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Engenharia

Elétrica

PROJETOS ELÉTRICOS
INDUSTRIAIS Engenharia
Engenharia
Elétrica
Elétrica

AULA 03 – FORMULAÇÃO DE UM
PROJETO ELÉTRICO
Engenharia
Elétrica
ELEMENTOS DE PROJETO
 1.1 – Introdução
 1.2 – Normas recomendadas
 1.3 – Dados para elaboração do projeto
 1.4 – Concepção do projeto
 1.5 – Meios ambientes
 1.6 – Graus de proteção
 1.7 – Proteção contra riscos de incêndio e explosão
 1.8 – Formulação de um Projeto Elétrico
 1.9 – Roteiro para Elaboração de um Projeto Elétrico
Industrial
 1.10 – Simbologia

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1 - ELEMENTOS DE PROJETOS
Engenharia
Elétrica
1.8 – Formulação de um Projeto Elétrico

Técnicas para elaboração de projeto elétrico:


1. Fatores de Projeto
a) Fator de demanda
b) Fator de carga
c) Fator de perda
d) Fator de simultaneidade
2. Determinação da Demanda de Potência
a) Cargas em locais usados como habitação
b) Cargas em locais usados como escritórios e comércio
3. Formação das Curvas de Carga
4. Determinação da Tarifa Média de uma Instalação
Industrial
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1. Fatores de Projeto
Engenharia
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a) Fator de Demanda

FIGURA 1.9
Curva de carga diária
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1. Fatores de Projeto
Engenharia
Elétrica
a) Fator de Demanda
Fator de Demanda

Dmáx
Fd 
Pinst
Questão 1: Calcule o Fator de Demanda para a
curva de carga mostrada na figura anterior para a
potência instalada de 1.015 kW.

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Elétrica
Fatores de Demanda:

TABELA 1.1
Fatores de demanda

Número de Motores em Operação Fator de Demanda (%)


1 - 10 70 - 80
11 - 20 60 - 70
21 - 50 55 - 60
51 - 100 50 - 60
Acima de 100 45 - 55

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1. Fatores de Projeto
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b) Fator de Carga
Fator de Carga:

É a razão entre a demanda média durante um


determinado intervalo de tempo e a demanda
máxima registrada no mesmo período.
O Fator de O Fator de Carga
Carga diário: mensal:

Dméd Ckwh
Fcd  Fcm 
Dmáx 730  Dmáx
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1. Fatores de Projeto
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c) Fator de Perda
Fator de Perda

É a relação entre a perda de potência da demanda


média e a perda da potência na demanda máxima,
considerando um intervalo de tempo especificado.
Na prática é tomado em função do fator de carga:

Fp  0,30  Fc  0,70  F c
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1. Fatores de Projeto
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d) Fator de Simultaneidade
Fator de Simultaneidade

É a relação entre a demanda máxima do grupo de


aparelhos pela soma das demandas individuais
dos aparelhos dos mesmo grupo num intervalo de
tempo considerado.
Dmáx grupo
Fs  N

D
i 1
i

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1. Fatores de Projeto
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d) Fator de Diversidade
Fator de Diversidade (inverso do fator de
simultaneidade)

a) Fator de Simultaneidade b) Fator de Diversidade

D
Dmáx grupo
Fs  N i

 Di Fdiv  i 1

i 1
Dmáx grupo

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Fatores de Simultaneidade
TABELA 1.2
Fatores de simultaneidade
Aparelhos Número de Aparelhos
(cv) 2 4 5 8 10 15 20 50
Motores: 3/4 0,85 0,80 0,75 0,70 0,60 0,55 0,50 0,40
a 2,5
Motores: 3 a 0,85 0,80 0,75 0,75 0,70 0,65 0,55 0,45
15
Motores: 20 a 0,80 0,80 0,80 0,75 0,65 0,60 0,60 0,50
40 cv
Acima de 40 0,90 0,80 0,70 0,70 0,65 0,65 0,65 0,60
cv
Retificadores 0,90 0,90 0,85 0,80 0,75 0,70 0,70 0,70
Soldadores 0,45 0,45 0,45 0,40 0,40 0,30 0,30 0,30
Fornos 1,00 1,00 - - - - - -
resistivos
Fornos de 1,00 1,00 - - - - - -
11 indução
1. Fatores de Projeto
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d) Fator de Utilização
Pmédia
FU 
Fator de Utilização PNominal

É o fator que deve ser multiplicado a potência


nominal do aparelho para se obter a potência
média absorvida pelo mesmo, nas condições de
utilização.

Na falta de dados precisos pode-se adotar o fator


de utilização igual a 0,75 para motores, enquanto
para aparelhos de iluminação, condicionador de ar
12 e aquecimento o valor unitário.
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Fatores de Utilização

TABELA 1.3
Fatores de utilização

Aparelhos Fator de Utilização


Fornos à resistência 1,00
Secadores, caldeiras etc. 1,00
Fornos de indução 1,00
Motores de 3/4 a 2,5 cv 0,70
Motores de 3 a 15 cv 0,83
Motores de 20 a 40 cv 0,85
Acima de 40 cv 0,87
Soldadores 1,00
Retificadores 1,00

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Engenharia
Elétrica
2. Determinação da Demanda de Potência

Cabe ao projetista a decisão sobre a previsão da


demanda da instalação, a qual deve ser tomada
em função das características da carga e do tipo
de operação da indústria.
 Há instalações em que quase todas a s cargas
ficam simultaneamente em operação.
 A dependências administrativas devem ser
consideradas
 Devem ser considerados os fatores de potência e
o rendimentos das cargas
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2. Determinação da Demanda de Potência
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a) Cargas em locais usados como habitação

Os flats e as unidade de apart-hotéis e similares


devem ser considerados como unidades
residenciais, e devem considerar:
a) Iluminação: carga, potência das lâmpadas,
perdas, fator de potência dos reatores, <6 m² 
100 VA; 100 VA para os primeiros 6 m² + 60 VA
para cada 4 m² adicionais ou fração de área, etc.
b) Tomadas: <6 m²  100 VA de carga, etc.

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2. Determinação da Demanda de Potência
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a) Cargas em locais usados como escritórios e comércio
As prescrições anteriores podem ser completadas com
as seguintes:
1. Em dependências cuja área seja igual ou inferior a
37 m² adotar o maior valor:
 uma tomada para cada 3 m, ou fração de perímetro da
dependência
 uma tomada para cada 4 m² ou fração de área da
dependência
2. Em dependências cuja áreas sejam superior a 37
m²:
 oito tomadas para os primeiros 37 m² de área
 três tomadas para cada 37 m² ou fração adicional
3. Entre outras regras

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Cargas nominais aproximadas de
Engenharia
Elétrica
aparelhos em geral
Aparelhos Potências Nominais Típicas
Aquecedor de água central
* de 50 a 200 litros 1.200 W
* de 300 a 350 litros 2.000 W
* 400 litros 2.500 W
Aquecedor portátil de ambiente 700 a 1.300 W
Aspirador de pó 250 a 800 W
Cafeteira 1.000 W
Chuveiro 2.000 a 5.300 W
Congelador (freezer) 350 a 500 VA
Copiadora 1.500 a 6.500 VA
Exaustor de ar (doméstico) 300 a 500 VA
Ferro de passar roupa 400 a 1.650 W
Fogão residencial 4.000 a 6.200 W
Forno residencial 4.500 W
Forno de micro-ondas (residencial) 1.220 W
Geladeira (residencial) 150 a 400 VA
Lavadora de roupas (residencial) 650 a 1.200 VA
Lavadora de pratos (residencial) 1.200 a 2.800 VA
Liquidificador 100 a 250 VA
Secador de roupa 4.000 a 5.000 W
Televisor 150 a 350 W
Torradeira 500 a 1.200 W
Torneira 2.500 a 3.200 W
Ventilador 2.500 VA

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Engenharia
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Cargas de Aparelhos de Ar Condicionado
TABELA 1.5
Cargas nominais aproximadas de aparelhos de ar condicionado

Tipo de Janela Minicentrais


BTU kcal kW TR kcal kW
7.100 1.775 1,10 3,00 9.000 5,20
8.500 2.125 1,50 4,00 12.000 7,00
10.000 2.500 1,65 5,00 15.000 8,70
12.000 3.000 1,90 6,00 18.000 10,40
14.000 3.500 2,10 7,50 22.500 13,00
18.000 4.500 2,86 8,00 24.000 13,90
21.000 5.250 3,08 10,00 30.000 18,90
27.000 6.875 3,70 12,50 37.500 21,70
30.000 7.500 4,00 15,00 45.000 26,00
17,00 51.000 29,50
20,00 60.000 34,70
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Fatores de Demanda para Iluminação e
Engenharia
Elétrica
Tomadas
TABELA 1.6
Fatores de demanda para iluminação e tomadas
Descrição Fator de Demanda (%)
Auditório, salões para exposição e 100
semelhantes
Bancos, lojas e semelhantes 100
Barbearias, salões de beleza e 100
semelhantes
Clubes e semelhantes 100
100 para os primeiros 12 kW e 50 para o
Escolas e semelhantes
que exceder
100 para os primeiros 20 kW e 70 para o
Escritório (edifícios de)
que exceder
Garagens comerciais e semelhantes 100
40 para os primeiros 50 kW e 20 para o
Hospitais e semelhantes
que exceder
50 para os primeiros 20 kW; 40 para os
Hotéis e semelhantes seguintes 80 kW; 30 para o que exceder
de 100 kW
Igrejas e semelhantes 100
100 para os primeiros 10 kW; 35 para os
Residências (apartamentos residenciais) seguintes 110 kW; 25 para o que
exceder de 120 kW
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Restaurantes e semelhantes 100
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Elétrica
Demanda de Potência
Como regra geral a determinação da demanda
pode ser assim obtida:

a) Demanda dos aparelhos

b) Demanda dos quadros de distribuição parciais


(usar 1,8 para compensar as perdas e
harmônicas dos reatores)
c) Demanda do quadro de distribuição geral: É
obtida somando-se as demandas concentradas
nos Quadros de Distribuição e aplicando o fator
de simultaneidade.
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Engenharia
Elétrica
Planta Industrial de Exemplo

FIGURA 1.10
21 Planta industrial
Engenharia
Elétrica
a) Motores Elétricos
Potência no eixo do motor:

𝑷𝒆𝒊𝒎 = 𝑷𝒏 × 𝑭𝒖𝒎

Onde:
𝑷𝒏 - potência nominal
𝑭𝒖𝒎 - fator de utilização do motor
𝑷𝒆𝒊𝒎 - potência no eixo do motor, em cv

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Engenharia
Elétrica
a) Motores Elétricos
Demanda solicitada da rede de energia:

𝑷𝒆𝒊𝒎 × 𝟎, 𝟕𝟑𝟔
𝑫𝒎 = (𝒌𝑽𝑨)
𝜼 × 𝑭𝒑

Onde:
𝑭𝒑 - fator de potência do motor
𝜼 – rendimento do motor

23 MARABÁ INDUSTRIAL IFPA


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b) Iluminação
A demanda é dada pela equação:

𝑷𝒓
∑𝑵𝒍 × 𝑷𝒍 +
𝑭𝒑
𝑫𝒊𝒍 = (𝒌𝑽𝑨)
𝟏𝟎𝟎𝟎

Onde:
𝑵𝒍 - quantidade de cada tipo de lâmpadas
𝑷𝒍 – potência nominal de cada tipo de lâmpada
𝑷𝒓 – Perdas dos reatores
𝑭𝒑 – Fator de potência dos reatores

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Engenharia
Elétrica
c) Outras Cargas
Para outras cargas a demanda deve ser
calculada considerando-se as particularidades
das referidas cargas, tais como fornos a arco,
máquinas de solda, etc.

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Engenharia
Elétrica
Exemplo de Aplicação (1.1)
Exemplo de Aplicação (1.1):

Considerar a indústria mostrada no slide seguinte,


sendo os motores:
(1) de 75 cv
(2) de 30 cv
(3) de 50 cv
Determinar as demandas dos CCM1, CCM2, QDL e QGF
e a potência necessária do transformador da
subestação. Considerar que todas as lâmpadas sejam
de descarga e os aparelhos da iluminação
compensados (alto fator de potência). Todos os
motores são de indução, rotor em gaiola e de IV pólos.
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Engenharia
Elétrica
Planta Industrial de Exemplo

FIGURA 1.10
27 Planta industrial
Engenharia
Elétrica
Exemplo de Aplicação (1.1)

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Elétrica
Exemplo de Aplicação (1.1)
Motor Tipo (1):

Dm1 = Pn1 x Fum1


Dm1 = 75 x 0,87 = 65,2 cv (potência no eixo do motor)

Fum1  0,87 Tabela 1.3

D1 
65,2  0,736
 60,6 kVA   0,92 Tabela 6.3
0,92  0,86
Fp  0,86 Tabela 6.3

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Engenharia
Elétrica
Exemplo de Aplicação (1.1)

Motor Tipo (2):

Dm2 = Pn2 x Fum2


Dm2 = 30 x 0,85 = 25,5 cv (potência no eixo do motor)

Fum 2  0,85 Tabela 1.3


25,5  0,736
D2 
0,90  0,83
 25,1 kVA   0,90 Tabela 6.3
Fp  0,83 Tabela 6.3
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Engenharia
Elétrica
Exemplo de Aplicação (1.1)

Motor Tipo (3):

Dm3 = Pn3 x Fum3


Dm3 = 50 x 0,87 = 43,5 cv (potência no eixo do motor)

Fum3  0,87 Tabela 1.3


43,5  0,736
D3 
0,92  0,86
 40,4 kVA   0,92 Tabela 6.3

Fp  0,86 Tabela 6.3


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Engenharia
Elétrica
Exemplo de Aplicação (1.1)

Demanda nos quadros de distribuição:


 CCM1:

Dccm1  N m1  D1  Fsm1
N m1  10
Fm1  0,65Tabela 1.2
Dccm1  10  60,6  0,65  393,9 kVA

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Engenharia
Elétrica
Exemplo de Aplicação (1.1)

Demanda nos quadros de distribuição:


 CCM2:

Dccm 2  N m 2  D2  Fsm 2  N m 3  D3  Fsm 3


N m 2  10
N m3  5
Fm 2  0,65 Tabela 1.2
Fm 3  0,70 Tabela 1.2
Dccm 2  10  25,1 0,65  5  40,4  0,70  304,5 kVA
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Exemplo de Aplicação (1.1)

Demanda no Quadro de Distribuição Geral (QDG)


(Demanda Máxima):

  15,3 
1,8 150  40   
  0,4  52 100
Dqdl    26,3 kVA
1000 1000
 fator de multiplicação recomendável 
 
Fm  1,8  para compensar as perdas do reator 
 e as correntes harmônicas 
 
DQGF  Dmáx  Dccm1  Dccm 2  Dqdl
Dmáx  393,9  304,5  26,3  725,3 kVA
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Engenharia
Elétrica
Exemplo de Aplicação (1.1)

Com a demanda máxima pode-se determinar qual


transformador a ser utilizado na planta industrial:

Dmáx  725,3 kVA


Soluções possíveis:
1 – Pode-se usar um transformador de 750 kVA
2 – Pode-se usar um transformador de 500 kVA + 225 kVA
3 – Pode-se usar um transformador de 500 kVA + 300 kVA

Com a utilização de mais de um transformador tem vantagens


e desvantagens.

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Elétrica
Exemplo de Aplicação (1.1)

Cálculo do fator de demanda:


 N m1  Pn1  Fum1   N m 2  Pn 2  Fum 2   N m 3  Pn 3  Fum 3 
Pinst           0,736  Pilum
 fp1  1   fp 2   2   fp3   3 

 10  75  0,87   10  30  0,85   5  50  0,87 


Pinst       0,736  Pilum
 0,92  0,86   0,90  0,83   0,92  0,86 

Pilum  Dqdl  26,3 kVA

Dmáx 725,3
Fd    0,67
Pinst 1086,85
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