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PRINCÍPIOS DA ENTREVISTA

MOTIVACIONAL

Paulo Henrique Nogueira da Fonseca

Disciplina: Educação em Saúde


Prof.a Márcia Christina Caetano Romano
ENTREVISTA MOTIVACIONAL

Estilo de entrevista diretiva, centrada na pessoa,


que visa estimular a mudança do
comportamento, ajudando a explorar e resolver
sua ambivalência.

Técnicas diretivas e não diretivas: psicoterapias


breves, terapia cognitiva, terapia sistêmica,
psicologia social de persuasão, terapia
comportamental e afins.
ENTREVISTA MOTIVACIONAL

O papel do terapeuta é oferecer condições de


encontrar razões para mudança, ao invés de
imposições.

Apesar da confrontação ser um objetivo implícito


da EM, confrontação direta, imediata e persuasão,
são explicitamente evitadas já que estas
geralmente aumentam a resistência e reduzem a
probabilidade de mudança.
DOIS CONCEITOS IMPORTANTES

Ambivalência: não significa a relutância a


fazer algo, mas sim a experiência de um
conflito psicológico para decidir entre dois
caminhos diferentes.
DOIS CONCEITOS IMPORTANTES

Prontidão: para a mudança - conceito de


motivação como um estado de vontade de
mudar; passa por diferentes estágios.
ESTÁGIOS DE MUDANÇA

Pré-contemplação A pessoa ainda não considera a mudança. Ela nem


sequer encara o seu comportamento como um problema.

Contemplação É a entrada para o processo. Ocorre alguma


consciência sobre o problema, mas ao mesmo tempo
rejeita a mudança (ambivalência).

Preparação A pessoa está pronta para mudar e compromissada


com a mudança. Aumenta-se a responsabilidade pela
mudança e elabora-se um plano específico de ação.

Ação A pessoa efetua a mudança e usa a terapia como um


meio de assegurar-se do seu plano, para ganhar auto-
eficácia e finalmente para criar condições externas para
a mudança.
TÉCNICAS DA E.M.
TÉCNICAS DA E.M.

5 princípios básicos

1 - Expressar empatia. (Ex: Terapeuta - Deixa eu ver se


entendi o que você está dizendo...).
2 - Desenvolver discrepância: atual comportamento (por
exemplo, a dependência de droga) e objetivos mais amplos
(por exemplo, ter uma carreira profissional ou manter um
relacionamento estável).
3 - Evitar discussões: ex. terapeuta querer encaixar o
paciente em alguma categoria (esperar que o cliente se
assuma como alcoólatra ou drogado).
OITO ESTRATÉGIAS
OITO ESTRATÉGIAS
TÉCNICAS DA E.M.

Estratégias para lidar com a resistência


a) Reflexão simples: explorar melhor a situação: não é culpa
minha estar fumando se minha esposa me irrita; parece que
para você ter problemas com a esposa faz você buscar
mais o cigarro.
b) Reflexão amplificada: devolver ao usuário o que ele disse
de uma forma amplificada: usuário: eu consigo me controlar;
profissional: então quer dizer que você nunca perde o controle.
c) Reflexão de dois lados: usuário: eu não sou alcoólatra.
Profissional: você então percebe que a bebida te prejudica mas
você não quer ser rotulado.
d) Mudar o foco: o importante aqui não é definir se você é
alcoólatra. Podemos focar nos motivos que o levam a beber.
TÉCNICAS DA E.M.

Estratégias para lidar com a resistência


e) Concordar, mas com alguma mudança: ex.: eu concordo
que estudar é chato às vezes, mas você pretende tirar notas
melhoras.
f) Enfatizar escolha e controle pessoal: assegurar à
pessoa que quem tem a última palavra é ela. – só você pode
mudar seu hábito.
g) Reinterpretar: ex.: usuário: é difícil fazer isso, eu tento
mais nunca consigo. Profissional: eu admiro o fato de você ter
sido persistente, e vejo que está a ponto de conseguir.
h) Paradoxo terapêutico: é como dizer ao cliente “OK
talvez seja melhor mesmo você continuar usando drogas
KIPPING et al., 2015
KIPPING et al., 2015
KIPPING et al., 2015
Você Sabia...
De certo modo, pode-se dizer que a recaída faz parte do processo de
mudança e que, muitas vezes, é até essencial para que a pessoa possa
aprender com a experiência e recomeçar de uma forma mais consciente.
Referências

FIGLIE, N.B.; GUIMARAES, L.P. A Entrevista Motivacional: conversas sobre


mudança. Bol. - Acad. Paul. Psicol., São Paulo , v. 34, n. 87, p. 472-489, dez.
2014 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1415-711X2014000200011&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 22 set. 2020.

JUNGERMAN, F. S.; LARANJEIRA, R. Entrevista motivacional: bases teóricas e


práticas / Motivacional interviewing: theoretical and practical aspects
Fonte: J. bras. psiquiatr; 48(5):197-207, maio 1999.

MILLER, W.R. & ROLLNICK, S. Motivational Interviewing: Preparing people


to change addictive behavior. New York: The Guilford Press, 1991.

RIBEIRO, M.. ENTREVISTA MOTIVACIONAL. Unidade de Pesquisa em Álcool e


Drogas (UNIAD ~ UNIFESP) – s/d; in: https://
www.uniad.org.br/wp-content/uploads/2009/04/Entrevista-Motivacional.pdf

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