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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CAPITALISMO COMERCIAL

Rita Madalena de Mattos

Alex Ferreira Lopes

Andressa Maciel Rodrigues dos Santos

Kelly Beatriz Galdino Lucio

Larissa Oliveira Guerhart

Hugo Hernandes de Carvalho Santos

Danielle de Moraes Baio

MARINGÁ

2023
INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos a sociedade passou por muitas transformações, as quais foram
essenciais para o surgimento da forma que a conhecemos atualmente. Além disso, existe uma
grande correlação entre o desenvolvimento da sociedade e a formação de conhecimentos, tais
como história, sociologia, geografia, ciência política, antropologia, economia, sendo tais
disciplinas autônomas e interdependentes, e nesse contexto o surgimento do capitalismo foi
essencial para a construção do que vivenciamos no presente momento.

Ao tratar do termo capitalismo, é possível defini-lo como um sistema econômico,


sendo esse assumido ao longo dos anos pela sociedade, e o qual é reconhecido como a forma
que a estrutura econômica se organiza (SANDRONI, 2000, 561). Além disso, é possível
diferenciar esse sistema dos demais por meio das características que o mesmo assume, as
quais na concepção de Paula (2020, pg 15), está assentado na iniciativa privada assim como
no livre mercado, ou seja, na tratativa da propriedade a mesma se denomina particular, uma
outra característica desse sistema é a gestão da economia, a qual tem predominância as
empresas organizadas de forma burocrática, possuindo portanto, sistemas contábeis e
administrativos eficientes, os quais têm por objetivo o lucro, já a produção e o consumo são
caracterizados pela padronização e a escala, e a circulação de mercadorias se dá por meio do
livre jogo da oferta e demanda presente no mercado, ademais, fatores como o
desenvolvimento tecnológico são determinados pela acumulação de capital, visto que o
constante crescimento dos investimentos é um fator relevante para a determinação de novos
padrões de produção, consumo e até mesmo posição da entidade no mercado, além disso,
outra característica do capitalismo é a divisão do trabalho, a qual ocorre por meio da
separação entre os trabalhadores livres e proprietários dos meios de produção.

Sua origem se deu durante os séculos XIII e XIV, surgindo na Europa em um contexto
de renascimento urbano e comercial, além desses fatores o referente momento histórico
passava pelo surgimento de uma nova classe social, a burguesia, sendo essa uma figura
essencial do comércio e das atividades financeiras. Ao decorrer dos anos, o mecanismo do
capitalismo sofreu alterações para se adaptar às novas formas de relações tanto políticas
quanto econômicas que foram surgindo entre as nações. Para entender esse processo
evolutivo do capitalismo foram consideradas quatro fases, sendo elas, o capitalismo
comercial, capitalismo industrial, capitalismo financeiro, também conhecido como
monopolista e o por fim a fase do capitalismo informacional.

Para entender quais fatores foram essenciais para o surgimento do capitalismo,


deve-se observar o contexto histórico em que a sociedade se encontrava inserida durante os
séculos XI na Europa feudal, tais fatores representam a transição entre o feudalismo para o
capitalismo. Destaca-se portanto, três acontecimentos que foram responsáveis pelo
surgimento do capitalismo, sendo esses, a revolução comercial, o surgimento da burguesia e o
surgimento de relações assalariadas. Com o fim das invasões bárbaras do século X e XI,
houve um aumento na produção agrícola, em virtude da constante evolução tecnológica
voltada ao campo, aumentando assim a disponibilidade de alimentos, e consequentemente um
aumento demográfico, ademais, com o início das cruzadas no século XI foram essenciais para
o surgimento de novas rotas, as quais ligavam o Ocidente ao Oriente. Com isso, tanto o
excedente agrícola quanto a aparição de novas rotas comerciais foram fatores relevantes para
a revolução comercial, o que acabou influenciando também a revolução urbana, visto que, o
aumento demográfico causado pelo aumento na produção agrícola foi essencial para o
surgimento de novas cidades, além disso, outro fator determinante para o surgimento da
revolução urbana foi as inovações tecnológicas voltadas ao campo, diminuindo assim a
necessidade de mão-de-obra, portanto, ambos os fatores foram responsáveis pela criação de
grandes fluxos migratórios dos campos para as cidades.

Em virtude do povoamento das cidades medievais, houve um crescente aumento no


comércio, além disso, com a retomada de atividades tipicamentes urbanas, foi possível o
surgimento de uma nova classe, sendo essa classe denominada de burgueses, os quais ao
longo dos anos se destacaram em atividades comerciais e urbanas, passando a deter domínio
sobre o capital e os meios de produção. Ainda nesse contexto, surge uma nova relação de
produção, os assalariados. Os fatores aqui citados foram de suma importância, visto que, não
representam apenas uma mudança na formação social, mas também representam o
surgimento de um novo modo de produção.

GERAÇÃO DE VALOR - MOEDA

A definição de mercantilismo propriamente dito consiste no comércio e nas trocas


de mercadorias, sendo o principal objetivo a compra e a venda de mercadorias com viés no
lucro, essa troca ocorreu por muito tempo como uma herança do feudalismo através do
escambo, até o surgimento de uma moeda (GAVA, 2020).

Existem relatos que mesmo antes da descoberta da américa os povos já faziam uso
de uma moeda, e ao observar a história de um ponto de vista eurocêntrico a moeda já
existia a muitos anos, mas em algum momento deixou de ser usada, entretanto, com o
surgimento da necessidade de troca de mercadorias por algo que representasse o mesmo
valor do objeto trocado, fez com que a moeda ressurgisse com muita força.

Para a compreensão do surgimento da necessidade do uso da moeda na sociedade


destacam-se três funções essenciais, sendo essas, a unidade de conta que consiste na
necessidade de um indivíduo mensurar em valor relativo que cada bem possui de acordo
com diversos conceitos econômicos, nesse caso, a moeda consiste em um objeto que pode
ser trocado por algo de igual valor. Além disso, outra função da moeda é a troca, a qual se
baseia na confiança, visto que o seu material não possui o mesmo valor que esta
representa, ademais, a moeda também equivale a uma reserva de valor, já que tem a
função de preservar a capacidade de se adquirir um bem ou serviço, mesmo que o tempo
passe.

CAPITALISMO COMERCIAL

Na concepção de Egas (2008), o surgimento do capitalismo comercial se deu com


base no progresso econômico dos séculos XVI-XVIII, assim como na crise dos séculos
XIV-XV. Tendo tal progresso contribuído para a formação de uma nova classe social, a
burguesia, além de possibilitar um desenvolvimento da vida tipicamente urbana,
aumentando a disponibilidade de alimentos em viés ao aumento na produção agrícola, essa
também foi responsável pela intensificação do comércio, bem como, pelo surgimento de um
sistema financeiro.

Com isso, o comércio se tornou no século XV a principal atividade econômica do


continente europeu. Nesse contexto os burgueses passaram a se destacar em suas
atividades comerciais e urbanas e consequentemente vinham acumulando grandes capitais,
em virtude disso o capital tornou-se a principal fonte de riqueza, sendo esse obtido por meio
de uma aplicação cada vez maior em comércios, exploração de ouro e prata.

Com essa crescente expansão comercial, foi-se necessário um aumento na


produção, com ênfase na produção artesanal, o que fez com que os artesãos mais ricos
começassem a comprar as oficinas dos artesãos mais pobres. O que consequentemente
levou os trabalhadores mais pobres a trabalharem de forma assalariada, aumentando
assim, o número de empregados nas oficinas.

Ademais, tal fase ficou marcada pela acumulação de capital advinda do lucro obtido
por meio do comércio e exploração do trabalho do homem, tanto por meio do salário quanto
por meio da escravidão. Bonin (2010) expõe que um outro fator a ser destacado nesse
contexto é a expansão marítima, sendo esse um período de grandes navegações, bem
como de conquistas territoriais com o surgimento do colonialismo.

Ao tratar da definição de capitalismo, dissemina-se que este surgiu devido ao


acúmulo de riquezas advindas das atividades comerciais, e nesse momento histórico o país
media suas riquezas por meio da quantidade de ouro, prata e pedras preciosas, sendo
essas responsáveis por determinar o poder de um país. E nesse caso, quanto maior a
exportação e menor a importação maior seria o acúmulo de riqueza daquele país, o que
consequentemente levava as colônias a venderem seus produtos por um preço muito mais
baixo e em contrapartida compravam os produtos necessários por um valor muito mais alto
(BONIN, 2010).

Fatores como o comércio na Europa, bem como a exploração comercial do novo


mundo da América, da África e da Ásia foram essenciais para o crescimento econômico
mercantil. Além disso, a exploração de trabalhadores, bem como a expropriação de suas
terras, permitiram um aumento na ampliação de riquezas dos donos do meio de produção.
Com o surgimento de crises financeiras e econômicas, os donos de terras se viram
obrigados a hipotecar suas propriedades, as quais passaram a ser adquiridas por muitos
comerciantes das cidades, ademais, com uma constante queda nos preços de terras no fim
do século XIV seguido de um périodo de crise da produção agrícola, a burguesia passa a
aumentar as suas riquezas e consequentemente seu poder econômico por meio da compra
dessas terras. Portanto, tal fase foi fundamental para que o capitalismo pudesse se
desenvolver, visto que o acúmulo de capital propiciou o surgimento da segunda fase do
capitalismo por meio da revolução industrial (BONIN, 2010).

DIVISÃO DE CLASSES

A história da humanidade sofreu grandes mudanças ao longo do tempo, mas essas


mudanças nunca foram uma ruptura na história, sempre foram um processo de transição.
Durante essa transição era normal a continuidade do período que estava sendo extinguido
como por exemplo o capitalismo comercial que possuía características do feudalismo
período que o antecedeu.

Isso fica evidente na divisão das classes, o capitalismo comercial possuía 3 classes
que vieram do feudalismo e 1 classe que se originou no período, modificando a estrutura da
sociedade como um todo. (VAN LOON, 2004).

NOBREZA

A nobreza está subdividida em duas classes: senhores feudais e cavaleiros.

Os senhores feudais eram proprietários de castelos e terras, a maioria deles eram


líderes da nobreza e tinha grande importância na política e economia da época. Só se
tornava senhor feudal o filho primogênito e herdava todas as terras de seu pai, já os outros
filhos eram deserdados de tudo. (CHAMOUN,2021)

Os cavaleiros eram líderes e responsáveis pelo exército da idade média. Para se


tornar um cavaleiro era preciso treinamento e recebimento de armas para ter sua posição
de cavaleiro. Eles também faziam a proteção das terras e castelos dos senhores feudais,
alguns recebiam terras como forma de pagamento pelo serviço. (CALAINHO, 2019)

CLERO

A igreja sem dúvida foi a instituição mais rica da Europa, ela era proprietária de um
patrimônio muito grande, na maioria das vezes recebido pelos seus fiéis que buscavam a
libertação. Outro objetivo da igreja na época era conservar certos costumes mesmo com as
mudanças que a sociedade estava presenciando.

Os padres e bispos da Igreja Católica desempenhavam importante papel no


cotidiano das pessoas, provendo serviços religiosos como missas, confissões e batismos.
Tinha uma relação muito agradável com os senhores feudais, oferecendo serviços de
contabilidade, registros de nascimentos, casamentos e óbitos. (VAN LOON, 2004).
CAMPONESES

O trabalho estava fundamentado na servidão para ambos, mas com diferença dos
camponeses os servos estavam presos à terra, caso fosse vendida eles iriam junto. Ambos
eram subordinados a uma série de obrigações, desde impostos e serviços. Em
contrapartida a essa servidão os senhores feudais se comprometiam com a proteção em
caso de ataques a esses servos. (BAUER, Et. al. 2020)

BURGUESIA

O termo burguesia está relacionado com o nome das cidades que foram se alocando
em volta dos feudos, chamadas de “burgos”. A burguesia vivia nesses burgos no
renascimento comercial no fim da idade média. Le Goff (2019, p. 226) reforça, “Assim, a
moeda introduziu a burguesia na máquina do Estado. A burguesia tornou-se
verdadeiramente a representação da terceira função indo-europeia.”

Os burgueses eram, em geral, comerciantes de roupas, jóias e especiarias,


banqueiros, industriais, artesãos e ex camponeses expulsos dos feudos. Todos fixados nos
centros urbanos, e por sobrevivência desenvolveram outras atividades como artesanato,
comércio e agiotagem, etc.

A burguesia não era a classe dominante, mas estava longe de ser a classe
dominada. Le Goff (2019, p. 226) faz uma breve descrição dessa classe, “[...] uma classe
muito rica, composta essencialmente de grandes mercadores dedicados ao comércio e ao
banco, cerca de 20 famílias [...]”.

MEIOS DE PRODUÇÃO

Com a crise do sistema feudal no início do século XV, e outros problemas como a
guerra dos cem anos, o surgimento da peste negra, e a conquista de Constantinopla pelos
turcos foram acontecimentos que marcaram a transição de uma época em que tanto os
mercados quanto as cidades passavam por um momento de estagnação, para uma época
de crescimento populacional, bem como o surgimento da necessidade de mercados,
matéria-prima com uso de mão-de-obra barata. E é nesse contexto que o mercantilismo
começa a se estabelecer por meio da exploração e colonização de colônias da Ásia,
América e África (CESAD).

Ainda nesse contexto, Sais (2011) aponta que o surgimento do mundo urbano se
tornou um agente transformador das relações econômicas, sendo esse um personagem
responsável pela aceleração das atividades de cunho mercantis, o que tem como
consequência a transformação da sociedade moderna. Além disso, o surgimento das
cidades muito antes da origem do capitalismo foi primordial para a divisão do trabalho, entre
campo e cidade. Sendo a concentração de força de trabalho um dos meios de produção,
responsáveis pela aceleração da reprodução do capital.

Ao comparar o mundo rural com o mundo urbano é possível concluir que nas
palavras de Sais (2011, p.3), “Enquanto no mundo rural a produção tinha um objetivo
fundamental de sustentar a estrutura familiar, com as cidades a produção tornar-se uma
produção de mercadorias [...]”. O aumento das necessidades humanas, bem como a
ampliação do consumo e o surgimento da dependência dos cidadãos em função da divisão
do trabalho, foram essenciais para a determinação de posicionamento na organização da
vida urbana. Nesse caso, o campo passou por um processo de modernização, sendo este
responsável pelo fornecimento de mercadorias aos habitantes das cidades.

Mas o crescimento do comércio e das cidades foram apenas indicadores advindos


das transformações proporcionadas pelo modo de produção, a qual tem como base a
transição da servidão para o trabalho assalariado. Para Vicentino (1991, pg 58), “A primeira
etapa da acumulação capitalista é comumente chamada de acumulação primitiva.
Realizada inicialmente por meio da transformação das relações de produção, surgimento do
trabalho assalariado e concentração dos meios de produção nas mãos de poucos, seguidos
da expansão capitalista”. Com isso, as relações entre exploradores e explorados se
tornaram muito mais marcantes, visto que a grande maioria vivia de forma sub-humana. E
ainda nesse contexto uma pequena minoria passou a dominar os meios de produção sobre
a grande maioria, as quais eram destituídas tanto de terras quanto de seus direitos básicos.

Com a finalidade de expansão da capacidade produtiva, os proprietários dos bens


de produção passaram a estimular a formação de manufaturas, além de aumentarem a
produção urbana por meio da organização de grupos de artesãos, os quais passam a
produzir em grande quantidade, sendo a produção feita de forma adequada e com a
pré-definição de um mercado. Nesse ponto, com o acúmulo de capital por parte dos
comerciantes surge uma nova relação entre os produtores e os burgueses, já que esses
últimos passam a emprestar dinheiro aos produtores, os quais se tornam dependentes do
capital comercial. E com o aumento do comércio internacional surge um aumento na
demanda de produtos para a comercialização e com isso, o artesanato já não é mais
suficiente para atender as necessidades do mercado, visto que este tem por base a
produção individual (CESAD).

Em um momento em que a procura por produtos mais especializados aumentava


constantemente entre as mais diversas regiões, e essa diversificação passa a tornar a as
cidades mais atraentes, as quais passaram por um processo de valorização e se tornaram
cada vez mais caro, e nesse caso, as casas com andares se tornaram mais caras, visto
que, os comerciantes passaram a morar no piso superior e alugar ou vender o térreo, o que
deixa claro o delineamento moderno e diferente da arquitetura urbana. Com o passar do
tempo surge a construção de grandes fábricas, onde os artesãos passam a vender a sua
força de trabalho aos burgueses. Ainda tratando desse momento as pequenas indústrias
localizadas em casas familiares passaram a ter a necessidade de um ambiente maior para
a realização da produção. E nesse caso, com o aumento da produção e o uso do dinheiro
fazem com que os artesãos passem a viver de seu ofício, enquanto no campo a população
diminui cada vez mais, devido o surgimento de tecnologias voltadas para a agricultura, o
que gera um aumento na produção de alimentos e impulsiona o aumento demográfico, além
disso tudo, surge a necessidade de especialização por parte dos trabalhadores
(CARLOS.1997.p.64-65).

As cidades passam a ter uma função mais produtiva, e a qual passa a ser um lugar
para a produção de mercadorias e a criação de laços sociais mais profundos, o que nos
leva a uma sobreposição das cidades em relação ao campo. E a demanda da cidade
moderna por trabalhadores profissionais surge como uma imposição tanto do mercado
interno quanto do mercado externo, e consequentemente o capitalismo deixa de ser
mercantil e passa a ser manufatureiro.

COMERCIALIZAÇÃO

Tanto a expansão marítima durante os séculos XV e XVI, quanto às atividades


particularmente de cunho mercantil foram essenciais para o surgimento de praças de
negócios, bem como das fontes responsáveis pelo fornecimento de mercadorias, as quais
se situavam em outros continentes. Ricardo (2006) aponta que, devida a complexidade dos
novos negócios, foi-se necessário a reorganização, tanto do trato quanto das finanças,
impondo assim, novas relações entre a coroa portuguesa e espanhola e os mercadores.

Com isso, as famílias dos comerciantes passaram a se destacar no trato


transcontinental, o que acabou gerando a necessidade de organização em redes mundiais
de comércio. E nesse cenário de transformação, as redes transcontinentais foram de suma
importância para a consolidação das atividades mercantis e a expansão das mesmas.

Nesse momento predominava-se uma dinâmica comercial, com ênfase no estímulo


do comércio exterior, para que assim o país pudesse formar riquezas por meio do acúmulo
de metais preciosos. Por meio desta, surge a necessidade de uma circulação de bens mais
rápida. E com a intensificação das trocas comerciais, seguidos pelo avanço tecnológico e o
aprimoramento da construção náutica, foi possível a abertura e até mesmo ampliação das
rotas marítimas. Com o crescimento urbano a partir de 1450, dá se início a ascensão dos
preços industriais, enquanto que, os preços agrícolas continuavam com o mesmo valor
(RICARDO, 2006).

INDUSTRIALIZAÇÃO

O começo da industrialização representa o fim do capitalismo comercial, e essa teve


início em meados do século XVIII, gerando grandes alterações na sociedade do período
(VIEIRA, GRAÇA, RODRIQUES e SILVA, 2015). Além disso, a industrialização foi
responsável pela alteração do modo de vida das pessoas, além de possibilitar a
mecanização da agricultura, também foi responsável pelo crescimento das cidades, por
meio de processos de urbanização.

O acúmulo de capital derivado da primeira fase do capitalismo foi responsável pelo


financiamento da revolução industrial. A qual se deu em meados do século XVIII, em um
momento em que a produção se dava por meio do artesanato e da manufatura, e em um
contexto de mudanças econômicas, sociais e tecnológicas na Grã-Bretanha, o que levou ao
surgimento da segunda fase do capitalismo, a revolução comercial. Nesse período ocorre a
transformação de produção de mercadorias, por meio da multiplicação da produtividade do
trabalho, a qual se deu por meio da expansão, e do uso de novas tecnologias, como por
exemplo as máquinas a vapor. E com isso a manufatura torna-se portanto uma atividade
industrial.

REFERÊNCIAS

SANDRONI, P. Novíssimo dicionário de economia. 5° ed. São Paulo: Editora Best Seller,
2000.

PAULA, Ricardo Zimbrão Affonso de. Capitalismo definições. 1° ed. São Luís: Editora
EDUFMA, 2020.

O capitalismo e a organização do espaço globalizado. 1° ed. pg 10-38.

FERLA, Guilherme Baggio; ANDRADE, Rafaela Bellei. A transição do feudalismo para o


capitalismo. Synergismus Scyentifica, Pato Branco, v. 2, p. 1-3, 2007.

CAVA, Bruno; COCCO, Giuseppe. A vida da moeda crédito, imagens, confiança. 1° ed.
Rio de Janeiro: Mauad, 2020.

LIMA, Carlos Mário Holanda. As funções da moeda e algumas experiências de


estabilidade. 1996. 65 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em ciências
econômicas) - Departamento de economia aplicada, Faculdade de Economia, Administração,
Atuariais e Contabilidade (FEAAC), Universidade Federal do Ceará - UFC, Ceará, 1996.

EGAS, Karen. Capitalismo comercial. Disponível em: Acesso em 28 de maio de 2011.

BONIN, Evaldo. Consequências da modernização agrícola na agricultura familiar. Vol


11. Governo do Paraná, 2010.

CALAINHO, Daniela Buono. História medieval do Ocidente. Editora Vozes Limitada,


2019.

BAUER, Adriana S.; RIBEIRO, Rodrigo V.; CAMPOS, Cláudia R P. História medieval.
2020. Disponível em: <https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786581492106/>.
Acesso em: 20 jul. 2023

LE GOFF, Jacques, A Civilização do Ocidente Medieval, 1ª. ed. Petrópolis: Editora Vozes,
2016.

CHAMOUN, GUSTAVO SOBRAL. O Papel da Burguesia no Fortalecimento da


Monarquia Feudal na França: São Luís e a Cidade de Paris. 2021. 48f. - Curso de
Pós-Graduação - História Antiga e Medieval, Religião e Cultura, Faculdade São Bento, Rio
de Janeiro, 2021.

CESAD. O modo de produção capitalista comercial e manufatureiro e o crescimento


urbano na idade moderna. Universidade Federal de Sergipe.

SAES, Alexandre Macchione. O moderno mundo urbano e a formação do capitalismo no


Brasil. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História - ANPUH. São Paulo. p. 1-14. Julho
2011.

VICENTINO, Cláudio. História Geral. São Paulo: Ática, 1991.

RICARDO, Sílvia Carvalho. As redes mercantis no final do século XVI e a figura do


mercador joão nunes correia. 2006.

CARLOS, Ana Fani A. A Cidade. 3 ed. São Paulo: contexto. 1997

VIEIRA, José Daniel; GRAÇA, Rogério Freire; RODRIGUES, Auro de Jesus; SILVA, José
Adailton Barroso da. Uma breve história sobre o surgimento e o desenvolvimento do
capitalismo. Araucaria, v. 2, n. 3, p. 125-137, Março 2015. f.153. Dissertação
(Pós-graduação em História Econômica) - Departamento de História, Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 2006.

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