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CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA

DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E EMPREGABILIDADE


PROFESSOR (A): DÉBORA LIMA URCINO FERREIRA
ALUNO (A): DAYANNE RABELO DA SILVA

SUSTENTABILIDADE E QUALIDADE DE VIDA ANALISADAS NO


CONTEXTO CAPITALISTA

BRASÍLIA - DF
12 DE ABRIL DE 2024
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 2
2 DESENVOLVIMENTO.............................................................................................. 3
2.1 Conceitos sobre sustentabilidade............................................................... 3
2.2 Medidas sustentáveis aplicadas às empresas............................................4
2.3 Qualidade de vida....................................................................................... 5
2.4 Qualidade de vida e bem estar no capitalismo........................................... 6
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................... 7
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................ 8
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1 INTRODUÇÃO

Em um sistema baseado totalmente na exploração exacerbada de recursos


naturais e também da classe não dominante da sociedade em busca do crescimento
econômico da classe de dominância, se torna difícil o debate sobre conceitos
humanitários e socioambientais, que visam a preservação e utilização controlada de
recursos juntamente com o tratamento humanizado e justo de todos os cidadãos,
sem distinção de gênero, cor e classe econômica. A sustentabilidade ambiental,
juntamente com o bem estar populacional, serão conceitos verdadeiramente
alcançados somente quando existir o questionamento e a mudança das bases que
regem o desenvolvimento atual que acompanha o globo.
Leva-se em consideração que, enquanto tais ações não acontecem, o
capitalismo continuará a ditar as normas sociais de forma desumana e desfavorável
àqueles que não detêm meios de produção, explorando cada dia mais, destruindo
os ecossistemas e lucrando em detrimento da qualidade de vida do proletário.
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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Conceitos sobre sustentabilidade

As discussões sobre sustentabilidade e a questão ambiental têm ganhado


força nos últimos anos. Sendo considerada uma forma de garantia futura de que
todos os seres terão as condições necessárias para viver, reproduzir e se
desenvolver em comunhão com a natureza, a ideia de aderir a práticas sustentáveis
vem se “consolidando” na sociedade como um todo. “Sustentabilidade é suprir as
necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de
satisfazerem as suas próprias necessidades”, foi o conceito definido pela
Organização das Nações Unidas (ONU), em 1987.
Embora este conceito seja mais atrelado à preservação ambiental, a
sustentabilidade é considerada essencial também para o desenvolvimento
econômico e social das comunidades, das nações e do próprio planeta. Mas, apesar
disso, é perceptível que as preocupações acerca do tema não saem do teórico.
Quando pensamos no sistema de produção capitalista, que rege a sociedade,
quaisquer ideais que não coloquem o lucro exacerbado em predominância é
considerado um mártir para os grandes produtores. Segundo Layrargues (1997), a
questão ambiental só ganhou força quando se apresentou como um grave problema
no meio produtivo, e só então se iniciou a discussão sobre “ecoeficiência” e do que
seria “politicamente correto”.
Mesmo com a utilização exagerada dos recursos naturais já apresentando
suas primeiras consequências para o meio ambiente e também para os seres vivos,
na economia de mercado capitalista, a interação entre o ser humano e a natureza
tende a ser regida pelas relações de produção vigentes na sociedade, não
garantindo nenhum desenvolvimento fundamentado na sustentabilidade social e
ambiental.
Diante disso, pode-se definir a sustentabilidade não como uma falsa garantia
de que as gerações futuras terão acesso ilimitado aos recursos finitos já explorados
pelo sistema capitalista, mas como um princípio de critério normativo para a
reconstrução da ordem econômica, uma condição para a sobrevivência e um
suporte para que a sociedade chegue a um desenvolvimento duradouro, através do
questionamento das próprias bases de produção (LEFF, 2004, p.15).
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2.2 Medidas sustentáveis aplicadas às empresas

Por ser um tema que vem tomando bastante relevância, muitas empresas
estão “adotando” práticas sustentáveis em busca de acompanhar as exigências dos
consumidores, criando assim uma “face sustentável” que promove positivamente a
empresa. Produtoras como a Natura, que realiza o manejo controlado dos recursos
naturais utilizados na produção; a Nestlè, que utiliza de fontes de energia
renováveis para minimizar os níveis de carbono; ou a Unilever, que trabalha com
Planos Anuais de Sustentabilidade; buscam manter seu crescimento comercial sem
realizar mudanças realmente significativas para o meio ambiente.
Há também as corporações que pregam a sustentabilidade, mas sequer
tentam colocar ações sustentáveis em prática. Um exemplo é a Braskem, empresa
petroquímica que apresenta ao público uma Estratégia Global de Desenvolvimento
Sustentável, mas foi a responsável pelo afundamento de quatro bairros residenciais
em Maceió, deixando cerca de 60 mil pessoas desabrigadas por conta da
mineração desenfreada de sal-gema em jazidas localizadas na área urbana de
Alagoas.
Apesar de existir essa movimentação em busca da diminuição do consumo, a
solução não se restringe à descoberta de tecnologias limpas, nem às mudanças
comportamentais, mas é necessário uma reorganização da base civilizacional e da
estrutura política, econômica, social e cultural vigente nas sociedades instituídas
posteriormente à Revolução Industrial e no marco da modernidade capitalista
(LOUREIRO, 2006, p.11).
Segundo Ramos (2024), a sustentabilidade atualmente está em segundo
plano, enquanto as empresas extrativistas não criarem a consciência que não é
possível extrair infinitamente de fontes de recurso finitas, estaremos sempre
caminhando para o fim do planeta como o único viável a vida humana. Nesta
mesma linha de raciocínio, pode-se acentuar que Marx acreditava que apenas um
sistema socialista e comunista proporcionaria o desenvolvimento econômico voltado
à satisfação das necessidades básicas humanas, sem a produção de excedentes e
supérfluos visando unicamente o lucro, o que alteraria positivamente a relação
homem-natureza e diminuiria consideravelmente o uso dos recursos e
ecossistemas.
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2.3 Qualidade de vida

A qualidade de vida carrega uma grande abrangência em seus conceitos,


não tendo especificamente apenas um definitivo. De acordo com a Organização
Mundial da Saúde (OMS), qualidade de vida é “a percepção do indivíduo e de sua
inserção na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive em
relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.
Porém, o alcance da qualidade de vida não depende somente das ações do
indivíduo, como também do contexto cultural e social onde ele vive, tendo relações
com sua renda econômica, acesso à moradia, acesso à educação, entre outros
aspectos. Dentro de um sistema em que o bem-estar é atrelado a bens materiais,
aqueles que detêm a maior parte das riquezas são os mais beneficiados pela
“qualidade de vida plena”. Nesse contexto, é fácil compreender o porquê das
classes mais abastadas da sociedade apresentarem uma alta qualidade de vida,
enquanto as desfavorecidas não.
Considerando o capitalismo como o precursor direto de muitas das
desigualdades econômicas e sociais, é interessante analisar a possibilidade da
implementação de um sistema mais justo, onde a classe trabalhadora poderá
satisfazer suas necessidades básicas e materiais, melhorar a capacidade intelectual
e a estima. Uma sociedade onde as riquezas, a produção de bens e a qualidade de
vida alcançará o coletivo, permitindo que a sociedade viva de forma plena.
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2.4 Qualidade de vida e bem estar no capitalismo

Em um mundo onde o trabalhador é desumanizado e reduzido a uma fonte


de lucro, praticamente não há formas viáveis existentes para o proletário de
alcançar qualidade de vida e bem-estar, visto que seu papel como cidadão para a
classe dominante é somente gerar lucros vendendo sua força de trabalho em troca
de ganhar o mínimo necessário para sobreviver.
Marxs afirmava que “a alienação do trabalhador em seu objeto se expressa
de maneira que quanto mais o trabalhador produz, tanto menos tem para consumir,
que quanto mais valores cria, tanto mais se torna sem valor e sem dignidade, que
quanto melhor formado o seu produto, tanto mais deformado o trabalhador, que
quanto mais civilizado o seu objeto, tanto mais bárbaro o trabalhador, que quanto
mais poderoso o trabalho, tanto mais impotente se torna o trabalhador, que quanto
mais rico de espírito o trabalho, tanto mais o trabalhador se torna pobre de espírito e
servo da natureza.” (apud Fernandes, 1983, p. 152).
É com a exploração e degradação da força de trabalho que a burguesia
prospera e se expande, pondo-se como a única oportunidade de sobrevivência
daqueles que não detêm os meios de produção, dando-lhes apenas como
alternativas “morrer de fome ou morrer trabalhando”.
E, enquanto as empresas criarem estratégias mínimas de melhorias no
ambiente de trabalho apenas para camuflar a exploração e a degradação do
proletário em virtude da expansão da burguesia, a situação em que o trabalhador se
encontra não mudará, onde ele se desgasta mental e psicologicamente para suprir
suas necessidades básicas e nunca alcança uma qualidade de vida adequada.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As questões ambientais que acometem o meio ambiente se mostram cada


vez mais graves e merecedoras de destaque, é necessário que haja uma
mobilização não só dos cidadãos, mas principalmente e em grande escala das
grandes indústrias e propriedades privadas, e além de ações que realmente
impactam positivamente o meio ambiente, ve-se necessário a mudança de
pensamento geral e a queda do sistema econômico baseada em acumulação de
riquezas.
Acompanhando a melhoria nas definições de desenvolvimento sustentável, é
apreciável que haja mobilizações para aumentar os índices de qualidade de vida
para as comunidades menos favorecidas, levado uma maior segurança, acesso a
informação, estabilidade financeira e, principalmente, diminuindo consideravelmente
a necessidade de trabalhar além do normal, sacrificando sua própria saúde - física e
mental - para prover o mínimo para si mesmo e/ou para terceiros dependentes.
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4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALENCAR, Rosa Emília Machado. A degradação do trabalho na sociedade


capitalista: da origem à atualidade. ENPESS, 2019.

ARAÚJO, José Newton Garcia. Qualidade de vida no trabalho: controle e


escondimento do mal-estar do trabalhador. SciElo, 2009. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/S1981-77462009000300011. Acesso em: 11 de abril de
2024.

BATISTA, Pedro César. Marx deixou o mapa para a plena felicidade humana.
Brasil de Fato, 2023. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2023/05/07/.
Acesso em: 11 de abril de 2024.

Comércio em Ação. As 5 empresas mais sustentáveis do mundo e o que


aprender com elas. Comércio em Ação, 2018. Disponível em:
https://comercioemacao.cdlbh.com.br/ Acesso em: 10 de abril de 2024.

FREITAS, Rosana de Carvalho Martinelli. et al. A crítica Marxista ao


desenvolvimento (in)sustentável. R. Katál., Florianópolis, v. 15, n. 1, p. 41-51,
jan./jun. 2012.

JOKURA, Tiago. O que é sustentabilidade? NetZero, 2022. Disponível em:


https://netzero.projetodraft.com/o-que-e-sustentabilidade/. Acesso em: 10 de abril de
2024.

SOUSA, André Chagas; ABDALA, Klaus de Oliveira. Sustentabilidade, do


conceito à análise. Revista Metropolitana de Sustentabilidade (RMS). Centro
Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas. Vol. 10, N° 2, Maio/Ago. 2020.

SOUSA, Letícia Cristina Alves. et al. A Influência Do Capitalismo Na Qualidade


De Vida. In: Anais Simpósio Interdisciplinar em Ambiente e Sociedade. UEG, 2020.
Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SIAS/283605.

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