finalidade, devem ser empregadas bases pesadas
ou conexões muito flexíveis para as tubulações.

Grupos geradores de maior porte, até cerca de 800 kVA, podem


ser instalados da mesma forma que os de menor porte.
Contudo, por questões de resistência estática do prédio, é
recomendável a execução de um bloco de fundação
independente da fundação do prédio.

Grupos geradores de grande porte são sempre dotados de sua


própria fundação, que deve ser executada com cuidados
especiais e após um exame do solo feito por um perito. As
despesas resultantes dessa providência estão longe de
comparar-se aos custos de um tratamento posterior, como por
exemplo, a ocorrência de uma transmissão de vibrações às
adjacências.

PROBLEMAS DE RUÍDO

Como as determinações legais sobre exigências acústicas, para


a instalação de motores diesel e grupos geradores, estão se
tornando cada vez mais severas, é importante termos sempre
em mente os problemas de ruído causados por estes
equipamentos, quando do seu projeto e instalação. A
transmissão de ruídos, tanto através do ar como da estrutura,
do grupo gerador ao prédio e ao ambiente, pode ser de tal
forma incomoda que tornam-se necessárias amplas medidas
para a sua absorção.

As fontes de ruídos são principalmente, o ventilador de


arrefecimento, a combustão, as peças móveis e o escapamento
de gases do motor. A alteração destas fontes não pode ser feita
de maneira econômica, e portanto a melhor maneira de
atenuação dos ruídos é procurando eliminar sua transmissão
para fora da sala de maquinas.

Uma redução das dimensões do recinto para, aproximadamente


um décimo, provocaria um aumento do nível de ruído da ordem
de 6 dB. Um tamanho de sala de 500 m 3 ou de 50 m3 resultaria
em 12 dB ou 18dB a mais , no ruído, do que em um campo de
ruído livre.

A diferença de ruídos entre plena carga e marcha lenta dos


motores diesel é de mais ou menos 2 dB. Porém, o ruído do
escapamento, a plena carga, é consideravelmente mais alto.

POSSIBILIDADES DE ATENUAÇÃO DE RUÍDOS

As paredes com espessuras normais de 24 ou de 36 cm podem


atenuar os ruídos oriundos do interior em até 40 - 50 dB.

Para os dutos de admissão e escape de ar, devem ser previstas


áreas de atenuação de ruídos com dois ou três metros de
comprimento, produzindo um efeito de atenuação de 40 dB.

Se forem usados materiais acústicos , como placas de


isolamento acústico, poderá ser obtido um nível de redução de
ruído de 3dB, e de 10 dB se for usado um material de
isolamento melhor.

Deve ser dada especial atenção à atenuação do ruído de


escapamento , que pode ser reduzido a 60 dB, ou menos,
mediante a instalação de silenciosos e poços para gases de
exaustão.

Outra opção para a atenuação de ruídos seria a instalação de


grupos já fornecidos com capotas metálicas que chegam a
reduzir o nível de ruídos em cerca de 50 dB.

Mesmo obedecendo estas recomendações os problemas de


acústica devem ser estudados cuidadosamente caso a caso.

ARREFECIMENTO DO MOTOR E VENTILAÇÃO DA SALA DAS


MÁQUINAS

O arrefecimento do grupo gerador e a ventilação da casa de


maquinas são questões importantes a serem resolvidas, tendo
em vista principalmente a quantidade de calor gerada pelas
maquinas. Temos para esta questão duas alternativas,
arrefeciamento a ar e arrefecimento a água, as quais deverão
ser estudadas em função de suas vantagens e desvantagens.

ARREFECIMENTO A AR
Esta alternativa é recomendada apenas para motores de
pequena potência. É um sistema de construção simples, de
operação segura e isento de manutenção, mas requer
quantidade de ar considerável, necessitando portanto serem
estudadas as possibilidades de instalação de amplas aberturas
de admissão e exaustão de ar .

Neste tipo de instalação o arrefecimento do motor é


proporcionado pelo ar que passa diretamente sobre os cilindros
e cabeçotes. O ar é aspirado por um ventilador axial, acoplado
firmemente ao motor, e impulsionado através de aberturas de
arrefecimento. Este ar pode, desde que dimensionado o
ambiente corretamente ser aspirado da própria sala de
maquinas.

Para se evitar um superaquecimento da sala de maquinas, e


eliminar uma reciclagem de ar aquecido, deve ser prevista uma
saída para o exterior do ar de arrefecimento, com auxilio de
dutos.

Este sistema tem a vantagem de ser isento de manutenção,


porém necessita de uma grande quantidade de ar e provoca em
função disso um nível elevado de ruído.

Em locais onde a sala de maquinas é pequena ou com pouca


ventilação, a admissão de ar deve ser externa e de preferência
do lado oposto á saída do ar de exaustão.

ARREFECIMENTO A ÁGUA

Este tipo de arrefecimento é similar ao utilizado em veículos,


onde o motor é arrefecido a água, e água é arrefecida pelo ar
através do radiador. Este sistema é preferido para a utilização
na maioria dos grupos geradores. O ventilador do radiador,
poderá se acionado por um motor elétrico, independente do
motor diesel. A água do radiador é fornecida uma única vez,
necessitando apenas de pequenas manutenções ao longo do
tempo.

Em função do ventilador do radiador, o fluxo de ar formado na


sala, serve também para sua ventilação, dissipando o calor
irradiado pela maquina dentro da sala. Como o volume do ar na
sala de maquinas não pode mudar mais que 100 vezes por hora,
ela não deve ser muito pequena.

Este sistema também praticamente não necessita de


manutenção, porém necessita de uma grande quantidade de ar,
e possue um nível de ruído relativamente alto.

Quanto aos dutos e passagens de ar adotam-se os mesmos


critérios utilizados para o arrefecimento a ar. Entre o radiador e
o duto de exaustão ou a abertura na parede, deve ser colocado
um adaptador flexível para evitar a reciclagem do ar aquecido
dentro da sala.

Outros tipos de arrefecimento podem ser montados, com


sistemas derivados desse. Ex. arrefecimento por radiador e
ventilador instalados separadamente do grupo gerador,
arrefecimento indireto a água em locais onde esta existe em
abundância , e circula continuamente dentro do motor.

VENTILAÇÃO DA SALA DE MAQUINAS

Sala de maquinas com motores arrefecidos a ar ou arrefecidos


por radiadores instalados na própria sala, a quantidade de ar
expulsa para a atmosfera, mediante exaustor ou ventilador de
pressão, é suficiente para a dissipação do calor. A condição
básica é uma abertura de ar suficientemente ampla. Para
qualquer outro tipo de arrefecimento deve ser prevista uma
ventilação forçada.

Temperaturas muito elevadas na sala de maquinas são


incomodas e levam a redução de potência ou super
aquecimento do motor e do gerador. Os tubos de escape e
silenciadores deverão ser isolados termicamente, evitando o
aumento da quantidade de calor irradiado dentro da sala.

Nos casos em que a circulação natural de ar não é suficiente


para uma ventilação adequada, é necessária a instalação de
uma ventilação forçada através de exaustores, que auxiliam a
retirada do ar aquecido da sala para o exterior.
Após o cálculo da quantidade necessária de ar, de acordo com o
balanço térmico, deverá ser dispensada atenção especial
também ao número de trocas de ar na sala das máquinas.
Recomenda-se que na medida do possível, não se ultrapasse
100 trocas de ar por hora, sendo a velocidade média do ar
dentro da sala de cerca de 0,05 m/s . Quantidades de trocas de
ar acima dessas podem provocar correntes de ar incomodas às
pessoas que estão dentro do ambiente, além de que se elas
permanecerem neste ambiente por longo tempo poderão ter
problemas de saúde.
Como a quantidade de ar é determinada pelo tamanho do grupo
gerador e pelo tipo de arrefecimento utilizado, este numero de
100 trocas de ar por hora só poderá ser mantido, se a sala de
maquinas tiver determinadas dimensões. Por exemplo, se um
sistema necessitar de 10.000 m3/h resulta em um volume de,
no mínimo, 100 m3 e uma superfície de, no mínimo, 33 m 2 para
uma altura de 3 m da sala de máquinas. Em função disto, as
dimensões da sala de maquinas, não deve ser unicamente
função dos requisitos de espaço e acessibilidade, mas deverá
levar em consideração também o número de trocas de ar
necessário.
Todos os cálculos de volume de ar têm por base o peso
específico do ar de 1.291 kg/m 3 a 0°C, 760 mm de Hg e
60% de umidade relativa do ar. Qualquer condição muito
diferente desta deve levar em consideração um estudo especial,
caso a caso.

SISTEMA DE ESCAPAMENTO

O sistema de escapamento deverá ser cuidadosamente


projetado, pois uma execução incorreta poderá influenciar
negativamente a potência e o nível de ruído do motor. A
tubulação deverá ser constituída por um tubo de aço , com
espessura mínima da parede de 3 mm, considerando o desgaste
acentuado que sofre esta peça, em função do calor e da
umidade. Para tubulações com comprimento além de 5m,
deverá ser prevista uma elevação na bitola normal, de acordo
com recomendações do fabricante do motor. Tubos de maiores
comprimentos e diâmetros menores que os recomendados pelo
fabricante, aumentam a resistência e a temperatura do motor,
diminuindo a sua vida útil. A conexão do coletor de escape do
motor com a tubulação deverá ser feita com uma conexão
flexível, afim de compensar as vibrações e a expansão térmica.
Deve-se tomar cuidados especiais evitando a entrada de água
de chuva e respingos na tubulação. Não se deve ao passar pela
parede, prender a tubulação rigidamente, evitando problemas
de temperatura com o material da parede e a transmissão de
ruído através da estrutura do edifício.

SILENCIADORES

A redução dos ruídos provocados pelos gases de escapamento


podem ser reduzidos através da instalação de um ou dois
silenciadores ligados em série. Em caso de tubos mais longos, o
silenciador é montado após o primeiro terço do comprimento
total, calculado a partir do motor. Os silenciadores do tipo
absorção têm um volume maior que os silenciadores normais
tipo câmara, entretanto oferecem uma atenuação quase que
completa com um mínimo de resistência. Atrás do silenciador
deve ser instalado um pedaço de tubo de no mínimo um metro
de comprimento.

ALIMENTAÇÃO DE COMBUSTÍVEL

Uma alimentação de combustível perfeita e de primeira


qualidade é fundamental para a confiabilidade do grupo gerador.
Para o atendimento normal, se prevê um tanque ligado à
maquina com capacidade para, no mínimo, 8 a 10 horas de
serviço, e um tanque de estocagem de dimensões mais amplas,
dimensionado em função das necessidades de cada caso. Para o
dimensionamento de tanques diários pode-se aplicar
basicamente a seguinte regra : 2 x potência do motor (cv) =
capacidade do tanque em litros para 10 horas de serviço.

Normalmente , o tanque é suspenso na parede da sala de


maquinas, de maneira a permitir o fluxo de combustível para a
bomba injetora. A altura mínima acima da bomba injetora
deverá ser de 500 mm.

EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS DE PARTIDA

O sistema elétrico de partida é o tipo de arranque mais usual e


apropriado para grupos geradores diesel. Os motores de
arranque são de corrente continua em série, exclusivamente
para 12 ou 24 V, apresentando uma elevada velocidade de
arranque e um elevado torque de partida. A alimentação destes
motores é feita através de baterias, que são carregadas por
dínamos, ou mais recentemente por alternadores trifásicos com
retificadores, bem mais robustos e que não necessitam de
manutenção. Grupos geradores que não sejam operados a
intervalos de duas a quatro semanas, por tempo suficiente para
permitir o pleno carregamento da bateria, devem ser
equipados com carregadores de baterias. Um carregador
flutuador de bateria, confiável, instalado no quadro de comando,
e de um relé taquimétrico instalado no motor que fecha o
contato quando é alcançada a rotação de ignição, o dínamo ou o
alternador pode ser dispensado.

BATERIAS DE CHUMBO

São relativamente baratas, possuindo uma vida útil de 3 a 5


anos, entretanto exigem uma manutenção adequada. Devido a
uma auto descarga diária, inevitável, de cerca de 1% de sua
capacidade, uma bateria de chumbo pode ficar enfraquecida em
poucas semanas, de tal forma que não poderá se utilizada sem
ser recarregada. As perdas de carga na bateria que ocorrem a
cada partida do gerador são insignificantes.

BATERIAS NÍQUEL CÁDMIO (NC)

São consideravelmente mais caras que as de chumbo, porém


apresentam uma durabilidade de 10 a 20 anos, sem perdas
expressivas por paradas e com requisitos moderados de
manutenção.

O dimensionamento das baterias deverão seguir as


recomendações do fabricante do motor.

PRÉ AQUECIMENTO DO MOTOR

Para locais com temperatura ambiente abaixo de 5°C


recomenda-se empregar um pré aquecimento do motor, para
grupos geradores de partida automática. Os motores em que a
plena carga é aplicada imediatamente após a partida, como no
caso da maioria dos grupos de emergência, requerem este pré
aquecimento mesmo a temperaturas abaixo de 15°C.
SISTEMA DE CONTROLE E COMANDO DO MOTOR

A pressão do óleo lubrificante e a temperatura do cabeçote nos


motores arrefecidos a ar, assim como a temperatura da água
nos motores arrefecidos a água, deverão ser controlados em
cada grupo gerador, a fim de evitar eventuais danos totais. Para
unidades de suprimento de energia operadas manualmente, e
particularmente, para grupos geradores automáticos, os
manômetros e termômetros do óleo, instalados no motor, não
serão o suficiente, devendo o sinal ótico e acústico remoto
anunciar ao pessoal de operação responsável a existência de
uma falha. Além disso, recomenda-se a parada automática do
motor em caso de uma falha.

REGULAGEM DOS GRUPOS GERADORES DIESEL

Uma das pré condições mais importantes para a operação de


grupos geradores diesel é o regulador de rotação da máquina
motriz, que manterá tanto a freqüência quanto a tensão do
gerador dentro de limites adequados. As margens de tolerância
para uma boa qualidade de fornecimento de energia são de até
±1% para a freqüência, correspondendo a ±1% da rotação
nominal, e de até ±0,5% da tensão nominal do gerador.

Caracteriza-se por regulagem um processo em que o valor real


de um parâmetro operacional é medido, comparado com o valor
nominal e corrigido correspondentemente. Para os motores a
diesel, esta regulagem é efetuada por um regulador de rotação,
que comparará a rotação momentânea (valor real) com a
velocidade de rotação nominal ajustada (valor nominal) e, em
caso de valor real baixo, liberará uma maior quantidade de
injeção de combustível, ou, para um valor real excessivo,
reduzirá a quantidade de injeção de combustível.

Geralmente a rotação nominal corresponde à rotação síncrona


do gerador e é ajustada para o funcionamento à plena carga
(carga nominal). Como , em sua maioria, os motores diesel
estão equipados com reguladores proporcionais, a rotação de
marcha em vazio ou rotação de remoção de carga é mais alta
aproximadamente 4%. Numa transição súbita da plena carga
para a carga zero, o motor passa momentaneamente para uma
rotação mais alta que a rotação de marcha em vazio, em
conseqüência da inércia do regulador. Da mesma forma ao
aplicar carga, a rotação do motor cai momentaneamente abaixo
da faixa de proporcionalidade. Este é um processo dinâmico, e o
grupo gerador tende a se ajustar aos seus valores nominais
dentro de um período de tempo chamado de tempo de
recuperação.

Denomina-se tempo de recuperação ao período compreendido


entre o início da mudança de carga e o momento em que a
rotação correspondente a nova situação de carga torna-se
constante, dentro de determinados limites de tolerância.

Algumas vezes torna-se vantajoso ajustar o rotação nominal do


motor para valores correspondente a metade da carga nominal,
conseguindo com isto, diminuir a gama de variação de
freqüência em relação ao valores nominais.

Quando da necessidade de operação de sistemas em paralelo,


deve-se analisar com cuidado as características das maquinas,
principalmente no que diz respeito a sua regulação, para que se
possa atingir uma estabilidade do sistema, e uma correta
distribuição das cargas. Recomenda-se que este estudo seja
realizado em conjunto com o fabricante das maquinas.

CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO

Deve ser confiada ao fornecedor do equipamento a entrada do


grupo em operação, pois ele poderá também instruir o futuro
pessoal encarregado de operá-lo.

Os trabalhos de verificação e manutenção de todos os


componentes importantes do grupo gerador, deverão ser
efetuados de acordo com o manual de instruções e manutenção
fornecidos pelo fabricante com cada unidade.

Recomendações gerais:

1. O motor diesel deve ser operado, no mínimo, a cada duas


semanas sob a aplicação de carga, se possível acima de 50% da
carga nominal, até atingir a temperatura operacional. É de
particular importância e inclusão no projeto da possibilidade de
aplicação de carga no período de ensaio.

Os grupos geradores operados por longos períodos, com pouca


ou nenhuma carga, ficarão contaminados e incrustados, o que
poderá ocasionar sérios problemas, particularmente no caso de
motores turbo carregados.

2. A bateria de partida é o elemento mais fraco em uma


instalação deste tipo, e deverá portanto ser verificada a cada
duas semanas, quanto a sua condição de carga e ao nível de
acido.

3. A sala de maquinas, incluindo a área destinada ao quadro de


distribuição deve ser mantida livre de poeira. Poeira e areia
reduzirão a durabilidade do motor, das escovas e dos anéis
coletores dos geradores e afetarão o funcionamento dos relés ,
chaves e interruptores.

4. Água condensada e salas de maquinas úmidas provocarão a


corrosão do motor diesel e do equipamento de distribuição.
5. A manutenção incluindo trocas de óleo, filtros e testes
realizados a cada três ou seis meses deve ser realizada por
pessoal especializado, de preferência treinados em fabrica.

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