ASPECTOS ANTROPOLÓGICOS E SOCIOLÓCICOS DA EDUCAÇÃO
SERGIO LUIZ SIMÕES
202101098161 ASPECTOS ANTROPOLÓGICOS E SOCIOLÓCICOS DA EDUCAÇÃO (CEL0466/3732618) 9002 Prática como Componente Curricular (PCC)
Jundiaí – SP 2021 Introdução
Sabe-se que desde o início da civilização, o homem
deparou-se com enormes desafios, muitas questões e problemas surgiam, dificuldades que pela necessidade, principalmente, iam sendo superadas ao longo da sua existência, entretanto, jamais existiu uma solução de fato, que extinguisse de vez os problemas pertinentes a todos os aspectos da existência humana, até porque, em razão da evolução do ser e consequentemente da sua forma de vida e maneira de pensar, impossível seria, a existência de uma solução definitiva.
De se observar portanto, que desde os primórdios da
civilização, até os dias de hoje, as relações e formas de vida das sociedades, continuam sofrendo, basicamente, dos mesmos “males”.
Nesse sentido, pode ser citado como exemplo, um
problema que acarreta prejuízos, transtornos e coloca em risco o meio ambiente e a população jundiaiense, trata-se da microbacia hidrográfica do rio Jundiai-Mirim, que é o principal manancial para abastecimento de água do município de Jundiaí – SP, e que esta situada, não apenas na cidade de Jundiaí, como também nos municípios de Campo Limpo Paulista, e Jarinú. Desenvolvimento
Em razão da localização e a longa extensão do rio
Jundiai-Mirim, observou-se a ocupação irregular do solo, com o desenvolvimento da agricultura se revezando com mata nativa, com indústrias, mineração, chácaras, partes urbanas e alguns tipos de comércio. Por consequência dessa ocupação, foram constatados problemas também com o lixo produzido e sistema de esgoto inadequados.
Esses fatos, atingem diretamente o manancial, pois ali se
faz uso indiscriminado de agrotóxicos e fertilizantes, que depois de usados tem suas embalagens descartadas no entorno, não existe nenhuma aplicação de conhecimento técnico no trabalho, havendo assim, entre outros, excesso no uso da água para irrigação, também já foi constatada a contaminação da água, que afeta a saúde de quem trabalha por lá.
Diante desse quadro, surge a degradação acentuada, a
perda do potencial de biodiversidade, e até o risco de incêndios, sem a mínima conscientização a respeito da importância da bacia.
Nesse processo, a mineração “colabora” gerando impacto
ambiental com a degradação da área e assoreamento dos cursos da água, e, notadamente as indústrias, com o destino final do seu resíduo.
Aliás, no quesito resíduos, constata-se a precariedade
quanto as coletas, por vezes até com ausências, são coletas urbanas, residenciais e agrícola, já foram observados, inclusive, queimas e entêrros desses resíduos.
Dessa forma, todos esses procedimentos, atitudes e
comportamentos, contribuem direta e decisivamente para a contaminação do manancial, e nesse momento é que se nota a falta de conscientização de parte do poder governante, parte do empresariado, e parcela da população.
Já foram realizados levantamentos sobre estes
problemas, todavia, é muito lenta as tomadas de decisões, e ainda mais lento para a efetiva providência. Momento oportuno, para lembrar que Karl Marx não entende que a natureza seja uma fonte ilimitada de matérias-primas ou um recurso gratuito, para ele a natureza gera apenas valor de uso. No livro Manuscritos econômico-filosóficos de 1844, ele diz assim:
“O ser humano vive da natureza. Isto significa que a
natureza é seu corpo, com o qual ele precisa estar em processo contínuo para não morrer. Que a vida física e espiritual do ser humano está associada à natureza não tem outro sentido do que afirmar que a natureza está associada a si mesma, pois o ser humano é parte da natureza”.
Também Kautsky diz:
“O agricultor deve se preocupar não somente com o
capital e a remuneração do capital, mas também com o solo e a renda da terra. Essa, porém, enquanto renda diferencial, depende da riqueza do solo. Tanto mantê-lo em boas condições e, se possível, melhorá-lo, precisa ser a tarefa do agricultor racional moderno, como utilizar seu capital da maneira mais lucrativa possível”.
E mais uma vez Karl Marx, que escreve no livro 3 de O Capital:
“Nem a sociedade, nem uma nação ou nem mesmo todas
as sociedades juntas são proprietárias do globo. São apenas posseiras. E devemos legá-las em melhores condições às gerações futuras”. Conclusão
Por tais razões, é que deveria ser observado, para o
desenvolvimento dessas atividades, de forma sustentável e menos impactantes, a mobilização dos setores responsáveis para:
Manutenção da atividade produtiva viável, com organização das cadeias
produtivas e produtos.
Orientação e Fiscalização.
Intensificação dos programas de educação ambiental
Uso de técnicas para saneamento básico.
Organização da coleta e destino final de resíduos sólidos.
A conscientização a respeito da importância da bacia.
Sendo aplicados tais procedimentos, de maneira
concreta, de forma conclusiva, obviamente, os problemas seriam trazidos e mantidos a níveis mínimos e toleráveis. Referências
Manuscritos econômico-filosóficos - Editora Boitempo - 1ª edição (dez/2004).
A Questão Agrária - Editora Nova Cultural - 1986.
O Capital - Livro 3 - O processo global de produção capitalista (Vol. 5) 11/jun/2008.