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CAPITALISMO COMERCIAL
MARINGÁ
2023
INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos a sociedade passou por muitas transformações, as quais foram
essenciais para o surgimento da forma que a conhecemos atualmente. Além disso, existe uma
grande correlação entre o desenvolvimento da sociedade e a formação de conhecimentos, tais
como história, sociologia, geografia, ciência política, antropologia, economia, sendo tais
disciplinas autônomas e interdependentes, e nesse contexto o surgimento do capitalismo foi
essencial para a construção do que vivenciamos no presente momento.
Sua origem se deu durante os séculos XIII e XIV, surgindo na Europa em um contexto
de renascimento urbano e comercial, além desses fatores o referente momento histórico
passava pelo surgimento de uma nova classe social, a burguesia, sendo essa uma figura
essencial do comércio e das atividades financeiras. Ao decorrer dos anos, o mecanismo do
capitalismo sofreu alterações para se adaptar às novas formas de relações tanto políticas
quanto econômicas que foram surgindo entre as nações. Para entender esse processo
evolutivo do capitalismo foram consideradas quatro fases, sendo elas, o capitalismo
comercial, capitalismo industrial, capitalismo financeiro, também conhecido como
monopolista e o por fim a fase do capitalismo informacional.
Existem relatos que mesmo antes da descoberta da américa os povos já faziam uso
de uma moeda, e ao observar a história de um ponto de vista eurocêntrico a moeda já
existia a muitos anos, mas em algum momento deixou de ser usada, entretanto, com o
surgimento da necessidade de troca de mercadorias por algo que representasse o mesmo
valor do objeto trocado, fez com que a moeda ressurgisse com muita força.
CAPITALISMO COMERCIAL
Ademais, tal fase ficou marcada pela acumulação de capital advinda do lucro obtido
por meio do comércio e exploração do trabalho do homem, tanto por meio do salário quanto
por meio da escravidão. Bonin (2010) expõe que um outro fator a ser destacado nesse
contexto é a expansão marítima, sendo esse um período de grandes navegações, bem
como de conquistas territoriais com o surgimento do colonialismo.
DIVISÃO DE CLASSES
Isso fica evidente na divisão das classes, o capitalismo comercial possuía 3 classes
que vieram do feudalismo e 1 classe que se originou no período, modificando a estrutura da
sociedade como um todo. (VAN LOON, 2004).
NOBREZA
CLERO
A igreja sem dúvida foi a instituição mais rica da Europa, ela era proprietária de um
patrimônio muito grande, na maioria das vezes recebido pelos seus fiéis que buscavam a
libertação. Outro objetivo da igreja na época era conservar certos costumes mesmo com as
mudanças que a sociedade estava presenciando.
O trabalho estava fundamentado na servidão para ambos, mas com diferença dos
camponeses os servos estavam presos à terra, caso fosse vendida eles iriam junto. Ambos
eram subordinados a uma série de obrigações, desde impostos e serviços. Em
contrapartida a essa servidão os senhores feudais se comprometiam com a proteção em
caso de ataques a esses servos. (BAUER, Et. al. 2020)
BURGUESIA
O termo burguesia está relacionado com o nome das cidades que foram se alocando
em volta dos feudos, chamadas de “burgos”. A burguesia vivia nesses burgos no
renascimento comercial no fim da idade média. Le Goff (2019, p. 226) reforça, “Assim, a
moeda introduziu a burguesia na máquina do Estado. A burguesia tornou-se
verdadeiramente a representação da terceira função indo-europeia.”
A burguesia não era a classe dominante, mas estava longe de ser a classe
dominada. Le Goff (2019, p. 226) faz uma breve descrição dessa classe, “[...] uma classe
muito rica, composta essencialmente de grandes mercadores dedicados ao comércio e ao
banco, cerca de 20 famílias [...]”.
MEIOS DE PRODUÇÃO
Com a crise do sistema feudal no início do século XV, e outros problemas como a
guerra dos cem anos, o surgimento da peste negra, e a conquista de Constantinopla pelos
turcos foram acontecimentos que marcaram a transição de uma época em que tanto os
mercados quanto as cidades passavam por um momento de estagnação, para uma época
de crescimento populacional, bem como o surgimento da necessidade de mercados,
matéria-prima com uso de mão-de-obra barata. E é nesse contexto que o mercantilismo
começa a se estabelecer por meio da exploração e colonização de colônias da Ásia,
América e África (CESAD).
Ainda nesse contexto, Sais (2011) aponta que o surgimento do mundo urbano se
tornou um agente transformador das relações econômicas, sendo esse um personagem
responsável pela aceleração das atividades de cunho mercantis, o que tem como
consequência a transformação da sociedade moderna. Além disso, o surgimento das
cidades muito antes da origem do capitalismo foi primordial para a divisão do trabalho, entre
campo e cidade. Sendo a concentração de força de trabalho um dos meios de produção,
responsáveis pela aceleração da reprodução do capital.
Ao comparar o mundo rural com o mundo urbano é possível concluir que nas
palavras de Sais (2011, p.3), “Enquanto no mundo rural a produção tinha um objetivo
fundamental de sustentar a estrutura familiar, com as cidades a produção tornar-se uma
produção de mercadorias [...]”. O aumento das necessidades humanas, bem como a
ampliação do consumo e o surgimento da dependência dos cidadãos em função da divisão
do trabalho, foram essenciais para a determinação de posicionamento na organização da
vida urbana. Nesse caso, o campo passou por um processo de modernização, sendo este
responsável pelo fornecimento de mercadorias aos habitantes das cidades.
As cidades passam a ter uma função mais produtiva, e a qual passa a ser um lugar
para a produção de mercadorias e a criação de laços sociais mais profundos, o que nos
leva a uma sobreposição das cidades em relação ao campo. E a demanda da cidade
moderna por trabalhadores profissionais surge como uma imposição tanto do mercado
interno quanto do mercado externo, e consequentemente o capitalismo deixa de ser
mercantil e passa a ser manufatureiro.
COMERCIALIZAÇÃO
INDUSTRIALIZAÇÃO
REFERÊNCIAS
SANDRONI, P. Novíssimo dicionário de economia. 5° ed. São Paulo: Editora Best Seller,
2000.
PAULA, Ricardo Zimbrão Affonso de. Capitalismo definições. 1° ed. São Luís: Editora
EDUFMA, 2020.
CAVA, Bruno; COCCO, Giuseppe. A vida da moeda crédito, imagens, confiança. 1° ed.
Rio de Janeiro: Mauad, 2020.
BAUER, Adriana S.; RIBEIRO, Rodrigo V.; CAMPOS, Cláudia R P. História medieval.
2020. Disponível em: <https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786581492106/>.
Acesso em: 20 jul. 2023
LE GOFF, Jacques, A Civilização do Ocidente Medieval, 1ª. ed. Petrópolis: Editora Vozes,
2016.
VIEIRA, José Daniel; GRAÇA, Rogério Freire; RODRIGUES, Auro de Jesus; SILVA, José
Adailton Barroso da. Uma breve história sobre o surgimento e o desenvolvimento do
capitalismo. Araucaria, v. 2, n. 3, p. 125-137, Março 2015. f.153. Dissertação
(Pós-graduação em História Econômica) - Departamento de História, Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 2006.