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EMPREENDEDORISMO
REDAÇÃO JOTA
CONTEÚDO PATROCINADO
Este texto foi elaborado e/ou editado pelo patrocinador.
A pandemia da Covid-19, uma das mais graves crises econômicas e sanitárias da história
do planeta, gerou grandes impactos econômicos às micro e pequenas empresas no Brasil,
que vivenciam agora um momento de recuperação, com vários desafios que o próximo
presidente da República precisará considerar para garantir a retomada do emprego e
renda, a recuperação das empresas e o desenvolvimento do país.
Especialistas ouvidos pelo JOTA apontam que as medidas mais urgentes a serem
tomadas pelo Planalto passam pela desburocratização de negócios, garantia de crédito e
ampliação do limite de faturamento do microempreendedor individual (MEI).
Há também ações que não dependem diretamente da caneta presidencial, mas que,
segundo os especialistas, deveriam contar com a articulação do Planalto, como a extinção
da substituição tributária do ICMS e a simplificação dos custos de cumprimento dos
impostos.
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15/08/2022 15:02 6 medidas sugeridas ao novo presidente em favor dos pequenos negócios - JOTA
Responsáveis por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, os pequenos negócios
põem comida na mesa de mais de 86 milhões de brasileiros, o que equivale a 40% da
população, sendo, portanto, essenciais não somente do ponto de vista econômico, mas
também social.
“Isso passa, por exemplo, por uma regulamentação do Governo, dizendo que os recursos
aplicados não entrariam no cálculo do Índice de Basileia, para os bancos terem mais
segurança para emprestar”, sugere o gerente de Políticas Públicas do Sebrae Nacional,
Silas Santiago.
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Nos últimos três anos, o problema da oferta de crédito foi amenizado com a criação do
Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
(Pronampe), programa do Governo Federal destinado ao desenvolvimento e o
fortalecimento dos pequenos negócios que já concedeu, até julho de 2022, mais de 71
bilhões em linha de crédito para empréstimos.
“Apesar de ser um programa permanente, ele não tem recursos permanentes”, ressalta
Santiago.
Diante da escassez de recursos para o programa permanente, uma legislação foi aprovada
para adiar o prazo de devolução desses recursos para 2025. Assim, conforme portaria do
Ministério da Economia, as operações só poderão ser formalizadas até 31 de dezembro de
2024.
“O novo governo vai precisar alocar recursos permanentes para o programa. Isso pode ser
feito de uma vez só, no primeiro ano. Ou em quatro anos, desde que a gente consiga adiar
por mais alguns anos essa devolução dos recursos do crédito extraordinário para o
Tesouro Nacional”, diz Santiago.
Enquanto no Brasil uma empresa de médio porte gasta 1.501 horas por ano para pagar
tributos, a média nos países de alta renda da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 158,8 horas.
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O gerente do Sebrae, Silas Santiago, considera ser um pesadelo dos pequenos negócios o
custo que se tem para calcular os impostos devidos nas três esferas de governo:
municipal, estadual e federal. “O país transferiu para o contribuinte a tarefa de calcular e
pagar o imposto, e se você faz isso errado, ele te multa”, explica.
Santiago sugere que o próximo presidente articule com estados e municípios para
unificarem sistemas e criarem uma forma de o próprio Estado calcular esses tributos. Os
estados já têm plenas condições de fazer o cálculo do ICMS, e os Municípios, do ISS.
“A simplificação tributária é mais importante que a reforma, que vai demorar”, opina
Ordine, da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). Para
ele, o próximo presidente precisa entender que o pequeno empresário não tem à sua
disposição um departamento jurídico. “Ele e o contador são as duas peças que
impulsionam, e a burocracia fiscal é muito grande. O Simples ainda tem essa facilidade,
mas quem não está incluído nele, não tem”, critica.
“Um grande defeito desse programa é não ter uma escala”, aponta o especialista. “Ajustes
são necessários para que as empresas consigam produzir a contento, sem sair do
Simples.” Atualmente, o teto da receita bruta anual de uma empresa que pode ser
cadastrada no Simples Nacional é de R$ 4,8 milhões.
Para ele, o problema se agravou nos últimos anos. A solução não passa diretamente pela
caneta do presidente, já que o ICMS é uma cobrança dos estados, mas o Planalto pode
articular uma saída e fazer acordos de compensação, estratégia que já utilizou em outras
ocasiões.
“Essa deve ser uma prioridade do próximo governo porque consideramos algo totalmente
incorreto do ponto de vista da política tributária”, justifica Santiago.
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faturamento do MEI, que hoje é de R$ 81 mil anuais. Este é o teto há cinco anos, período
em que a inflação, segundo o IGP-M, já supera os 81%. Um projeto de lei aprovado no
Senado Federal prevê um novo limite de R$ 130 mil, enquanto a Câmara propõe R$ 144 mil
anuais.
“Não importa qual será este valor, mas o limite precisa ser reajustado porque houve já um
certo tempo que o limite de R$ 81 mil foi estabelecido”, defende Silas Santiago, gerente da
Unidade de Políticas Públicas do Sebrae. A medida poderá beneficiar um grande espectro
da população, especialmente neste momento de crise econômica e desemprego: sete em
cada dez empresas ativas no Brasil são MEI, segundo balanço do Ministério da Economia
divulgado em junho.
Em 2022, foram abertos 1,3 milhão de MEI, alguns deles eram empresas que já existiam
na informalidade. “E por que agora eles se formalizaram? Porque ele paga apenas 5% do
salário mínimo de imposto e em compensação, além da formalização, ele recebe
aposentadoria por invalidez, por idade, auxílio doença, auxílio reclusão, salário
maternidade. Avaliam muitas vezes que há mais benefícios do que custo”, explica Antonio
André Neto, coordenador do MBA de Gestão Estratégica e Econômica de Negócios da
Fundação Getúlio Vargas.
Antonio André Neto também lembra que se o MEI continuar com o limite de R$ 81 mil, será
difícil conseguir uma linha de crédito superior a R$ 5 mil. “É preciso capital de giro e 85%
das empresas fecham as portas antes de completar 3 anos. Essa é a principal causa da
morte precoce das companhias”, aponta. Para se ter uma ideia, o capital de giro é
insuficiente para 51% das pequenas indústrias de São Paulo, segundo um levantamento do
Datafolha, feito a pedido do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São
Paulo (Simpi).
A Lei Geral da Micro e Pequena Empresa já trouxe avanços relevantes. Ela estabelece a
obrigatoriedade da participação exclusiva dos pequenos negócios nas licitações de até R$
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O gerente do Sebrae, Silas Santiago, defende que o próximo presidente amplie o valor
deste limite e, na outra ponta, corrija distorções provocadas pelo sistema de compras.
“Hoje nós temos o projeto em que atuamos em conjunto com o governo federal, o
Compras.Gov, que ainda não apresenta de forma automatizada muitos dos benefícios.
Então muitas vezes essa preferência da licitação não é aplicada, principalmente em
estados e municípios”, justifica Santiago.
Ele também defende que o próximo ocupante do Planalto aprimore o programa. “A partir
do contrato, seria interessante ter uma antecipação deste valor. Já nos governos estaduais
e municipais, a partir do empenho. Seria uma antecipação de fatura e não de contrato”,
sugere o especialista.
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