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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

TRABALHO DE CONTABILIDADE E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO


MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL (MEI)

Kelly Beatriz Galdino Lucio

MÁRINGA
2023
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LISTA DE IMAGENS

Imagem 1 – Modelo de DAS-PGMEI..............................................................…………....11


Imagem 2 – Relatório mensal de controle das receitas brutas ......................….............12
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Impostos por atividades ...............................................................…………....10


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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO
1. SERVIÇOS CONTÁBEIS................................................................................06
2. ASSESSORIA PARA MEI...............................................................................06
3. FORMALIZAÇÃO............................................................................................07
4. IMPEDIMENTOS PARA MEI...........................................................................08
5. DIREITOS E OBRIGAÇÕES...........................................................................08
6. VANTAGENS E DESVANTAGENS................................................................09
7. TRIBUTAÇÃO.................................................................................................10
8. RELATORIO MENSAL DE CONTROLE DAS RECEITAS BRUTAS..............12
9. PASSO A PASSO PARA ABERTURA DE MEI...............................................13
REFERENCIAS
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INTRODUÇÃO

Com o objetivo de beneficiar os microempreendedores, e a inclusão de todas as


pessoas que tem um trabalho informal e sem nenhuma cobertura previdenciária foi
criado em 2008 pelo Governo Federal o programa do regime tributário do
microempreendedor individual, através da Lei Complementar N° 128/2008. Mesmo
sendo criado em 2008, o programa entrou em vigor só no ano seguinte.
O MEI é caracterizado por um indivíduo autônomo (pessoa física) que possui
uma empresa pequena e administra ela sozinho, sem nenhuma ajuda, E após seu
cadastramento como MEI (Microempreendedor Individual) passa a ter personalidade
jurídica. Essa empresa pode atuar em algumas atividades permitidas como comércio,
serviço ou indústria. Um dos requisitos para se tornar MEI é não ser sócio,
administrador ou titular de outra empresa. Outro requisito é ter no máximo um
funcionário.
Esse tipo de empresa deve se atentar em algumas questões que o simples
nacional exige: atuação em uma atividade permitida, limite de faturamento anual, e
consulta prévia de endereço e atividade. Em relação a atividade é importante destacar
que nem todas as atividades podem ser enquadradas nesse regime, referente ao
faturamento em 2023 não poderá passar o valor de R$81 mil de faturamento anual,
que é em média 6.750,00 por mês. Como a legislação brasileira está em constante
mudança, é recomendável que o empresário verifique se sua atividade e seu
faturamento estão enquadrados como MEI, já que a cada início do ano o governo
pode alterar os limites, ou as atividades
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1. SERVIÇOS CONTÁBEIS

A contabilidade tem o objetivo de fornecer informações uteis para a


administração tomar decisões importantes dentro das empresas. Essas informações
são coletadas, mensuradas, registradas, transformadas em relatórios e auxiliam os
gestores a tomarem decisões. A contabilidade é uma ferramenta para medir o
desempenho e os resultados das empresas.
De acordo com a Lei 10.406 de Janeiro de 2002 (Código Civil), os MEIs não têm
a obrigatoriedade de possuírem escrituração contábil, com isso não são obrigados a
terem um contador para área fiscal. Mas é evidente que a contabilidade possui um
papel importante dentro das empresas, proporcionando aos gestores decisões mais
eficientes.
Um dos benefícios que o MEI possui é serviços contábeis gratuitos de escritórios
que estão inscritos no Simples Nacional como elaboração da primeira declaração de
faturamento anual e auxílio para o registro do MEI. Caso o escritório não prestar esses
serviços a Lei Complementar 128/2008 permite a exclusão do Simples Nacional do
mesmo.

§ 22-B. Os escritórios de serviços contábeis, individualmente ou por meio de


suas entidades representativas de classe, deverão:
I – Promover atendimento gratuito relativo à inscrição, à opção de que trata o
art. 18 - A desta Lei Complementar e à primeira declaração anual simplificada
da microempresa individual, podendo, para tanto, por meio de suas entidades
representativas de classe, firmar convênios e acordos com a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por intermédio dos seus órgãos
vinculados; [...]
§ 22-C. Na hipótese de descumprimento das obrigações de que trata o § 22-
B deste artigo, o escritório será excluído do Simples Nacional, com efeitos a
partir do mês subsequente ao do descumprimento, na forma regulamentada
pelo Comitê Gestor.

2. ASSESSORIA PARA MEI

O Brasil tem quase 15 milhões de microempreendedores individuais


formalizados, uma ótima opção para aqueles contadores que desejam lucrar com
assessoria para MEIs. Em uma assessoria o profissional tem o objetivo de auxiliar e
orientar o microempreendedor em tarefas para a continuidade da empresa, exemplo:
Auxílio na contratação de funcionários; Planejamento tributário; Preenchimento do
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Relatório Mensal das Receitas Brutas; Envio da Declaração Anual Simplificada


(DASN-SIMEI); Migração para ME.
É possível sim ganhar dinheiro com esse tipo de cliente, mas é necessário você
deixar claro sua utilidade como contador, o valor dos seus serviços, informações
fornecidas e seus processos. Algumas medidas para que esse serviço seja rentável
para o contador é: pratique preços compatíveis com a capacidade da empresa de
pagar por esse serviço; ofereça um serviço personalizado fidelizando o cliente;
disponibilize uma opção de pacote mensal de serviços, incluindo serviços básicos
essenciais (emissão de nota, emissão DAS, Folha de pró-labore, etc.); e para que
consiga tudo isso é importantíssimo o profissional apresente todos os caminhos que
a empresa deve seguir para garantir um bom resultado financeiro e um crescimento
da empresa.

3. FORMALIZAÇÃO
Para ser MEI, o empreendedor terá que cumprir as seguintes condições:
• Exercer atividades que estejam na lista de ocupações permitidas para o MEI.
• Contratar, no máximo, um empregado
• Não ser titular, sócio ou administrador de outra empresa.
• Não ter ou abrir filial de outra empresa.
• Ter um faturamento anual de até R$ 81.000,00
• Não estar recebendo nenhum benefício previdenciário.
• Verificar se a atividade pode ser exercida no local desejado.

O microempreendedor precisará de alguns documentos também:


• Cadastro no portal Gov.br;
• Selo Ouro ou prata na conta Gov.br;
• Comprovante de endereço da empresa e da residência;
• Consulta prévia de localização aprovada (se o município exigir);
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4. IMPEDIMENTOS PARA MEI

Além das situações como atividades impedidas, limite de faturamento, que já


citamos, há outras restrições para se formalizar como MEI:

× Ser servidor público federal que esteja em atividade;


× O estrangeiro com visto provisório (deverá se formalizar antes);
× Se for titular, sócio ou administrador de qualquer outra empresa;
× Se estiver na condição de aposentado por invalidez;
× Se estiver recebendo seguro-desemprego, a situação não é impeditiva,
porém, as parcelas do seguro não serão concedidas.

5. DIREITOS E OBRIGAÇÕES
Para usufruir dos benéficos que o MEI possui, é preciso pagar mensalmente a
guia (DAS) até a data do seu vencimento, e cumprir o número mínimo de contribuições
(carência INSS).
Para o microempreendedor:
1. Aposentadoria por idade;
2. Aposentadoria por invalidez;
3. Auxílio-doença;
4. Salário-maternidade;

Para os dependentes:
1. Auxílio-reclusão;
2. Pensão por morte;

Ao se formalizar com o MEI, você precisa cumprir as seguintes obrigações:


1. Pagar uma contribuição mensal (DAS) até a data do vencimento.
2. Emitir Nota Fiscal quando realizar negócios com pessoas jurídicas.
3. Preencher o Relatório Mensal.
4. Guardar Notas Fiscais emitidas de compra e venda por 5 anos.
5. Enviar a Declaração de Faturamento Anual.
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6. VANTAGENS E DESVANTAGENS
Após a liberação do CNPJ, inscrição municipal, ou inscrição estadual de seu
respectivo estado o MEI está regulamentado. Isso proporciona algumas vantagens
para o microempreendedor individual, aumentando assim a competitividade entre as
empresas. Abaixo estão listadas alguns desses benefícios:
1. Emissão de nota fiscal de serviço ou de venda (quando for transações
com empresas jurídicas);
2. Contratação de funcionário com redução de encargos a recolher;
3. Melhores juros quando for necessário a contratação de instituições
financeiras para empréstimos;
4. Obtenção de máquina de cartão cadastrada com o CNPJ da empresa,
aumentando assim as vendas de debito e credito;
5. Possibilidade de participar de licitações;
6. Emissão de alvará de funcionamento sem custo;

Antes de abrir uma empresa é importante analisar qual será seu objetivo, e se
ele será alcançado com o tipo de empresa que voce quer se enquadra, pois o MEI
traz algumas “desvantagens” dependendo dos objetivos da empresa como:

1. Limitação na expansão da empresa, mais especificamente 81.000,00 anual;


2. Contratação de apenas um funcionário;
3. Não ter sócios;
4. Burocracias para emitir alvará;
5. Aposentadoria só por idade mínima;
6. Não terá direito ao segundo desemprego;
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7. TRIBUTAÇÃO
Entre os principais regimes de tributação no brasil existe o simples nacional, ele
é exclusivo para as empresas de pequeno porte e microempresas. Esse regime possui
uma modalidade mais simplificada para as empresas constituídas como MEI,
chamado de SIMEI.
A tributação do SIMEI é diferente das demais, os microempreendedores pagam
um valor fixo de impostos e não como outros regimes que se calcula um porcentual
sobre o faturamento. A PGDAS-MEI é composta pela contribuição para o INSS, o ISS
(Prestadores de serviço) e o ICMS (quando for comercio e indústria). Em relação a
tributos federais o MEI está isento como:
• IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica);
• COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social);
• PIS (Programa de Integração Social);
• IPI (Imposto sobre os Produtos Industrializados);
• CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).

O MEI não tem a obrigatoriedade de declarar imposto de renda, porem a pessoa


física que se formalizou como empreendedor individual é obrigado a declarar todos
seus rendimentos.
Já mencionamos que a lei desobriga o MEI a ter contabilidade, mas um
profissional da área é importante para que não ocorra erros tanto na hora da
formalização, emissão de guias quanto na hora de declarar seus rendimentos.
Abaixo estão listados os impostos que serão cobrados do MEI, de acordo com a
atividade que ele exerce:

Tabela 1 – Impostos por atividade


Atividade Impostos e Encargos Valor Total
Serviços – ISS INSS 66,00 + ISS 5,00 R$ 71,00
Comércio e Industria INSS 66,00 + ICMS 1,00 R$ 67,00
Comercio e Serviço INSS 66,00 + ICMS 1,00 + ISS 5,00 R$ 72,00
Fonte: Elaborado pela aluna
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Imagem 1 – Modelo de DAS-PGMEI

Fonte: Elaborado pela aluna


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8. RELATORIO MENSAL DE CONTROLE DAS RECEITAS BRUTAS

Imagem 2 – Modelo de Relatório Mensal das Receitas Brutas

Fonte: Elaborado pela aluna


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9. PASSO A PASSO PARA ABERTURA DE MEI

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Acesse o site:

www.gov.br/empresas-e-negocios/pt-br

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Clique em Empreendedor

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Clique em Quero ser MEI
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Clique na opção Formalize-se

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Você será levado para a página Gov.br. Digite seu CPF e clique em
Continuar.
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Observação: Se você já possui conta Gov.br, o sistema só pedirá sua senha.


Caso contrário, uma página para concluir seu cadastro aparecerá.

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O Site traz preenchido o Nome Empresarial, Nome do Empresário,
Nacionalidade, Sexo e Nome da Mãe.

É importante conferir se esses dados estão corretos. Se houver algum erro,


cancele a inscrição e providencie a correção do CPF nas agências do Banco do Brasil,
da Caixa Econômica Federal ou dos Correios.

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Na Identificação é preciso preencher os campos solicitados.
Lembrando que os campos com asterisco (*) são obrigatórios.

No campo “Nome Fantasia” o empreendedor poderá registrar um nome da sua


preferência, por exemplo, “Eletro Lucio”. tome cuidado para não escolher um nome
que já seja usado por outra empresa.
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No campo “Capital Social” é necessário colocar o valor gasto para iniciar o


empreendimento, por exemplo, compra de materiais elétricos. O valor mínimo de
capital social é de R$1,00.

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Escolha a ocupação principal que desenvolverá, e em seguida escolha
as ocupações secundárias. Você pode escolher até 15 atividades.

Os segmentos mais comuns entre os empreendedores individuais são:

Comércio: Artigos de cama, Artigos antigos, Bebidas, Materiais de construção,


Brinquedos, Equipamentos de escritório, Produtos químicos, entre outros.

Prestação de serviços: Jardineiro, Pintor, Cabelereiro, Digitador, Redator,


Mecânico, Taxista, entre outros.
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Confira a lista completa das atividades no link: Ocupações Permitidas —


Empresas & Negócios (www.gov.br)

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Escolha também sua forma de atuação. Você pode assinalar quantos
itens forem necessários.

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Informe o endereço comercial e residencial.
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Ao preencher o CEP, o sistema traz automaticamente rua, avenida, bairro,


município e estado (UF). Se o endereço residencial for o mesmo do comercial, basta
selecionar “Endereço residencial igual ao endereço comercial”.

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Leia atentamente as afirmações e caso esteja de acordo com os
termos marque as caixas de seleção e clique em Continuar.

ATENÇÃO: Quando o solicitante for menor de 18 e maior de 16 anos, aparecerá


uma declaração de capacidade que deverá ser marcada apenas se o solicitante for
emancipado. Caso não seja emancipado, a inscrição deve ser interrompida
imediatamente.

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Assinale também o Termo de Ciência e Responsabilidade. Em seguida
clique no botão Continuar.
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Na tela para conferência de dados verifique se todos os dados estão corretos.


Caso necessário clique em Corrigir para retornar à tela anterior. Se os dados

estiverem corretos clique em Enviar.

Parabéns! Você acaba de se tornar empresário.


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Clique no botão para imprimir o seu Certificado do MEI. Abaixo um
modelo de certificado.
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REFERENCIAS

BRASIL. Lei complementar 128 de 19 de dezembro de 2008. Altera a Lei


Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, altera as Leis nos 8.212, de 24
de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de 1991, 10.406, de 10 de janeiro de 2002 –
Código Civil, 8.029, de 12 de abril de 1990, e dá outras providências. Disponível em:<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp128.htm >. Acesso em: 17 jul. 2023.

BRASIL. Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Institui o código civil. Disponível


em:<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406compilada.htm>. Acesso
em 17 jul. 2023.

MACHADO, Virginia Tomaz et al. MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL: uma


análise dos desafios enfrentados na pandemia do covid-19. Brazilian Journal of
Development, v. 7, n. 5, p. 49776-49793, 2021.

BRASIL. Resolução CGSN nº140 de 24 de maio de 2018. Dispõe sobre o


Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos
pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional).
Disponível em:
<http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=92278>.
Acesso em: 17 jul. 2023.

DE CARVALHO CASTRO, Julyanne Lages; COSTA, Karine Alves. Percepção


do MEI sobre os serviços contábeis na região do Maciço de Baturité-CE. Revista
Conexão Gestão, Tecnologia & Negócios, v. 1, n. 1, 2023.
Portal do Empreendedor. Disponível em: <https://www.gov.br/empresas-e-
negocios/pt-br/empreendedor>. Acesso em: 17 jul. 2023.

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