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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ÉTICA E ECONOMIA

ALEX FERREIRA LOPES


KELLY BEATRIZ GALDINO LUCIO
RITA MADALENA DE MATTOS

MARINGÁ
2023
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SUMÁRIO

1 ÉTICA E ECONOMIA ................................................................................................ 3

2 DISTANCIAMENTO ENTRE ETICA E ECONOMIA ............................................. 5

3 FATORES QUE DISTANCIAM A ETICA DA ECONOMIA .................................. 6

4 SOCIEDADE, ETICA E ECONOMIA ....................................................................... 6

5 CRESCIMENTO ECONOMICO E BEM-ESTAR ..................................................... 7

6 ÉTICA E ECONOMIA NO CONTEXTO ATUAL .................................................... 7

7 ÉTICA E O COMPORTAMENTO ECONÔMICO.................................................... 8


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1 ÉTICA E ECONOMIA
Em sua essência a economia é um conceito amplo onde participam indivíduos que de
forma coletiva a regem, visto que inúmeras questões económicas ditam o nosso dia a dia tais
como aumento nos preços, períodos de crise econômica ou crescimento, setores em diferentes
graus de expansão, comportamento de taxas de juros e muitos outras questões que permeiam a
sociedade o tempo todo, Vasconcelos e Garcia no livro Fundamentos da Economia conceituam
a mesma como uma ciência puramente social onde o indivíduo emprega recursos escassos e os
distribui visando a satisfação das suas necessidades, logo está intimamente ligada às decisões
humanas, e nasce a partir da ideia que todos possuem necessidades e desejos maiores do que
seus próprios recursos o que leva naturalmente a uma conexão que proporciona a distribuição
e troca de recursos (VASCONCELLOS, GARCIA, 2019).
Os autores Vasconcelos e Garcia continuam discorrendo que dessa forma se torna
impossível visualizar a economia em um contexto individual, por isso parte-se do coletivismo
para defini-la e uma vez conceitualizada a sociedade que a emprega passa pela primeira grande
limitação econômica que implica em questões acerca da produção levando em conta a escassez
de recursos, neste contexto é possível enxergar três perguntas sendo elas “O que e quanto
produzir?”, “Como produzir?” e “Para quem produzir?”, e a teoria econômica surge para
responder tais questionamentos trazendo um custo benefício na geração e consumo dos insumos
e bens produzidos (VASCONCELLOS, GARCIA, 2019).
Das perguntas propostas pelos autores no livro fundamentos da economia a que mais gera
impacto na sociedade como um todo é a segunda: “Como produzir?”, diversos pesquisadores e
estudiosos econômicos visando elucidar a questão desenvolveram o que é denominado
atualmente como “Sistemas Econômicos” que descrevem de forma teórica como a produção
deveria ocorrer para que a sociedade como um todo pudesse ser beneficiada ao máximo, dentre
esses autores e estudiosos se destaca o nome do precursor do sistema que vigora atualmente na
maior parte do mundo Adam Smith, nas palavras do mesmo a economia é guiada por uma mão
invisível que regula a produção de recursos por si só e que é sustentada pela decisão individual
de cada indivíduo a descrevendo da seguinte forma, (PRADO, 1996) “... já que cada indivíduo
procura, na medida do possível, empregar seu capital em fomentar a atividade nacional e dirigir
de tal maneira essa atividade que seu produto tenha o máximo valor possível, cada indivíduo
necessariamente se esforça por aumentar ao máximo possível a renda anual da sociedade.
Geralmente, na realidade, ele não tenciona promover o interesse público nem sabe até que ponto
o está promovendo. Ao [fazê-lo] ... ele tem em vista apenas sua própria segurança; e orientando
sua atividade de tal maneira que sua produção possa ser de maior valor, visa apenas a seu
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próprio ganho e, neste, como em muitos outros casos, é levado como que por uma mão invisível
a promover um objetivo que não fazia parte de suas intenções. Aliás, nem sempre é pior para a
sociedade que esse objetivo não faça parte das intenções do indivíduo. Ao perseguir seus
próprios interesses, o indivíduo muitas vezes promove o interesse da sociedade, muito mais
eficazmente do que quando tenciona realmente promovê-lo.” (SMITH, 1983, p. 379-380)”
Marx e Engels questionam esse sistema proposto por Adam Smith e a sua capacidade
de satisfazer as necessidades dos indivíduos que compõem a sociedade, em sua visão essa
sociedade estava dividida entre aqueles que detinham os meios de produção e por tanto
poderiam ficar com o seu excedente e aqueles que desprovidos de formas de produzirem
sozinhos trocam a sua força de trabalho por recursos, no entanto os mesmo são insuficientes
para satisfazer todas as necessidades desse indivíduo, logo temos como resultado duas classes
sociais, a que detém os recursos excedentes da produção, conhecida como “Burguesia” e aquela
que vende a sua força de trabalho para esses indivíduos os “Proletários” a grande questão que
levou Marx a conclusão de que um estado forte que rege a produção e a distribuição dos recursos
de forma igualitária é que o grupo composto pelos proletários era muito maior e ainda assim
não podia ver todas as suas necessidades realizadas (GERMINAL, 2010).
Segundo Pensam (2023) a Economia é uma ciência que visa o bem estar coletivo em
geral o que a aproxima em suas linhas gerais da ética embora se distingam em seus princípios
mais específicos, sendo a ética uma termo que busca qualificar um determinado tipo de saber
responsável por designar as ações e comportamentos humanos seguindo princípios morais que
asseguram a igualdade entre os indivíduos isso levando em consideração uma visão grega, no
entanto a ética é um termo complexo e que pode ter diversos significados em diferentes povos
e culturas assim como apresentado nas linhas de uma ciência social como a economia.
Levando em consideração um contexto atual a ética pode ser entendida como princípios
universais que se aplicam a todos os indivíduos e que tem por objetivo garantir a eles uma forma
igualitária o respeito, no entanto assim como a economia a ética é um termo que deve ser
analisado em um contexto social, visto que um indivíduo é apena um dos componentes de algo
muito maior, neste contexto em termos mais amplos é possível inferir que a mesma é
responsável por avaliar as ações de caráter do indivíduo em um meio social, por isso ela está
intimamente ligada a moral que em linhas gerais pode ser entendida como decisões e
comportamentos de um determinado grupo ou indivíduo, portanto é possível chegar a
consideração de que atualmente a ética pode ser conceituada no homem e em suas formas de
decisões além de como elas impactam o meio onde ele vive (CREMONESE, 2019).
Exatamente por se tratar de escolhas humanas a ética não é um termo atemporal, pois
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as definições do que é certo e errado estão em constante mudanças a depender do grupo social
onde o indivíduo está inserido, por tanto a ética mesmo levando em consideração um contexto
temporal semelhante pode ainda sim ser interpretada de forma diferente em seus níveis de
escolhas como definido anteriormente pela moral, a visualização de tal preceito é simples uma
vez que diferentes indivíduos pode interpretar uma ação de diferentes maneiras levando em
consideração sua cultura, grupo social e sua religião. (GOTIJO, 2006).

2 DISTANCIAMENTO ENTRE ETICA E ECONOMIA


Kamphorst e Zambam (2014), destacam que a economia foi estudada por meio das
disciplinas de filosofia moral e teologia. Com isso tive forte influência pelo pensamento ético
aristotélico e platônico. Por conta disso tinha como característica a busca pelo bem comum, e
a felicidade humana. A busca pela riqueza, era vista como imoral, pois a economia tinha o
objetivo de administrar e utilizar os recursos prudentemente.
Com as transformações nas sociedades para a modernidade a humanidade está diante de
um afastamento entre ética e economia ocasionada pela busca da eficiência e acúmulo de
riquezas (WOOD, 2011).
Com o capitalismo a economia passou a se alicerçar em ideias de eficiência, exploração,
pragmatismo, desenvolvimento do produto interno bruto, desenvolvimento de competitividade
e expansão das necessidades de ganho e acumulação de riquezas (KAMPHORST, 2014). Isso
fez com que o individualismo se tornasse método para o funcionamento das atividades
econômicas, ao contrário do passado onde a ética tinha o objetivo de limitar essas atividades,
hoje só é mencionada em declarações formais sem uma relente materialização.
Wood (2011) relembra que o capitalismo foi sempre apresentado como uma promessa de
solucionar os problemas sociais, acúmulo de riqueza para todos, prosperidade monetária, ou
seja, todos iriam usufruir dos frutos do sistema capitalista. Mas o modelo não foi suficiente para
solucionar problemas como fome, miséria, doenças etc.
Esse modelo econômico movido pelo lucro, não promove uma relação entre capacidade
produtiva e qualidade de vida humana. Uma sociedade com as mais avançadas forças
produtivas, com capacidade de alimentar, vestir, abrigar, educar e tratar da saúde de sua
população, pode apesar de tudo ser castigada por pobreza, falta de moradia, analfabetismo etc.
Para Lovo (2021), não é o que se tem, mas quantos vivem bem com o que se tem, sem que para
isso outros tenham vivido, vivam ou viverão mal.
A imoralidade não se repousa na riqueza, o que realmente importa é a atitude que se pode
ter diante do dinheiro e dos bens materiais e essa atitude passa a considerar que os bens são
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indiferentes e somente os usos que fazemos deles podem ser classificados como bons ou maus.
Os desejos de acumulação poderiam ser postos a serviço do bem comum (VAN, 2000).

3 FATORES QUE DISTANCIAM A ETICA DA ECONOMIA


Vários fatores podem potencializam a separação da ética da economia. Utilizando os
trabalhos empíricos podemos elencar alguns deles que consideramos mais específicos com a
economia: Desigualdade econômica; busca pelo lucro a qualquer custo; políticas públicas e
falta de responsabilidade corporativas.
O primeiro fator refere-se a modelos econômicos que aumentam a desigualdade social
por não considerarem questões éticas de distribuição de renda. Ex: políticas que beneficiam os
mais ricos, e prejudicam os mais pobres. Em relação a busca pelo lucro a qualquer custo
podemos citar empresas que priorizam maximizar sua riqueza acima de questões éticas, tendo
práticas comerciais que ignoram impactos sociais, condições de trabalho, sonegação de
impostos etc.
Sobre políticas públicas, o estado deve ter muito cuidado ao desenvolve-las e sempre ter
por base uma análise ética, e considerar as consequências que ela pode causar na sociedade
como um todo. Por fim a falta de responsabilidade corporativa por parte das empresas é um
fator que potencializa esse distanciamento entre ética e economia à medida que ela pratica
corrupção, manipulação de mercado, exploração de mão de obra, falta de transparência etc.
(TORRES, 2015; LOVO, 2022).

4 SOCIEDADE, ETICA E ECONOMIA


O avanço tecnológico e o acúmulo de riquezas mundiais nos últimos 100 anos são
extraordinários, contrário a isso, os dados referentes a vida das pessoas não parecem
acompanhar esse desenvolvimento tecno-produtivo.
Para Sem e Kliksberg (2010), essa assimetria e contradições é causada pela diminuição
de prioridade que é dada aos desfavorecidos, isso fica evidente em equívocos políticos e
econômicos, piorando a situação dos mais pobres quando ocorre uma crise sanitária, desastres
naturais etc.
O modo das pessoas viver é baseado em competitividade entre si, onde seu oponente é
alguém que você pode enganar e levar vantagem, em relação a natureza as pessoas estão
destruindo-a, quando considera a mesma somente como uma fonte de recurso. A riqueza possui
um papel mais importante do que o bem comum, a solidariedade, subsidiariedade, a vida
humana já não tem mais valor e desprezada para dar espaço ao acúmulo de riqueza a qualquer
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custo. É como se o beneficiamento de ambientes, pessoas famílias e culturas tivesse que afetar,
vulnerabilizar outros ambientes, pessoas famílias e culturas. (LOVO,2022)
Segundo Costa (2019) é necessário afastar-se do idealismo de que o desenvolvimento
econômico é o suficiente para que provoque melhorias e equidade à vida humana, deixando de
lado outros aspectos socialmente relevantes como os índices de desigualdade, de pobreza, de
trabalho decente, de educação e sentido de pertença à família humana.

5 CRESCIMENTO ECONOMICO E BEM-ESTAR


O crescimento econômico por si só não tem poder no fornecimento do bem-estar social
para todos, pois ele é dependente da ação humana, como por exemplo político para ampliação
do acesso a bens e direitos fundamentais, melhoria de distribuição e redistribuição de renda.
Rocha (2019) afirma que um país economicamente desenvolvido não será, necessariamente,
um país humanamente desenvolvido.
O mercado não por si só a causa das desigualdades, das injustiças e dos abusos com o
meio ambiente, ele passa a ser a causa da desigualdade quando a economia e a cumulação de
riqueza se transformam no objetivo de pessoas, instituições e nações (SEN,2010).

6 ÉTICA E ECONOMIA NO CONTEXTO ATUAL


Infere-se que no atual momento a economia vem sendo marcada pela acumulação de
capital, a qual denota-se destituída de ética e moral, ou seja, existe um grande distanciamento
entre o campo da ética e da economia (KAMPHORST, ZAMBAM, 2014). San (1999), destaca
que a economia e a ética vêm se distanciando cada vez mais, de forma gradual, gerando assim
uma preocupação com o bem-estar da sociedade, uma vez que tal distanciamento tem
contribuído para a alteração do comportamento social.
Além disso, o distanciamento entre tais campos não é favorável em respeito aos agentes
econômicos, muito menos contribui para uma justa distribuição dos bens ou sequer para a
estruturação de políticas sustentáveis e de desenvolvimento humano. No cenário atual, as
questões econômicas são alicerçadas de maneira prioritária no pragmatismo e na eficiência,
tendo por foco o crescimento do produto nacional bruto, no acúmulo de bens e riquezas, no
melhoramento acelerado das estratégias de competitividade, no acúmulo de produtos e a
expansão de divisas por meio do aumento da exportação (KAMPHORST, ZAMBAM, 2014).
Com isso, Kamphorst e Zambam (2014) afirmam que aspectos como a moral e a justiça
foram desprezadas, possuindo importância mínima ou até mesmo desconsideradas totalmente,
gerando assim um comportamento de maximização do auto interesse, e mesmo que na busca
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de relacioná-lo a um cenário ético, geralmente apresenta uma divisão entre egoísmo e altruísmo,
havendo portanto um distanciamento entre o comportamento individual e o comportamento
social, isso significa que um indivíduo que faz parte de um grupo pode possuir interesses em
parte semelhante e em parte conflitante, portanto, esse distanciamento entre economia e ética
torna-se um multiplicador das desigualdades sociais, como a pobreza, a fome e outras mazelas
da sociedade.
Um forte exemplo do distanciamento da ética e da economia no contexto atual, se dá
por meio do desmatamento ilegal, como as queimadas ilegais na Amazônia. Lacerda (2022),
expõe que o aumento das queimadas ilegais em agosto de 2022 são sintomas de uma política
governamental anti ambiental, a qual tem visto a floresta como um obstáculo ao
desenvolvimento. Além disso, pontua-se que tal tragédia vem sendo realizada por indivíduos e
grupos que possuem muitos recursos financeiros, possibilitando assim a extensa devastação de
terras, com a finalidade de conversão da floresta em pasto. Com isso é visível o descontrole e
descaso com o meio ambiente no Brasil, sendo a Amazônia uma importante fonte de chuva para
a América do Sul, além de ser fundamental no controle do aquecimento global e das mudanças
climáticas.

7 ÉTICA E O COMPORTAMENTO ECONÔMICO


Destaca-se que o auto interesse tenha influência nos objetivos de elaboração de políticas
econômicas. Uma vez que esse cenário contrasta com as perspectivas de liberdades humanas e
o desenvolvimento das capacidades individuais. Com base nisso, é certo pontuar que o homem
possui como questão central, a qualidade de vida que deseja e pode vir a experienciar. Ademais,
a delegação de valor em relação a sua condição social tem repousado na trajetória de vida
trilhada e não especificamente no domínio de bens e mercadorias, a qual varia de acordo com
as metas e vontades almejadas de cada indivíduo (SEN, 1999).
Portanto, destaca-se a urgência na adoção de uma abordagem ética, a qual segue os
conceitos da filosofia moral, originária da economia, devendo essa ser sempre revisitada pelos
economistas, tendo assim por finalidade o referenciamento de suas conclusões à economia,
buscando a melhor compreensão acerca das restrições econômicas, as quais limitam os
julgamentos normativos. Tais conhecimentos podem contribuir para a economia moderna, por
meio da elaboração de métodos e modelos, com o objetivo de alcançar o bem-estar econômico,
assim como o entendimento de aspectos sociais e seus benefícios bilaterais (KAMPHORST,
ZAMBAM, 2014).
De modo geral Kamphorst e Zambam (2014), destacam que em uma abordagem mais
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abrangente da economia, onde há uma atenção maior e mais explicita as condições éticas
responsáveis por moldar tanto o comportamento quanto o juízo humano, podem levar a
sociedade a um desenvolvimento mais humanizado e sustentável. Gerando assim uma
sociedade com princípios, como o respeito ao próximo, as suas escolhas, aos seus direitos e ao
meio ambiente.
Em um cenário ideal, segundo Kamphorst e Zambam (2014, p. 104), “os pensamentos
das pessoas e em especial dos economistas deveriam ser norteados por questões ligadas à ética,
sem perder de vista o papel da economia no âmbito do crescimento econômico e do progresso”.
E por mais que haja o desprezo da economia moderna em relação a ética, sabe-se da importância
da filosofia moral nesse contexto, já que essa possibilita a avaliação e a compreensão dos
métodos utilizados, bem como a sua correção. Além do mais, os referidos autores destacam que
todos ganham em uma economia pautada pela ética, principalmente o comportamento humano,
o qual se torna mais integrado e livre.
Deve-se considerar também o fato de que muitas pessoas não desejam possuir o que as
outras pessoas desejam, uma vez que já estão acostumados com um certo grau de privação e
que até mesmo o mínimo já o satisfaz. Um exemplo disso é dado por Sen (1999, p. 61):
O mendigo desesperançado, o trabalhador agrícola sem-terra, a dona de casa submissa, o desempregado
calejado [...] podem, todos, sentir prazer com pequeninos deleites e conseguir suprir o sofrimento intenso diante
da necessidade de continuar a sobreviver, mas seria eticamente um grande erro atribuir um valor
correspondentemente pequeno à perda de bem-estar dessas pessoas em razão de sua estratégia de sobrevivência.
Sabe-se, portanto, que as aspirações dessas pessoas não são as mesmas de um médico, já
que suas privações as distanciam da satisfação de seus desejos. Uma vez que nascemos em
diferentes circunstâncias, compreendemos diferentes talentos e habilidades, fazemos parte de
famílias diferentes, e muitas vezes possuímos diferentes problemas de saúde. Por vezes a noção
de igualdade em sua formalidade não leva em consideração tais diferenças, mas a igualdade
real das oportunidades tende a exigir alguma compensação (KAMPHORST, ZAMBAM, 2014).
Para acabar com o elevado grau de desigualdade torna-se insubstituível e necessário o
desenvolvimento econômico e social regrados pela ética. E na concepção de Sen (1999) é
possível a adoção de tal comportamento, um exemplo disso é o Japão, visto que existem fortes
provas de que o afastamento do auto interesse e do dever tem desempenhado um papel
fundamental no sucesso das indústrias, além de ser extremamente importante para a obtenção
da capacidade econômica, tanto de forma individual quanto coletiva.
Desse modo, o desafio consiste na orientação do estado e na formulação de políticas
sociais responsáveis por impulsionar os índices de desenvolvimento humano, para que haja a
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inclusão social, além do desenvolvimento, como a liberdade, a aproximação de relações sociais


sólidas e da recíproca confiança entre as sociedades, para isso o estado, as empresas e a
população precisam estimular a equidade e igualdade, buscando assim o crescimento
econômico e a governabilidade democrática ( KAMPHORST, ZAMBAM, 2014).
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REFERÊNCIAS

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