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PROJETO ELÉTRICO INDUSTRIAL

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE ALTA TENSÃO

PROF. MAGNO MEDEIROS DE ARAÚJO


ELEMENTOS DE PROJETO
ELEMENTOS DE PROJETO

• A elaboração do projeto elétrico de uma instalação industrial deve


ser precedida do conhecimento dos dados relativos às condições
de suprimento e das características funcionais da indústria em
geral.
• Planta de situação;
• Planta baixa de arquitetura do prédio;
• Planta baixo do arranjo das máquinas;
• Plantas de detalhes (vistas e cortes, esteiras, colunas e vigas de
concretos, montagem de máquinas etc).
ELEMENTOS DE PROJETO

• Qualquer projeto elétrico industrial deve considerar os seguintes


aspectos:
• Flexibilidade
• Acessibilidade
• Confiabilidade
• Continuidade
ELEMENTOS DE PROJETO

• Flexibilidade
• Capacidade de admitir mudanças na localização das máquinas e
equipamentos sem comprometer seriamente as instalações existentes.
• Acessibilidade
• Facilidade de acesso a todas as máquinas e equipamentos de manobra.
ELEMENTOS DE PROJETO

• Confiabilidade
• O projeto deve propiciar o maior nível de disponibilidade dos
equipamentos de produção. De forma qualitativa são os efeitos
causados na produção. Na forma quantitativa é o número de defeitos
causados, tempo de interrupção, custos associados etc.
• Continuidade
• A instalação deve ter o mínimo de interrupção total ou em qualquer um
de seus circuitos.
DADOS PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO

1. Condição de fornecimento de energia elétrica


• Garantia de suprimento da carga, dentro de condições satisfatórias.
• Tensão nominal do sistema elétrico da região onde está localizado o
empreendimento industrial.
• Tipo de sistema de suprimento: radial, radial com recurso etc.
• Restrições do sistema elétrico (se houver) quanto à capacidade de
fornecimento de potência necessária ao empreendimento.
• Capacidade de curto-circuito atual e futuro do sistema.
• Impedância equivalente no ponto de conexão.
DADOS PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO

2. Características das cargas


a) Motores
• Potência nominal;
• Tensão nominal;
• Corrente nominal;
• Frequência nominal;
• Número de polos;
• Número de fases;
• Ligações possíveis;
• Regime de funcionamento.
DADOS PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO

2. Características das cargas


b) Fornos a arco
• Potência nominal do forno;
• Potência de curtocircuito
• do forno;
• Potência do transformador do forno;
• Tensão nominal;
• Frequência nominal;
• Fator de severidade.
DADOS PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO

2. Características das cargas


c) Outras cargas
• Cargas singulares que compõem a instalação, tais como:
• máquinas de soldas, fornos de indução, aparelhos de raios X industriais,
máquinas que são acionadas por sistemas computadorizados, cuja
variação de tensão permitida seja mínima.
CONCEPÇÃO DO PROJETO

1) Divisão da carga em blocos

• Com base na planta baixa com a disposição das máquinas, deve-


se dividir a carga em blocos. Cada bloco de carga, também
denominado Setor de Carga, deve corresponder a um quadro de
distribuição terminal com alimentação, comando e proteção
individualizados.
CONCEPÇÃO DO PROJETO

2) Localização dos quadros de distribuição de circuitos terminais


Os quadros ou painéis de distribuição de circuitos terminais devem ser
localizados em pontos que satisfaçam, em geral, as seguintes condições:
• No centro de carga
• Próximo à linha geral dos dutos de alimentação (canaletas, eletrocalhas etc.)
• Afastado da passagem sistemática de funcionários
• Em ambientes bem iluminados
• Em locais de fácil acesso
• Em locais não sujeitos a gases corrosivos, inundações, trepidações etc.
• Em locais de temperatura adequada
CONCEPÇÃO DO PROJETO

3) Localização do quadro de distribuição geral

• Deve ser localizado, de preferência, no interior da subestação ou


em área contígua a esta. De uma maneira geral, deve ficar
próximo das unidades de transformação a que está ligado.
EXEMPLO

Centro de Controle de Motores (CCM)


Quadros de Distribuição de Luz (QDL)
Quadro Geral de Força (QGF)
CCM
QDL
FATORES DE PROJETO
FATOR DE SIMULTANEIDADE

• É a relação entre a demanda máxima do grupo de aparelhos e a


soma das demandas individuais dos aparelhos do mesmo grupo,
num intervalo de tempo considerado. O fator de simultaneidade
resulta da coincidência das demandas máximas de alguns
aparelhos do grupo de carga, devido à natureza de sua operação.
FATOR DE SIMULTANEIDADE

Número de Aparelhos
Aparelhos (cv)
2 4 5 8 10 15 20 50
Motores: 3/4 a 2,5 0,85 0,80 0,75 0,70 0,60 0,55 0,50 0,40
Motores: 3 a 15 0,85 0,80 0,75 0,70 0,70 0,65 0,55 0,45
Motores: 20 a 40 0,80 0,80 0,80 0,75 0,65 0,60 0,60 0,50
Acima de 40 0,90 0,80 0,70 0,70 0,65 0,65 0,65 0,60
Retificadores 0,90 0,90 0,85 0,80 0,75 0,70 0,70 0,70
Soldadores 0,45 0,45 0,45 0,40 0,40 0,30 0,30 0,30
Fornos resistivos 1,00 1,00 - - - - - -
Fornos de indução 1,00 1,00 - - - - - -
FATOR DE UTILIZAÇÃO

• É o fator pelo qual deve ser multiplicada a potência nominal do


aparelho para se obter a potência média absorvida por ele, nas
condições de utilização.
• Na falta de dados mais precisos, pode ser adotado um fator de
utilização igual a 0,75 para motores, enquanto, para aparelhos de
iluminação, ar condicionado e aquecimento, o fator de utilização
deve ser unitário.
FATOR DE UTILIZAÇÃO

Aparelhos Fator de Utilização


Fornos à resistência 1,00
Secadores, caldeiras etc. 1,00
Fornos de indução 1,00
Motores de 3/4 a 2,5 cv 0,70
Motores de 3 a 15 cv 0,83
Motores de 20 a 40 cv 0,85
Acima de 40 cv 0,87
Soldadores 1,00
Retificadores 1,00
DETERMINAÇÃO DE DEMANDA DE
POTÊNCIA
CONSIDERAÇÕES GERAIS

• Iluminação
• A carga de iluminação deve ser determinada por meio de critérios
normativos, especialmente os da NBR ISO CIE 8995.
• Considerar a potência das lâmpadas, as perdas e o fator de potência dos
equipamentos auxiliares (reator) quando se tratar de lâmpadas de
descarga.
CONSIDERAÇÕES GERAIS

• Pontos de Tomada
• Em salas de manutenção e salas de equipamentos, tais como casas de
máquinas, salas de bombas, barriletes e locais similares, deve ser
previsto, no mínimo, um ponto de tomada de uso geral a que deve ser
atribuída uma potência igual ou superior a 1.000 VA.
• Quando for previsto um ponto de tomada de uso específico, deve-se
atribuir uma potência igual à potência nominal do equipamento ou à
soma das potências dos equipamentos que devem utilizar o respectivo
ponto de tomada.
DEMANDA DO QUADRO DE
DISTRIBUIÇÃO GERAL
• Motores Elétricos
• Cálculo da potência no eixo do motor

• Pn: potência nominal do motor, em cv;

• Fum: fator de utilização do motor;

• Peim: potência no eixo do motor, em cv.


DEMANDA DO QUADRO DE
DISTRIBUIÇÃO GERAL
• Demanda solicitada da rede de energia

• Fp: fator de potência do motor;


• η: rendimento do motor
DEMANDA DO QUADRO DE
DISTRIBUIÇÃO GERAL
• Potência absorvida por lâmpadas de descarga

• Pnl : potência nominal da lâmpada, em W;


• Pnr :perda ôhmica nominal do reator, em W;
• :ângulo do fator de potência do reator;
• = 66° para reatores eletromagnéticos não compensados: fator de potência igual a
0,40;
• = 23° para reatores eletromagnéticos compensados: fator de potência igual a 0,92;
• = 60° para reatores eletrônicos com fator de potência natural: fator de potência igual a
0,50;
• = 14° para reatores eletrônicos com alto fator de potência: fator de potência igual a
0,97.
DEMANDA DO QUADRO DE
DISTRIBUIÇÃO GERAL
• Iluminação administrativa e industrial

• Nl :quantidade de cada tipo de lâmpadas;


• Pablr :potência absorvida por tipo de lâmpada;
• Pabto :potência absorvida pelas tomadas, de acordo com o projeto
de iluminação.
EXEMPLO 1

• Considerar uma indústria representada na Figura a seguir, sendo os


motores (1) de 75 cv, os motores (2) de 30 cv e os motores (3) de 50
cv.
• Determinar as demandas dos CCM1, CCM2, QDL e QGF e a potência
necessária do transformador da subestação.
• Considerar a carga de iluminação administrativa e industrial indicada na
planta baixa da Figura. Todos os motores são de indução, rotor em gaiola
e de IV polos.
• Foram utilizados reatores eletrônicos com fator de potência natural e
perda ôhmica de 8 W para as lâmpadas de 32 W. Para as lâmpadas de
400 W, vapor metálico, foram utilizados reatores eletromagnéticos
compensados com perda de 26 W.
Potência Potência Corrente Nominal Fator de Rendimento
Nominal Ativa Potência
cv kW 220 V 380 V % %
IV polos
1 0,7 3,8 2,2 65 81
3 2,2 9,5 5,5 73 82
5 4 13,7 7,9 83 83
7,5 5,5 20,6 11,9 81 84
10 7,5 26,6 15,4 85 86
15 11 45,0 26,0 75 86
20 15 52,0 28,8 86 88
25 18,5 64,0 35,5 84 90
30 22 78,0 43,3 83 90
40 30 102,0 56,6 85 91
50 37 124,0 68,8 86 92
60 45 150,0 83,3 86 92
75 55 182,0 101,1 86 92
100 75 244,0 135,4 87 92
125 90 290,0 160,9 87 94
150 110 350,0 194,2 87 95
180 132 420,0 233,1 87 95
200 150 470,0 271,2 87 95
220 160 510,0 283,0 87 95
250 185 590,0 327,4 87 95
300 220 694,0 385,2 88 96
380 280 864,0 479,5 89 96
475 355 1.100,0 610,5 89 96
600 450 1.384,0 768,1 89 96
Potência Potência Corrente Nominal Fator de Rendimento Aparelhos Fator de Utilização
Nominal Ativa Potência
cv kW 220 V 380 V % %
Fornos à resistência 1,00
IV polos Secadores, caldeiras 1,00
1 0,7 3,8 2,2 65 81 etc.
3 2,2 9,5 5,5 73 82 Fornos de indução 1,00
5 4 13,7 7,9 83 83
7,5 5,5 20,6 11,9 81 84
Motores de 3/4 a 2,5 cv 0,70
10 7,5 26,6 15,4 85 86 Motores de 3 a 15 cv 0,83
15 11 45,0 26,0 75 86 Motores de 20 a 40 cv 0,85
20 15 52,0 28,8 86 88
Acima de 40 cv 0,87
25 18,5 64,0 35,5 84 90
30 22 78,0 43,3 83 90 Soldadores 1,00
40 30 102,0 56,6 85 91 Retificadores 1,00
50 37 124,0 68,8 86 92
60 45 150,0 83,3 86 92
75 55 182,0 101,1 86 92

Número de Aparelhos
Aparelhos (cv)
2 4 5 8 10 15 20 50
Motores: 3/4 a 2,5 0,85 0,80 0,75 0,70 0,60 0,55 0,50 0,40
Motores: 3 a 15 0,85 0,80 0,75 0,70 0,70 0,65 0,55 0,45
Motores: 20 a 40 0,80 0,80 0,80 0,75 0,65 0,60 0,60 0,50
Acima de 40 0,90 0,80 0,70 0,70 0,65 0,65 0,65 0,60
Retificadores 0,90 0,90 0,85 0,80 0,75 0,70 0,70 0,70
Soldadores 0,45 0,45 0,45 0,40 0,40 0,30 0,30 0,30
Fornos resistivos 1,00 1,00 - - - - - -
Fornos de indução 1,00 1,00 - - - - - -

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