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Índice
1. Contexto Histórico do aparecimento da teoria clássica das organizações.................3

2. Principais autores da teoria clássica da organização..................................................5

2.1. Frederick Taylor (1856-1915)............................................................................5

2.1.1. As principais propostas de Taylor podem ser resumidas em três princípios-


chave..............................................................................................................................5

2.2. Henri Fayol (1841-1925)....................................................................................7

2.2.1. Teoria Clássica................................................................................................8

2.2.2. Desdobramentos da Abordagem Clássica............................................................9

2.3. Henry Ford (1863-1947).....................................................................................9

2.4. Max Weber (1864-1920)..................................................................................10

2.4.1. A burocracia, de acordo com Weber, é caracterizada por diversos princípios..11

6. Referências Bibliográficas...........................................................................................12
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Introdução
A Abordagem Clássica das Organizações é um pilar fundamental no campo da
administração, desempenhando um papel crucial no entendimento e desenvolvimento
das organizações formais. Durante o início do século XX, um grupo de pensadores
visionários, composto por figuras notáveis como Frederick Taylor, Henri Fayol, Henry
Ford e Max Weber, trouxe à tona conceitos e abordagens que revolucionaram a maneira
como as empresas eram concebidas e gerenciadas. Suas contribuições moldaram as
bases da administração moderna, enfatizando a importância da estrutura organizacional,
da eficiência operacional e da burocracia como modelos ideais de organização.

Este trabalho tem como objetivo explorar profundamente os princípios e as valiosas


contribuições desses renomados autores que desempenharam papéis cruciais na
formação da Teoria Clássica das Organizações e demonstrar como essa teoria continua a
exercer influência sobre a administração contemporânea. A Abordagem Clássica,
caracterizada por sua ênfase na organização formal e na busca constante por eficiência,
ainda serve como uma fonte de inspiração e orientação para a compreensão e gestão de
organizações nos dias de hoje. Esta introdução busca estabelecer o contexto e a
relevância da Abordagem Clássica das Organizações e deste trabalho acadêmico,
demonstrando a importância desses autores e de suas contribuições na história da
administração e da organização.
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1. Contexto Histórico do aparecimento da teoria clássica das organizações


Para Mantoux (1988) no século XVIII, a indústria de malharia passou por uma
revolução significativa, impulsionada pela introdução de instrumentos mecânicos. Um
dos nomes proeminentes nesse cenário foi Richard Arkwright, que fundou uma fábrica
que se destacou por sua rápida produção e qualidade. O sucesso da fábrica de Arkwright
pode ser atribuído ao uso de tecnologia de ponta da época, incluindo máquinas movidas
a vapor.

Nesse período, observou-se a ascensão dos princípios de gestão capitalista. Esses


princípios incluíam métodos de recrutamento, treinamento e a imposição de disciplina
rigorosa no local de trabalho. Esse movimento refletia a crescente influência do
capitalismo na organização do trabalho e na gestão de fábricas.

No entanto, à medida que as máquinas e técnicas avançavam na indústria de malharia,


uma nova questão surgiu: crises de superprodução. A produção em massa resultou em
um excesso de oferta de produtos em relação à demanda, uma característica recorrente
nas fases iniciais da revolução industrial. Esse cenário ilustra como a combinação de
inovações tecnológicas, princípios de gestão capitalista e avanços na produção de
máquinas transformou radicalmente a indústria de malharia durante o século XVIII.
Esses desenvolvimentos desempenharam um papel fundamental na revolução industrial,
contribuindo para mudanças econômicas e sociais significativas desse período.

A Revolução Industrial foi um período de transformação significativa na história,


caracterizado por diversas mudanças econômicas, sociais e tecnológicas. A Revolução
Industrial marcou uma virada importante na história, à medida que as sociedades
passaram por mudanças profundas. O crescimento das cidades foi um dos resultados
mais visíveis desse período, à medida que as pessoas migraram das áreas rurais para os
centros urbanos em busca de empregos nas emergentes fábricas. Um dos motores dessa
revolução foi o aumento da demanda por produtos industrializados. À medida que a
produção industrial se expandia, as fábricas se tornavam o epicentro desse progresso. A
Ford, por exemplo, já empregava 70.000 pessoas no início do século XX, destacando a
escala massiva da produção em massa.

Paralelamente a esses avanços industriais, a administração começou a se consolidar


como uma área de conhecimento distinta. O gerenciamento de grandes fábricas e
operações industriais exigia uma nova abordagem. Isso levou a preocupações comuns,
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como a centralização e hierarquia nas organizações, bem como a especialização de


competências para aumentar a eficiência e a produtividade.

Nessa nova abordagem da administração, a motivação humana desempenhou um papel


crucial. Um dos principais aspectos que impulsionavam as pessoas nesse contexto era o
estímulo financeiro bem formulado. A ideia do "homo economicus" sugeria que os
indivíduos eram motivados principalmente pelo interesse próprio e pelo ganho
financeiro. Esse pressuposto ajudou a moldar as estratégias de gerenciamento e
remuneração nas fábricas durante a Revolução Industrial. Assim, a Revolução Industrial
não apenas transformou a paisagem econômica e social, mas também influenciou o
desenvolvimento da administração como uma disciplina. A motivação financeira e o
conceito do "homo economicus" foram centrais nesse período de mudança e inovação.

Por sua vez, para March (1966), a Escola da Administração Científica, que surgiu no
início do século XX, é considerada o marco do nascimento da Administração como uma
ciência. Sua origem está intimamente ligada à Revolução Industrial, que trouxe um
rápido crescimento e desorganização das empresas. Diante desse cenário, surgiu a
necessidade de abordar as questões empresariais de maneira mais científica e menos
improvisada. A Revolução Industrial gerou um aumento nas dimensões das empresas e
na complexidade de sua administração, além de intensificar a concorrência. Como
resultado, houve uma busca por meios de melhorar a eficiência das organizações. A
divisão de cargos e tarefas e a constante pressão para reduzir custos e desperdícios
tornaram-se imperativas.

Dois nomes fundamentais nesse contexto foram Frederick Winslow Taylor, dos Estados
Unidos, e Henry Fayol, da França. Taylor desenvolveu a Administração Científica, com
foco na produtividade e eficiência no nível operacional das empresas. Sua abordagem
destacou a divisão do trabalho, a análise detalhada das tarefas e a separação dos cargos.
A Administração Científica é notável por sua ênfase na padronização do
comportamento dos trabalhadores e é frequentemente descrita como partindo de baixo
para cima, ou seja, das partes (os operários) para o todo (a organização).

Essa abordagem envolveu estudos detalhados dos movimentos necessários para a


realização das atividades, o tempo necessário para a execução e a especialização dos
trabalhadores, visando criar padrões de desempenho e comportamento. Assim, a
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Administração Científica se concentrou em melhorar a eficiência e a produtividade no


nível operacional das empresas, inaugurando a era da gestão científica.

2. Principais autores da teoria clássica da organização


Trata-se de figuras proeminentes no campo da administração e organização, e que
tiveram contribuições significativas para o desenvolvimento da teoria clássica durante a
Revolução Industrial.

2.1. Frederick Taylor (1856-1915)


Frederick Taylor é conhecido como o "pai da administração científica". Ele enfatizou a
aplicação de métodos científicos para melhorar a eficiência no trabalho. Seu trabalho
incluiu o estudo de tempos e movimentos, o desenvolvimento de padrões de trabalho e a
promoção da especialização do trabalhador. Ele acreditava que o aumento da
eficiência beneficiaria tanto os trabalhadores quanto os empregadores (March,1966).

Taylor começou sua carreira como mecânico na Midvale Steel Company aos 22 anos,
onde iniciou suas análises detalhadas dos tempos e movimentos no local de trabalho.
Durante sua passagem pela Midvale, Taylor identificou diversos problemas
relacionados à administração, como a falta de eficiência na divisão de
responsabilidades, incentivos inadequados para melhorar o desempenho dos
trabalhadores, falta de comprometimento, decisões baseadas em palpites, problemas de
integração e conflitos entre supervisores e operários.

Taylor começou sua abordagem reformando o sistema de salários, notando a existência


de dois sistemas: salário fixo, onde os trabalhadores tinham liberdade para produzir
conforme seu critério, e pagamento por peça, onde os administradores diminuíam a
remuneração quando a produção aumentava, o que desmotivava os trabalhadores
(Idem, Pp: 123).

2.1.1. As principais propostas de Taylor podem ser resumidas em três princípios-


chave:
Estudo sistemático e científico do tempo: Taylor enfatizou a importância de realizar
análises minuciosas e baseadas na ciência dos processos de trabalho para determinar os
tempos ideais de execução.

Divisão das tarefas em elementos básicos: Ele defendeu a decomposição de cada


tarefa em elementos mais simples, que deveriam ser cronometrados e registrados.
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Definição de tempos-padrão: Com base nas análises, eram estabelecidos tempos-


padrão para a realização das tarefas.

Em uma segunda fase, Taylor concentrou-se no aprimoramento dos métodos de


trabalho, incluindo a seleção e treinamento adequados dos trabalhadores, a gestão
eficiente dos salários e custos, a identificação das melhores práticas de trabalho e a
promoção da cooperação entre a administração e os trabalhadores. Taylor acreditava
que a prosperidade da empresa estava intrinsecamente ligada à prosperidade dos
trabalhadores e introduziu o conceito do "Homem de primeira classe," que representava
um trabalhador altamente motivado e produtivo.

Na terceira fase da Escola de Administração Científica, as ideias de Frederick Taylor e


outros pioneiros da administração foram consolidadas e ampliadas. Nesse período,
houve um foco significativo na estrutura organizacional, enfatizando a necessidade de
uma clara divisão de autoridade e responsabilidade nas organizações. Isso levou à
recomendação da criação de departamentos de planejamento para auxiliar na definição
de metas, cronogramas e estratégias de produção.

A análise científica dos tempos e movimentos continuou sendo uma parte central da
administração científica, buscando identificar as melhores maneiras de realizar
tarefas. A padronização de ferramentas e instrumentos de trabalho também foi
promovida para garantir consistência e eficiência nos processos de produção (Taylor,
1999).

A criação de uma área de planejamento foi fundamental para a organização e


otimização dos processos de produção, enquanto os cartões de instruções foram
desenvolvidos para fornecer orientações claras aos trabalhadores sobre como realizar
suas tarefas. O pagamento por desempenho permaneceu como uma prática essencial
para motivar os trabalhadores a aumentar sua produção, com salários frequentemente
vinculados ao desempenho.

Além de Frederick Taylor, outros nomes notáveis contribuíram para a administração


científica nessa fase. Frank e Lillian Gilbreth enfatizaram o estudo dos movimentos no
local de trabalho e investigaram maneiras de aumentar a eficiência e reduzir a fadiga
dos trabalhadores. Eles também defenderam o aumento dos dias de descanso
remunerado. Henry Gantt introduziu o controle gráfico diário da produção, o famoso
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"gráfico de Gantt", que se tornou uma ferramenta importante para o gerenciamento de


projetos.

Hugo Munsterberg desempenhou um papel fundamental na aplicação de princípios da


psicologia nas práticas de contratação e seleção de pessoal, contribuindo para o
desenvolvimento de testes de seleção. Henry Ford, por sua vez, foi um pioneiro na
produção em massa na indústria automobilística, revolucionando a fabricação de
automóveis e tornando-os acessíveis a um público mais amplo.

Essa fase da administração científica continuou a moldar a prática de gestão e a forma


como as organizações eram gerenciadas no início do século XX, contribuindo para a
eficiência e produtividade nas empresas e influenciando o desenvolvimento da
administração como disciplina.

2.2. Henri Fayol (1841-1925)


Henri Fayol é considerado um dos pioneiros da abordagem clássica da organização. Ele
desenvolveu a Teoria da Administração Geral, que incluía os princípios de gestão, como
unidade de comando, cadeia de comando, divisão do trabalho e autoridade. Fayol
enfatizava a importância da organização, da hierarquia e da gestão eficiente em
organizações.

A Teoria Clássica da Administração, desenvolvida principalmente por Henri Fayol na


Europa, apresenta uma abordagem distinta em relação à Administração Científica. Em
vez de enfatizar as tarefas, a Teoria Clássica concentra-se na estrutura organizacional,
ou seja, na disposição dos setores da empresa e nas relações entre eles. Esta
abordagem é descrita como indo "de cima para baixo," ou seja, da organização para
os departamentos, com ênfase na estrutura em vez das tarefas Andrade (2011, pp 152).

A Teoria Clássica formula uma teoria da organização, baseando-se na Administração


como uma ciência. A ênfase na estrutura visualiza a organização como uma disposição
de suas partes (órgãos), sua forma e o interrelacionamento entre essas partes. A divisão
do trabalho pode ocorrer tanto verticalmente (níveis de autoridade) quanto
horizontalmente (departamentalização). Os autores clássicos, como Henry Fayol,
utilizam o conceito de elementos da administração (funções do administrador) para
definir o processo administrativo.
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Henri Fayol, engenheiro francês e fundador da Teoria Clássica da Administração,


concentrou-se principalmente na estrutura das organizações em sua abordagem. Sua
teoria tratava a Administração como uma ciência, com esforços para criar uma fórmula
padrão que pudesse ser aplicada em diversas práticas administrativas. A estrutura
organizacional era dividida tanto verticalmente (autoridade) quanto horizontalmente
(departamentalização), incluindo órgãos de staff e órgãos de linha. Fayol também
definiu os elementos do processo administrativo, que incluem prever, organizar,
comandar, coordenar e controlar.

As funções do administrador, de acordo com Fayol (1989), eram: previsão, organização,


comando, coordenação e controle. Ele definiu princípios gerais da administração, que
incluíam divisão do trabalho, autoridade e responsabilidade, disciplina, unidade de
comando, unidade de direção, subordinação dos interesses individuais aos gerais,
remuneração de pessoal, centralização, cadeia escalar, ordem, equidade, estabilidade de
pessoal, iniciativa e espírito de equipe.

No entanto, a Teoria Clássica também recebeu críticas, incluindo uma abordagem


simplificada da organização formal, a ausência de trabalhos experimentais, um extremo
racionalismo na concepção da Administração, uma visão de organização como uma
máquina, uma abordagem incompleta da organização e uma tendência a ver a
organização como um sistema fechado.

2.2.1. Teoria Clássica


Aspectos Principais Abordagem clássica das organizações
Abordagem da organização Organização formal exclusivamente
Conceito de organização Estrutura formal como conjunto de
órgãos, cargos e tarefas
Principais representantes Taylor, Fayol, Gilbreth, Gantt, Gulick,
Urwick, Mooney, Emerson, Sheldon
Característica básica da administração Engenharia humana/ engenharia de
produção
Concepção do homem Homo economicus
Comportamento organizacional do Ser isolado que reage como indivíduo
indivíduo (atomismo tayloriano)
Ciência mais relacionada Engenharia
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Tipos de incentivos Incentivos materiais e salariais


Relação entre objetivos organizacionais Identidade de interesses. Não há conflito
e objetivos individuais perceptível
Resultados almejados Máxima eficiência

2.2.2. Desdobramentos da Abordagem Clássica:

Nas primeiras décadas do século XX, foi a principal figurino utilizado pelas empresas
europeias e norte-americanas. O objetivo de ambas as teorias era a mesma: a busca da
eficiência das organizações. A Abordagem Clássica se dava pela racionalização do
trabalho operário e do somatório das eficiências individuais enquanto a clássica,
partia do todo organizacional para garantir a eficiência (Idem, Pp 150).

Taylor
Administração Ênfase nas
(Norte
Científica tarefas
Americano)

Abordagem Clássica

Fayol Ênfase na
Teoria Clássica
(Europeu) estrutura

 A administração cientifica se caracteriza pela ênfase na tarefa realizada pelo


operário
 A teoria clássica se caracteriza pela ênfase na estrutura que a organização
deveria possuir para ser eficiente.

2.3. Henry Ford (1863-1947)


Henry Ford foi um visionário na indústria automobilística. Ele é amplamente
conhecido por desenvolver a linha de montagem móvel, um método revolucionário de
produção em massa. Esse método permitiu a produção de carros de maneira mais
eficiente e econômica, tornando os automóveis acessíveis a um público mais amplo
(Teixeira, 2010, Pp. 23).
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A abordagem revolucionária de Henry Ford na produção de automóveis é um marco na


história da indústria e da organização. Ele se destacou por sua ênfase na produção em
massa e na eficiência dos processos. Ford acreditava na melhoria contínua dos métodos
de fabricação em vez de constantes modificações nos produtos. Essa abordagem foi
crucial para a redução de custos e o sucesso da Ford Motor Company.

Segundo Teixeira (2010), Henry Ford introduziu a primeira linha de montagem móvel
em 1913. Inicialmente, o tempo necessário para realizar uma tarefa era de 514 minutos,
e os trabalhadores precisavam buscar as peças no estoque. Ford inovou ao fazer com
que as peças fossem entregues diretamente em cada posto de montagem, onde cada
montador executaria uma tarefa específica. Com essa inovação, o ciclo de tarefa caiu
para apenas 2,3 minutos em 1913 e posteriormente para 1,19 minuto, quando a linha de
montagem estava operando em plena capacidade.

O icônico Modelo T da Ford foi produzido em massa e vendeu mais de 15 milhões de


unidades, tornando-se acessível a um público mais amplo. Além da linha de montagem
móvel, Ford introduziu outras inovações, como a jornada de trabalho de 8 horas, a
duplicação dos salários para 5 dólares por dia, a criação do manual do proprietário e o
desenvolvimento de novas profissões, como engenheiro industrial e de produção, bem
como especialistas em qualidade.

As contribuições de Henry Ford na produção em massa e eficiência dos processos


tiveram um impacto significativo na indústria e ajudaram a moldar a forma como os
produtos eram fabricados. Sua abordagem foi fundamental para a produção em larga
escala e a redução de custos, tornando seus automóveis acessíveis a uma parcela maior
da população. Ford desempenhou um papel central na evolução da indústria
automobilística e na história da administração.

2.4. Max Weber (1864-1920)


Max Weber, um sociólogo alemão, é conhecido por seu pioneiro estudo sobre
organizações formais e sua concepção da burocracia como um modelo ideal de
organização, focado na máxima racionalidade. Weber acreditava que a autoridade
burocrática reduziria ao mínimo o impacto das diversidades humanas no desempenho
das organizações.

Ele via a burocracia como uma forma de dominação em contraposição ao poder divino e
arbitrário exercido pelos príncipes. Weber também criticou a falta de racionalidade nas
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estruturas de poder, como no exército e na igreja de sua época. Ele argumentava que a
sociedade, as organizações e os grupos deveriam ser baseados em leis racionais.

Um dos princípios fundamentais da burocracia weberiana é a obediência a normas, o


que ele chamou de "autoridade racional-legal," em contraste com a obediência a
pessoas, que corresponderia à "autoridade carismática" ou "tradicional." Isso implica
que as ações e decisões dentro de uma burocracia são guiadas por regras e regulamentos
estabelecidos, em vez de dependerem de características pessoais.

2.4.1. A burocracia, de acordo com Weber, é caracterizada por diversos princípios:


1. Formalidade: Há uma autoridade legal que estabelece regras e regulamentos que
regulam o comportamento. Existe um sistema de normas que define direitos e deveres.

2. Impessoalidade: A ênfase recai na obediência às normas, não às pessoas. As pessoas


ocupam cargos ou posições formais na burocracia, e o exercício do poder está limitado à
aplicação dessas normas, tornando-o um instrumento de regulação.

3. Profissionalismo: A seleção para ocupar um cargo baseia-se nas qualificações da


pessoa que o ocupa, que são aprimoradas por meio de treinamento especializado.

Weber descreveu a burocracia como uma estrutura organizacional eficaz e eficiente,


ideal para alcançar a máxima racionalidade em organizações formais. Suas ideias sobre
a burocracia influenciaram significativamente a teoria da administração e a
compreensão das organizações em todo o mundo.

5. Conclusão

Em conclusão, a Abordagem Clássica das Organizações desempenhou um papel


fundamental na formação do campo da administração e continua a influenciar as
práticas de gestão em organizações de todo o mundo. Os autores notáveis, como
Frederick Taylor, Henri Fayol, Henry Ford e Max Weber, trouxeram contribuições
valiosas que moldaram a forma como entendemos e gerenciamos as organizações
formais.

Taylor enfatizou a importância da eficiência e da produtividade no nível operacional,


destacando a divisão do trabalho e a análise científica dos tempos e movimentos. Fayol
concentrou-se na estrutura organizacional, estabelecendo princípios de gestão, como
unidade de comando e autoridade, que ainda são relevantes hoje.
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Henry Ford revolucionou a indústria com sua produção em massa, tornando produtos
acessíveis a um público mais amplo. Max Weber, por sua vez, destacou a burocracia
como um modelo ideal de organização, promovendo a racionalidade e a impessoalidade
nas decisões.

Esses pioneiros demonstraram que as organizações podem ser analisadas,


compreendidas e gerenciadas de maneira mais eficaz, resultando em maior eficiência e
produtividade. Embora essas teorias tenham se originado no início do século XX, seus
princípios e conceitos continuam a desempenhar um papel importante nas práticas de
administração contemporâneas.

Assim, a Teoria Clássica das Organizações permanece como um marco histórico no


desenvolvimento da administração e da organização, e sua relevância perdura,
oferecendo insights valiosos para os desafios e oportunidades enfrentados pelas
organizações modernas. A compreensão aprofundada dessas teorias pode enriquecer a
gestão de organizações em um mundo em constante evolução.

6. Referências Bibliográficas

1. ANDRADE, R. O. B.; AMBONI, N. Teoria geral da administração. Rio de Janeiro:


Elsevier, 2011.

2. FAYOL, H. Administração industrial e geral: previsão, organização, comando,


coordenação, controle. São Paulo: Atlas, 1989.

3. FORD, H.; CROWTHER, S. Minha vida e minha obra. São Paulo: Editora Monteiro
Lobato, 1925.

4. MANTOUX, P. A. A revolução industrial do século XVIII. São Paulo:


Unesp/Hucitec, 1988.

5. MARCH, J. C.; SIMON, H. B. Teoria das Organizações. Rio de Janeiro: FGV, 1966.

6. MEDEIROS, P. H. R. Do modelo racional-legal ao paradigma pós-burocrático:


reflexões sobre a burocracia estatal. Organizações & Sociedade, v. 13, p. 143-160,
2006.

7. SOBRAL, F.; PECI, A. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São


Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
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8. TAYLOR, F. W. Princípios da administração científica. 8. ed. São Paulo: Atlas,


1999.

9. TEIXEIRA, H. J.; SALOMÃO, S. M.; TEIXEIRA, C. J. Fundamentos da


administração: a busca do essencial. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

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