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DEPENDÊNCIA QUÍMICA
MODELO TRANSTEÓRICO DA
MUDANÇA
MODELO TRANSTEÓRICO DA MUDANÇA (MTT)
Estudo retrospectivo de ex-fumantes participantes e não participantes de
tratamentos formais
A resposta geral deles foi que dependia do estágio no curso da mudança de que
estávamos falando
Estágios Motivacionais
MODELO TRANSTEÓRICO DA MUDANÇA (MTT)
Pré Contemplação
Indivíduo não considera a possibilidade de mudança do comportamento problema
Ou por desconhecer a existência do problema
Ou por não perceber qualquer possibilidade de resolvê-lo
Ou por agir de forma defensiva em relação a ele
MODELO TRANSTEÓRICO DA MUDANÇA (MTT)
Contemplação
Indivíduo experimenta ambivalência quanto à mudança, mas nem por isso age no
sentido de modificar o comportamento problema
MODELO TRANSTEÓRICO DA MUDANÇA (MTT)
Preparação
Indivíduo encontra-se mais conscientizado do problema e comprometido com a
mudança, mas ainda não começou a agir explicitamente
Fase caracterizada pelo planejamento das ações necessárias para a mudança
MODELO TRANSTEÓRICO DA MUDANÇA (MTT)
Ação
Indivíduo inicia explicitamente a mudança de seu comportamento problema,
adotando novos comportamentos e engajando-se em novos hábitos
MODELO TRANSTEÓRICO DA MUDANÇA (MTT)
Manutenção
Indivíduo tenta sustentar e consolidar essa mudança de hábitos
MODELO TRANSTEÓRICO DA MUDANÇA (MTT)
Recaída
Indivíduo retorna aos níveis prévios apresentados do comportamento problema
MODELO TRANSTEÓRICO DA MUDANÇA (MTT)
Pré-Contemplação
Recaída Contemplação
Manutenção Determinação
Saída permanente
Ação
MODELO TRANSTEÓRICO DA MUDANÇA (MTT)
MTT destacou a necessidade dos clínicos usarem de forma flexível os métodos
adequados ao nível atual de prontidão do cliente para a mudança
RESISTÊNCIA
ORIGENS DA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
“Agora, Buster, vou lhe dizer o que fazer. Eu vou lhe mostrar. Ou você faz o que eu
disser ou dá o fora agora mesmo da propriedade Synanon. Você vai raspar o
bigode, vai participar dos grupos e vai se comportar como um cavalheiro enquanto
morar aqui. Você não gosta daqui? Deus lhe abençoe, vou lhe desejar a mesma sorte
que desejei para outras pessoas como você quando elas partiram e saíram daqui
direto para a cadeia. É assim que funciona em Synanon; você está passando por
uma pequena cirurgia emocional. Se você não gosta da cirurgia, tudo bem, vá e
faça o que tem que fazer. Talvez a gente se encontre de novo depois que você sair
da penitenciária ou depois de uma overdose. ‘Ninguém me diz o que fazer!’.
Ninguém no mundo diz isso, exceto lunáticos como toxicômanos, alcoolistas e El Gatos
bigodudos” (Yablonsky, 1989)
ORIGENS DA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
William R. Miller
Até os anos 80, o tratamento da dependência nos EUA sempre foi
muito autoritário, confrontativo, humilhante, repousando em um
estilo de aconselhamento diretivo
Sorte de não ter ingressado em uma dessas clínicas
Abertura X Defensividade, falas de mudança versus falas de
sustentação, são produtos da relação terapêutica
Aconselhar geralmente evoca defensividade e contra-
argumentação
Confirma a crença de que estas pessoas são difíceis, resitentes e
intratáveis
ORIGENS DA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Stephen Rollnick
“Eu estava trabalhando como auxiliar de enfermagem em um centro
de tratamento para pessoas com problemas com bebida. O centro
tinha uma filosofia forte, bastante intimidante na época para um
jovem de 23 anos. A mensagem era que precisávamos ajudar os
clientes a enfrentar sua negação sobre a gravidade de seu problema,
porque, do contrário, continuariam a mentir para si mesmos e para os
outros sobre seu hábito destrutivo. Não demorou muito para verificar
no caso discussões e na sala de café que eram os clientes
particularmente "resistentes". Um deles foi designado para um grupo
que eu corri para os jovens. Uma noite, depois de dizer praticamente
nada na reunião do grupo, ele saiu e atirou em sua esposa e depois
em frente a seus dois filhos pequenos.”
ORIGENS DA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Stephen Rollnick
“Alguns anos mais tarde, li este artigo (Miller, 1983) sugerindo
que a “negação” poderia ser vista como a expressão de um
relacionamento disfuncional e um relacionamento danificado e
poderia ser transformado em uma direção positiva, usando um
estilo mais colaborativo com os clientes. Eu percebi com algum
choque que a inclinação pessoal e profissional de culpar, julgar
e rotular os outros por serem “resistentes” e “não motivados”
não estava confinada ao campo da dependência. Ele apareceu
em quase todos os cuidados que me deparei. EM forneceu uma
maneira diferente de abordar essas conversas sobre mudança.”
ESTILO DE CONVERSA E REFLEXO DO
ENDIREITAMENTO
Continuum de estilos de conversas de ajuda
Estilo diretivo – estilo de guia – estilo de seguimento
Isso às vezes é rotulado como "negação" ou "resistência" ou "ser opositor", mas não
há nada patológico sobre tais respostas
A DINÂMICA DE CONVERSAS SOBRE MUDANÇA
! Exercício de persuasão
Questões para os iniciantes sentirem o que é o processo de EM:
Por que você gostaria de fazer essa mudança?
Como você pode fazer para ter sucesso?
Quais são as três melhores razões para você fazer isso?
Quão importante é para você fazer essa mudança e por quê?
Então, o que você acha que vai fazer?
A DINÂMICA DE CONVERSAS SOBRE MUDANÇA
Quando um terapeuta utiliza um estilo diretivo e argumenta em favor da mudança
para a pessoa que está ambivalente, isto naturalmente traz a tona os argumentos
opostos da pessoa
As pessoas são mais facilmente persuadidas por aquilo que elas ouvem elas mesmas
dizerem
ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Uma primeira definição da Entrevista Motivacional
A entrevista motivacional é um estilo de conversa colaborativa para fortalecer a
motivação e o comprometimento da pessoa com a mudança.
ESPÍRITO DA ENTREVISTA
MOTIVACIONAL
ESPÍRITO DA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Ensino da EM nos anos 80 era focado em técnicas
Sem o espírito a EM torna-se uma artimanha cínica, um modo de manipular pessoas
a fazerem o que elas não querem fazer
Nova versão do reflexo de endireitamento
Seu propósito na conversa é entender a vida antes de você, para ver o mundo
através dos olhos da pessoa ao invés de impor sua visão
ESPÍRITO DA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Aceitação
Não significa aprovação das ações ou aquiescer ao status quo!
4 elementos extraídos do trabalho de Carl Rogers:
Reconhecimento absoluto
Empatia acurada
Suporte à autonomia
Afirmação
ESPÍRITO DA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Aceitação – Reconhecimento Absoluto
Primeiro, a aceitação envolve valorizar o valor inerente e o potencial de cada ser
humano
Cuidado não possessivo ou consideração positiva incondicional: uma aceitação desse
outro indivíduo como uma pessoa separada, um respeito pelo outro como tendo valor
em seu próprio direito
É uma confiança básica - uma crença de que essa outra pessoa é de alguma forma
fundamentalmente valiosa
O oposto desta atitude é julgamento, colocando condições no valor.
“Eu vou decidir que merece valor e quem não”
ESPÍRITO DA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Aceitação – Empatia Acurada
A aceitação envolve um ativo interesse e esforço em entender a perspectiva do
outro, a ver o mundo através dos olhos dele
Um oficial de liberdade condicional que diz “Você não pode deixar o Estado” não está
literalmente dizendo a verdade, nem um conselheiro que diz a uma pessoa dependente de
álcool “Você não pode beber”. O que eles querem dizer é que certo comportamento é
provável tem consequências negativas, mas a escolha permanece sempre com o indivíduo
ESPÍRITO DA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Aceitação – Afirmação
Por último, aceitação envolve afirmação, para procurar e conhecer as forças e o
esforço das pessoas
O oposto desta postura é procurar o que está errado com as pessoas e tendo
identificado, falar para elas como consertar
ESPÍRITO DA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Aceitação – Resumo
“Honrar o valor absoluto e o potencial de cada pessoa como ser humano, reconhecer
e apoiar a autonomia irrevogável da pessoa para escolher seu próprio caminho,
buscar, através de uma empatia precisa, entender a perspectiva da outra e afirmar
os pontos fortes e esforços da pessoa.”
ESPÍRITO DA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Compaixão
Ser compassivo é deliberadamente promover o bem estar do outro, é dar prioridade
às necessidades dos outros
Resumo de coleta: lembra uma série de itens inter-relacionados à medida que eles se
acumulam servindo de estratégia didática para que o cliente possa organizar suas
ideias
Resumo de link: reflete o que a pessoa disse e a vincula a algo que o terapeuta
lembra de uma conversa anterior
HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO
Resumir
Resumo transicional: usado para finalizar uma tarefa ou sessão, reunindo o que
parece importante ou anunciando uma mudança para algo novo. Inicia sempre com
uma direção.
O que quer se seja ofertado, o cliente sempre é livre para concordar ou não,
guardar ou não, implementar ou não
HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO
Informar - Estratégia EPE (eliciar-prover-eliciar)
Eliciar:
Pedir permissão
Explorar o conhecimento que o cliente tem antes
Averiguar o interesse sobre a informação
Prover:
Priorize
Apresente a informação de forma clara e em doses manejáveis
Uso linguagem que dê suporte à autonomia
Não prescreva a resposta do cliente
Eliciar:
Pergunte a sua interpretação, entendimento ou resposta
HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO
Aconselhar
Assegure que esteja bem estabelecido o engajamento
Use com moderação
Peça permissão
Enfatize a escolha pessoal
Ofereça um menu de opções
4 PROCESSOS NA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
1ª edição dividiu EM em duas fases: construindo a motivação e consolidando
comprometimento
“Por que mudar” e “Como mudar”
3ª edição: processo de tomada de decisão parece ser mais circular que linear
4 processos que se sobrepõem e são recursivos:
Engajamento Planejamento
Foco
Evocação Evocação
Planejamento
Foco
Engajamento
4 PROCESSOS NA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Engajamento
Processo através do qual as duas partes estabelecem uma conexão de ajuda e uma
parceria de trabalho
A EM pode ser usada para promover a integridade, ou seja, para ajudar as pessoas
a esclarecer seus valores fundamentais e considerar como viver em maior consistência
com eles
4 PROCESSOS NA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Engajamento
Fatores fora da conversa imediata podem facilitar ou dificultar:
Serviço em que o praticante trabalha;
O estado emocional do clínico;
As circunstâncias do cliente;
O estado de espírito ao se entrar na sala
4 PROCESSOS NA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Engajamento
Armadilha da avaliação
A preocupação do profissional em atender a demanda de fazer uma anamnese
completa, pode criar uma esfera que deixa o cliente passivo e o profissional ativo
Pode existir a ilusão de que é necessário coletar muita informação antes de estar
habilitado a ajudar
Consequências:
Faz o cliente engajar-se em respostas curtas
Cria a expectativa de uma relação entre especialista e cliente passivo
Cria pouca oportunidade do cliente emitir falas de mudança
4 PROCESSOS NA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Engajamento
Armadilha do especialista
Terapeuta entusiasmado e competente pode dar a impressão de que tem todas as
respostas, conduzindo o cliente a um papel passivo
Não é o terapeuta quem deve estar no controle
A prescrição para "apenas fazer isso" raramente é eficaz por si só, e a consequente
frustração do terapeuta é que "eu digo a eles, digo e lhes digo, e eles ainda não
mudam!"
4 PROCESSOS NA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Engajamento
Armadilha do foco prematuro
O problema básico aqui é de ir para o processo do foco antes do engajamento,
tentando resolver o problema antes de estabelecer uma colaboração de trabalho e
negociar o objetivo comum
Terapeuta quer falar sobre um problema específico, e o cliente está preocupado com
um tópico diferente
O ponto, então, é evitar se concentrar prematuramente em questões que lhe
interessam, mas são menos preocupantes para a pessoa
4 PROCESSOS NA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Engajamento
Armadilha da rotulação
A armadilha de rotulação é basicamente uma forma específica da armadilha de
foco prematuro
“Você tem diabetes”; “O seu alcoolismo”; etc
Como esses rótulos geralmente carregam um estigma na mente do público, não é de
surpreender que pessoas resistam a eles
Pode ser uma luta de poder em que o terapeuta procura afirmar o controle e a
perícia
Também não há motivos de desencorajar o cliente a utilizar seus rótulos
4 PROCESSOS NA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Engajamento
Armadilha da culpa
De quem é a culpa?
Muito energia pode ser desperdiçada neste tipo de conversa
Normalmente, isso pode ser eliminado compreendendo e expressando as
preocupações da pessoa relacionadas a isso
4 PROCESSOS NA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Engajamento
Armadilha da “conversa fiada”
Embora a “conversa fiada” possa ser confortável, provavelmente não será muito útil
além de doses modestas
4 PROCESSOS NA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Engajamento – Questões do terapeuta
Quão confortável está essa pessoa em falar comigo?
Como ajudante estou sendo?
Eu entendo a perspectiva e as preocupações dessa pessoa?
Quão confortável me sinto nessa conversa?
Isso parece uma parceria colaborativa?
4 PROCESSOS NA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Foco
O engajamento produz um campo seguro para o estabelecimento do foco
Habilidade: atenção aos verbos como poder, conseguir, estar em condições de, ou na
forma hipotética “poderia”
"Se você realmente decidir que quer perder peso, como você pode fazer isso?"
"O que você acha que pode ser capaz de mudar?"
4 PROCESSOS NA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Evocação – Perguntas evocativas
Razões: explorar relações causais
"Quais poderiam ser as boas coisas em parar de beber?"
“O que valeria a pena se você parasse de beber?”
Olhando para trás: pedir que seja lembrado situações anteriores ao problema ocorrer
“Você se lembra de uma época em que as coisas estavam indo bem para você? O que mudou?“
Valores e discrepância:
A discrepância entre o comportamento atual e um valor pode ser um motivador poderoso para a mudança
4 PROCESSOS NA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Evocação – O que fazer com as falas de mudança e de sustentação
Refletir, afirmar e resumir as falas de mudança, mas não as de sustentação
Se for responder a falas de sustentação:
Reflexão direta
Reflexão amplificada
Reflexão dupla (o uso do “e” e “mas”)
4 PROCESSOS NA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Evocação – Questões do terapeuta
Quais são os motivos da mudança dessa pessoa?
A relutância é mais sobre confiança ou importância da mudança?
Que conversa de mudança estou ouvindo?
Estou dirigindo muito longe ou muito rápido em uma direção específica?
O reflexo de endireitamento me puxa para ser aquele que defende a mudança?
4 PROCESSOS NA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Planejamento
Acontece quando as pessoas alcançam a barreira da prontidão para mudança e
começam a pensar e falar mais sobre “quando” e “como” mudar e menos sobre “se”
e “porquê”
Sinais da prontidão para mudança:
Aumento das falas de mudança
Dar passos em direção a mudança
Diminuição das falas de sustentação
Resolução da ambivalência
Antever o futuro com a mudança
Aumento das perguntas sobre a mudança
4 PROCESSOS NA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
Planejamento
Antecipar desafios e novos obstáculos pode fazer a pessoa repensar os planos e o
comprometimento, sendo, portanto, uma tarefa desta fase
3 cenários possíveis:
O plano é claro
Existem algumas opções para escolher por onde seguir
O caminho à frente é pouco claro