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INSTITUTO PRIVADO DE SAÚDE LLL

ÉTICA

ÉTICA MODERNA E ÉTICA NA SAÚDE

DOCENTE

_________________________
JÚLIO MANUEL

LUANDA, OUTUBRO DE 2023


ÉTICA

ÉTICA MODERNA E ÉTICA NA SAÚDE

GRUPO Nº

SALA: 01

CLASSE:

TURNO: TARDE

CURSO: ENFERMAGEM

INTEGRANTE DO GRUPO
1. CELINA ALBANO
2. CELMA KITOKO
3. EULÁLIA SASSOMA
4. DINIS CLEMENTE
5. EDSON MARQUES
6. FERNANDO MANUEL
7. ROSÁRIA JIMBI
8. NGUINAMAU KINAQUELE
9. FÁTIMA RAIMUNDO
10.NAYEMI AMADO
11.MARIO FORTUNATO
12.ELIZABETH ELIANA
13.ALEXANDRE DA COSTA
14.DJAMILA DA COSTA
DEDICATÓRIA

A todos que sempre acreditaram nas nossas capacidades em especial os nossos


familiares, que desde sempre investiram e têm investido nas nossas formações, dando-nos
todo amor, carinho, afecto, e orientações para o caminho certo.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por nos ter concedido saúde e protecção para que este trabalho
se tornasse realidade, aos nossos pais por terem contribuído financeiramente. Agradecer em
especial o docente e todos aqueles que directas ou indirectamente contribuíram para que este
trabalho se realiza-se.

A todos o nosso muito obrigado!


ÍNDICE GERAL PÁGINAS
Dedicatória
Agradecimentos
Índice Geral

INTRODUÇÃO-----------------------------------------------------------------------------------------01

1. ÉTICA MODERNA E ÉTICA NA SAÚDE........................................................................02


1.1.A Ética
Moderna......................................................................................................03

2. ÉTICA NA
SAÚDE..............................................................................................................04

2.1. Ética no Serviço


Público.........................................................................................05

5. ENTRE EQUIPAS E
PROFISSIONAIS..............................................................................04

6. RELAÇÃO COM OS MEIOS DE


COMUNICAÇÃO.........................................................05

CONCLUSÃO--------------------------------------------------------------------------------------------13

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS---------------------------------------------------------------
14
INTRODUÇÃO

A Administração Pública é um conjunto composto por órgãos, entes e agentes. Este conjunto
tem a responsabilidade de atender as necessidades e interesses da população, primando pelo
atendimento dos princípios da moralidade, legalidade, impessoalidade, eficiência e
publicidade (BRASIL, 1988). Como menciona Vázques (2005), a questão ética é um dos
fatores imprescindíveis para a convivência humana e por isso diversos autores tentam definir
o que vem a ser ética e como ela interfere em uma sociedade. Para Chauí (2004) a ética
estuda uma forma de comportamento humano que os homens julgam valioso e, além disto,
obrigatório e inescapável, todo ser ético é sujeito moral.

Aos servidores públicos são atribuídos direitos e deveres, e é através destes que devem
exercer suas atividades profissionais. Para Tenório e Saraiva (2007) compete à administração
pública gerenciar e primar pelos bens públicos, já que pertencem a coletividade, sendo os
agentes públicos designados para exercer suas atividades de forma a zelar pelo bem público,
para que no futuro não ocorram erros que possam prejudicar a sociedade. Dentre os vários
temas que abordam a Administração Pública, destaca-se a Ética na Administração Pública.

A ética e os princípios morais normatizam o padrão do comportamento de servidores


públicos, servindo de diretriz para a conduta profissional e social. Logo, a administração
pública deve priorizar a divulgação e o cumprimento do código de ética pelos servidores
(FERREL; FRAEDRICH; FERREL, 2001).

Dessa forma, a ética no serviço público tem como objetivo estabelecer, orientar e executar o
processo de relação entre o servidor (administração) e os usuários deste serviço. Com esses
valores intrínsecos, enraizados na cultura de prestação de serviços, a ética na administração
pública cumpre o papel de norteadora das atividades dos servidores, tendo como principal
resultado o atendimento eficiente e eficaz.

Na prática, a ética foi analisada sob três aspectos: a relação profissional paciente, o
relacionamento dos profissionais entre si e com a sociedade. Muitos profissionais em várias
especialidades das ciências da saúde, têm condutas inapropriadas quanto à ética e a moral. Há
casos frequentes de mentira sobre os efeitos fisiológicos e benefícios terapêuticos, conduzindo
os pacientes que são leigos, a realizarem tratamentos ou pacotes terapêuticos, desnecessários,
indevidos ou mesmo iatrogênicos. (CBEXS, 2019).

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1. ÉTICA MODERNA E ÉTICA NA SAÚDE

O desejo e a exigência da sociedade brasileira se observam na manifestação do pensamento de


Elizete Passos, aonde é possível perceber que a sociedade vive uma redescoberta da ética. Há
exigência de valores morais em todas as instâncias sociais, sejam elas científicas políticas ou
econômicas.

Certamente essa situação não se dá por acaso; basta


observarmos que ela surge no mesmo momento em que a
sociedade passa por uma grave crise de valores,
identificada pelo senso comum como falta de decoro, de
respeito pelos outros e de limites e, pelos estudiosos, como
dificuldades de os indivíduos internalizarem normas morais,
respeito às leis e regras sociais (PASSOS, 2010, p.15).

Essas mudanças são anseio da sociedade como um todo, sendo assim, justifica-se o estudo
proposto pela necessidade que há em conscientizar os administradores públicos sobre a
importância da prática da ética e da moral na administração para que tenhamos profissionais
conscientes e prontos para desenvolver as mais diversas e importantes atividades relacionadas
ao serviço público.

Deve-se demonstrar ao servidor público que é seu dever, pautado em princípios éticos e
morais, ser um agente de mudança de paradigma, e que tanto o serviço quanto o servidor
público devem serem vistos como fator de desenvolvimento. Essas mudanças são
preocupações comuns aos brasileiros, como se observa também nas palavras de Ives Gandra
Martins Filho:

É comum a preocupação atual pela defesa de padrões


éticos na atividade política, administração pública, prestação
jurisdicional e gestão negocial, diante de tantos escândalos
que vêm à tona e mostram uma moral de fachada e uma
conduta corrupta e corruptora em todos os níveis sociais
(MARTINS FILHO, 2010, p. 03).

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1.1. A Ética Moderna

A ética moderna traz a tona o conceito de que os seres humanos sempre devem ser o fim de
uma ação e nunca um meio parar alcançar determinado interesse, pois o homem é visto no
centro e tudo está ao seu serviço. Essa é uma ideia defendida por Kant, um dos principais
filósofos da modernidade, que acreditava na ideia de o que o homem é um ser egoísta,
destrutivo, ambicioso, cruel e agressivo (GREIK, 2002).

As crises históricas determinam as mudanças históricas que acontecem e mudam a realidade


da sociedade de forma radicalmente. É uma questão bastante relevante para filosofia, visto
que o desenvolvimento da história e as suas crises cabem a filosofia, ela não pode ficar
estática a situações vividas pelo homem moderno. A função da filosofia é elucidar o homem
em seu ser total (MATOS, 1992).

O problema se faz presente, sobretudo, no pensamento europeu, ainda por uma oposição que
vem desde Kant, com um enorme empecilho a qualquer ontologia. Não se faz mais uma teoria
do mundo. A filosofia virou apenas uma teoria do nosso conhecimento do mundo. Enquanto
não suplantarmos a dicotomia entre ser humano e mundo, entre sujeito e objeto, entre teoria e
realidade, que é a legado deixado pela modernidade, ainda majoritária no pensamento atual,
nós não teremos saídas. Teremos saídas, no máximo que não são capazes de dizer o que
devemos fazer frente às questões que cada um deve enfrentar. A questão fundamental da
filosofia hoje é voltar a ser uma teoria da realidade, é voltar a falar do legítimo. A partir dos
valores, em primeiro lugar, ontológicos, pode-se perguntar o que a realidade pode dizer
enquanto exigência ética (OLIVEIRA, 2004).

A modernidade, desde suas origens, desenvolveu-se lutando pela


busca da emancipação do sujeito em nome da ciência, rejeitando
toda a herança judaico-cristã, o dualismo cristão e as teorias do
direito natural que haviam provocado o nascimento das
Declarações dos Direitos do Homem e do Cidadão (ROESLER,
2012).

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Da superação da fé e do sagrado para a certeza das ciências, de submissão ao dogma à razão.
No propósito renascentista ressurgia imponente a razão como referência única do saber. Neste
novo paradigma, o conhecimento somente tem sentido se provado, se aprovado pela ciência
com seus métodos, ritos e instâncias de validação. Com a modernidade, a única resposta para
o homem está condicionada ao discurso científico (TOURAINE, 1994).

A profundeza da crise que a modernidade causou ao propor novos referenciais e novos


paradigmas de fundamento para a humanidade baseados na adoração da ciência. O desafio
posto é de retirar o mais sagrado construto da humanidade que por séculos justificou práticas
políticas e religiosas, arrebanhou multidões, suplantando-o por um conhecimento que é pura
razão (NIETZSCHE, 2002).

As grandes promessas da modernidade, na ânsia de responder às necessidades humanas,


concentram-se nas conquistas da ciência e da tecnologia, impondo um processo crescente de
valoração de todas as coisas, num sentido materializado. Inicialmente na linguagem marxista,
atribuindo valor econômico às coisas pelo tempo de trabalho humano necessário à produção
do bem; posteriormente, esvaziando-se deste sentido, à medida que se fundamentava na
tecnologia e na ciência, em substituição ao trabalho humano, passando a valorar
exclusivamente pela produtividade. (ROUANET, 1993)

Depois de mais de três séculos de discussão sobre o triunfo da razão e o esboroamento das
tradições, agora, o esgotamento da modernidade transforma-se em sentimento de angústia e
desencantamento do mundo (GAUCHET, 2004).

2. ÉTICA NA SAÚDE

Ética é o conjunto de princípios e valores morais que conduzem o comportamento humano


dentro da sociedade. Ter uma conduta ética no trabalho, seguindo padrões e valores, tanto da
sociedade, quanto da própria organização, é essencial para o alcance da excelência
profissional (CBEXS, 2019).

Não basta apenas buscar constante aperfeiçoamento para conquistar credibilidade


profissional, é preciso assumir uma postura ética, pois é através dela que se adquire confiança
e respeito de superiores, colegas de trabalho e demais colaboradores. Por isso, cabe ao
profissional seguir tanto os padrões éticos da sociedade, quanto as normas e regimentos

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internos das organizações para ter a recompensa e ser reconhecido, não só pelo seu trabalho,
mas também por sua conduta exemplar.

A ética é um estudo antigo e que pode ser entendida inicialmente como aquilo que vetoriza
determinada ação, ao ofertar-lhe uma origem e uma destinação específica. Vázquez (1995,
p.12) define a ética como “a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em
sociedade”. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a ética é a reflexão crítica
sobre a moralidade e, apesar de não ser normativa, permite fazer uma reflexão sobre a
consistência e a coerência dos valores que norteiam as ações, buscando-se esclarecer e
questionar essas ações, para que elas tenham significado autêntico nas relações (BRASIL,
1998, p.52).

A ética passa a ter um papel fundamental na Administração Pública, segundo Amoedo (1997,
p.30) “o servidor público sempre vai ser um fiel depositário das esperanças confiadas pelos
contribuintes aos cofres do Estado”. Ao identificar como seu “patrão” a própria sociedade, na
qual acaba se inserindo na condição de contribuinte, o ente público tem que cumprir todos os
seus deveres, formando uma conduta ética impecável.

2.1. Ética no Serviço Público

Com o passar dos anos filósofos se aprofundaram no estudo da ética, como por exemplo,
Confúcio, Aristóteles e Kant (ALECASTRO,1997). Para se chegar a uma conclusão
contemporânea do conceito de ética, que pode ser definida: Ser ético significa refletir sobre as
escolhas a serem feitas, importar-se com os outros, procurar fazer o bem aos semelhantes e
responder por aquilo que se faz. Em contrapartida, ‘ser moral’ significa agir de acordo com os
costumes e observar as normas coletivas (MORAES, 2003, p.45).

A ética no serviço público compreende as atividades de interesse público e que são vinculadas
ao princípio da legalidade e sua responsabilidade é objetiva, isto é, os danos causados pelos
seus agentes são indenizados pelo Estado (HORKHEIMER; ADORNO, 1985). Essa ligação
com o interesse público, obviamente, confere a esse tipo de prestação de serviço imensa
responsabilidade e considerável carga moral.

Para se elucidar a ética no serviço público é necessário entender o conceito de serviço


público, a saber: Serviço público é toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade

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material fruível diretamente pelos administradores, prestados pelo Estado ou por quem lhe
faça as vezes, sob um regime de Direito Público, instituído pelo Estado em favor dos
interesses que houver definido como próprio no sistema normativo (MELLO, 1998, p.433).

Os servidores devem se pautar numa conduta ética de acordo com as normas e regras que a
instituição oferece, para que assim possam obter um programa positivo de gestão ética.
Mesmo que ainda não exista um modelo de gestão ética de abrangência universal de todos os
segmentos e órgãos públicos da União (ENAP, 2007), faz-se necessário a organização ir em
busca de modelos que ajudem na conduta ética de seus entes públicos.

Pode-se inferir, por meio dos discursos que a ética é vislumbrada como parte de exigências ou
necessidade fundamental da experiência humana, bem como, se manifesta em todas as
relações que constituem os processos evolucionários e históricos de cada ser (DEMO, 2005).
Para os profissionais deste estudo, a ética é percebida como marca humana natural,
espontânea e decorrente de uma dinâmica histórica-social, na qual a vida de um ser tem
impacto na vida do outro.

Neste sentido, a ética para os profissionais de saúde, comparece como


referência no cenário das relações humanas, no qual os sujeitos se constituem
como um ser existente formado por uma rede de relações que começa no seio
materno, se amplia na família, no trabalho e em toda dinâmica social que
entende-se as vivências práticas do cotidiano nas quais o homem atua e é por
ela modificado (BERGER e LUCKMAN, 2013).

Percebe-se que, uma vez que há influências mútuas, ocorre um processo de interação contínua
e constante dos indivíduos o que vai moldando a existência de cada um (CAMARGO, 2011,
p.49). Segundo Berger e Luckman (2013, p.169) não somente vivemos no mesmo mundo,
mas participamos cada qual do ser do outro. Inseridos nesta trama de relações cada um de nós
não somente compreende as definições partilhadas, mas somos capazes de defini-las
reciprocamente. Na perspectiva da relação entre o indivÍduo e sua experiência subjetiva da
vida cotidiana entende-se que toda a relação com a ética tem implicações com o real, mas
principalmente consigo mesmo.

Neste sentido, Foucault (2012, p.207) afirma que uma ação não é ética somente em si mesma,
na sua singularidade, ela tem implicações com o lugar que ela se realiza, com o código ao

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qual se refere e certa relação consigo mesmo que fundamenta a constituição de si como
sujeito ético.

No que diz respeito aos profissionais de saúde deste estudo, os discursos apontaram que na
constituição de si como sujeito ético, os preceitos e determinações de certo modo de ser, são
sustentados pelos valores absorvidos dos papéis e atitudes vivenciados pelo primeiro grupo
social que um indivíduo pertence, a família. A história da humanidade demonstra que a
convivência dos seres humanos em coletividade influenciou para se tornarem seres sociais e
políticos (ALENCASTRO, 1997). Desse modo, o ser humano, vai à procura de segurança que
possa garantir sua sobrevivência, organizando-se em grupo, e que acabam cedendo parcelas
do seu individualismo para se beneficiar da união, da divisão do trabalho e da proteção que a
vida comunitária proporciona (DOBB,1981. p. 160).

A ética profissional para Silva (2004, p.72), “é um conjunto de normas de conduta que
deverão ser postas em prática no exercício de qualquer profissão”. Assim, a ética seria uma
solução para os problemas que envolvem o servidor no cumprimento das profissões, fazendo
com que os profissionais respeitem uns aos outros quando no exercício destas.

Conforme Silva (2004, p.72) afirma, a ética profissional estuda e regulariza o relacionamento
do profissional com aqueles que usufruem do seu trabalho, visando à dignidade humana e a
construção do bem-estar no contexto sociocultural onde exerce sua profissão. Dessa maneira,
quando se refere à ética profissional, está se falando do caráter normativo e até jurídico que
regulamenta as profissões a partir de regulamentos e códigos específicos. Portanto, pode-se
perceber que a ética está em diversas profissões, e uma delas é do Servidor Público.

De acordo com Santos (1997, p.15) a ética profissional é “a reflexão sobre a atividade
produtiva, para dali extrair o conjunto excelente de ações, relativa ao modo de produção”. A
ética está intrínseca à vida humana, sua influência se mostra na vida profissional, no qual cada
profissional tem certas responsabilidades individuais e sociais, e que as atividades que são
exercidas influenciam tanto as vidas das pessoas quanto os trabalhos profissionais que são
executados.

A atuação profissional é um assunto discutido devido à importância que se tem quando a


questão é qualidades pessoais ou até mesmo virtudes. Para Aristóteles (1992, p.75) essa ideia
não era nova, ele já analisa, dentre outras, a virtude da honestidade:

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[...] Outras pessoas se excedem no sentido de obter qualquer coisa e de
qualquer fonte – por exemplo - os que fazem negócios sórdidos, os
proxenetas e demais pessoas desse tipo, bem como os usuários, que
emprestam pequenas importâncias a juros altos. O que há de comum entre
elas é obviamente uma ganância sórdida, e todas carregam um aviltante
por causa do ganho – de um pequeno ganho, aliás. Com efeito, aquelas
pessoas que ganham muito em fontes erradas, e cujos ganhos não são
justos – por exemplo, os tiranos quando saqueiam cidades e roubam
templos, não são chamados de avarentos, mas de maus, ímpios e injustos
[...]

Para Alencastro (1997, p. 66) as virtudes profissionais, como a honestidade, a competência, a


lealdade, a responsabilidade, o sigilo, a coragem, a perseverança, a prudência e a
imparcialidade, são virtudes essências que devem constar na lista de profissionais que seguem
uma conduta ética eficaz e necessária para a administração pública. O comportamento ético
está relacionado com as escolhas morais de um indivíduo, isto é, independente das escolhas
feitas o indivíduo saberá ter um comportamento ético que lhe ajude a permanecer dentro do
convívio em sociedade ou na organização (DUBRIN, 2006).

Para Hely Lopes Meirelles administração pública é gerir interesses, segundo a


Lei, a Moral e a Finalidade dos bens entregues à guarda e conservação alheias. Se os bens e
interesses geridos são individuais, realiza-se a administração particular, se são da
coletividade, faz-se a administração pública (MEIRELLES, 2005).

Administração Pública, portanto, é a gestão de bens e interesses qualificados da comunidade


no âmbito federal, estadual ou municipal, segundo os preceitos do direito e da moral, visando
o bem comum (MEIRELLES, 2005, p. 84).

Neste sentido fica claro que a administração pública vai além do que pode ser considerado
justo ou injusto, pois administrar o bem público é distinguir o que é bom para todos,
procurando atingir um fim superior a qualquer interesse individual.

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O dever da administração pública pauta-se no interesse coletivo em observância aos
princípios administrativos e principalmente no que diz respeito a ética e a moral. A ausência
destes pressupostos gera nulidade dos atos administrativos.

A ética na administração pública é uma extensão da Ética que se preocupa com os mais
diversos problemas encontrados na sociedade brasileira. A atividade pública deve ser
conduzida com muita seriedade, porque desfazer a imagem negativa do servidor público, é
tarefa das mais difíceis e complexas. (LOPES,1993).

É oportuno dizer que para Celso Antônio Bandeira de Mello, os servidores públicos são
agentes públicos, servem ao Poder Público como instrumentos expressivos de sua vontade ou
ação, ainda quando o façam apenas ocasionalmente. Quem quer que desempenhe funções
estatais, enquanto as exercita é um agente público (MELLO, 2005).

O Servidor Público, como se pode depreender da Lei Maior, é a designação


genérica para todos aqueles que mantêm vínculos de trabalho profissional com
as entidades governamentais, da União, Estados, Distrito Federal, Municípios,
respectivas autarquias e fundações de Direito Público. Em suma: são os que
entretêm com o Estado e com as pessoas de Direito Público da Administração
indireta relação de trabalho de natureza profissional e caráter não eventual sob
vínculo de dependência (MELLO, 2005, p. 226-231).

Na área da saúde, ela pode ser entendida como o conjunto de normas e regras morais de uma
pessoa. E isso deve ser posto à avaliação de seus méritos, riscos e preocupações sociais, nas
atividades de promoção do bem-estar de todos os pacientes. (IDE – instituto de
desenvolvimento educacional).

Atualmente, conhecer e aplicar a ética na saúde é de extrema importância, uma vez em que o
trabalho humanizado, nos mais diversos campos, é amplamente discutido e disposta para
sociedade. Enquanto o paciente antigo aceitava todas as orientações sem reclamar, o paciente
de hoje exige mais do profissional de sáude. (IDE – instituto de desenvolvimento educacional,
2006).

É primordial, respeitar as necessidades de cada individuo, conquistando sua confiança de


forma mais natural e gradual. Apesar de já ter um progresso nesse aspecto, existem ainda

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diversas dificuldades que devem ser superadas. Assim pode-se garantir uma ética eficiente e
colocar na sua pratica pelos profissionais, até mesmo para uma atuação mais bemsucedida em
uma equipe multidisciplinar. (IDE – instituto de desenvolvimento educacional, 2006).

A incitação começa na formação acadêmica, que mostra a relevância de uma abordagem com
caráter mais humanizado. Os cargos de alto escalão, desde os hospitais, até aos postos de
saúde precisam mudar para o atendimento humanizado, de forma a estimular a atuação
abrangente dos profissionais. (IDE – instituto de desenvolvimento educacional, 2006).

O que pode preservar a ética na saúde é ter um bom relacionamento entre todos que fazem
parte da equipe. Embora isso pareça simples em um primeiro momento, os desafios do dia a
dia e a própria rotina podem tornar essa tarefa mais trabalhosa. (IDE – instituto de
desenvolvimento educacional, 2006).

É fundamental nunca deixar de acreditar nos integrantes da equipe e reconhecer sempre que é
possível o trabalho de todos. Quando houver engano, é fundamental que ele seja discutido e
procurar soluções juntos antes de faltar com a conduta moral perante os pacientes.

Outro ponto a ser debatido, diz respeito a manter sigilo dos pacientes. O sigilo
é um dos princípios éticos obrigatório — mesmo que qualquer declaração seja
com a melhor das intenções. (IDE – instituto de desenvolvimento educacional,
2006).

É extremamente importante ter muito cuidado para não divulgar quaisquer informações que
tenham origem nas consultas.

Devem-se manter em sigilo todas as informações clínicas ou que sejam provenientes de


estudos compartilhados e discutidos pela equipe de profissionais. Valendo a mesma regra para
os dados que tenham sido obtidos em discussões, relatos, prontuários e outros.

Segundo Gostin et al (1993) e Winslade (1995) a privacidade, tanto legal quanto eticamente,
se refere ao direito à intimidade, e também ao limite de acesso de terceiros ao corpo ou mente
de alguém, seja mediante contato físico ou revelação de pensamentos ou sentimentos.

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Especialmente com relação às informações, Gostin, et al (1993) chamam de privacidade
informacional o fato de uma informação a respeito de determinada pessoa conservar-se fora
do alcance dos outros, se não houver autorização para que seja revelada.

Para Styffe (1997), constitui-se no direito do indivíduo determinar quando, como e em que
extensão a informação por ele dada pode ser transmitida ou revelada.

A privacidade das informações sempre foi considerada característica moral obrigatória da


maioria das profissões da área da saúde (LOCH, 2003). Segundo a mesma autora, na
contemporaneidade o segredo profissional adquiriu fundamentação mais rigorosa,
centralizada nas necessidades e direitos dos cidadãos à intimidade, passando a ser entendido
como confidencialidade. Precisa estabelecer uma separação entre o que é profissional e o que
é um sentimento de amizade ou coleguismo.

Ter muito cuidado na relação com o paciente é fundamental e todos os profissionais devem
ser cuidadosos ao fazer aproximações emocionais com o paciente. Devendo utilizar uma
forma de identificação, por exemplo, de instrumentos como o tratamento pelo profissional, do
uso uniforme, de jaleco e até do seu comportamento.

A ética no trabalho perpassa também o fato de saber usar as redes sociais com discrição. As
tecnologias tornaram todas as relações mais ampla e rápda, e podem ser muito bem
aproveitadas.

Para Alencastro (1997, p. 66), as virtudes não podem ser esquecidas pelos servidores, isto é, o
respeito aos segredos das pessoas, dos negócios, das empresas e organizações devem ser
desenvolvidos durante a formação dos futuros profissionais.

Com isso, se um dos princípios for violado, a sociedade poderá sofrer graves danos, pois os
princípios se complementam, e a falta de cumprimento de um destes princípios poderá
acarretar falhas para a coletividade.

Ressalta-se que o “comportamento refere-se ao conjunto de atitudes e reações do indivíduo


em face do meio social” (HOLANDA, 1999, p.169).

Dessa forma, pode-se interpretar que as dinâmicas de interação do trabalhador


no meio organizacional apresentam fatores que buscam influenciar em sua

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produtividade e o bom relacionamento interpessoal dentro da empresa. Outra
ideia que pode-se destacar é que “a compreensão do comportamento individual
inicia-se pela revisão de alguns conceitos, tais como: valores, atitudes,
percepção e aprendizagem” (ROBBINS, 2009, p.2).

O comportamento ético para Cohen (2003) se tornou importante dentro das organizações por
ser um valor substancial da sociedade moderna, e que apesar das falhas existentes advindas do
indivíduo e da organização faz-se necessário mudança para que se tenha ambiente
organizacional regrado de valores morais e éticos aceitos pela sociedade.

O Código impede o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e


influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;

O servidor deve abster-se de qualquer benefício em função do cargo e ainda de utilização de


qualquer meio de fraude em benefício de si ou de outrem (BRASIL, 1994)

Enfim, o servidor deve zelar pela própria conduta e ainda tem o dever de denunciar quando
tiver conhecimento de qualquer ato que desabone a administração pública. A conduta do
servidor é a conduta da administração e em decorrência de seus atos a administração terá um
bom ou mau conceito perante a sociedade. O servidor público deve ser sempre um agente de
confiança e exemplo de conduta perante a sociedade

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CONCLUSÃO

É muito importante que os profissionais estejam aptos a dar soluções aos novos desafios que
se apresentam na atenção à saúde da população. Quando se fala em ética, se está
vislumbrando uma sociedade mais justa, onde a dignidade de todos seja respeitada.

Nos mais diversos espaços de atendimento à saúde, a observância dos princípios éticos na
prática diária dos profissionais propõe que sejam respeitados os valores morais e culturais dos
indivíduos. Para alcançar a responsabilidade estratégica é evidente que há necessidade de
acolher a colaboração dos especialistas nas mais diversas áreas, respeitando a
multidisciplinaridade, promovendo a educação permanente, cujo produto final seja a
humanização da prática médica.

Felizmente existe uma corrente que se percebe através dos manuais de doutrina e ensinam a
compreender a importância da Ética na Administração Pública, ensinam o Brasil a ser ético.
Outrora nos manuais de doutrina, hoje cada vez mais presente no cotidiano das pessoas e dos
administradores dos poderes públicos, começa a ser reconhecido o valor da ética.

Verifica-se que o comportamento ético do servidor é imprescindível além de outras


características que se exige do profissional da área pública. O servidor público deve ser visto
como agente de desenvolvimento na administração.

Para que seja possível multiplicar a conduta ética dos servidores faz-se necessário um
investimento do poder público, no sentido de qualificar melhor este funcionário incumbido da
função da administração. Neste sentido, é fundamental que os gestores públicos adotem
métodos de treinamentos, aplicações de cursos, seminários no sentido de orientar seus
servidores para a importância da prática da ética na administração pública.

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Percebe-se também que a educação é fundamental para o povo, uma nação com conhecimento
será uma nação forte, terá equilíbrio e organização para enfrentar os desvios de condutas do
administrador público bem como de seus agentes. Por fim, a ética na organização pública e o
compromisso ético do servidor público vem sendo aprimorado a passos lentos nos últimos
anos, com a criação de códigos de condutas em diversas esferas da administração.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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reflexao/

https://angolatransparency.blog/qual-e-o-papel-da-etica-na-saude-publica/

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Horkheimer & T. W. Adorno (Orgs.), Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos (G.
A. Almeida, Trad., pp. 19-52). Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Original publicado em 1947)
ALENCASTRO, Mario Sérgio Cunha. A importância da ética na formação de
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Trad. Mário da Gama Kury. 3. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília,1992.

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ética na saúde quais condutas essenciais de um
profissional. disponível em: https://www.faculdadeide.edu.br/blog/etica-na-saudequais-as-
condutas-essenciais-de-um-profissional/ Acesso em NOV 2019 FACULDADE IDE, 2006

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ética na saúde quais condutas essenciais de um
profissional. disponível em: https://www.faculdadeide.edu.br/blog/etica-na-saudequais-as-
condutas-essenciais-de-um-profissional/ Acesso em NOV 2019

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