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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA – LIMEIRA/SP

CIÊNCIAS CONTÁBEIS - 2º SEMESTRE


Prof. Fábio Sciamana
Disciplina: Matemática

ALUNA: MILENA SANTANA MENDES RA: F3104A3

ECONOMIA AMBIENTAL/SUSTENTABILIDADE

A concepção de desenvolvimento sustentável tem diferentes


conotações segundo diversos autores. Para uns, falar de desenvolvimento
sustentável é referir-se, exclusivamente, a uma sustentabilidade ecológica.
Para outros, como a posição oficial dos organismos internacionais, o
desenvolvimento sustentável implica uma sustentabilidade ecológica e social.
Observa-se, ainda, que a sustentabilidade social interessa somente enquanto
gera sustentabilidade ecológica, e não por si mesma. Neste sentido, o conceito
de sustentabilidade social é limitado.

É preciso que seja reconhecida a dinâmica da economia, pois os


sistemas econômicos, por serem sistemas complexos, inseridos, por sua vez,
em sistemas ecológicos e sociais, estão em contínua transformação. Portanto,
a economia carece de uma estrutura conceitual multidisciplinar para que seja
possível a compreensão dessa crise paradigmática vivenciada pelo mundo
moderno.

A fragmentação da economia e a adoção de modelos quantitativos


implicam numa enorme defasagem entre a teoria e a realidade econômica. Isso
é verificado por meio do alto índice de desemprego em todo o mundo,
ocasionado pelo modelo econômico hegemônico do sistema capitalista, que
ignora as variáveis socioambientais e a ética da dimensão do ser humano.

Logo, esse modelo de desenvolvimento hegemônico carece de uma


nova concepção, que seja capaz de reduzir as desigualdades e as
contradições sociais que atingem o mundo. Ou melhor, a ciência econômica
precisa se organizar e se estruturar de acordo com um novo método de análise
da realidade social. Isso em conformidade com uma outra atitude perante os
problemas, visando compreender o mundo complexo e marcado por
contradições dramáticas. Entre estas, o aumento da utilidade do trabalho, que,
resultante da evolução científica e tecnológica, cria expectativas até pouco
tempo absolutamente insuspeitadas por parte dos mais otimistas.

Os estudos de cientistas renomados apontam que a humanidade é


hoje capaz de produzir alimentos, bens de saúde e de educação, habitação e
os bens indispensáveis ao bem-estar social e à dignidade humana. No entanto,
mais de dois terços da humanidade vivem em condições infra-humanas,
morrendo em decorrência de doenças provocadas pela fome.

Esses problemas têm se acentuado no decorrer da chamada nova


ordem econômica hegemônica. As estatísticas da distribuição do rendimento
mostram, por exemplo, os mais ricos em menor número e pobres em maior
número. Essa diferença tem se acentuado nos últimos anos, e a ciência
econômica dominante tem sido legitimadora desse estado de coisas.
Evidencia-se, assim, que a fragilidade do sistema capitalista é ética, pois, na
vigência desse modelo hegemônico, apenas 20% da população mundial tem
direito a inclusão.

Segundo Dowbor “Torna-se muito menos sustentável, igualmente, o


dogma que nos governou durante dois séculos, de que da maximização dos
interesses econômicos individuais resultará o melhor interesse da sociedade”.
Para ele, esta visão utilitarista do homem econômico, que transforma o
egoísmo individual em altruísmo social, e que serviu durante tanto tempo para
sustentar a base hegemônica dos pressupostos capitalistas, “perde sentido
frente ao gigantesco fato de 3,5 bilhões de pessoas que vivem com uma renda
na faixa de 350 dólares por ano, não navegam nem sabem o que é a Internet, e
geram uma situação cada vez mais explosiva.” Ainda conforme Dowbor, são os
interesses sociais melhores para o empresário, e não os interesses
empresariais os melhores para a sociedade. Assim, “É a lógica da reprodução
social que está em questão”.
Portanto, alguns autores recomendam que é necessário adequar a
economia a um novo mundo, onde as variáveis social (socialmente justo) e
ambiental (ambientalmente sustentável) estejam incluídas no âmbito dos
processos de tomada de decisão empresarial e política. Um modelo de
reprodução econômica e social que visa exclusivamente ao lucro, e, portanto,
tudo instrumentaliza com este objetivo, acaba por reduzir tudo ao mercado,
pois, segundo a sua concepção, todos os problemas são resolvidos pelo
mercado.

Entretanto, o mercado não resolve todos os problemas; é um


instrumento de resolução de conflitos, mas não é “neutro”. Resolve os conflitos
de acordo com uma certa lógica, e a da prevalência dos interesses dos mais
poderosos. É preciso rever essa lógica conduzida pelos interesses do mercado,
para que se possa resolver os problemas novos e velhos da economia. Para
tanto, a ciência econômica dominante deve ser reformulada e partir de outras
premissas. A vida não pode ser transformada numa mercadoria. É necessário
retirar do mercado os valores essenciais do homem, a sua dignidade, o seu
direito à vida, o seu direito ao bem-estar.

Vislumbra-se que estes direitos e interesses têm que ser uma


conjugação dos esforços dos homens, diferentemente do que tem sido
praticado até agora. Os atuais debates políticos, econômicos, sociais e
ambientais giram em torno dos problemas inerentes à degradação ambiental e
da exclusão social. Antigamente, debatiam-se questões a respeito de
exploradores e explorados. Os explorados ainda estavam dentro do sistema,
eram considerados; hoje, os excluídos estão fora do sistema, não contam para
nada, são absolutamente marginalizados, não entram nas estatísticas
econômicas.

Segundo Buarque ,no mundo inteiro uma cortina separa os seres


humanos entre os que têm e os que não têm acesso às maravilhas da técnica.
Portanto “no lugar da cortina de ferro que separava países, uma cortina de
ouro separa os ricos e os pobres. Não mais como desigualdade contínua, mas
como um corte, entre os incluídos e os excluídos. No lugar da desigualdade
surge a apartação, um apartheid social.”

Para Buarque ,o subdesenvolvimento deixou de ser um problema da


economia e passou a ser um assunto da ética. Com o surgimento do conceito
de exclusão, a pobreza não é mais um conceito econômico, medido pela renda
das famílias, mas sim ético: no lugar de estratégias de desenvolvimento, a
opção entre incluir ou não incluir as massas excluídas.

Observa-se que a proposta de desenvolvimento sustentável, como


alternativa ao desenvolvimento atual, pretende apontar um novo paradigma,
cuja fundamentação passa pelo crescimento econômico aliado aos princípios
de sustentabilidade econômica, social, ambiental, ecológica, cultural e política.
Ainda que seus pressupostos sejam viáveis, essa proposta é considerada por
muitos como utópica, já que busca a conciliação de interesses contraditórios
sem que a ordem estabelecida no âmbito da economia mundial seja
modificada.

Mesmo assim, não há razão para centrar-se no crescimento


econômico e aguardar o processo mágico do equilíbrio natural, preconizado
pelos liberais. Para Dawbor (1998d), “Da eficiência econômica não decorre
naturalmente a justiça social, ou o respeito ao meio ambiente. Da mesma
forma, tentar centrar tudo na justiça social sem assegurar os recursos
econômicos dos investimentos sociais tem pouco sentido”. O autor prossegue,
afirmando que uma das soluções recomendada é seguir à risca a fórmula
contida nos textos das Nações Unidas, que preconiza o desenvolvimento
economicamente viável, socialmente justo, e sustentável em termos
ambientais. Vale ressaltar que de nada resolveria tratar individualmente cada
integrante dessa trilogia.

Os pressupostos que alicerçam a base da teoria do desenvolvimento


sustentável configuram pequenas modificações sob a lógica econômica do
modelo dominante, ressalvadas as questões de cunho socioambiental, que não
garantem a equidade e a justiça social, no bojo das contradições que
abrangem esse pretenso modelo de desenvolvimento.
Portanto, observa-se o surgimento de um novo paradigma no seio
da economia que nos afeta diretamente, especialmente se abordarmos sob a
ótica do desenvolvimento sustentável, pois este modelo de capitalismo natural
aponta para o estabelecimento de uma economia em que se use cada vez
menos materiais e energia ao produzir produtos cada vez mais eficazes e
acessíveis.

Segundo Paul Hawken e Amory e Hunter Lovins (1999) o mundo


está às vésperas de uma nova revolução industrial que promete transformar
nossas noções fundamentais de comércio e seu papel na configuração do
nosso futuro. Para eles, o capitalismo tradicional jamais soube atribuir valor
monetário ao seu estoque de capital: os recursos do ecossistema que
possibilitam toda a atividade econômica e a própria vida. O capitalismo natural,
ao contrário, contabiliza esses custos adequadamente.

PERGUNTAS : - Por favor para as respostas 1 e 2 mínimo 8 linhas cada. A


resposta 3 não é necessário um número mínimo de linhas.

1 – Se não fizermos absolutamente nada para mudarmos esse quadro,


dentro de mais ou menos uns 15 anos estaremos tendo sérios problemas
climático-ambientais em nossa vida, talvez afetando principalmente
nossos filhos que ainda serão pequenos, ou nós mesmos. Como
podemos mudar isso rapidamente? Quais seriam as principais mudanças
ou alternativas necessárias para essa rápida mudança? Sejamos sinceros
com nós mesmos, estamos fazendo nossa parte hoje?

R: O sistema capitalista atualmente vem degradando cada vez mais a economia


ambiental e social. De um lado, grandes empresas com visão direcionada somente aos
seus lucros financeiros, sem se importar em como sua busca obcecada por nome e poder
no mercado, tem prejudicado a sustentabilidade do ambiente onde habita, e até mesmo
do cenário mundial.
Por outro lado, o egoísmo. Pessoas, que normalmente só conseguem enxergar o
próprio bem-estar, nas melhorias condições de vida. E por tal motivo, também nem
fazem questão de enxergar o mundo ao seu redor, a desigualdade e a brusca divisão
social, a falta de ética e empatia. Coisas que estão muito escassas hoje em dia.
O que nos resta como solução, é nos conscientizar sobre esses agravantes e pôr
em prática métodos sustentáveis, mesmos que pequenos, sempre temos que ter um
começo. Seja em casa, na rua ou no trabalho. Seja com a economia e reutilização de
água, em descarte correto de lixo ou até diminuindo o trânsito de gases e resíduos
poluentes no meio-ambiente. Assim, como de grande importância leis e uma
metodologia rigorosa, para pessoas e empresas que contribuírem para a degradação do
meio-ambiente.
Ainda, levando em consideração a economia social, onde devemos sempre ter a
consciência que todos somos iguais e temos os mesmos direitos. Os “excluídos” devem
ter as mesmas oportunidades dos “incluídos”.

2 – Sabemos que o custo de todo processo ambiental não é barato, exige


mudanças de gestão, normas, licenças, adequações das empresas, e
muitos outros itens. Por ser “economicamente” um processo com muitos
custos, vocês acham que o governo deveria dar algum incentivo a mais
para as empresas implantarem a ISO 14000? Qual (ais) seria (m) em sua
opinião, lembrando que uma empresa exportadora, praticamente
necessita da ISO 14000 para poder vender seus produtos no exterior, pois
lá fora os seus clientes exigem esta certificação.

R: Sim, o Governo deveria dar incentivo às empresas, principalmente, por ser


uma série de normas muito importantes, não deveria ser vista apenas como uma
obrigação, em casos de venda para o exterior. Mesmo que os custos do processo sejam
altos, o sistema da ISO 14000, além de permitir, que uma organização adote ações
positivas para questões ambientais, ações que por acaso ainda chamam atenção no
mercado, por contribuir com a sustentabilidade. Também, proporciona a identificação
precoce de problemas e as perspectivas de melhoria, alcançando padrões melhores de
desempenho e contribuição sustentável/ambiental.
Sendo assim, deveria ser uma obrigação governo fornecer esse incentivo.
Inicialmente, com métodos de ajuda nos custos da implantação da ISO 14000 na
empresa, por exemplo.
3 – Cite ao menos 3 diferenças entre a ISO 14000 e a ISO 14001 ? Explique
pelo menos 01 delas.

R: A serie de normas ISO 14000 apresenta um enfoque estratégico na


organização, implementa a definição e realização dinâmica de uma política ambiental,
identifica, examina e avalia de forma sistemática as mudanças ambientais causadas por
elementos de produtos, serviços ou atividade da organização.
Corresponde a um Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Esta série de normas
apresenta diretrizes para Auditorias Ambientais, Avaliação do Desempenho Ambiental,
Rotulagem Ambiental e Análise do Ciclo de Vida dos Produtos.
E tem por finalidade, equilibrar a proteção ambiental e a prevenção de poluição
com as necessidades sociais e econômicas.
Já a norma ISO 14001 orienta e contribui para a implantação do Sistema de
Gestão Ambiental, sendo assim, a norma mais importante da série ISO 14000.
A ISO 14001 fornece um mecanismo de gestão ambiental responsável, em locais
onde as normas são mínimas ou não existentes. Oferecendo métodos consistentes para
as preocupações ambientais. Oferece também, a certificação pela ISO 14001, qual
permite às empresas identificarem-se com parcerias comerciais e com preocupações
ambientais.
Em resumo, a principal diferença entre a ISO 14000 e a ISO 14001, é
basicamente suas colocações, onde respectivamente, a primeira é uma serie de normas e
a segunda é uma das normas contidas nessa serie, sendo considerada a principal entre as
outras.
REFERÊNCIAS

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