O governo Angolano está em mesa de conversações (negociações)
com os sindicatos dos trabalhadores com relação a proposta do aumento do salário mínimo nacional.
1 - Os Sindicatos têm como principal objetivo a defesa dos direitos
dos trabalhadores a luta por melhores condições de vida e de trabalho. Para que os trabalhadores e seus familiares directos tenham maior dignidade e qualidade de vida. Foi por esse motivo que os sindicatos surgiram para acabar com os maus tratos por parte das entidades patronais e da exploração da mão de obra barata.
2 - A greve geral é um direito fundamental dos trabalhadores e
constitucional na República de Angola de acordo com a Constituição da República de Angola Artigo 51.°, N°1 e está regulado na Lei N. °23/91 de 15 de Junho, lei da greve, bem como a lei geral do trabalho, N.°7/15, de 15 de Junho, e pelas leis 20-A e 21-D/92 da lei de negociação colectiva e da lei sindical.
3 - O OGE e o crescimento da INFLAÇÃO, o OGE de 2024 prevê um
aumento salarial de 5% este ano. E que com este aumento o salário mínimo nacional ficaria aproximado aos actuais 32.181 kz. Esse aumento é um insulto aos trabalhadores Angolanos, e é desprovido de qualquer justiça e de raciocínio lógico e matemático. Pois, se consideramos apenas a taxa média de inflação dos últimos 5 anos a proposta do executivo nunca poderia ser inferior no mínimo de 25,8%-30%, partindo apenas da inflação e da diminuição do poder de compra. 4 - O preço do combustível e o impacto na vida do pacato cidadão. Se considerarmos outros aspectos como a subida exponencial do preço da gasolina nos últimos 2 anos, em que antes a gasolina custava 160 kz por litro e passou a custar 300 kz sofrendo um aumento de 87% e na mesma ordem, ao considerarmos o preço real de 550 kz com o fim da subvenção do executivo, que acabou de ser anunciado neste mês de Março, o aumento da gasolina é superior a 349%.
5 - A falta de Água potável, Energia e Transportes públicos e os
preços dos bens de primeira necessidade incluindo a saúde. Num país em que 50% da população não tem acesso a energia elétrica da rede pública desde a nossa independência, mesmo aquelas províncias que produzem energia para as outras províncias, ou ao fornecimento da água potável, tão pouco a um sistema de transporte público operacional e funcional com cobertura local e nacional, aonde mais de 70 % da população está desempregada por falta de políticas de fomento ao emprego, por parte de um executivo sem qualquer visão estratégica para encontrar soluções capazes para os desafios que complexos que existem pela frente. O acesso à saúde de qualidade em Angola, apesar de quase todos os hospitais e clínicas terem sido construídos com dinheiro do erário, os preços que essas unidades hospitalares cobram não é para quem tem um salário mínimo, nem tão pouco para professores ou até mesmo médicos. Principalmente se alguém tiver que ficar internado numa UCI (UTI). Até todos fingem que tal não está a acontecer a vista de todos. Afinal os trabalhadores dessa pátria aonde é que podem ser atendidos numa clínica ou hospital e não pagarem num internamento de 30 dias pagar mais de 50 vezes o salário de um professor universitário. Todos sabem, mas todos fingem que não sabem porque isso só afecta aos trabalhadores Angolanos. 6 - A posição da Ministra da Administração Pública Emprego e Segurança Social Sra .Teresa Dias, que coordena os trabalhos entre os sindicatos e o governo disse que a proposta dos sindicatos para um salário mínimo nacional de 250.000 kz (Duzentos e Cinquenta Mil Kz) é irrealista e fora do comum. Entendemos que a Sra. Teresa Dias seja formada em uma área que não tem as competências matemáticas suficientes para fazer tal informação. Pois a mesma têm conhecimento de inúmeros gestores públicos com salários de 5 a 10 milhões de kz sem falar das excepções daqueles que auferem valores muito superiores aos mencionados em epígrafe na função pública apenas. Nm país que a tabela salarial apresentada e aprovada no diário da república para a função pública, não existe nenhuma descrição de funções em que qualquer gestor público ganhe mais ou igual ao presidente da república, mas na prática esses gestores ganham 10 a 20 vezes mais, o que não discordo, desde que essas empresas públicas tivessem resultados do exercício com lucros reais e não sobrevivendo com muito dinheiro injectado do erário para tapar a insolvência técnica. Além disso as enormes discrepâncias entre os salários dos trabalhadores de base e do topo da pirâmide. Não me recordo de ter ouvido a Ministra fazer qualquer pronunciamento com relação ao salário desses trabalhadores. Tão pouco ouvimos qualquer pronunciamento da mesma ministra, quando houve a depreciação da moeda nacional e do impacto dessa medida na vida dos trabalhadores nacionais ou até a propor uma distribuição salarial com maior equidade na função pública e não com esses abismos entre a base e o topo.
7 - A pressão política sobre os sindicatos e seus líderes sindicais.
Como é do conhecimento da maioria da população os sindicatos dos trabalhadores foram sempre órgãos controlados e instrumentos do partido no poder e os seus órgãos dirigentes, logo após a independência os sindicatos deixaram de defender os interesses reais dos trabalhadores. Uma vez que a mensagem da maioria não encontra respaldo por parte daqueles que estão no topo das organizações sindicais. Também temos consciência das ameaças constantes aos líderes sindicais e por vezes aos seus familiares por parte do partido no poder. Fazendo com que a maioria para evitar situações desagradáveis, optem por fazer parte do esquema de corrupção. Passando sempre a mensagem de que não há condições financeiras para existir uma melhor distribuição salarial, mas tal não representa a verdade, pois o nosso problema não é a falta de dinheiro e nunca foi, mas sim a forma como esse dinheiro é gasto, e quais são as prioridades do governo.
No qual, uns beneficiam de tudo, carros; motoristas; carros para apoio
a casa,; viagens para eles e familiares directos pagas; 3 empregados e jardineiros. Outros há que vivem do salário mínimo numa família com 4 ou 8 pessoas e não têm nenhuma mordomia nem nenhum direito. Todos os anos gastamos milhares de milhões de usd de forma inexplicável por causa da má governação, desaparecem fundos e não há nenhuma investigação ao ministério das finanças para explicar o desaparecimento do erário público. Essas instituições com o dever de investigar e controlar defendem os interesses de pessoas ao invés do interesse do estado. Por esses motivos as negociações com o governo são sempre imposições desses sem existir bom senso.
8 - As práticas do governo na depreciação (desvalorização) recorrente
da moeda nacional. Essas práticas tem como principal objectivos o pagamento da dívida pública interna. Emissão de novas células de notas para os diferentes pagamentos. Como ficou provado até os próprios salários da função pública para honrar o governo teve de recorrer a empréstimos bancários. Não que houvesse necessidade, mas por falta de rigor e capacidade na execução das despesas do estado. 9 - O subsídio dos combustíveis - Angola gastava anualmente uma média entre 3,5 a 3,8 mil milhões usd ano em subsídios de combustíveis. Com a retirada desses subsídios Angola poupa esse montante por ano. Além desse valor com a entrada em funcionamento das refinarias de Cabinda, e Soyo, a expansão da refinaria de Luanda, cada vez mais o governo vai reduzir as despesas com a importação de combustíveis refinados e com uma poupança considerável que neste momento já está em 15%. 520.000.000 usd por ano.
10 - Um líder de uma das maiores empresas do mundo, disse um dia o
seguinte: Nós não temos trabalhadores em sindicatos na nossa empresa, porque isso é um sinal que não estamos a fazer bem as coisas. Quando uma empresa já tem unidade sindical ou filia-se a uma muita coisa está mal nessa empresa e só há um responsável os accionistas e os gestores.
11 - Angola é um país divido em 2 grandes grupos uns que tudo lhes é
dado, carros, casas, empregados, jardineiros, motoristas e um salário chorudo. E outro grupo que representa os novos escravos da era moderna aonde somos independentes, fazem-nos crer que somos independentes, mas trabalhamos para receber migalhas de um país com tanta riqueza e só conseguimos ver nas contas dos governantes e seus familiares refletidas no exterior do país. O problema do salário actual de Angola é de gestão. Tem que haver vontade política para fazer as reformas na administração do estado esse pedido foi feito há vários anos para reduzir as despesas, mas como podem verificar, tal nunca foi prioridade para o governo. Sempre fez parte dos seus programas de trabalho, mas nunca tiveram uma data limite para a sua execução Lançamos 2 satélites e nenhum deles funciona, nunca foi a prioridade para a população e nem para os especialistas que alertaram sobre outras soluções. Mas o governo insistiu e esta tem sido a prática diária gastar dinheiro do erário em áreas não prioritárias para justificar a saída do dinheiro, mas que na prática não temos o retorno do investimento e fazem isso há décadas e tirando cada vez mais do bolso dos trabalhadores porque esses não reclamam. Nota - Minha humilde opinião é necessário parar o país numa greve geral, nem que seja por tempo indeterminado, para que, de uma vez por todas, esses governantes corrijam o que está mal e percebam que estamos esgotados e acima de tudo não queremos mais desculpas. Se não têm capacidade para apresentar uma solução para um aumento salarial de no mínimo 300% do salário mínimo nacional actual, peçam a vossa demissão por incapacidade e disponibilizam o lugar para que alguém o faça. É necessário que professores, arquitetos, médicos, farmacêuticos, enfermeiros, engenheiros, polícias, militares, motoristas, auxiliares, mineiros, electricistas, geólogos, jornalistas, juizes, músicos, artistas, fotógrafos, Deejays, mecânicos, pilotos, pessoal de bordo todos os outros Angolanos possam participar nesse acto e dar o seu contributo.
Obs. Essa opinião, não é feita com qualquer interesse partidário ou
por grupos económicos, com interesses em denegrir a imagem de qualquer governante. É apenas uma opinião sem tabus feita por um cidadão “vizinho “ preocupado pelo rumo do país, e com o estado dos compatriotas dessa pátria.