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ECONOMIA

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Economia

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Apresentação
Caro estudante,

Seja bem-vindo à disciplina Economia. Neste material estudaremos conceitos


básicos da microeconomia e da macroeconomia, na perspectiva de consumidores,
gestores e governantes. Primeiramente, trataremos de conceitos relacionados
a agentes econômicos, fatores de produção, problemas da escassez e do sistema
econômico.

Em seguida, abordaremos a microeconomia, por meio de reflexões sobre


oferta, demanda, elasticidade, preço, estrutura de mercado, análise da
competitividade e regulamentação governamental. Após, apresentaremos
a visão sobre a macroeconomia, com temáticas de políticas
macroeconômicas, indicadores econômicos, moeda e inflação. Também
faremos uma análise da conjuntura econômica contemporânea em alguns
exercícios práticos.

É importante salientarmos que este material foi desenvolvido a partir da visão de


conceitos da economia, para que a utilização dessa ciência possa de fato ocorrer
em nossas famílias e empresas, e ao mesmo tempo nos governos e na sociedade
em geral.

Preço, qualidade, impostos, enfim, condições de oferta e demanda são decisões


econômicas que influenciam nosso cotidiano a todo o momento. Temos o desafio
de compreender esses conceitos e poder analisar a formação do mercado, até
mesmo para termos condições de analisar de forma crítica, construtiva e
contributiva as decisões familiares e organizacionais, para que sejam feitas de
maneira consciente.

Além disso, a utilização de conhecimentos científicos em nosso cotidiano –


em instâncias individuais, coletivas, organizacionais e governamentais – é
necessária para alcançarmos um status de país desenvolvido, com indivíduos e
organizações considerados de excelência.

Como referências para estudos, utilizaremos os autores Rosseti (2003), Vasconcellos e


Garcia (2012), Vasconcellos (2002), Mankiw (2001), Montoro Filho (2011), Parkin
(2009), Singer (2010), Oliveira (2011), Spínola e Troster (2011) e Anuatti Neto (2011).
Portanto, caro estudante, pesquise, aprofunde seus estudos, dedique-se de forma
intensa a esta disciplina e ao curso em geral, pois é fato que o conhecimento é a
melhor forma para evoluirmos enquanto pessoas, organização e nação.

Bom estudo!

Objetivo
Possibilitar ao estudante uma visão geral sobre a ciência econômica, contribuir
para a formação de uma visão acadêmica sobre conceitos introdutórios de
economia, microeconomia e macroeconomia, colaborando para a construção de
uma percepção sobre ações, mercados e políticas que influencie as pessoas e as
organizações em um país.

Habilidades e competências
Com preender a organização da atividade produtiva nas perspectivas micro e
macroeconômica e suas influências sobre as demais áreas do conhecimento.
Possibilitar uma visão geral de economia na gestão.
Analisar a importância da área econômica no contexto organizacional brasileiro
Estudar os conceitos, os métodos, as estratégias e os procedimentos da economia.
Avaliar as características econômicas contemporâneas e suas influências nas
organizações brasileiras, bem como as mudanças e informações delas advindas.
Identificar as relações da economia com as atividades de gestão empresarial.

Ementa
Conceitos econômicos: os agentes econômicos, os fatores de produção, o problema
da escassez. Tipos de sistemas econômicos. Noções de microeconomia: oferta,
demanda, elasticidade, preço, estruturas de mercado, análise da competitividade
e regulamentação governamental. Macroeconomia: políticas macroeconômicas,
indicadores econômicos, moeda e inflação. Conjuntura econômica.
Sumário
1. Conceitos Introdutórios de Economia..................................................................................................06
2. O sistema econômico contemporâneo ..........................................17
3. A circulação no sistema econômico ..............................................23
4. Noções básicas de microeconomia ...............................................28
5. Uma análise dos mercados ........................................................ 34
6. Os preços e suas variações ........................................................ 41
7. Demanda, oferta e equilíbrio de mercado ......................................45
8. Exercícios resolvidos sobre demanda, oferta e equilíbrio de mercado ........49
9. As elasticidades e suas aplicações ...............................................54
10. Exercícios de elasticidade ........................................................ 59
11. Os mercados competitivos ........................................................ 63
12. Os agentes econômicos, os fatores de produção e noções de macroeconomia ..... 71
13. A moeda como movimentadora do mercado ....................................76
14. A participação dos juros na economia ...........................................83
15. A renda como influenciadora do desenvolvimento da economia ..............88
16. As contas nacionais ................................................................ 94
17. A determinação da renda ....................................................... 100
18. Uma análise da inflação ......................................................... 107
19. A política fiscal .................................................................. 113
20. A política monetária............................................................. 119
21. A política cambial ............................................................... 126
22. Economia como fomento para o desenvolvimento organizacional .......... 132
23. Análise econômica interna e externa .......................................... 138
Glossário .............................................................................. 146
Referências ........................................................................... 153
Conceitos introdutórios de
1 economia
Objetivo
Conhecer os conceitos básicos de economia.

Em todos os momentos de nossa vida, estamos inseridos em um contexto econômico.


Mesmo naqueles contextos que parecem nada ter a ver com economia, como nos
momentos de lazer com nossa família, diversão com os amigos, trabalho ou estudo.
Talveza ideia de economia surja somente quando poupamos um pouco de nossa renda
ou reclamamos dos preços ou dos impostos que pagamos.

Pretendemos, ao longo desta disciplina, compreender as variáveis que fazem parte


do contexto econômico, não somente com questões cotidianas, mas também técnicas e
científicas analisadas por diferentes ângulos: sob o ponto de vista de indivíduos,
cidadãos, governos e organizações.

Nesta unidade, trataremos dos conceitos básicos de economia, os quais estão


relacionados aos estudos, como:

• senso comum;
• atividade econômica;
• ciência econômica.

Primeiramente, é importante destacarmos que a economia como ciência se


desenvolveu a partir da obra de Adam Smith (1723-1790) intitulada “Riqueza das
Nações”. Essa obra influenciou diretamente a consolidação da economia
como ciência e também contribuiu indiretamente para o desenvolvimento de
estudos para áreas como administração e política.
Portanto, a economia é a ciência social que estuda como as pessoas (como
indivíduos e como sociedade) decidem utilizar seus recursos.

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produtivos escassos na produção de bens e serviços, de forma a fazer a distribuição entre
todos os segmentos da sociedade, com objetivo de satisfazer suas
necessidades (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Por se tratar de uma ciência social, a economia é caracterizada pela ligação entre os
acontecimentos da sociedade e do nosso cotidiano, seja nas esferas pública, privada ou no
terceiro setor e em relação a pessoas físicas e jurídicas. Todos estão envolvidos nesse
processo, de maneira direta ou indireta, de forma passiva ou ativa.

Esse é um ponto a respeito do qual devemos refletir com atenção, pois cada agente
tem participação na economia de uma nação. Uns apresentam maior e
outros menor influência nas decisões econômicas.
Assim ocorre em relação aos impactos sofridos pelas decisões econômicas: alguns
participantes possuem impacto maior, outros menor. Ou
seja, todos os sujeitos atuantes em uma nação estão envolvidos no processo
econômico, e ter consciência desse envolvimento pode trazer comprometimento e ação
mais qualificada dos governos e da sociedade.

Ainda sobre a definição básica de economia, Parkin (2009, p. 2) define economia como
uma ciência social que investiga as “[...] escolhas que as pessoas, as empresas, os governos
e sociedades inteiras fazem à medida que se defrontam com a escassez e com os
incentivos que influenciam e conciliam essas escolhas”. Como dissemos há pouco, a
participação de todos os agentes é comum, mas o modo como eles participam, ou seja,
como realizam suas escolhas, pode impactar positiva ou negativamente na economia
de um país.

Uma questão importante na economia é o atendimento das necessidades humanas que


influenciam diretamente na forma de consumo, e por consequência na utilização
de recursos produtivos, que podem ser renováveis ou não, para atender à
demanda. Mas trataremos desses assuntos nas unidades subsequentes. Neste
momento, nos ateremos aos conceitos introdutórios.

Rizzieri (2011) afirma que o início da fase científica da economia se deu nos
séculos XVIII e XIX, por meio de uma fase de evolução do
conhecimento humano em diferentes áreas. No caso da economia, o foco

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de análise caracterizou-se pela interpretação dos principais fenômenos da atividade
econômica.

Evidentemente, antes da sistematização da ciência econômica, a atividade econômica já


existia entre os homens. Mas foi apenas a partir da evolução ocorrida nas
ciências que a área da ciência econômica pôde ser consolidada. E, com esse
tratamento científico da economia, tornou-se possível fazer análises e projeções com
dados mais confiáveis, resolver problemas e pensar a economia como um todo,
visando à estabilidade e melhores condições de vida aos cidadãos.

Rizzieri (2011) afirma ainda que o economista não precisa dar respostas com
especificidades detalhadas, mas deve conseguir direcionar os princípios de causa e
efeito. Isso já pode ser considerado um avanço. É nesse sentido que tratamos da
importância da área e dos profissionais da economia para toda a sociedade: governos,
organizaçõesepessoas.
Ter dados históricos e poder realizar análises de diversos cenários é a grande
vantagem de pertencer a uma ciência, pois ter informações e conhecimento apropriados
e qualificados para tomar decisões hoje influenciará nossas vidas
no futuro.

Na área de gestão, caro estudante, nós podemos discordar ou concordar com Rizzieri,
mas o fato é que a economia apoia diretamente nossas decisões nas empresas, seja
em questões financeiras, tributárias, tecnológicas, de custos, de mercado
internacional, de produção
etc. Enfim, nossas decisões devem fazer parte de nossa atuação nas organizações, pois
essa contribuição é fundamental para o futuro sucesso das empresas. Portanto,
apesar de estar apenas no início de sua caminhada, pense nisso no decorrer do curso e
em sua vida pessoal e profissional.

Parkin (2009, p. 1) nos traz a ideia de que “[...] todas as questões econômicas surgem
porque queremos mais do que podemos ter”. O autor coloca, ainda, que buscamos um
mundo melhor e uma qualidade de vida, o que nos direciona ao consumo.

Esse consumo para satisfazer necessidades influencia nossas escolhas. Escolhas


estasque podeminfluenciar não apenas aeconomia, mas

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também as esferas social e ambiental. Trata-se de algo que gera cada vez mais
preocupação em todo o planeta, principalmente em nossa história recente, pois:

[...] o que cada um de nós pode ter é limitado pelo tempo, pela nossa renda e pelos preços que temos de pagar. Todos
nós acabamos tendo alguma necessidade insatisfeita. O que podemos obter como uma sociedade é limitado pelos
nossos recursos produtivos [...] (PARKIN, 2009, p. 1)

Ou seja, a escassez, que estudaremos mais adiante, acaba caracterizando- se pela


insuficiência de recursos que temos para atender “nossas necessidades”.
Colocamos entre aspas “nossas necessidades” devido o fato de que pode ser
totalmente subjetiva a definição e classificação do que seria necessidade ou
apenas desejo de consumir algum produto ou serviço. Até mesmo questões como
quantidade e qualidade podem estar envolvidas de acordo com diferentes contextos
sociais e econômicos.
Portanto, nossas escolhas cotidianas podem afetar o andamento da economia. Mas
essa discussão de necessidades e desejos com certeza será tratada em disciplinas com
conteúdo mercadológico.

Mas voltando aos conceitos de economia, vejamos que ela se divide em duas grandes
partes (PARKIN, 2009): microeconomia e macroeconomia.

Enquanto a microeconomia está relacionada aos estudos das escolhas que os


indivíduos e organizações fazem, da forma como essas escolhas interagem nos
mercados e da influência dos governos, a macroeconomia estuda o desempenho das
economias nacional e mundial (PARKIN, 2009). Teremos unidades que tratarão
desses temas com maior profundidade.

Retomando nossa definição inicial de economia, vamos dissertar sobre a economia


sob o ponto de vista do senso comum. O senso comum se caracteriza pelo modo
como as pessoas ou grupos de indivíduos, leigos no assunto, conceituam economia.
Para essas pessoas, o significado
de economia está relacionado ao ato de poupar, de economizar, de o indivíduo ter
uma sobra periódica em sua renda. Para citarmos um exemplo: uma pessoa tem
uma renda fixa de R$1.500,00 e resolve poupar 10% desse valor mensalmente.
Nesse caso, teria uma economia,

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ou poupança, de R$ 150,00 mensais. Do ponto de vista do senso comum, a
economia seria essa reserva mensal de valor, que pode estar ligada à realização de um
sonho (compra de um produto ou serviço).

Porém,tratando-se de atividade econômica, podemos definir isso como o movimento


da economia de fato. Portanto, ela caracteriza-se pelas ações de produzir, distribuir
e consumir produtos e serviços, que são
a riqueza de uma nação. A estrutura desse mercado pode interferir nas decisões e
ações dos sujeitos envolvidos no processo. Por isso, são importantes as discussões
sobre esse processo de produção e consumo, e elas acontecem em todos os
momentos, mas principalmente em períodos de crise. Por exemplo, em
1929/1930, na Grande Depressão
americana, que influenciou também outros países, a discussão era sobre a prática do
liberalismo (Adam Smith) ou a intervenção do Estado na economia (Keynes).

A Depressão americana influenciou uma mudança de pensamento sobre a prática do


liberalismo, não somente nos Estados Unidos, mas também em outros países, como o
Brasil. A partir dessa crise de 1929, os países começaram a adotar práticas
keynesianas, ou seja, o Estado passou a intervir na economia e em políticas sociais
voltadas para atender às demandas da população.

Enfim, a perspectiva da economia como senso comum, atividade econômica ou


ciência nos dá uma dimensão da importância de compreendermos os conceitos e
as práticas dessa área. Assim, é possível realizar análises e tomar decisões mais
assertivas tanto em nossa vida pessoal como organizacional.

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Para sua reflexão
Pense nestes três conceitos básicos de economia,
economia enquanto senso comum, atividade
econômica ou ciência, como eles estão presentes
em nosso cotidiano. Seja em nossa vida pessoal,
profissional ou organizacional. Portanto, qual dos
três conceitos fazem parte de nossa rotina? E como
nós, enquanto não economistas, utilizamos essas
informações em nossa vida?
A resposta a essa reflexão forma parte de sua
aprendizagem e é individual, não precisando ser
comunicada ou enviada aos tutores.

Nas unidades a seguir, trataremos de outros temas de economia que nos auxiliarão a
compreender e refletir sobre a economia e seus impactos na sociedade.

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2 A lei da escassez na economia

Objetivo
Analisar a lei da escassez na concepção econômica.

Nesta unidade estudaremos a lei da escassez na economia, que está relacionada


com a procura e demanda de determinado produto ou serviço, assim como a
capacidade de oferta de um bem. Todo
produto que existir em abundância e que não precisar ser pago pode ser
considerado um produto não escasso. Consequentemente, tudo o que tiver
procura e, a partir disso, um determinado preço, pode ser
considerado escasso. Obviamente, cada produto ou serviço tem seu preço influenciado
por ações domercado.

Nossa relação com a escassez é histórica, desde as guerras por alimentos na IdadeMédia
e a busca, mercantilista ou militar, dos romanos no norte do continente africano e na
Ásia. Citamos isso, rapidamente, para ilustrar que atualmente também existe escassez de
alguns produtos em regiões do
mundo, sendo talvez a do alimento uma das mais sentidas pela população. Entretanto,
estamos falando das questões de oferta. Se fôssemos agregar questões de preço ou tipo
de concorrência de mercado, a análise seria muito mais complexa. Mas veremos isso
nas próximas unidades.

Em qualquer sociedade, os recursos produtivos ou fatores de produção são limitados


(mão de obra, terra, matéria-prima etc.). Por outro lado, as necessidades humanas são
ilimitadas, já que sempre se renovam, devido ao crescimento da população e às
escolhas de estilos de vida. Todavia, independentemente do nível de
desenvolvimento de uma nação, nenhuma tem disponíveis todos os recursos para
atender à demanda
da sua população, conforme Vasconcellos e Garcia (2012). Os autores apontam
ainda que, nesse caso, há um problema de escassez, já que os recursos limitados
contrapõem-se a necessidades humanas ilimitadas.

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Talvez o dilema dos indivíduos e das organizações seja buscar um equilíbrio
entre os recursos produtivos e as necessidades humanas, não apenas com vistas
ao equilíbrio econômico, mas também para o atendimento de demandas sociais e
ambientais, com preocupações relacionadas ao presente e ao futuro das novas
gerações.

Portanto, em função da escassez de recursos produtivos, os indivíduos precisam


escolher entre as opções de produção e distribuição de resultados da atividade
econômica entre os diversos grupos sociais (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).
Esta é a questão central da economia:como alocarrecursos produtivos de maneira a
atenderàs necessidades humanas em um nível mais elevado.

O momento em que as pessoas, empresas e governos puderem parar para se


questionar sobre quais seriam as escolhas mais inteligentes para o
povo e para o planeta pode ser considerado um momento de evolução da humanidade.
Afinal, não podem imperar apenas os objetivos capitalistas nas decisões e formas de
produzir e distribuir riqueza nas nações. É necessário alinhar os objetivos
econômicos,sociais e ambientais.

De qualquer maneira, é importante que haja uma preocupação com os recursos


produtivos. Assim, “pode-se dizer que o objeto de estudo da ciência econômica é a
questãodaescassez,ouseja,como ‘economizar’ recursos” (VASCONCELLOS, 2002, p.
21). Essa vertente da economia se faz necessária para que as decisões econômicas
tenham embasamento na capacidade de produção, principalmente pelo viés da
disponibilidade dos recursos naturais.

Se não houvesse escassez de recursos, ou seja, se todos os bens fossem abundantes (bens livres), não haveria a
necessidade de estudarmos questões como inflação, crescimento econômico, déficit de pagamentos, desemprego,
concentração de renda etc. (VASCONCELLOS, 2002, p. 21)

A consolidação da escassez está de fato caracterizada pela oferta limitada de produtos,


em função da própria limitação de recursos produtivos, como matéria-prima, mão de
obra, tecnologia, logística, capital, espaço físico etc. Essa complexidade da escassez
pode influenciar indicadores econômicos, como os citados anteriormente. Ou seja,
pode afetar os

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objetivos básicos da economia: desenvolvimento econômico, controle da inflação, oferta
de emprego e renda à sociedade.

Vasconcellos (2002) reafirma que a escassez nasce a partir das necessidades


humanas ilimitadas e da restrição na quantidade de recursos para a produção, somadas ao
crescimento da população e à melhoria
do padrão de vida das pessoas. Além disso, nenhum país pode ser considerado
como autossuficiente na disponibilidade de todos os recursos produtivos para
satisfação total das necessidades de sua população.

A impossibilidade de uma nação em atender sua demanda faz com que haja
intensificação no comércio internacional. Sabemos que isso não é recente; desde a
Antiguidade, as pessoas dependem desse comércio para atender suas necessidades de
abastecimentos. Essas reflexões se baseiam na observação de países isoladamente, mas
podemos pensar no planeta como um todo e na sua limitação de oferecer os recursos
necessáriosaos seus habitantes. Rizzieri (2011) trata a lei da escassez como uma restrição
quase física em produzir a maior quantidade possível de produtos e serviços com os
recursos escassos disponíveis no ambiente.

Já podemos concluir que se pudéssemos produzir toda a quantidade necessária


para atender toda a população não teríamos o problema de escassez. Nesse caso, teríamos
todos os recursos disponíveis para a produção, como terra, trabalho e
capital. Caso combinássemos
irracionalmente a produção e as necessidades, não nos preocuparíamos com desperdícios
nem preços, bastaria fazer o pedido por um novo produto ou
serviço e o teríamos disponível sem precisar pagar. Ou seja, tudo seria abundante, e
não escasso (RIZZIERI, 2011).

Ora, se estamos neste ambiente de contradição entre o que temos condições de


produzir e as necessidades de consumo, precisamos encontrar soluções econômicas
para atender toda a demanda existente. Essas soluções passam
pelas decisões de todos os agentes econômicos, sejam os produtores (as
empresas), os consumidores (as famílias), o governo ou as ações da globalização,
para que possamos atender essa demanda por bens de maneira economicamente
viável e socioambientalmente responsável. Trataremos desse assunto nas
próximas unidades.

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Não podemos deixar de salientar que a procura por bens (produtos ou serviços) ocorre
por sua utilidade e capacidade de satisfazer uma necessidade humana. É
algo que parece ser simples, entretanto essa
procura pode causar uma pressão sobre a oferta, o que resultaria em um aumento na
inflação e nos preços, por exemplo.

Como é de senso comum na gestão contemporânea, a produção de um bem somente


ocorrerá para atender à demanda existente no mercado. Isso é quase senso comum:
somente produzimos aquilo para o qual existem consumidores dispostos a comprar
– se por necessidade ou desejo, é uma questão ligada à esfera mercadológica. De
qualquer forma, os bens podem atender às necessidades
humanas de diferentes maneiras e, como veremos a seguir, podem ser classificados em
materiais e imateriais (RIZZIERI, 2011).

Os bens materiais apresentam características físicas como peso, formato, dimensão


etc. São exemplos um carro, um relógio, uma casa. Já os
bens imateriais caracterizam-se por sua abstração e subjetividade, como educação,
segurança, lazer etc.

Rizzieri (2011) afirma que o conceito de necessidade humana pode ser concreto,
neutro e subjetivo. Porém, devemos considerar que a
necessidade humana está alinhada a uma realização social do indivíduo, mesmo sendo a
escolha de um bem econômico.

Como falamos anteriormente, o consumo pode estar voltado para o atendimento


de uma necessidade humana ou apenas de um desejo por um produto ou serviço.
Portanto, essa percepção pode ser totalmente subjetiva nas suas respectivas
escolhas de consumo.

Sobre o contra-argumento na discussão desses problemas, pode-se dizer que as


necessidades se renovam continuamente e precisam de bens
para supri-las e que a criação de novos desejos e necessidades surge com base na
motivação das pessoas em melhorarem seu padrão de vida (RIZZIERI, 2011).
Talvez por isso se trate de uma relação com a
biologia, sobre o que realmente precisamos para viver, e com a psicologia, sobre o que
achamos que precisamos. Ou seja, a diferença entre necessidades e desejos.

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Rizzieri (2011) conclui explicando que o sentido econômico de escassez e
necessidade facilita o entendimento da economia como ciência social e estudo da
organização social para gerir os recursos escassos e satisfazer as necessidades dos
indivíduos, com vistas às escolhas e à competitividade. Por isso a classificação da
economia como ciência social: “[...] nossa incapacidade de satisfazer todas as nossas
necessidades é chamada de escassez. Tanto os pobres quanto os ricos defrontam-se
com a escassez” (PARKIN, 2009, p. 1).

Segundo Parkin (2009, p. 2), “[...] diante da escassez, devemos escolher entre as
alternativas disponíveis”. Esse autor ainda chama a atenção para o fato de que devemos
fazer escolhas tanto individuais quanto coletivas.

A estruturação do mercado deve estar atenta às escolhas feitas pelos indivíduos, pois o
estímulo governamental pode estar voltado para que haja um equilíbrio nessas
escolhas, por meio da oferta e demanda de bens. Afinal, “[...] as escolhas que fazemos
dependem dos incentivos que encontramos. Um incentivo é uma recompensa que
estimula uma ação ou uma penalidade que desestimula outra” (PARKIN, 2009, p.
2).

Estudo complementar
Como estudo complementar, recomendamos a
leitura do trabalho produzido por acadêmicos da
Universidade de Salvador, sobre A Lei da Escassez
e a Economia, divulgado pelo Seminário Estudantil
de Produção Acadêmica, disponível clicando aqui.
Boa leitura!

Caro estudante, encerramos mais uma unidade. Tivemos reflexões acerca da


escassez em relação aos recursos disponíveis para a produção e também sobre as
escolhas dos consumidores por bens. A seguir, trataremos do sistema
econômico.

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O sistema econômico
3 contemporâneo
Objetivo
Identificar os sistemas econômicos contemporâneos mais praticados
pelos países.

Nesta unidade trataremos do sistema econômico contemporâneo. Estudaremos os


sistemas econômicos capitalista, socialista e a visão sobre a convergência entre
ambos.

Começaremos com o seguinte questionamento:

Então“[...] como as sociedades resolvem os problemas econômicos fundamentais:


o que e quanto, como e para quem produzir? A resposta depende da forma de organização
econômica”(VASCONCELLOS, 2002, p. 22).

Rizzieri (2011) trata o problema da organização econômica defendendo que as


limitações dos recursos produtivos e a tecnologia utilizada podem interferir na
estratégia de nações para organizar sua economia, com o objetivo de resolver
problemas de “o que”, “quanto”, “como” e “para quem” produzir de um
modo eficiente e sem desperdícios.

De maneira geral, a organização pode ocorrer de duas formas (RIZZIERI,


2011):

• a primeira se caracteriza por uma produção descentralizada, economia


de mercado tipo ocidental, ou seja, capitalista;
• a segunda tem um modelo centralizado, do tipo cubano ou chinês, portanto
com traços socialistas.

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Já Vasconcellos (2002, p. 22) sustenta que existem duas formas principais de
organização econômica:

• economiademercado(oudescentralizada, dotipocapitalista);
• economia planificada (ou centralizada, do tipo socialista).

No caso de uma economia que se baseia na produção do setor privado, nenhum


agente econômico (indivíduos ou empresas) se preocupa com o bom funcionamento
do sistema, pois cada um se interessa apenas em resolver seus próprios problemas, de
forma isolada. Todavia, cada agente objetiva sua própria sobrevivência no mercado.
Existem riscos e o futuro pode ser incerto, mas o resultado pode ser o lucro, destaca
Rizzieri
(2011). O autor ainda observa que quando todos agem de forma egoísta, no geral os
problemas da sociedade se resolvem de maneira inconsciente.

Os economistas do século XVIII, especialmente Adam Smith, acreditavam que


uma mão invisível, conduzida pelas ações dos indivíduos, poderia contribuir
para o bem-estar da sociedade em geral e também para o bom funcionamento do
sistema econômico (RIZZIERI, 2011). Tudo seria realizado sem a intervenção de
qualquer organismo consciente. Mas ao mesmo tempo defende que não se trata de
um sistema caótico ou anárquico, por conter ordem e coordenação.

Em uma visão baseada no equilíbrio natural do mercado, o princípio é que se o desejo


dos indivíduos influencia na demanda, e a produção se baseia nela, haverá um
equilíbrio entre a oferta e a demanda (RIZZIERI, 2011). Rizzieri defende ainda que a
concorrência poderá resolver os problemas básicos da economia, por meio de
ganhos ao consumidor (preço, quantidade e qualidade) e ao produtor (lucro).

Entretanto, os elementos de uma economia capitalista estão baseados no capital, na


propriedade e no trabalho. Sendo que o capitalismo
se caracteriza por um sistema de organização econômica que tem na
propriedade privada os seus meios de produção de bens e capital
(VASCONCELLOS, 2002; RIZZIERI, 2011). A seguir, estão descritas as variáveis
que compõem o capitalismo.

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• Capital: considera-se capital, em termos econômicos, o conjunto de bens
heterogêneos (máquinas, equipamentos, fábricas, terras, matéria-prima etc.) com
condições de reproduzir bens e serviços. A utilização desse capital de maneira
eficiente contribui para o aumento da produtividade.
• Propriedade privada: o capital é essencialmente de propriedade privada. O
investidor busca retorno sobre o valor investido. Nesse modelo, o capitalismo
se apropria de parte da renda gerada nas atividades econômicas. O capital pode
ser tangível (equipamentos, edificações etc.) ou intangível (patentes, tecnologia,
marca etc.). Também temos operações capitalistas que não estão baseadas na
produção, e sim em negócios que visem a juros, dividendos, lucros, aluguéis e
direitos sobre os bens de capital.
• Divisão do trabalho: a produção em massa é viabilizada a partir da
contribuição individual ou coletiva das pessoas. Por meio da divisão do
trabalho, ou especialização, cada indivíduo, através de suas respectivas
aptidões e recursos, poderá contribuir para o incremento da produtividade,poisa
especialização obtém a máxima vantagem sobre essas características
individuais. Essa divisão por tarefas nas etapas de produção favorece melhor
aproveitamento do tempo e elevada interdependência das funções.
• Moeda: considerada como uma das maiores invenções da humanidade, a
moeda tem uma função importante na economia, como meio de troca, reserva
de valor, unidade de conta e padrão para pagamentos. A moeda, como meio de
troca, facilita os negócios porquetemseupoderde compraaceitoaolongodo
tempo, e também pela praticidade em ser reconhecida, divisível e transportável.
Outro papel fundamental da moeda é a precificação dos produtos e serviços. Em
nossas economias modernas, a simplificação dos preços é construída a
partir das unidades monetárias, como o real, o dólar e o euro.

Já no caso do funcionamento de uma economia centralizada, as resoluções dos


problemas básicos são determinadas pelos órgãos planejadores centrais
(VASCONCELLOS, 2002; RIZZIERI, 2011). Esse planejamento é feito da seguinte
forma:

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• primeiro: faz-se um levantamento das necessidades humanas a serem atendidas;
segundo: faz-se um levantamento dos recursos produtivos
disponíveis para a produção;
• terceiro: de acordo com as disponibilidades, realiza-se uma análise das
necessidades prioritárias e determinam-se as quantidades de cada produto ou
serviço a serem produzidas, as quais são denominadas metas de produção e
consumo.

Nesse modelo, o órgão planejador, o governo, fixa metas a serem cumpridas. Depois,
essas metas são transmitidas aos órgãos intermediários e, na sequência, para as
unidades de produção da atividade econômica. Como esse volume de produção não
visa ao lucro, a expansão ou contração é determinada
pelo próprio governo, e não pelos preços ou pela oferta/demanda. Portanto, as decisões
não
estão baseadas nolucro ouprejuízo daindústria, mas nanecessidade de produção para
atender à demanda da população (VASCONCELLOS, 2002; RIZZIERI, 2011).
Além disso, cada firma recebe umaquota de produção, com recursos proporcionais,
com o objetivo de cumprir o planejamento central. Essa ação impede que se produza
mais do que foi planejado e também garante que se cumpra a produção planejada.
Temos de lembrar também que a orientação na produção se dá por um viés
coletivo e pertencente ao próprio governo.

Vasconcellos (2002) esclarece que o objetivo do governo é eliminar distorções


alocativas e distributivas e ao mesmo tempo promover a melhoria das condições de
vida da população (coletividade). Para tanto, adota as seguintes formas:

• atuação sobre a formação dos preços: impostos, salários, subsídios, câmbio


etc.;
• complemento da iniciativa privada: principalmente em
investimentos em infraestrutura;
• fornecimento de serviços públicos: energia, água, saneamento etc.;
• fornecimento de bens públicos: educação, saúde, segurança etc.

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Uma das características mais marcantes é o fato de a propriedade de produção ser
pública. Rizzieri (2011) afirma que os meios de produção (máquinas, equipamentos,
estrutura física, matéria-prima, tecnologias, recursos naturais, bancos etc.) são
considerados propriedades da população, da coletividade. Entretanto, também existem
alguns meios de produção da propriedade privada, como no caso das pequenas atividades
artesanais e da agricultura familiar ou camponesa, principalmente.

É necessário compreendermos que “[...] os países organizam-se ou dessas duas formas, ou possuem algum sistema
intermediário entre elas” (VASCONCELLOS,
2002, p. 22).

No momento em que fazemos uma aproximação entre os tipos de sistemas


econômicos (VASCONCELLOS, 2002; RIZZIERI, 2011), podemos perceber algumas
distinções, mas também semelhanças. Essas semelhanças estão relacionadas à
possibilidade de combinação dos dois sistemas. É o que podemos chamar atualmente de
convergência entre capitalismo e socialismo. Evidentemente, ao analisarmos
alguns países como Brasil, China, Rússia, França, Inglaterra, Alemanha, Estados
Unidos, Cuba, Venezuela, poderemos perceber características tanto do capitalismo como
do socialismo, em maior ou menor intensidade de um ou de outro. É interessante
percebermos que existe uma tendência em convergir e não apenas afastar na prática os
conceitos da teoria, o que significaria uma tendência maior ao liberalismo de Adam
Smith ou à visão keynesiana. Por exemplo, tivemos uma crise mundial em 1929, época
até então em que se seguiam as orientações econômicas baseadas nas ideias liberalistas de
Adam Smith. Em função dessa crise, as decisões econômicas foram tomadas a partir de
uma visão do keynesianismo, como a intervenção do Estado na economia e uma
maior oferta de serviços públicos à sociedade.

Caros alunos, chegamos ao fim de mais uma unidade de estudos, na qual


procuramos apresentar as características dos sistemas econômicos, entre os quais as
nações escolhem aquele que mais se adéqua ao seu
contexto. Por isso, destacamos a importância de analisarmos cada modelo (capitalista,
socialista ou convergente) em relação à realidade das nações. Evidentemente, essas
escolhas nem sempre são democráticas, por vezes são impostas, talvez até por uma
construção cultural.

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Mas para nós, torna-se prioritário ter uma visão sobre cada realidade,
especialmente para indivíduos ou organizações que estão presentes em mais de
um país ou continente.

Fórum
Caro estudante, dirija-se ao Ambiente Virtual de
Aprendizagem da instituição e participe do nosso
Fórum de discussão. Lá você poderá interagir com
seus colegas e com seu tutor de forma a ampliar,
por meio da interação, a construção do seu
conhecimento. Vamos lá?

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4 A circulação no sistema econômico
Objetivo
Compreender as formas de circulação no contexto do sistema
econômico.

Nesta unidade, estudaremos a circulação no sistema econômico, abordando as suas


formas de fluxo, real, monetária e de renda, os agentes envolvidos nesse processo
(famílias e empresas), os tipos de mercados, bens e serviços, e os fatores de produção.
É importante compreendermos como essas variáveis se relacionam e quais são os
objetivose resultados de cada uma.

Para compreendermos melhor o funcionamento do sistema econômico, podemos


partir do caso de uma economia de mercado que não tenha interferência direta do
governo e do comércio internacional, característica de um mercado fechado
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Da forma posta acima pelos autores, partimos do princípio de que a economia


tenha um mercado restritivo, com nenhuma ou pouca influência do governo ou da
globalização. Algo que atualmente não é comum nas economias mundiais. De
qualquer maneira, vale como exemplo, pois diferentes contextos (países) podem
apresentar diversas formas de sistemas, devido a visões diferentes sobre a
economia, política,populaçãoetc.

Nesse caso, os agentes econômicos são as famílias ou as unidades familiares e as


empresas ou as unidades produtoras. Portanto, as famílias possuem como propriedade
os fatores de produção e os fornecem às unidades de produção (por exemplo, a força
de trabalho). E as empresas inseridas no mercado dos fatores de produção utilizam a
combinação desses fatores para produzirem os bens e serviços, que são fornecidos aos
consumidores no mercado (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Essa participação, tanto das famílias quanto das empresas, contribui para a formação do
mercado, que pode sofrer maior ou menor interferênciado

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governo, dependendo se é conduzido por uma visão capitalista, socialista ou de
convergências. Portanto, é possível encontrarmos nações socialistas com traços
capitalistas e naçõescapitalistas com traços socialistas.

Vasconcellos e Garcia (2012) apresentam dois fluxos que formam o mercado, o


fluxo real (produto) e o fluxo monetário (renda), também chamada de fluxo
nominal. A troca dos fluxos formam o mercado. Esse fluxo está caracterizado pelas
trocas entre as famílias e as empresas.

As famílias e as empresas possuem uma dupla função, pois no mercado de bens e


serviços as famílias são compradoras e as empresas são vendedoras de bens e
serviços. No mercado de fatores de produção as famílias são vendedoras e as empresas
são compradoras( ex. a compra da força de trabalho).

Mercado de bens e serviços

O que e quanto produzir


Demanda de Oferta de
bens e serviços bens e serviços

Famílias Como produzir Empresas

Oferta de Demanada
serviços dos de serviços
fatores de dos fatores
produção de produção
Para quem produzir

Mercado de fatores de produção


Fluxo monetário (bens e serviços dos fatores de produção)
Fluxo real (bens e serviços dos fatores de produção)
Figura 1 – Fluxo circular de renda.
Fonte: Vasconcelos e Garcia (2012).

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De todo modo, em cada um dos mercados, oferta e demanda influenciam a
determinação do preço. Portanto, é no mercado de bens e serviços que são
determinados os preços dos produtos e serviços. Já no
mercado de fatores de produção são determinados os valores monetários de salários,
juros, aluguéis, lucros, royalties etc.

O fluxo circular de renda pode ser denominado também de fluxo básico, por englobar
a relação entre famílias e empresas. O fluxo completo incorpora também o setor
público, com a adição dos impostos e gastos públicos, bem como o setor externo, que
inclui as transações com produtos, serviços e finanças com outros países
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

A análise dos fluxos na economia justifica-se pela necessidade de


percebermos onde é gerada a riqueza de um país e qual o seu destino, ou seja, com
quem está esse desenvolvimento econômico. Todavia, não podemos analisar
apenas o fluxo, mas precisamos nos preocupar
também com os resultados obtidos pela nação, pois pode-se obter como resultado um
equilíbrio ou desequilíbrio econômico exemplificado pela renda (concentração ou
distribuição), pelo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), pela capacidade de
investimento, pelo endividamento, pelos serviços públicos etc.

A partir de agora, trataremos de bens de capital, bens de consumo, bens


intermediários e fatores de produção (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012). Os bens de
capital são utilizados para a produção de outros bens, entretanto não se desgastam
totalmente na produção de fabricação. São comumente classificados como ativo fixo
das organizações e têm como característica colaborar com a melhoria da
produtividade das pessoas na produção. Citam-se como exemplos: máquinas,
equipamentos e instalações.

Os bens de consumo são destinados de forma direta para atender às necessidades


humanas e podem ser classificados como duráveis e não duráveis, em função de sua
respectiva durabilidade. Alguns exemplos: duráveis – refrigeradores, fogões,
automóveis etc.; não duráveis – alimentos, produtos de limpeza etc.

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Os bens intermediários se caracterizam por serem transformados ou
agregados no processo produtivo de outros bens. Esses bens
intermediários são consumidos na produção, por exemplo: insumos, matéria-
prima, componentes etc. A maior diferença está em relação aos bens finais, que são
destinados ao consumo ou utilização final, e aos bens de capital, que são
consumidos no processo de produção.

Os fatores de produção, denominados de recursos de produção da economia, são


formados por recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), terra, capital
e tecnologia.

No Quadro 1, são apresentados os fatores de produção e seus respectivos tipos de


remuneração.

Fator de Produção Tipo de Remuneração


Trabalho Salário
Capital Juro
Terra Aluguel
Tecnologia Royalty
Capacidade empresarial Lucro

Quadro 1 – Fator de produção e tipo de remuneração.


Fonte: Vasconcellos e Garcia (2012).

No quadro, podemos perceber os fatores de produção e sua respectiva remuneração.


Esses diferentes fatores de produção, quando combinados, contribuem para o
desenvolvimento econômico de uma nação. Porém, se desequilibrados, podem
influenciar negativamente um país, como: salários insuficientes para o consumo
das famílias, juros altos que inviabilizam investimentos, lucros exagerados que
inflacionam preços, tecnologias ultrapassadas ou caras, entre outros.

Portanto, as famílias são as detentoras dos fatores de produção. Também se considera


como lucro na economia a remuneração de um fator de produção, que pode ser
representado pela capacidade de gestão do investidor. Nesse caso, as organizações
comercializam seus produtos e/ ou serviços no mercado e obtêm como resultado o
lucro ou o prejuízo,

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que serão pertencentes aos seus proprietários e unidades familiares
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Caro estudante, chegamos ao fim desta unidade. Discutimos sobre os fluxos na


economiaqueinfluenciamdiretamenteodesenvolvimento econômico das famílias,
das empresas e das nações. Vamos à próxima unidade!

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5 Noções básicas de microeconomia

Objetivo
Discutir as noções básicas de microeconomia.

De uma forma sintetizada, as noções básicas de microeconomia que apresentaremos


nesta unidade servirão de início para a compreensão do funcionamento da
economia em focos específicos e internos.

A microeconomia, também chamada de teoria de preços, é o ramo da teoria


econômica que pesquisa o comportamento das famílias e das empresas nos
mercados nos quais atuam (VASCONCELLOS, 2002).

A microeconomia foca sua análise nos consumidores, nas empresas e nos mercados
específicos. Por isso, a preocupação aqui é com a formação dos preços
(VASCONCELLOS,2002).Ospreçosseformamapartirdos mercados:

• mercado de bens e serviços (preços desses bens e serviços);


• mercado dos serviços dos fatores de produção (salários, juros, aluguéis e
lucros).

Não podemos confundir com o foco nas empresas, por não se tratar da gestão, mas
sim do mercado no qual estão inseridas, bem como sua
interação com os consumidores. Isso porque a visão econômica se baseia na visão
global, e não apenas na parte interna da empresa, que é função do gestor
(VASCONCELLOS, 2002).

www.esab.edu.br 28
Os tópicos abordados na análise microeconômica, segundo Vasconcellos (2002), são:

• teoriadademanda(ouprocura):teoria do consumidor(demanda
individual); demanda de mercado;
• teoria da oferta:ofertaindividual:teoria daprodução e teoria dos custos
de produção; oferta de mercado;
• análise das estruturas de mercado: mercados de bens e serviços
– concorrência perfeita, concorrência monopolista, monopólio e oligopólio;
mercado deinsumos efatoresdeprodução –concorrência perfeita,
monopsônio e oligopsônio.

De acordo com Vasconcellos (2002), “[...] a teoria da demanda ou teoria da procura


estuda as diferentes formas que a demanda pode assumir e os fatores que a
influenciam” (VASCONCELLOS, 2002, p. 48). Já a teoria da oferta consiste no estudo
que analisa o processo de produção sob uma perspectiva econômica, enquanto a
teoria dos custos de produção classifica e analisa os custos. Por fim, a teoria da
produção foca nas questões físicas entre o produto e os fatores de produção,
enquantoquea teoria dos custos trata dos preços dos insumos para a produção.

A análise das estruturas e mercados estuda a forma como estão organizados


os mercados, como os preços são definidos e o nível de equilíbrio dos mercados.
Separa-se em análise da estrutura de mercado de bense serviços e análise dos mercados
de fatores de produção (também denominada de demanda derivada, devido à
alteração do mercado de insumos em função do mercado de bens e serviços).

A teoria do equilíbrio geral e do bem-estar investiga a interação entre todos os


mercados simultaneamente e seusimpactos nos agentes.

Oliveira (2011) trata a teoria do consumidor sob o ponto de vista da:

• teoria da utilidade;
• teoria da escolha.

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O autor esclarece que o estudo da teoria do consumidor serve para elaborar e
interpretar pesquisas de mercado, comparar políticas de incentivo ao
consumidoreavaliarossistemaseconômicos.

A teoria da utilidade está baseada em:

• utilidade total e utilidademarginal;


• a curva de demanda individual e o equilíbrio do consumidor;
• o excedente doconsumidor.

Ateoriadautilidadetratajustamentedoreconhecimentodoconsumidor sobre o
produto ou serviço comercializado. Ao mesmo tempo, analisa
a variação da demanda do consumidor, bem como a busca por um equilíbrio
entre oferta e demanda.

A teoria da escolha contém:

• cestas de mercadorias;
• curvas deindiferença;
• propriedades das curvas de indiferença;
• taxa marginal de substituição;
• linha de restrição orçamentária;
• deslocamento da linha de restrição orçamentária;
• equilíbrio do consumidor;
• derivação da curva dademanda;
• demanda individual à demanda de mercado.

Já a teoria da escolha estuda a mensuração do nível de satisfação do consumidor em


decorrência de seu consumo e de seus motivos para comprar um determinado
produto. Montoro Filho (2011) apresenta a teoria elementar do funcionamento
do mercado por meio:

• da teoria elementar dademanda;


• da teoria elementar da oferta;
• do equilíbrio domercado.

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A teoria elementar da demanda não objetiva trabalhar toda a teoria da demanda. Nem
mesmo nós, neste momento, pois teremos uma unidade mais adiante para tratar
com profundidade desse assunto. Isso vale também para a teoria da oferta.

A procura pode ser definida pela disposição de compra individual ou coletiva


por um determinado bem ou serviço, em um período determinado.

É importante salientarmos que a teoria da demanda deriva das opções de escolha dos
consumidores. E essas escolhas entre as opções do mercado são influenciadas por suas
rendas.

Em relação à teoria elementar da oferta, Montoro Filho (2011) a define como a


quantidade de bens ou serviços que as empresas estão dispostas a comercializar em um
período de tempo. Naturalmente, a disposição das empresas em produzir um
determinado produto ou serviço aumenta se os preços praticados no mercado forem
atrativos para elas. E o inverso também ocorre, ou seja, se os preços não forem atrativos, as
organizações têm menos propensão a produzir e/ou comercializar esse bem.

Abuscade qualquereconomiaépeloequilíbrioentreofertaedemanda nomercado, tanto


para estimular a produção de diferentes segmentos econômicos como para atender às
necessidades dos consumidores,
poisodesequilíbrio entreofertaedemanda pode gerardiferentes consequências. Se
a oferta for maior que a procura, teremos uma deflação, ou diminuição no ritmo de
crescimento, e seaprocurafor maior do que a oferta, teremos uma inflação nos preços,
pois, além de não conseguirmos atender a todas as necessidades das pessoas, estaremos
perdendo a oportunidade de crescimento. Isso pode ocorrer pela diferença na
velocidade de adaptação do mercado em relação à mudança de comportamento do
consumidor. Ou seja, se a renda do indivíduo oscila, ele comumente alterará suas
escolhas para mais ou para menos.
Mas para o setor produtivo, diminuir ou acelerar o ritmo de produção é um processo
mais lento.

Spínola eTroster(2011) dizem que as estruturas de mercado são modelos que captam
aspectos de como os mercados se organizam. Cada

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segmento se caracteriza por uma interação entre oferta e demanda. Alguns aspectos
básicos são: tamanho das empresas, diferenciação de produtos ou serviços,
transparência e ética no mercado, objetivos dos empreendedores, possibilidade de
acesso de outras organizações etc. Os autores dividem as estruturas básicas em
três partes:

• estruturas clássicas básicas;


• outras estruturas clássicas;
• modelos marginalistas de oligopólio.

As estruturas básicas são compostas pelo monopólio e pela concorrência perfeita. O


monopólio se caracteriza por ter apenas um produtor/ vendedor, que fixa seu
preço ao produto ou serviço; existe concorrência entre os consumidores para a
compra do produto ou serviço, pois haverá apenas um fornecedor. Já a
concorrência perfeita possui muitos produtores e muitos consumidores, e
nenhum influencia significativamente a formação dos preços; os produtos são
homogêneos; há transparência no mercado, com informações sobre os preços do
produto ou serviço. É importante salientarmos que esse modelo de concorrência
perfeita está fora de nossa realidade econômica, pois esse equilíbrio
mercadológico é inexistente na prática.

Nas outras estruturas clássicas, destacamos:

a. concorrência monopolista: também chamada de concorrência


imperfeita; existe um grande número de empresas; caracteriza-se por
organizações que produzem produtos diferenciados, possuem substitutos
semelhantes; cada empresa pode determinar o preço de seu produto;
b. oligopólio: caracteriza-se pela existência de um pequeno número de
produtores e vendedores, que produzem produtos que podem ter substitutos
próximos entre si; todas as empresas produtoras são importantes, pois
possuem uma fatia considerável do mercado.

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Dentre modelos marginalistas de oligopólio, apresentamos:

a. cartel: formado por empresas produtoras que participam de um mesmo


segmento e combinam os preços de um mesmo produto; objetivam
maximizar os lucros; podem conter cotas entre os participantes;
b. modelo de liderança-preço: as organizações de um mesmo setor
estabelecem um mesmo preço, mas com a liderança de apenas uma empresa; a
empresa líder pode ser a que possui um custo mais baixo; a empresa líder fixa o
preço,oqualéseguidopelasdemaisempresas que compõem o segmento.

Estudo complementar
Para conhecer mais sobre alguns dos principais
conceitos de Microeconomia, entre outros,
acesse o endereço clicando aqui e leia o material
produzido pelo Ministério da Saúde em 2012.
Bons estudos!

Ao fim de mais uma unidade, esperamos ter contribuído, mesmo que de uma
forma introdutória, com algumas concepções sobre a microeconomia. Bons
estudos! E seguimos para a próxima unidade.

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6 Uma análise dos mercados
Objetivo
Avaliar as mudanças ocorridas nos mercados e sua influência nas
organizações.

Caro estudante, nesta unidade faremos uma análise dos mercados e sua respectiva
influêncianas organizaçõese na sociedade. Portanto,não poderemos desconsiderar a
interação entre os agentes econômicos na formação do mercado. Não se trata apenas da
participação das famílias e empresas, que já caracteriza uma relação complexa, mas
também da
ação do governo e das influências internacionais, devido ao fenômeno da
globalização. Essa complexidade econômica pode ser considerada como um dos
entraves para o desenvolvimento de uma nação. Por outro lado, decisões assertivas
podem contribuir justamente para o crescimento do país e, principalmente, para a
melhoria das condições de vida da população.

Considerando que um mercado tenha um equilíbrio entre oferta e demanda, ou


seja, uma concorrência perfeita, todos os recursos estariam disponíveis para a
produção de bens e serviços e para o atendimento
às necessidades dos consumidores. Porém, nem todos os segmentos e mercados
apresentam essa configuração. Dessa forma, precisamos analisar os desequilíbrios
existentes na economia. Por isso, a análise dos mercados leva em consideração as
circunstâncias de ineficiências alocativas do sistema de mercado. Afinal, são
necessárias regras e
instrumentos para regulamentar o mercado (ANUATTI NETO, 2011). Essa
regulamentação passa por questões como:

• direitos de propriedade e uso dos recursos de mercado;


• sistema de tributação de direitos e alocação de recursos;
• regulamentação e incentivos;
• regulamentação de serviços de utilidade pública;
• sistema de defesa da concorrência;
• sistema nacional de defesa do consumidor;
• sistema de proteção ao meio ambiente.

www.esab.edu.br 34
A regulamentação do mercado pode contribuir para maior credibilidade econômica de
um país e também para desenvolvê-lo. Quanto mais claras estiverem as regras
mercadológicas, mais irão facilitar tanto as decisões dos investidores e produtores
como as escolhas dos consumidores, e até mesmo o acompanhamento do Estado.

Os mercados fazem um trabalho incrível. As leis da demanda e da oferta nos ajudam a entender o funcionamento dos
mercados. Mas, em algumas situações, um mercado deve ser desenvolvido e instituições devem ser criadas para que o
mercado funcione. (PARKIN, 2009, p. 146)

Parkin (2009) acrescenta ainda que os formatos de mercado podem ser criados e
projetados. As adaptações existentes no mercado facilitam as análises da produção e
do consumo. Por um lado, precisamos seguir as orientações ou regulamentações
atuais do mercado, por outro, há que se ter novas ideias para de fato haver
desenvolvimento econômico com evolução tecnológica nos produtos e processos.

Vasconcellos (2002) argumenta que a microeconomia vem passando por algumas


revoluções nas últimas décadas. Outras abordagens ganham destaque, como:

• teoria dos jogos;


• economia da informação;
• teoria da organização industrial.

A teoria dos jogos objetiva analisar os problemas existentes na interação dos agentes,
que podem estar relacionados aos indivíduos, às empresas ou aos governos. As
interações podem afetar os agentes, de acordo
com as decisões tomadas. Aliás, essas interações não se restringem à economia, e
podem ser utilizadas em outras áreas, como ciência política, sociologia, estratégia
militar etc. No caso da economia, as interações ou discordâncias podem ocorrer em
função da formação dos preços de seus produtos ou insumos no mercado. Esses preços
servem como parâmetros para tomadas de decisões de empresas, influenciando assim
sua estratégia de mercado.

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A economia de informação, ou teoria da informação, está relacionada com a
probabilidade de alguns agentes possuírem mais informações do que os outros.
Portanto, é possível resultar em uma condição diferenciada no mercado, ou seja, um
desequilíbrio nas tomadas de decisões, pois
cada vez mais os problemas de informação se destacam nas análises das transações
econômicas e no desempenho dos mercados. Também são considerados os
problemas de risco moral e de custos da transação,
por exemplo, questões pós-contratuais não atendidas e altos custos. De qualquer
forma, a teoria dos jogos pretende favorecer as decisões dos agentes para a
maximização dos resultados, baseando-se no princípio da racionalidade.

A teoria da organização industrial está baseada na visão de uma estrutura–


conduta–desempenho, na qual se analisam as condições do mercado que possuem
capacidade limitada para atender às demandas dos consumidores por bens e serviços.
Tanto para analisar pelo viés da política da concorrência, identificando elementos do
mercado que prejudicam a concorrência, como para evitar conglomerados, a Teoria
da Organização Industrial é uma das medidas rotineiramente utilizadas para
mensurar o nível de concentração de mercado.

Vasconcellos e Garcia (2012) apresentam os pressupostos básicos da análise


microeconômica:

• a hipótese coeteris paribus;


• papel dos preços relativos;
• objetivos da empresa.

Naanálise de um mercado específico, a microeconomia utiliza a hipótese de que “tudo o


mais permanece constante”, em latim: coeteris paribus. O foco do estudo está em
analisar o papel que a oferta e a demanda exercem no mercado, as outras variáveis
interferem pouco. Portanto, utilizam-se somente as variáveis que influenciam os
agentes econômicos.

Também é analisado o papel dos preços relativos, que se caracterizam por uma
comparação dos preços de um produto em relação aos outros, já que os preços
absolutos seriam dos bens de uma forma isolada.

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Quanto aos objetivos de empresas produtoras de bens e serviços, pode- se fazer uma
análise à luz do princípio da racionalidade, através do qual se busca a maximização
do lucro total e a otimização dos recursos disponíveis. Essa visão se baseia em uma
corrente marginalista que enfatiza os conceitos de média, da receita marginal,
do custo marginal e da produtividade marginal. Ou seja, as organizações, nesse
contexto, se preocupam com o resultado final do processo.

Vasconcellos e Garcia (2012) observam as aplicações da análise econômica, ou


da teoria de preços, e apontam que, para as empresas, essa análise pode suportar
algumas decisões, tais como:

• política de preços daempresa;


• previsões de demanda e faturamento;
• previsões de custos deprodução;
• decisões ótimas de produção;
• avaliação e elaboração de projetos de investimentos;
• política de marketing;
• questões logísticas;
• diferenciação de mercado.

Essa posição colocada pelos autores citados nos leva a refletir sobre as decisões
organizacionais e as possíveis consequências para o mercado. Afinal, é comum em
nossas organizações termos preocupações constantes relacionadas com redução de
custos, atuação no mercado, aumento de receitas e visão estratégica.

Saiba mais
Assista ao vídeo“Carta da Terra: valores e
princípios para um futuro sustentável”(2004), que
contém um conteúdo produzido por pensadores
de todos os continentes, inclusive do Brasil,
sobre questões econômicas, sociais e ambientais.
Ou seja, uma visão do todo sobre as ações dos
indivíduos em nosso planeta. Pense nisso!
Disponível clicando aqui.

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Chegamos ao fim de mais esta unidade. Deixamos como dica final uma análise
estratégica sobre todo o mercado pelo ponto de vista de consumidor e cidadão e,
principalmente, para nós, administradores ou futuros administradores. Buscando
alcançar condições de perceber as mudanças que acontecem e acontecerão no
mercado por meio de um comportamento proativo e não reativo – ou pior, passivo
–, vamos em frente!

www.esab.edu.br 38
Resumo

Caro estudante, durante estas primeiras seis unidades você estudou conceitos
introdutórios da economia: a lei da escassez, o sistema econômico
contemporâneo, a circulação no sistema econômico, as noções básicas de
microeconomia e uma análise dos mercados.

Naprimeira unidade, apresentamos os conceitos introdutórios de economia. Nela


tratamos da economia como senso comum, como atividade econômica e como
ciência, com uma abordagem inicial sobre a evolução da economia, sua divisão em
microeconomia e macroeconomia, bem como suas características básicas.

Em seguida, na segunda unidade, estudamos o conceito de escassez. Vimos que se


caracteriza como uma lei capaz de analisar a relação entre a oferta e a demanda de
um determinado produto ou serviço, em uma contraposição entre os recursos
disponíveisparaaproduçãoeas necessidades dos consumidores.

Na sequência, ao longo da terceira unidade, apresentamos conceitos do sistema


econômico com reflexões sobre os sistemas capitalista, socialista e a convergência de
ambos. Você percebeu que temos variáveis importantes que influenciam uma nação a
adotarumdosmodelosparagerirsua economia.

Na quarta unidade, tivemos uma visão sobre a circulação no sistema econômico,


por meio dos fluxos real, monetário e de renda, que influenciam diretamente as
ações de consumo das famílias e de produção das empresas.

www.esab.edu.br 39
Na quinta unidade, acompanhamos as noções básicas de microeconomia. Aidentificação
da formação de mercados e princípios básicos da oferta e da demanda. Abordamos
também a necessidade de analisar cada variável e o reflexo no mercado para os agentes
produtores e consumidores.

Finalmente, na sexta unidade, percebemos as mudanças ocorridas nos mercados


e suas influências nas organizações. Listamos algumas
regulamentações e adaptações realizadas no mercado para uma operação que satisfaça
os consumidores, os produtores e o desenvolvimento econômico almejado pelo
país.

Esperamos ter contribuído para uma melhor compreensão sobre os aspectos de


economia tratados nestas primeiras seis unidades de estudos.

www.esab.edu.br 40
7 Os preços e suas variações

Objetivo
Verificar as alterações dos preços de produtos.

Nesta unidade, apoiados nas ideias de Parkin (2009) e Rizzieri (2011), faremos
uma análise das alterações dos preços de produtos e suas consequências no
sistemaeconômico.

Na economia, os preços funcionam como sinalizadores da produção e do


consumo, ou seja, indicam até que ponto uma empresa está disposta a produzir
determinado produto ou serviço, em função
de valores e quantidades, e até que limite chega a disponibilidade de compra das
pessoas. Esses fatores podem gerar maior ou menor
procura, maior ou menor oferta. A busca pelo equilíbrio é o desafio de qualquer
nação ou empresa.

Por outro lado, como afirma Parkin (2009), a competitividade em um mercado


com muitos compradores e muitos vendedores influencia diretamente nos preços.
Para Parkin (2009, p. 55), “[...] os produtores oferecem itens para venda somente se o
preço comporta a cobertura do custo de oportunidade. Os consumidores reagem às
variações do custo de oportunidade buscando alternativas mais baratas para itens
mais caros”.Ouseja, osindivíduos reagem aos preços e às forças que o determinam. Por
isso, é essencial compreendermos a relação entre preço e custo de oportunidade.

Ainda segundo Parkin (2009, p. 55), “[...] na vida cotidiana, o preço de um objeto é o
número de unidades monetárias que devem ser dadas em troca desse objeto. Os
economistas chamamesse preço depreçomonetário”.

Rizzieri (2011) defende que os preços não passam de recursos contábeis quefacilitam

o controle da eficiência com que os bens são


processados

www.esab.edu.br 41
e calculados com base na própria eficiência da organização. Já Parkin (2009, p. 55)
afirma que “[...] o custo de oportunidade de uma ação é a alternativa de maior
valor dado ao qual se abre mão”, e que “[...] o
quociente de um preço em relação ao outro é chamado de preço relativo, e um preço
relativo é um custo de oportunidade”. Aqui, é importante destacar que o custo de
oportunidade é medido em termos de outro bem, ou seja, produzir mais de um
bem em detrimento de outro.

A função do preço como fator de viabilidade da produção e distribuição de produtos


evita o racionamento e a necessidade de o governo interferir na forma de produzir
(custos) e na formação do preço de venda (RIZZIERI, 2011).

A teoria da demanda e da oferta, que discutiremos nas próximas unidades, trata


dos preços relativos (PARKIN, 2009). Portanto, quando falarmos de preços,
estaremos nos referindo aos preços relativos, uma vez que quando prevemos
que o preço de um bem diminuirá, não significa que o preço monetário desse
bem será reduzido – mesmo que isso possa ocorrer. Porém, há a possibilidade
de seu preço relativo diminuir em relação ao preço de outros bens e serviços.

Agoraquejádiscutimos umpoucosobreafunçãodopreço,faremos umaanáliseda


influência da demanda e da oferta sobre o preço. Segundo Parkin (2009), se você
procura algo, isso significa que você:

• deseja essa coisa;


• pode pagar por ela;
• planeja comprá-la.
As necessidades podem ser caracterizadas por desejos ou vontades ilimitadas
que os indivíduos possuem por produtos ou serviços. Muitas vezes, nos deparamos
com estas questões cotidianas: “se não fosse muito caro”; “se eu tivesse como
comprar”; “se a parcela coubesse em meu bolso”; “se eu não tivesse dívidas” etc.

Ora, a quantidade demandada é a quantidade que o indivíduo planeja ou tem


necessidade de comprar por um determinado período de tempo.

www.esab.edu.br 42
Por exemplo, se uma pessoa toma um copo de leite por dia, ela demanda sete copos
por semana e 365 copos por ano. Mas essa quantidade demandada pode ser
diferente da quantidade comprada. A quantidade compra da significa que o
indivíduo escolheu comprar essa quantidade, levando em conta diferentes
variáveis na hora da escolha, inclusive o preço. Por isso, normalmente a
quantidade comprada de um bem ou serviço é menor do que a quantidade
demandada.

Mas por que um preço mais alto reduz a quantidade demandada? Parkin (2009) nos
informa que isso acontece por duas razões:
• efeito substituição;
• efeito renda.

No efeito substituição, quando o preço de um produto ou serviço aumenta e


se todos osoutros fatores permanecerem constantes, o seu preço relativo ou custo
de oportunidade também aumentam. Então, mesmo considerando que cada
produto ou serviço é único, em função de seus atributos, ele pode ter um substituto.
Essa substituição é feita pelo consumidor no momento em que o custo de
oportunidade aumenta, ouseja,osconsumidoresdiminuemo consumodesse bem e
aumentam o consumo do bem substituto. Poderíamos citar como exemplo a
substituição da manteiga pela margarina,ou ainda da gasolina pelo etanol.

Já o efeito renda ocorre quando um preço aumenta e todos os outros fatores de


compra continuam constantes. Isso significa que o preço aumenta em relação à
renda dos indivíduos. Portanto, as pessoas não conseguem comprar a mesma
quantidade de um produto ou serviço, ou seja, diminui a quantidade
demandada.

Já em relação à oferta, Parkin (2009) afirma que se uma organização oferta um


produto ou serviço, ela:

• tem os recursos e a tecnologia para produzi-lo;


• pode ter lucro com a produção desse bem ou serviço;
• planeja produzi-lo e vendê-lo.

www.esab.edu.br 43
Os recursos e a tecnologia são os fatores que limitam a produção de um bem ou
serviço. Mas a oferta não se restringe somente a ter os recursos e tecnologias
para produzir os bens e serviços. É preciso que esses bens e serviços produzidos
sejam lucrativos. Mas por que um preço mais alto aumenta a quantidade
ofertada?

Vários fatores influenciam o comportamento do ofertante, e o preço é um deles:


quanto maior o preço, maior será o desejo do ofertante em produzir um
determinado bem ou serviço, pois maior será seu ganho – supondo que os demais
fatores permaneçam constantes.
A quantidade ofertada de um bem ou serviço é a quantidade de produtos ou de
serviços que o produtor planeja ou deseja vender por um determinado período de
tempo.

Precisamos salientar que a quantidade ofertada pode ser diferente da quantidade


vendida. A quantidade ofertada é o volume que a empresa tem capacidade de produzir
ou que já produziu. Já a quantidade vendida depende da escolha da demanda. Por isso,
comumente as organizações trabalham com estoque de produtos para que tenham
segurança de produção e também de atendimento à demanda, considerando que
a demanda deum produto pode ser sazonal ou terpicos deprocura.

Vimos que quando o preço de um bem ou serviço aumenta, a quantidade


demandada desse bem ou serviço diminui e a quantidade oferta da aumenta. Podemos
agora, para concluir a unidade, definir o preço de equilíbrio. O mercado encontra-se
em equilíbrio quando a um determinado preço, a quantidade
ofertada é exatamente igual a quantidade demandada.

Nesta unidade, vimos como as alterações dos preços de produtos podem


influenciar diversos fatores, como a oferta, a demanda e o próprio equilíbrio
econômico. Na próxima unidade, estudaremos mais detalhadamente a teoria da
demanda, da oferta e o ponto de equilíbrio.

www.esab.edu.br 44
Demanda, oferta e equilíbrio de
8 mercado
Objetivo
Refletir sobre a demanda, a oferta e o equilíbrio de mercado como
pilares do desenvolvimento econômico.

Caro estudante, nesta unidade estudaremos mais detalhadamente os conceitos de


demanda, oferta e ponto de equilíbrio de mercado, pois na economia há a necessidade
de uma prática de preços estáveis. Para tanto, a disposição deprodução deve estar em
equilíbrio com a possibilidade de consumo, ou vice-versa.

Neste ponto, o conceito de demanda ou procura pode ser caracterizado como a


quantidade de determinado produto ou serviço que os compradores desejam
adquirir em determinando período de tempo (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).
Assim, o comportamento do consumidor influenciará a produção de bens e serviços,
com a sinalização de intenção de compra.

Aprocuradependedefatoresqueinfluenciamaescolhadoconsumidor, os quais são:


o preço do bem ou serviço, o preço de outros bens,
a renda do consumidor e o gosto ou preferência do indivíduo
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012). Os compradores, por sua vez, podem ser
influenciados por diferentes fatores, mas continuarão demonstrando suas
intenções de consumo.

Para estudarmos a influência isolada dessas variáveis, utiliza-se a hipótese do ceteris


paribus, ou seja, considera-se cada um desses fatores afetando, de forma separada, as
decisões do consumidor (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012). Nesse caso, a demanda é
inversamente proporcional. Ou seja, quanto maior o preço de venda de um produto,
menor a intenção de compra doconsumidor.

www.esab.edu.br 45
A lei geral da demanda está relacionada à quantidade procurada e ao preço
do produto ou serviço (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

A seguir, a Tabela 1 ilustra uma situação de quantidade procurada e o preço do


bem, que pode ser demonstrado por uma escala de procura. Vejamos.

Tabela 1 – Escala de procura.


Alternativas de Preço ($) Quantidade demandada
1,00 11.000
2,00 9.000
3,00 6.000
4,00 4.000
5,00 2.000

Fonte: Elaborada pelo autor (2013).

Com esses conceitos e exemplo, podemos perceber que quanto menor for o preço de
venda, maior será a intenção de compra. Ou seja, o consumidor tende a consumir
mais um produto ou serviço quanto mais o seu preço diminui.

Já o conceito de oferta está relacionado às diferentes quantidades que os produtores


querem ofertar ao mercado em determinado período de
tempo. Da mesma forma que a demanda, a oferta depende de diferentes
variáveis, como o preço, o custo de produção e as metas ou objetivos dos
produtores (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012). Nesse caso, a intenção de
produção do ofertante aumenta à medida que o preço de venda aumenta.

No caso da função oferta, em oposição à situação da demanda, mostra-se


uma correlação direta entre a quantidade ofertada e o nível de preços, ceteris
paribus. Por isso, é chamada de lei geral da oferta (VASCONCELLOS; GARCIA,
2012).

A seguir, a Tabela 2 apresenta a escala da oferta, para mostrar a relação entre preços e
quantidades ofertadas pelos produtores.

www.esab.edu.br 46
Tabela 2 – Escala da oferta
Preço ($) Quantidade ofertada
1,00 2.000
2,00 4.000
3,00 6.000
4,00 9.000
5,00 11.000

Fonte: Elaborada pelo autor (2013).

Para que haja equilíbrio no mercado, é necessário que ocorra uma interação
das curvas da demanda e da oferta. Ou seja, um preço que seja atrativo
tanto para o produtor como para o consumidor (VASCONCELLOS;
GARCIA, 2012).

A seguir, a Tabela 3 ilustra esse equilíbrio no mercado.

Tabela 3 – Equilíbrio no mercado.


Quantidade Quantidade
Preço ($) Situação do Mercado
Procurada Ofertada
1,00 11.000 1.000 Excesso de procura (escassez de oferta)
3,00 9.000 3.000 Excesso de procura (escassez de oferta)
6,00 6.000 6.000 Equilíbrio entre oferta e procura
8,00 4.000 8.000 Excesso de oferta (escassez de procura)
10,00 2.000 10.000 Excesso de oferta (escassez de procura)

Fonte: Adaptada de Vasconcellos e Garcia (2012).

Podemos observar na Tabela 3 que o ponto de equilíbrio (ponto “e”) é dado quando
a um determinado preço, as quantidades demandadas e ofertadas são iguais. E
podemos dizer que ocorrerá um excesso de oferta em relação à demanda para todos os
preços com valores maiores que o preço de equilíbrio, e um excesso de demanda em
relaçãoà oferta para todos os preços menores que o preço de equilíbrio.

Agora, vamos demonstrar o gráfico que representa a função demanda, oferta e o


equilíbrio de mercado.

www.esab.edu.br 47
11000
10000
9000
8000
6000
4000
3000
2000
1000
1 3 6 8 10
Preço $ Quantidade Procurada Quantidade Ofertada
Figura 2 – Equilíbrio no mercado.
Fonte: Adaptada de Vasconcellos e Garcia (2012).

Nesta unidade, nos aprofundamos um pouco mais na teoria da demanda, oferta e o


ponto de equilíbrio. Demonstramos graficamente como ocorre as interseções das
curvas de oferta e demanda.

Na unidade seguinte, disponibilizaremos alguns exercícios resolvidos sobre a


demanda, oferta e equilíbrio no mercado.

Atividade
Chegou a hora de você testar seus conhecimentos
em relação às unidades 1 a 8. Para isso, dirija-se
ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e
responda às questões. Além de revisar o conteúdo,
você estará se preparando para a prova. Bom
trabalho!

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Exercícios resolvidos sobre
9 demanda, oferta e equilíbrio de
mercado
Objetivo
Analisar exemplos práticos de curva da demanda e da oferta e o
ponto de equilíbrio.

Nesta unidade, demonstraremos alguns exercícios resolvidos que trabalham a


teoria da demanda, oferta e o preço de equilíbrio.

Atividade 1

Com base naescala de demanda de mercado do bem X,apresentada na tabela a


seguir, faça as atividades propostas.

Preço Quantidade demandada


(R$/unidade) (unidade/mês)
10,00 8000
6,00 12000
4,00 15000

a. Construa a curva de demanda.


b. Responda: o que diz a Lei Geral da Demanda?

www.esab.edu.br 49
Atividade 2

Combasenaescaladeoferta demercado dobemX,apresentada na tabela a


seguir, faça as atividades propostas.

Preço Quantidade ofertada


(R$/unidade) (unidade/mês)
10,00 15000
6,00 12000
4,00 8000

a. Construa a curva de oferta.


b. Responda: o que diz a Lei Geral da Oferta?

Atividade 3

Com base nas escalas de oferta e demanda de mercado do bem X,


apresentadas na tabela a seguir,faça as atividades propostas.

Preço Quantidade ofertada Quantidade demandada


(R$/unidade) (unidade/mês) (unidade/mês)
10,00 15000 8000
6,00 12000 12000
4,00 8000 15000

a. Construa o gráfico e demonstre a interseção entre as curvas de demanda e de


oferta.
b. Responda: qual é o preço de equilíbrio?
c. Responda: qual ou quais são os preços que representam um excesso de
demanda em relação à oferta?
d. Responda: qual ou quais são os preços que representam um excesso de oferta
em relação à demanda?

www.esab.edu.br 50
Resoluções

Atividade 1

a. Paraconstruir o gráfico, insira os preços no eixo vertical e as


quantidades demandadas no eixo horizontal.

Preço R$
Demanda de
10 Mercado

4
Demanda

Qtde (kg)
8.000 15.000

b. A Lei Geral da Demanda diz que ocorre uma relação inversamente proporcional
entre o preço e a quantidade demandada. Isso explica porque a curva de
demanda é decrescente em função do preço.

Atividade 2

a. Paraconstruirográfico,insiraospreçosnoeixoverticaleas
quantidades ofertadas no eixo horizontal.

Preço R$ Oferta agregada

10 Oferta

Qtde (kg)
8.000 15.000

www.esab.edu.br 51
b. A Lei Geral da Oferta diz que ocorre uma relação diretamente proporcional
entre o preço e a quantidade ofertada. Isso explica porqueacurva de oferta
é crescente em função do preço.

Atividade 3

a.
Equilíbrio do mercado Preço R$
Oferta

6 Ponto de equilíbrio

Demanda

Qtde
12.000 (kg)

b.
O preço de equilíbrio é de 6 reais. A quantidade de demanda é exatamente igual
à quantidade de oferta.
c.
O(s) preço(s) que representa(m) um excesso de demanda em relação à oferta é de
4 reais. Para o preço de R$ 4,00, ocorre um excesso de demanda em relação à
oferta de 7000 unidades.
d.
O(s) preço(s) que representa(m) um excesso deoferta emrelação à demanda é
de 10 reais. Para o preço de R$10,00, ocorre um excesso de oferta em relação à
demanda de 7000 unidades.

Assim, vimos com os exercícios que existe um conflito de interesses entre


consumidores e produtores. Em um nível de preços muito elevado, o interesse dos
produtoresemproduziréalto, mas o interesse dos consumidores em comprar é
baixo.

Em um nível de preços muito baixo, o interesse dos compradores em consumir é


elevado,mas o dos produtores em produzir é baixo.

www.esab.edu.br 52
Finalizamos esta unidade destacando que a partir do preço de equilíbrio esse conflito
de interesse pode ser resolvido: um valor em que os interesses de produtores
e compradores se ajustam. Nessa situação, não apenas o preço tende a
permanecer estável, como as quantidades produzidas e consumidas também se
ajustam em um mesmopatamar.

Nesta unidade, procuramos apresentar exercícios resolvidos de demanda, de oferta e de


equilíbrio no mercado, aos quais acrescentamos alguns comentários como
forma de facilitar a compreensão do tema.

Vamos à próxima unidade!

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10 As elasticidades e suas aplicações
Objetivo
Estudar as variações de elasticidade e suas respectivas aplicações no
mercado.

Nesta unidade, trataremos do conceito de elasticidade, contemplando a elasticidade-


preço da demanda e elasticidade-renda da demanda.

Cada produto tem sua própria sensibilidade em relação às variações dos preços e
renda. Essa sensibilidade, ou relação, pode ser medida através do conceito de
elasticidade. Genericamente, a elasticidade reflete o grau de reação ou sensibilidade
de uma variável, quando ocorrem alterações em outra variável, ceteris
paribus (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012). Portanto, o conceito de
elasticidade está relacionado à mudança de preços praticados no mercado e à
reação, tanto dos consumidores como dos produtores, sobre suas respectivas
tendências de consumo ou produção, em virtude da avaliação do preço como
atrativo ou não.

Esse conceito é de suma importância para as empresas, tanto quanto para a


administração pública.

Nas empresas, a previsão de vendas é de extrema importância, pois permite uma


estimativa da reação dos consumidores em alteração dos preços da empresa, dos
concorrentes e em seus salários.

Para o planejamento econômico, também pode-se prever, por exemplo,


qual seria o impacto deumadesvalorização cambial de 30% sobre o saldo da balança
comercial;qual a sensibilidade dos investimentos privados à alteração na tributação
ou na taxa de juros etc.(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

A seguir, apresentaremos a elasticidade-preço da demanda e elasticidade- renda da


demanda.

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10.1 A elasticidade-preço da demanda
Conceito: é a resposta da quantidade demandada de um bem X às variações de
seu preço. Dito de outra maneira, é a variação percentual na quantidade procurada
do bem X em relação a uma variação percentual em seu preço, ceteris
paribus (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Como a correlação entre preço e quantidade demandada é inversa, ou seja, caso ocorra
um aumento nos preços ocorrerá uma variação negativa na quantidade demandada, o
valor encontrado da elasticidade-preço da demanda será sempre negativo (obs.:
para evitar problemas de sinal, o valor da elasticidade é sempre colocado em
módulos).

A elasticidade-preço da demanda pode se apresentar de três formas.

Demanda elástica: a variação da quantidade demandada supera a variação


do preço (aumento dos preços, diminuição do consumo; diminuição dos preços,
aumento do consumo).

| epd | > 1.

Demanda inelástica: ocorre quando uma variação percentual no preço provoca


uma variação percentual relativamente menor nas quantidades procuradas,
ceteris paribus.

| epd | < 1.

Demanda de elasticidade-preço unitária: as variações percentuais no preço e na


quantidade são de mesma magnitude, porém em sentido inverso, ou seja:

epd = ‒1 ou | epd | = 1.

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Fatores que influenciam o grau de elasticidade-preço da demanda

O que faz com que alguns bens tenham demanda elástica ou inelástica, isto é, quais
fatores explicam os valores obtidos para a elasticidade-preço da demanda?

• Disponibilidade de bens substitutos: quanto mais substitutos houver


para um bem, mais elástica será sua demanda, pois pequenas variações em
seu preço, para cima, por exemplo, farão com que os consumidores
passem a adquirir seu substituto. Isso provoca uma queda em sua demanda
mais que proporcional à variação dopreço.
• Importância do bem, quanto a seu gasto, no orçamento do
consumidor: quanto mais importante o gasto referente a
um determinado bem (maior ponderação) em relação ao gasto total
(orçamento) do consumidor, mais sensível torna-se o consumidor a alterações
em seu preço. Por exemplo, a elasticidade-preço da demanda de carne
tende a ser mais elevada que a de fósforo,jáque
o consumidor gasta uma maior parcela de seu orçamento com carne do que
com fósforo (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Relação entre receita total e o grau de elasticidade

A receita do produtor, que equivale ao gasto total dos consumidores, para


uma dada mercadoria é igual à quantidade vendida vezes o seu unitário de
venda, ou seja:

RT = p × q, em que, RT = receita total, p = preço e q = quantidade

Dada uma variação no preço do produto, o que acontecerá com a receita


total do produtor? Essa resposta dependerá da reação dos consumidores, isto é,
do grau de elasticidade-preço da demanda.

www.esab.edu.br 56
Podem ocorrer três possibilidades:

• Demanda elástica: a redução no preço do bem tenderá a aumentar a receita


total, pois o aumento percentual na quantidade vendida será maior do que a
redução percentual do preço. Da mesma forma, um aumento de preço
provocará redução da receita total.
• Demanda inelástica: é o inverso - aumento de preço provoca aumento da
receita total, eredução de preço provoca diminuiçãoda receita total.
• Demanda de elasticidade unitária: aumento ou redução no preço não
afetam a receita total, já que o percentual de variação no preço corresponde a
igual percentual de variação na quantidade, em sentido contrário
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

10.2 A elasticidade-renda da demanda


Conceito: a elasticidade-renda da demanda é representada pela medição da variação
percentual da quantidade de produto ou serviço comprada, resultante de uma
variação percentual na renda do consumidor, ceteris paribus (VASCONCELLOS;
GARCIA, 2012).

Ou seja, o coeficiente de elasticidade-renda da demanda mede a variação percentual da


quantidade de mercadoria comprada, resultante de uma variação percentual
na renda do consumidor, ceteris paribus.

Vasconcellos e Garcia (2012) ainda acrescentam que: se a elasticidade- renda da


demanda é negativa, o bem é inferior, ou seja, aumento de y leva a quedas no
consumo desse bem, ceteris paribus.

Se a elasticidade - renda da demanda é positiva, mas menor do que 1, o bem


é normal, isto é ,o aumento de renda leva a um aumento no consumo.

Se a elasticidade - renda da demanda é positiva e maior do que 1, o bem é superior ou


de luxo, ou seja, aumentos na renda dos consumidores levam a um aumento mais do
que proporcional no consumo do bem.

www.esab.edu.br 57
A elasticidade - preço da oferta possui o mesmo processo utilizado para a demanda
que se utiliza na oferta, analisando-se, porém, que o resultado da elasticidade será
positivo, pois a correlação entre preço e quantidade ofertada é direta. Ou seja,
quanto mais elevado for o preço, maior a quantidade que as empresas estarão
dispostas a produzir, ceteris paribus (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Finalizamos mais uma unidade e esperamos que esteja dentro de sua


expectativa. Nesta unidade, apresentamos a elasticidade-preço e
elasticidade-renda da demanda. A próxima unidade será uma unidade de exercícios e
que apresentará a aplicação da elasticidade, com o intuito de complementar os
estudos sobre esse assunto.

Vamos em frente!

Tarefa dissertativa
Caro estudante, convidamos você a acessar o
Ambiente Virtual de Aprendizagem e realizar a
tarefa dissertativa.

www.esab.edu.br 58
11 Exercícios de elasticidade

Objetivo
Demonstrar a aplicação dos conteúdos de elasticidade.

Nesta unidade, apresentaremos alguns exercícios, com os devidos resultados e


comentários, sobre a elasticidade, com o objetivo de demonstrar a
aplicação desse conceito.

Atividade 1

Supondo-seque você seja o administrador deuma agência de viagem que possui


três pacotes (A, B e C) de serviços e que cada pacote tenha, respectivamente, 100,
150 e 200 clientes que pagam pelos serviços prestados os seguintes preços:

• Pacote A R$580,00
• Pacote B R$480,00
• Pacote C R$ 415,00

O administrador realizou uma pesquisa com os seus clientes e descobriu que: se o


preço do pacote A cair para R$ 540,00, haveria uma migração de 50 clientes do
pacote B para o pacote A; se o preço do pacote B cair para R$ 440,00, ocorreria
migração de 60% dos clientes do pacote C para o pacote B. Com base nessas
informações, calcule e responda as questões listadas a seguir.

a. Qual a receita total da empresa com os preços iniciais dos respectivos pacotes?
b. Qual a receita total da empresa após as alterações nos preços dos pacotes?

www.esab.edu.br 59
c. Com base nos dados encontrados a partir da solução dos itens a e b, o que o
administrador deve fazer?

Atividade 2

Responda: por que quando a demanda é inelástica, o aumento no preço do


produto deve elevar a receita total dos vendedores?

Atividade3

Responda: por que a elasticidade do sal é próxima de zero?

Atividade 4

Suponha que você seja o administrador de um museu. Seu diretor financeiro lhe
informa que o museu está ficando sem recursos e sugere que o preço dos ingressos
seja alterado para aumentar a receita total. O que você deve fazer? Aumentar ou
diminuiropreçodoingresso?

Resoluções

Atividade 1

a. Preços e quantidades iniciais:

RT = p  q
Pacote A: R$ 580,00  100 = 58.000,00
Pacote B: R$ 480,00  150 = 72.000,00
Pacote C: R$ 415,00  200 = 83.000,00
RT = 58.000 + 72.000 + 83.000 = R$ 213.000,00

www.esab.edu.br 60
b. Preços e quantidades após asalterações:

Pacote A: R$ 540,00  (100 + 50) = 81.000,00


Pacote B: R$ 440,00  (150 – 50 + 120) = 96.800,00
Pacote C: R$ 415,00  (200 – 120) = 33.200,00
RT = 81.000,00 + 96.800,00 + 33.200,00 = 211.000,00

c. Diante dos dados apresentados, o administrador não deve realizar a mudança,


pois como a demanda é a mesma, a receita total após as alterações será menor.

Comentários: Pelos dados apresentados no exercício, podemos identificar que a


variação percentual da demanda foi superior à variação percentual do preço. Assim,
temos uma demanda elástica. Isso quer dizer que a receita total tende a diminuir.

Atividade 2

Essa resposta dependerá da reação dos consumidores, isto é, do grau de elasticidade-


preço da demanda.

Quando a demanda for inelástica, aumentos no preço tendem a aumentar a


receita total dos vendedores, pois as variações percentuais no preço são maiores que
as variações percentuais na demanda.

Atividade 3

Temos dois fatores que influenciam o grau de elasticidade-preço da demanda:


a disponibilidade de bens substitutos e a importância do bem, quanto a seu gasto
no orçamento do consumidor. O que faz com que alguns bens tenham a
elasticidade-preço da demanda próxima de zero é a análise desses dois fatores.
Como não há substituto para o sal e um aumento no preço não provoca uma redução
significativa da demanda, podemos concluir que a elasticidade-preço da demanda é
inelástica, ou seja, o consumidor é pouco sensível às variações no preço desse produto.

www.esab.edu.br 61
Atividade 4

Podem ocorrer algumas situações e a resposta dependerá da reação dos


consumidores à variação do preço do ingresso, isto é, do grau de elasticidade-preço
da demanda.

Se a demanda por ingresso for inelástica, ou seja, pouco sensível ao preço, pode-
se aumentar o preço doingresso. Pois, mesmo que a procura pelos ingressos diminua
um pouco, a variação ocorrida nademanda será menor do que a variação ocorrida
no preço do ingresso, provocando, como efeito, o aumento da receita total.

Porém, caso a demanda por ingressos for elástica, muito sensível ao preço, uma
elevação no preço do ingresso irá provocar uma redução na receita total, pois a
demanda é muito sensível ao preço.

www.esab.edu.br 62
12 Os mercados competitivos

Objetivo
Analisar o nível de competitividade em diferentes mercados.

Nesta unidade, refletiremos sobre os mercados competitivos e o nível de


competitividade das empresas participantes. Para isso, utilizaremos como principais
referências o trabalho dos autores Vasconcellos eGarcia (2012).

Cada mercado pode ser caracterizado de uma forma, seja pelo nível de concorrência,
pela prática de preços, pela regulamentação governamental etc. O fato é que há um
nível de competitividade envolvido no processo de produção, de distribuição
e de consumo de produtos e serviços em um determinado mercado.

Como temos diferentes estruturas ou formas de mercado, estes dependem


essencialmente de três características (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012):

• número de empresas que compõem esse mercado;


• tipo de produto (fabricação idêntica ou diferenciada);
• se existem ou não barreiras para a entrada de novas empresas nesse mercado.

De acordo com as características de cada mercado, as empresas podem utilizar


modelos que visem ao lucro nas operações, mas também podem estar
preocupadas com os custos de produção. Para tanto, a estrutura de mercado pode
possibilitar a maximização da margem de lucro (VASCONCELLOS; GARCIA,
2012).

Por isso, trataremos a seguir dos 4 tipos clássicos de estruturas de mercado,


contemplando a concorrência perfeita ou pura, o monopólio, o oligopólio e a
concorrência monopolista.

www.esab.edu.br 63
A concorrência perfeita ou concorrência pura se caracteriza por um tipo
de mercado no qual há um grande número de empresas vendedoras, de tal forma
que apenas uma empresa não afeta o nível de oferta no mercado e
nem influencia o preço de equilíbrio(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Nesse tipo de mercado, prevalecem algumas premissas(VASCONCELLOS;


GARCIA, 2012):

• mercado atomizado: composto por um grande número de empresas;


• produtos homogêneos: não existem diferenças entre os produtos ofertados
pelas organizações concorrentes;
• não existem barreiras ao ingresso de empresas no mercado;
• transparência do mercado: todas as informações (lucros, preços etc.) são
conhecidas pelos participantes do mercado.

Por sua vez, o monopólio ou mercado monopolista caracteriza-se por


condições bem opostasàs darealidade da concorrência perfeita, pois nesse mercado
monopolista existe apenas um único produtor, que domina totalmente a oferta e
atende a todos os consumidores. Portanto, não existe concorrência e os
consumidores sofrem as imposições desse único produtor
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Para que aconteça a existência de um monopólio, é necessário que as barreiras


de entrada no mercado impeçam outros produtores de
concorrerem. Por isso, temos algumas condições (VASCONCELLOS; GARCIA,
2012):

• monopólio puro ou natural: empresas já instaladas, com custos baixos e


economia em escala, que gerem preços baixos e que não atraiam novos
produtores desse produto ou serviço;
• patentes: a empresa é a única que possui a tecnologia para determinado
produto ou serviço;
• controle de matérias-primas básicas: único detentor da matéria- prima
para a produção.

www.esab.edu.br 64
Também pode existir o monopólio institucional ou estatal, que se caracteriza por
setores estratégicos ou de segurança nacional. Essa é uma prática utilizada em
diversos países.

É importante salientarmos que no monopólio tende-se a ter uma expectativa


de lucros elevados no longo prazo, diferente de um mercado de concorrência pura,
que tende a ter um mesmo patamar de lucros.

Existe ainda o oligopólio, uma estrutura de mercado que possui um pequeno


número de empresas produtoras que dominam a oferta de um determinado
produto ou serviço no mercado. Nesse caso, os preços podem ser determinados por
esses poucos produtores por meio da combinação de preços ou cartéis
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012). Essa prática objetiva uma maior margem de
lucro nos preços formados para o mercado, reduzindo a concorrência.

Finalmente, a concorrência monopolista é caracterizada por uma forma de


atuação no mercado que está em uma posição intermediária entre a concorrência
perfeita e o monopólio e que também não é oligopólio.
Isso ocorre em virtude das seguintes condições (VASCONCELLOS; GARCIA,
2012):

• número relativamente alto de empresas produtoras do bem ou serviço,


com certa concorrência, mas com segmentação e com produtos
diferenciados;
• preços formados com certa amplitude, mas não por demasiada imposição,
devido à existência de bens substitutos no mercado.

Por isso, a concorrência monopolista exige que empresas participantes sejam


competitivas.

Na figura e no quadro a seguir, apresentam-se as principais diferenças entre


estruturas de mercado de bens e serviços. Uma forma de diferenciar inicialmente as
estruturas de mercado é em relação ao número e/ou porte das empresas.
Acompanhe a Figura 3:

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Concorrência Monopólio
perfeita
Uma núnica
Muitas empresas empresa

Concorrência
Oligopólio
Monopolista
Pequeno número
Muitas empresas com
de grandes empresas
poder de influência

Figura 3 – Diferenças entre estruturas.


Fonte: Adaptada de Vasconcellos e Garcia (2012).

No Quadro 2, você pode observar claramente as características de cada um dos tipos


abordados.

www.esab.edu.br 66
www.esab.edu.br

Fonte: Adaptado de Vasconcellos e Garcia (2012).


Quadro 2 – Principais diferenças das estruturas básicas de mercado. Características
Concorrência
Monopólio Oligopólio
Concorrência
Perfeita Monopolista
1. Quanto ao número de
Muito grande Só há uma empresa. Pequeno Grande
empresas
Homogêneo.
Não há muitos substitutos Pode ser homogêneo ou
2. Quanto ao produto Não há quaisquer Diferenciado
próximos. diferenciado.
diferenças.
As empresas têm grande
Embora dificultado pela
poder para manter preços Pouca margem de
Não há possibilidade interdependência entre as
3. Quanto ao controle das relativamente elevados, manobra devido
de manobras pelas empresas, estas tendem a
empresas sobre os preços sobretudo quando não há à existência de
empresas. formar cartéis, controlando
intervenções restritivas do substitutos.
preços e cotas de produção.
governo (leis antitrustes).
É intensa, exercendo-
4. Quanto à concorrência A empresa geralmente recorre
se pelas diferenças
extrapreço (promoções, Não é possível e nem a campanhas institucionais É intensa, sobretudo quando
físicas, de embalagens
atendimento, propaganda, seria eficaz. para salvaguardar sua há diferenciação do produto.
e prestação de serviços
pós-venda etc.) imagem.
complementares.
5. Quanto às condições de Barreiras ao acesso de novas Barreiras ao acesso de novas
Não há barreiras. Não há barreiras.
ingresso na indústria empresas. empresas.
67
Nesta unidade, procuramos induzir você a uma reflexão sobre as características
básicas da estrutura de mercado.Pois,tantodopontode vista dos produtores como dos
consumidores, é importante analisarmos o processo concorrencial do mercado no
qual estamos inseridos. Devemos levar em consideração a formação dos preços,
o poder de barganha no fornecimento de um determinado produto ou serviço, o
controle na entrada de novos concorrentes ou as negociações e práticas diversas no
mercado.

Por isso, caro estudante, é importante que os gestores conheçam as regras e práticas em
diferentes mercados, antes pensar ou fazer qualquer tipo de investimento. Seguimos
à próxima unidade! Bons estudos!

Estudo complementar
Leia o material elaborado por Paiva e
Cunha (2008), para a Fundação Alexandre de
Gusmão, sobre“Noções de Economia”. O texto
apresenta uma importante contribuição para a
construção de uma visão sobre a
competitividade e a concorrência no
mercado. Disponível aqui.

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Resumo

Na unidade 7, tratamos dos preços e suas variações sobre os produtos e serviços,


bem como sua contribuição para o equilíbrio econômico. Vimos também que, para
que haja uma estabilidade econômica, precisamos ter um equilíbrio entre oferta e
demanda e, por consequência, preços estáveis.

Na unidade 8, estudamos a teoria da demanda, da oferta e do equilíbrio no mercado


e sua força como pilar estratégico para o desenvolvimento econômico de
uma nação. Vimos que a demandas e caracteriza como a predisposição
dos consumidores a comprar determinado produto ou serviço e que esta pode
ser influenciada por diferentes fatores econômicos.

Também abordamos a oferta e sua capacidade de contribuir para o equilíbrio e o


desenvolvimento econômico nacional. Foi mostrado que a oferta tem como
característica principal a vontade dos produtores de produzir determinado bem, e que a
lei da oferta leva em consideração informações relevantes para a produção de um
determinado bem.

Na unidade 9, disponibilizamos exercícios/exemplos sobre a lei da demanda,


da oferta e o equilíbrio no mercado.

Naunidade 10, refletimos sobre a elasticidade e suas implicações nas ações do mercado.
A elasticidade-preço da demanda pode ser caracterizada como
elástica, inelástica e elasticidade-preço unitária. Além disso, está relacionada ao fato
de até que ponto um ofertante estará disposto a produzir e a disponibilizar no
mercado determinada quantidade de produto ou serviço, em função dos preços
praticados. Isso ocorre da mesma maneira em relação à demanda. Ou seja, até que
nível de preços praticados no mercado os consumidores estarão querendo comprar
uma determinada quantidade de certo produto ou serviço.

www.esab.edu.br 69
Na unidade 11, apresentamos alguns exercícios com os resultados
comentados sobre a aplicação da elasticidade, com o intuito de
complementar os estudos sobre esse assunto. Na unidade 12, investigamos
sobre os mercados competitivos e estudamos a estrutura de mercado com a descrição
dos conceitos e características da concorrência perfeita ou pura, do monopólio ou
mercado monopolista, do oligopólio e da concorrência monopolista.

www.esab.edu.br 70
Os agentes econômicos, os
13 fatores de produção e noções de
macroeconomia
Objetivo
Avaliar a participação dos agentes econômicos e os fatores
de produção na economia e apreciar as noções básicas de
macroeconomia e suas influências no mercado.

Nesta unidade, estudaremos sobre os agentes econômicos e os fatores de


produção e também trataremos de algumas noções básicas de macroeconomia, com
o objetivo de avaliar a participação dos agentes econômicos nos fatores de
produção e no desenvolvimento da economia, bem como suas influências
no mercado. Trabalharemos esses conteúdos a partir das ideias de Vanconcellos
(2002), Parkin (2009), Luque (2011) e Vasconcellos e Garcia (2012).

Agentes econômicos e fatores de produção


Para tratar dos agentes econômicos e dos fatores de produção, vamos
iniciar refletindo sobre quem são os agentes econômicos.

Comumente, temos em uma economia a participação das empresas (os produtores),


das famílias (os consumidores), do Estado (que pode intervir na economia) e o
resto domundo(globalização) (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Esses agentes econômicos interagem em um contexto econômico de maneira a


processar fluxos de produtos, serviços e capitais, ou seja, compra e venda de bens e
serviços. Então, essa interação do mercado entre empresas e famílias pode ter a
influência direta ouindireta do Estado (com legislações e regulamentações etc.) e do
resto do mundo (mudanças e influências de outros países).

www.esab.edu.br 71
Normalmente, temos uma divisão dos aspectos econômicos em
microeconomia e macroeconomia (VASCONCELLOS, 2002). Nesta unidade,
especificamente, trataremos de uma maneira introdutória sobre a macroeconomia.
Ela estuda a determinação e o comportamento de contabilizações como Produto
Interno Bruto (PIB), investimento, exportação, preços, consumo etc., com o
objetivo de direcionar uma política econômica. Evidentemente, há uma atenção
para o enfoque conjuntural, ou seja, há a preocupação com a solução de
problemas, como o controle da inflação e a geração de empregos.

Sobre esse propósito, Vasconcellos e Garcia (2012) destacam que, a partir da


escassez de recursos produtivos ou fatores de produção, aliada às necessidades
ilimitadas dos indivíduos para o consumo, temos de refletir sobre os problemas
econômicos fundamentais. Acompanhe o quadro a seguir.

O que e quanto
Como produzir Para quem produzir
produzir
A nação terá de decidir quais A sociedade precisará
Devido à escassez de
recursos produtivos serão definir também como serão
recursos produtivos,
utilizados para a geração de distribuídos os resultados
o país precisará
produtos e serviços, considerando da produção. Por exemplo,
escolher, a partir
a tecnologia disponível para isso. A a distribuição da renda
das possibilidades
concorrência entre os produtores dependerá de fatores como
existentes, quais
irá influenciar o modo como serão o nível de salários, a renda
produtos ou serviços
produzidos os bens e serviços. Os de terras, de juros e de
serão produzidos e
produtores, por sua vez, definirão outros benefícios do capital,
quais as respectivas
quais tecnologias e equipamentos mas também de como as
quantidades a serem
serão eficientes para uma propriedades serão repassadas
produzidas.
produção com menor custo. de geração em geração.

Quadro 3 – Problemas fundamentais na economia.


Fonte: Adaptado de Vasconcellos e Garcia (2012).

Saiba que os bens e serviços são produzidos utilizando-se recursos produtivos,


denominados pelos economistas de fatores de produção, os quais se dividem em
quatro categorias (PARKIN, 2009):

www.esab.edu.br 72
• terra (ou recursos naturais);
• trabalho;
• capital;
• capacidade empresarial.

Vamos estudar cada um deles?

A terra é chamada também de “recursos naturais”. Isso inclui o solo, os minérios,


o petróleo, o gás, o carvão, a água e o ar. O reaproveitamento, ou reciclagem, de
recursos como minerais, águae solo é algo que ocupa destaque nas discussões sobre
forma de produção sustentável. Devemos ter preocupação também com a geração de
energia a partir de recursos não renováveis, ou seja, que podem ser usados uma vez.
Ressaltamos que o Brasil é um dos países do mundo que tem uma composição
energética com destaque para o uso de recursos renováveis.

Já o trabalho é composto pelo tempo e pelo esforço dos indivíduos para a


produção de bens e serviços, com a aplicação de esforços físicos e mentais, em
diferentes segmentos da economia. A qualidade das pessoas, em termos de
conhecimento e qualificação, é construída a partir de educação, treinamentos e
experiências profissionais. Enfim, o desenvolvimento das pessoas contribui
diretamente para ocrescimento econômico.

O capital, por sua vez, se caracteriza pela constituição de ferramentas, tecnologias,


instrumentos, maquinário, prédios e outras instalações que as empresas utilizam para a
produção de bens e serviços. Entretanto, é o recurso financeiro que possibilita às
organizações investirem em capital.

E, por fim, a capacidade empresarial é representada pelos recursos humanos


que organizam o trabalho, a terra e o capital. Todavia, os empreendedores têm novas
ideias sobre decisões estratégicas nos negócios e assumem riscos no mercado.

Após entendermos essa composição dos fatores de produção, é preciso ir além. Ou seja:
é preciso refletir sobre como são determinados os preços, asquantidadesdosprodutos
eserviçosproduzidosetambémosfatores de produção existentes na economia.

www.esab.edu.br 73
Luque (2011) explica que a teoria macroeconômica tem justamente o objetivo
de pensar taisquestões.

Em um pensamento macroeconômico, temos as seguintes metas de política


(VASCONCELLOS, 2002):

• pleno emprego de recursos;


• estabilidade de preços;
• distribuição de renda socialmente justa;
• crescimento econômico.

Refletindo sobre esse cenário e essas metas, Vasconcellos (2002) explica que as
questões sobre a geração de empregos e o controle da inflação são consideradas
questões de curto prazo e conjunturais, por isso são chamadas de políticas de
estabilização.O autor ainda afirma que a meta para o equilíbrio no balanço de
pagamentos constitui um meio para atingir as metas da política macroeconômica, e
não um objetivo em si.

Arespeitodesseassunto,éprecisodestacarqueageraçãodeemprego tornou-se uma


preocupação a partir de 1930. Nos Estados Unidos, por exemplo, o desemprego
atingiu uma taxa de 25%, e nessa mesma época o economista inglês John Maynard
Keynes (1883-1946) publicou uma obra intitulada “A teoria geral do emprego, do
juro e da moeda” (1936). Keynes, com suas teorias sobre política macroeconômica,
tornou-se um dos mais importantes economistas (VASCONCELLOS, 2002).

Cabe ainda ressaltar que, em 2012, a Espanha chegou a uma taxa de 26% de
desempregados e o Brasil, 6%. Com isso, podemos perceber a diferença entre eras e
as consequências para a economia nacional.

As ideias de Keynes foram destacadas em decisões econômicas importantes,


principalmente a partir da crise mundial na década de 1930. Desde então, os
governos sentiram a necessidade de intervir na economia e de incrementar
políticas sociais, com o objetivo de resolver problemas econômicos e sociais.

www.esab.edu.br 74
Uma das preocupações do Estado ao interferir na economia é a busca pela
estabilidade de preços, ou seja, nem a geração de inflação (aumento constante dos
preços) nem a existência de deflação (diminuição constante dos preços) no mercado.

Seria interessante deixar claro a você o conceito de inflação neste momento. A


estabilidade de preços é afetada pelo aumento dos preços, realimentando o
processo inflacionário. Portanto, a inflação provoca distorções na distribuição de
renda, nas expectativas empresariais, no mercado de capitais e no balanço de
pagamentos, por exemplo. Por isso, a política econômica se preocupa com o
controle da inflação (VASCONCELLOS, 2002).

Afinal, a inflação gera a perda de poder aquisitivo dos agentes


econômicos. Essa influência não necessariamente é direta, pois nem sempre o
produtor consegue repassar integralmente os custos ao preço final do produto.
Vasconcellos (2002) afirma que no modelo econômico capitalista a
concentração de renda seria uma consequência natural e destaca a necessidade
de disponibilidade de trabalhadores qualificados.
Ainda na percepção do autor, o fator educacional promoveria uma
melhor distribuição de renda e diminuiria as desigualdades sociais. Para o
desenvolvimento econômico ocorrer, a base seria o aumento dos recursos
disponíveis e o avanço tecnológico. Além disso, é preciso que exista geração de
emprego e renda para que o consumidor gere demanda de produtos e serviços, pois
um dos objetivos básicos da economia é a busca por melhoria na renda per
capita e, consequentemente, por melhores condições de vida para a população
(VASCONCELLOS, 2002).

Chegamos ao fim de mais uma unidade. Nela, procuramos provocar uma


reflexão sobre os agentes econômicos, os fatores de produção e algumas noções
básicas de macroeconomia.

www.esab.edu.br 75
A moeda como movimentadora do
14 mercado
Objetivo
Identificar a função da moeda na economia.

Depois de estudarmos a participação dos agentes econômicos e os fatores de produção


na economia e apreciar as noções básicas de macroeconomia,
nesta unidade trataremos da moeda como movimentadora do mercado e
sua função na economia.

Nesta unidade estudaremos tais assuntos a partir dos conceitos de


Vasconcellos (2002), Montoro Filho(2011)eVasconcellos e Garcia (2012).

A moeda tem função fundamental em nossa economia como movimentadora de


troca e valorização de produtos e serviços. Essa facilitação que a moeda possibilita
nas negociações comerciais atualmente nem sempre ocorreu, pois houve
momentos em nossa história em que o comércio era realizado por meio de
permutas.

Desse modo, devemos reconhecer que a moeda, tal como a conhecemos, é resultado de
muitas transformações. Antes dela, conforme atesta o Banco Central do Brasil
(2013), praticava-se o escambo, que era a simples troca de mercadoria por
mercadoria, sem equivalência de valor. Essa forma de comércio foi dominante no início
da civilização e ainda pode ser encontrada entre povos de economia primitiva,
nas regiõesem que existe escassez de meio circulante, em função de difícil acesso.

Foi no século VII a.C. que surgiram as primeiras moedas com características
similares às atuais: pequenas peças de metal com peso e valor definidos e com
impressão de cunho oficial (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2013).

www.esab.edu.br 76
A moeda e a economia
Embora não exista uma definição universal do que é moeda, podemos caracterizá-
la como algo que é aceito pela coletividade para desempenhar suas respectivas funções.
Mas quais são essas funções? Vamos conhecê-las!

A moeda, como destaca Montoro Filho (2001), tem três funções:

• meio de troca;
• unidade de conta;
• reserva de valor.

Vamos estudar cada uma das funções?

A função de meio ou instrumento de troca pode ser caracterizada


como a maneira pela qual as pessoas fazem as trocas. Afinal,
caso não existisse a moeda, as trocas precisariam ser diretas (escambo), ou seja,
produtos por produtos, serviços por serviços ou produtos por serviços. Mas
para isso, teria de ocorrer a dupla coincidência de desejos em realizar as trocas. A
moeda facilitou essa função de troca das negociações entre pessoas e entre as
organizações.

Já a função unidade de conta serve para comparar o valor dos produtos e


serviços, com a utilização da moeda como balizador comum nas negociações,
servindo também enquanto equivalência de valor. Essa função pode ser aplicada na
contabilidade para geração de informações gerenciais e também para medir a relação
diretadamoedacomotempo, o pagamento de compromissos e o valor futuro.

Por sua vez, a função reserva de valor possibilita que a moeda seja aceita nas
negociações de mercadorias. Mas para isso é necessário que ela seja aceita no
mercado. A moeda representa umdireito que o indivíduo recebe depoder gastá-la
imediatamente ouguardá-lapara uso futuro. E para que a moeda cumpra essa função,
o seu valor deve ser estável, ou seja, não deve haver nem
supervalorização nem desvalorização radical em um curto período.

www.esab.edu.br 77
É preciso ainda que você saiba que existem três tipos de moedas
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

• Moedas metálicas: emitidas pelo Banco Central, constituem


pequena parcela da oferta monetária e visam facilitar as operações de pequeno
valor e/ou como unidade monetária fracionada (troco).

• Papel-moeda (cédula): também emitido pelo Banco Central,


representa parcela da quantidade de dinheiro em poder das pessoas.
• Moeda escritural ou bancária: é representada pelos depósitos à vista
(depósitos em conta-corrente) nos bancos comerciais (é a moeda contábil,
escriturada em bancos comerciais).
Os diferentes tipos de moeda contribuem para negociações peculiares, ou
seja, dependem de cada ocasião. Para tanto, o controle de emissão de cada tipo de
moeda se faz necessário, a fim de se promover um equilíbrio monetário no país, de
modo a gerar estabilidade e controle financeiro. Todavia, podemos denominar
comumente os tipos de moeda descritos anteriormente como moedas físicas,
pois estão explícitas em metal ou papéis.

Vasconcellos e Garcia (2012) definem que os meios de pagamentos se


caracterizam como o total de moeda à disposição do setor privado não
bancário, de liquidez imediata. Portanto, esses valores podem ser utilizados
imediatamente para a realização de transações.

Aconstituição dosmeios depagamentosé a soma damoedanasmãosdo público


com os depósitos à vista nos bancos comerciais.

Os meios de pagamentos, definidos como a moeda de liquidez imediata, que


não rendem juros, também são denominados de M1, portanto, podemos
apresentar da seguinte maneira:

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Item Composição
M1 Moeda em poder do público + depósitos à vista nos bancos comerciais;
M2 M1 + depósitos de poupança + títulos privados;
M3 M2 + fundos de renda fixa + operações compromissadas com títulos federais;
M4 M3 + títulos públicos federais, estaduais e municipais.

Quadro 4– Definições de moeda. Fonte: Adaptado de Vasconcellos e Garcia (2012).

Demanda de Moeda
A quantidade de moeda retida pelo setor privado não bancário, que pode
estar em cofres de organizações, depósitos à vista nos bancos comerciais ou
mesmo com o público, é o que determina a demanda, ou
procura, de moeda. Enfim, são três as razões pelas quais se retém
a moeda (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012):

• demanda por moeda para transações: os indivíduos e as organizações


necessitam de dinheiro para realizar suas transações no cotidiano,
para pagamentos de contas;
• demanda de moeda por precaução: as pessoas e as organizações precisam
ter certa reserva monetária para realizar pagamentos imprevistos
ou compensaratrasosemrecebimentosprevistos;
• demanda de moeda por especulação (ou por portfólio): dentro de
suas carteiras de aplicações (portfólio), os investidores
deixam uma reserva de moeda para ter uma vantagem de liquidez e
viabilizar novas aplicações.

Saiba que a necessidade de retenção de moeda é importante para o cumprimento de


compromissos financeiros rotineiros, para cobertura de gastos imprevistos ou,
ainda, para aproveitar oportunidades de negociação que possam surgir no
mercado.

O Banco Central do Brasil é a instituição que, em nosso País, emite ou autoriza


a emissão de papel-moeda e regula o crédito, levando em consideração o
crescimento do produto e a liquidez dos sistemas

www.esab.edu.br 79
econômicos. Nesse sentido, segundo Vasconcellos (2002), as funções do Banco Central
são de:

• banco emissor:éoresponsáveletemomonopóliodasemissõesde moeda;


• banco dos bancos: é o órgão em que os bancos depositam seus fundos e
transferem fundos de um banco para o outro. Além disso, o Banco Central
também empresta aos bancos;
• banco do governo: é o órgão que o governo utiliza para implementar a política
monetária. Parte dos fundos do governo é depositada no Banco Central. Além
disso, quando o governo precisa de recursos, ele pode emitir títulos públicos e
vendê-los ao público pelo Banco Central;
• banco depositário das reservas internacionais: é o responsável pela defesa da
moeda nacional, da gestão do câmbio e das reservas de divisas internacionais
da nação.

Destacamos aqui a participação do Banco Central no controle da moeda porque


ele é o órgão nacional responsável pelo planejamento e pelo controle dela em nosso
país. Portanto, tem-se a necessidade de disponibilizar moeda ao mercado para que
este tenha condições de negociação entre compradores e vendedores e para que o
país tenha
indicadores sobre a moeda e possa agir em caso de falta ou excesso desta no mercado.

Para tanto, a estratégia no uso dos instrumentos de política monetária


(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012), é de fundamental importância para o
atingimento dos objetivos de política econômica. Portanto apresentam-se os
seguintes instrumentos de política monetária:

• controle das emissões: avaliar a necessidade de novas emissões de moeda;


• depósitos compulsórios ou reservas obrigatórias: dos valores recebidos
pelos bancos comerciais em depósitos à vista, parte deverão ser depositados ao
BancoCentral;

www.esab.edu.br 80
• operações com mercado aberto (open Market): compra e venda de títulos
públicos, quando o governo vende títulos, retira moeda do mercado e quando
o governocompratítulos,estáinjetandomais moeda no mercado;
• operações de redesconto: disponibilização pelo Banco Central aos bancos
comerciais de valores que podem ser emprestados ou redesconto de títulos.

Portanto, a demanda por moeda é necessária para atender ao fluxo de transações


realizadas no mercado. Nessas trocas comerciais, a moeda deve estar disponível no
volume adequado. Ou seja, se houver falta, poderá interromper as movimentações
econômicas e se houver excesso, poderá gerar uma desvalorização desses papéis.

Porisso,apreocupaçãoemanalisaromercadoeutilizarestratégiasda política econômica


e monetária para avaliar o nível adequado de moeda necessário ao mercado.

Saiba mais
Sugerimos que você acesse o link (clicando aqui)
e conheça mais sobre o Comitê de Política
Monetária (Copom), área do Banco Central
que se reúne regularmente e que tem o objetivo
de estabelecer as diretrizes da política
monetária e de definir a taxa de juros.

Procuramos, nesta unidade, disponibilizar, de uma forma introdutória, alguns


conceitos e características da moeda no mercado, desde funções até formas de
controle. Apresentamos também, que como qualquer mercadoria a quantidade de
moeda e o seu preço são determinados pela oferta e demanda. A moeda é uma
variável essencial para realizar as negociações entre pessoas e organizações.
Vamosem frente!

www.esab.edu.br 81
Fórum
Caro estudante, dirija-se ao Ambiente Virtual de
Aprendizagem da instituição e participe do nosso
Fórum de discussão. Lá você poderá interagir com
seus colegas e com seu tutor de forma a ampliar,
por meio da interação, a construção do seu
conhecimento. Vamos lá?

www.esab.edu.br 82
A participação dos juros na
15 economia
Objetivo
Analisar a participação dos juros nas transações econômicas.

Estudamos alguns conceitos e características da moeda no mercado, desde funções a


formas de controle, e os instrumentos que o governo dispõe para monetizar e
desmonetizar a economia, e agora, nesta unidade, abordaremos a participação
dos juros na economia e a sua importância como um instrumento de oferta e
demanda de moeda, bem como a sua influência no custo do capital, em função da
necessidade de se comprar ou investir hoje e pagar no futuro. Essa diferença de valor
entre o capital presente e o futuro pode oscilar em função de diversas variáveis, como
o risco, o valor, o tempo e o fim de uso. Este estudo será feito a partir das visões de
Parkin (2009) e Vasconcellos e Garcia (2012).

Os juros
De qualquer maneira, o desenvolvimento econômico depende da utilização
dos juros, ou seja, depende de recursos emprestados para investir na expansão de
um negócio ou no início de um novo, ou mesmo para facilitar o consumo.

Portanto, saiba que os juros têm um papel estratégico nas decisões dos
diferentes tipos de agentes econômicos e é um instrumento muito utilizado
pelo governo como instrumento de política monetária (VASCONCELLOS;
GARCIA, 2012).

A decisão dos administradores é realizada a partir de diferentes variáveis no contexto


econômico ou organizacional, mas o que pretendemos neste momento é fazer
uma reflexão acerca dos juros na composição dos recursos financeiros gastos para
implementar ações organizacionais.

www.esab.edu.br 83
Esteja ciente de que as decisões dos gestores sobre a compra de máquinas,
equipamentos, aumento ou diminuição dos estoques, de matérias- primas ou de
produtos acabados e sobre a necessidade de capital de
giro não serão determinadas somente pelo nível atual, mas também pela
oscilação dos juros e pela tendência da taxa de juros no futuro
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Agora vamos citar algumas decisões que podem ser influenciadas pelas
movimentações de juros na economia. Podemos analisar o caso dos estoques das
empresas, que têm uma atenção tanto das áreas de produção e logística quanto das
áreas mercadológica e financeira. Pela visão da produção e logística, podemos dizer
que se busca um estoque médio para que não haja falta de produtos e nem excessos,
a fim de facilitar as operações. Pela perspectiva mercadológica, os estoques
necessitariam ser médios ou altos para se ter flexibilidade no momento da venda. Mas
pelo ladofinanceiro,que é nosso foco principal aqui,oestoqueestána contado ativo
e precisa ser remunerado, ou seja, temos de considerar o capital investido e
principalmente os juros incidentes sobre o capital. Portanto, a preocupação do gestor
deve estar voltada à minimização desse estoque para que o retorno financeiro sobre o
capital investido no negócio seja maior.

Mas se as expectativas quanto à trajetória dos juros se tornarem pessimistas, os


gestores empresariais precisarão manter níveis baixos de estoque e mesmo de capital
de giro no presente, uma vez que
o custo de manutenção desses ativos poderá ser oneroso no futuro
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012). Todavia, juros pessimistas, nesse caso,
significam uma taxa de juros elevada que pode pesar muito em termos de
resultados econômicos e financeiros para a empresa.

Saiba ainda que a elevação da taxa de juros influencia o processo de tomada de


decisões para investimentos, e novos projetos poderão ser postergadosou mesmo
encerrados por conta da expectativa de alta dos juros. O custo de oportunidade do
investimento está relacionado aos juros: se os juros caem, os investidores se sentirão
estimulados à busca de níveis de retorno maiores; o contrário também pode ocorrer, se
os juros se elevam, os investidores migrarão seus recursos para aplicações financeiras
disponibilizadaspelosbancos(VASCONCELLOS;GARCIA,2012).

www.esab.edu.br 84
Portanto, uma taxa de juros elevada poderá, de fato, afetar os investimentos
na produção de bens e serviços em virtude da alta remuneração do capital para
investimento e também pela atratividade do mercado financeiro. O retorno sobre o
capital investido no mercado financeiro poderá ser maior do que o investido na
produção, algo que nas últimas décadas foi muito comum no Brasil, mas que no
século XXI começou a mudar.

Os consumidores poderão comprar mais se as taxas de juros forem menores e


comprar menos seosjuros aumentarem. Portanto, seo governo decidir estimular a
demanda agregada, precisará diminuir a taxa de juros; mas se resolver reduzir a
demanda agregada, deverá aumentar os juros. Conforme a taxa de juros, as pessoas
poderão até decidir por poupar e não gastar seus recursos, tornando-se investidores
no mercado financeiro (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Acrescente-se ainda que a influência dos juros sobre o consumo e o desenvolvimento


da economia sempre está em pauta nas discussões e decisões econômicas no País. Isso
porque a influência dos juros sobre as decisões de consumo ou investimento é direta,
pelo fato demuitas vendas serem realizadas a prazo e muitos negócios serem iniciados
ou ampliados com recursos de terceiros.

Agora,abordaremosadiferençaentreataxadejurosnominaleataxade jurosreal,para
compreendermos como isso afeta o montante a ser pago por uma dívida de
consumo ou investimento.

Parkin (2009) afirma que a taxa de juros nominal é o número de unidades


monetárias que se recebe por uma unidade de capital. Já a taxa de juros real é a
quantidade de bens e serviços que se recebe por uma unidade de capital.

É importante que você saiba que as taxas de juro nominal constituem um pagamento
expresso em porcentagem, em períodos de tempo (mês, trimestre, ano etc.), que
um tomador de empréstimos faz junto ao emprestador em troca de determina
da quantia em dinheiro(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012). Ou seja, a taxa
de juros nominal

www.esab.edu.br 85
significa a quantidade de juros que o tomador de empréstimo irá pagar
ao emprestador.

Se não houver inflação no período do empréstimo, a taxa de juros nominal


será igual à taxa de juros real do mesmo período de tempo (VASCONCELLOS;
GARCIA, 2012). Portanto, a diferença básica entre a taxa de juros nominal e a taxa
de juros real é a inflação do período.

Vamos a um exemplo? Se fizermos um empréstimo para investimento de longo prazo


a uma taxa nominal de 10% ao ano e a inflação do primeiro ano for de 5%,
teremos uma taxa dejuros real deapenas 5% nesse primeiro período.

A taxa de juros real é aproximadamente igual à taxa de juros nominal menos a taxa
de inflação. Esse ajuste e essa análise se fazem necessários para a tomada de
decisão (PARKIN, 2009).

Desse modo, quando existe inflação, é importante distinguirmos a taxa de juros nominal
da taxa de juros real, pois enquanto a taxa de juros nominal mede o preço pago ao
poupador por suas decisões de poupar, ou seja, transferir o consumo presente para o
consumo futuro, a taxa de juros real mede o retorno de uma aplicação, jádescontada a
taxa da inflação (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

A influência dos juros sobre o desenvolvimento da economia é considerável e


balizadora de muitas decisões de consumo e investimento. Por isso, para uma política
monetária expansionista ocorrer no curto prazo e provocar uma elevação na
atividade econômica e gerar empregos na economia, é necessário reduzir a taxa de
juros básica – no Brasil, a taxa de juros Selic (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Saiba que a taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), ou taxa Selic, é a
taxa de juros básica em nosso País e influencia diretamente as outras taxas de
juros presentes no mercado, como de financiamentos e empréstimos de
consumo ou investimento de curto, médio e longo prazo.

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A expansão do crédito deve diminuir a taxa de juros do mercado pelo aumento da
competitividade, mas em economia as proporcionalidades não são exatas.
Portanto, dependendo da taxa de juros, os recursos financeiros poderão ser
direcionados para especulação financeira ou para investimentos na produção de
bens e serviços (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Finalizamos esta unidade destacando que qualquer nação busca evitar a especulação
financeira, pois o investimento na produção traz resultados positivos na economia,
como geração de renda, emprego, impostos, tecnologia etc., enquanto a especulação
financeira apenas visa aproveitar as oportunidades de curto prazo do mercado.

Nesta unidade, procuramos explicar um pouco sobre a influência dos juros no


consumo e nos investimentos em uma economia relativamente estável.
Vimos também que os juros fazem com que consumidores e investidoresdecidam
positiva ou negativamente por comprar ou produzir algo. Seguimos agora à
próxima unidade, na qual estudaremos sobre a renda dos indivíduos,
um fator essencial na economia. Afinal,aexistênciaderendarevelaumageraçãode
emprego na economia e principalmente um aquecimento na produção.

Saiba mais
Clique aqui e pesquise um pouco mais sobre os
juros. Procure descobrir as consequências para a
economia em caso de queda dos juros e também
quando ocorrem altas.

www.esab.edu.br 87
A renda como influenciadora do
16 desenvolvimento da economia
Objetivo
Apontar a contribuição da renda para o desenvolvimento econômico.

Nesta unidade demonstraremos como a renda influencia o desenvolvimento


da economia, bem como sua contribuição para o crescimento econômico. Veremos
que a renda possibilita aos indivíduos comprarem produtos e serviços, que por sua
vez movimentam a economia, seja no setor produtivo, seja na geração de
riquezas ou arrecadação de tributos do governo. Vamos tomar por base as teorias de
Vasconcellos (2002), Parkin (2009), Alves (2011), Cacciamali (2011) e
Vasconcellos e Garcia (2012).

A renda pessoal disponível procura mensurar quanto da renda gerada no processo


econômico fica em poder das famílias ou consumidores (VASCONCELLOS;
GARCIA, 2012). Afinal, é o nível geral de renda que influencia diretamente o
comportamento do indivíduo a demandar por moeda pelos motivos transação e
precaução.

A distribuição da riqueza proporciona outra maneira de medir a desigualdade


econômica. A riqueza de um indivíduo é o valor de tudo o que ele tem em
determinado momento. Por outro lado, a renda é a quantia que o indivíduo recebe ao
longo de determinado período. (PARKIN, 2009, p. 416)

Perceba, então, que a forma como é distribuída a riqueza na sociedade pode


contribuirparaumamelhorianascondiçõesde vida dapopulação ou para o
aumento das desigualdades sociais.

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De acordo com Parkin (2009), a riqueza é distribuída de forma mais desigual que a
renda, pois a riqueza representa o estoque de ativos e a renda significa o fluxo de
rendimentos resultantes do estoque de riqueza.

Para a maioria dos indivíduos, o mercado de trabalho caracteriza-se como a principal


fonte de renda e para muitos, a única (PARKIN, 2009). Em uma economia baseada no
sistema de assalariados, as pessoas dependem de políticas salariais para melhorarem
o seu poder aquisitivo.

Desse modo, a situação do mercado de trabalho exerce impacto direto sobre nossa
renda e nossa vida, pois ficamos preocupados quando os empregos estão escassos e
ficamos mais tranquilos quando os empregos são abundantes. De qualquer maneira,
almejamos um emprego que tenha boa remuneração e que seja interessante
(PARKIN, 2009).

Segundo Parkin (2009, p. 385), “[...] o salário médio oculta muita diversidade entre
salários individuais”. Portanto, quando analisamos a renda per capita, esta nos serve
como indicador, mas pode esconder uma concentração de renda.

É interessante destacar ainda que, na visão do autor (2009, p. 396), “[...] um salário de
eficiência é osalário real queuma empresa pagaacima do saláriodeequilíbrio,visando
atrair os trabalhadores mais produtivos”. Ou seja, quanto mais qualificado for um
indivíduo, maior a tendência de conseguir melhores salários no mercado.

Mas atenção: a influência da inflação na renda dos trabalhadores deve ser


considerada. A este propósito, Vasconcellos e Garcia (2012) explicam que, em conjunto
com o mercado de produtos e serviços, que determina a taxa de inflação, o mercado de
trabalho determina também o salário real, ou seja, o salário monetário
descontando-se a inflação.

A inflaçãopossuium efeito sobrea distribuição derenda,demodoa provocaruma


redução no poder aquisitivo das classes que dependem de rendimentos fixos, os quais
possuem prazos legais de reajuste. No caso dos assalariados, com o passar do tempo, seus
orçamentos ficam cada vez mais reduzidos, até a vinda de um novo reajuste
(VASCONCELLOS, 2002).

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Assim, a medida de desigualdade mais utilizada na economia é a distribuição
da renda anual. Nesse sentido, temos a renda monetária e a renda de mercado
(PARKIN, 2009). Vamos entendê-las melhor?

• Renda monetária: equivale à renda de mercado mais os pagamentos em


dinheiro feitos aos indivíduos.
• Renda de mercado: é igual aos salários, juros, aluguéis e lucros obtidos
nos mercadosdefatoresantesdopagamentodoimpostode renda.

Uma forma de minimizar a desigualdade é a adoção de programas de


manutenção de renda. Mas o que vem a ser isso? Bem, para que haja um
equilíbrio na renda dos cidadãos, o Estado pode instituir algumas políticas
públicas e sociais. Os programas de manutenção de renda podem ser
classificados em três tipos principais (PARKIN, 2009):

• programa de previdência social;


• seguro-desemprego;
• programas de assistência social.

Esses programas de manutenção de renda servem para socorrer os indivíduos


em momentos de dificuldade em sua vida profissional ou pessoal, mas não
como fonte de renda permanente.

Mas ainda devemos abordar os casos de desemprego. E em se tratando de


desemprego, somente poderemos considerar que um indivíduo é desempregado
quando se enquadrar em uma das três condições a seguir (PARKIN, 2009):

• sem trabalho, mas que nas últimas quatro semanas fez esforços específicos
para encontrar emprego;
• esperando para ser chamado de volta ao emprego do qual foi
dispensado;
• esperando começar em um novo emprego dentro de30dias.

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Ao considerarmos as condições para uma pessoa ser considerada desempregada,
temos de ter ao mesmo tempo uma visão de que um dos pilares da política
econômica é a geração de emprego.

E nocaso doBrasil, nos últimos anos estamos atuando em limite de pleno emprego,
ou seja, apenas cerca de 6% das pessoas economicamente ativas estão
desempregadas.

O desemprego pode ser classificado em três tipos, com base em suas


origens (PARKIN, 2009):

• friccional:quandoforresultantedarotatividadenormaldamãode obra;
• estrutural: quando é originado por mudanças tecnológicas ou na
concorrência internacional;
• cíclico: quando está flutuando em determinado período de tempo.

Independentemente do motivo de o indivíduo estar desempregado, cabe ao Estado


implantar políticas públicas para evitar essa situação. Mas também é uma
responsabilidade do indivíduo procurar se desenvolver e atualizar-se para que tenha
oportunidades contínuas de trabalho.

Saiba ainda que o crescimento da produção e da renda ocorre em consequência de


alterações na quantidade e na qualidade de dois insumos básicos: capital e mão de
obra (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Em momentos positivos da economia, a demanda por capital e por pessoas


qualificadas aumenta, pois háa necessidade deaumentar a produção em virtude da
maior demanda por produtos e serviços no mercado.

A interação entre capital e mão de obra possibilita o desenvolvimento de uma


economia, já que há a criação de um ambiente favorável, com a participação de
diferentes variáveis.

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Mas você pode estar se perguntando: como é que uma economia pode crescer? Bem,
Vasconcellos e Garcia (2012) respondem que as fontes de crescimento da economia
são as seguintes:

• aumento da força detrabalho;


• aumento do estoque decapital;
• melhoria na qualidade da mão de obra;
• melhoria tecnológica;
• eficiência organizacional.

Essas fontes de crescimento de uma economia servem de parâmetros para nossa


reflexão, mas, evidentemente, na economia há outras variáveis a serem
consideradas.

E destaca-se ainda que são quatro os principais elementos que se


realimentam e que impedem um quadro distributivo de melhor qualidade
na economia (CACCIAMALI, 2011):

• a elevada concentração de riquezas do país, seja sob a forma de capital físico,


seja sob o modo de capital humano, que restringe a construção de
um sistema difuso, bem distribuído, de alta produtividade;
• o poder e a habilidade política das classes dirigentes em manter uma situação de
privilégio;
• a ausência histórica de políticas públicas que objetivem mudanças estruturais e
distributivas;
• a pequena organização social e política do povo brasileiro, oriunda inclusive de
um incompatível baixo nível de educação formal.

Para que haja um equilíbrio na geração e na distribuição de riquezas em uma nação,


torna-se necessário, então, que a sociedade tenha consciência darealidade econômica
e social. Para tanto, Alves (2011) esclarece que os mecanismos pelos quais a
ampliação do estoque de capital humano poderia contribuir para o crescimento
econômico seriam osseguintes:

www.esab.edu.br 92
• melhoria da força de trabalho, dotando-a de conhecimentos e
especializando-a;
• criação de uma liderança intelectual apta a preencher os cargos que se abrem
nos setores público e privado;
• criação de um tipo de treinamento e educação que elimine o analfabetismo,
habilite a força de trabalho e, ao mesmo tempo, qualifique-a para as
atividades ditas modernas.

A partir das ideias de Cacciamali (2011) e Alves (2011) anteriormente citadas,


podemos perceber que a influência sobre a renda pode provir de diferentes fontes. Mas,
de modo geral, depende-se de uma economia aquecida, de que haja demanda por
produtos e serviços e, por outro lado, de que os indivíduos sejam qualificados para
aproveitarem as oportunidades existentes no mercado, de modo a também
contribuir para a geração de novas oportunidades no País.

Ao final de mais uma unidade, queremos deixar uma mensagem reflexiva sobre a
importância da renda no crescimento econômico, principalmente nos últimos anos no
Brasil, em que a melhoria de renda dos trabalhadores tem gerado oportunidades
de crescimento da economia e também melhores condições de vida à população.
Chegamos a um índice de mais de 53% da população na classe média e menos de
25% da população encontra-se na linha de pobreza ou miséria, algo que em
décadas anteriores chegava a uma proporção de2/3 da população.

Seguiremos com disposição para estudar a próxima unidade! Nela, estudaremos


sobre as contas nacionais, com foco na mensuração da riqueza gerada em um
país.

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17 As contas nacionais

Objetivo
Conhecer os pilares das contas nacionais e suas variações.

Nesta unidade conheceremos um pouco mais sobre as contas nacionais, com base nos
estudos de Vasconcellos (2002) e Vasconcellos e Garcia (2012). Elas fazem parte de
indicadores econômicos que nos apoiam em decisões pessoais, organizacionais e
governamentais, com históricos de variáveis importantes no papel de analisar cenários
econômicos para curto, médio e longo prazo.

Iniciaremos tratando da contabilidade social, que é a forma geral de controle da


riqueza de uma nação. Em seguida, focaremos nas contas nacionais, nas quais consta
a estratégia de cálculo mais utilizada. E, finalmente, abordaremos o produto interno
bruto, um dos principais indicadores de crescimento econômico. Também incluiremos
uma análise sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de um país.

Pilares das contas nacionais


A contabilidade social caracteriza-se como um registro contábil da atividade produtiva
em um país ao longo de determinado período de tempo. A análise desse registro
dos agregados econômicos reflete um pensamento macroeconômico, com
foco em estimular a atuação dos instrumentos de política econômica
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

A princípio, a necessidade de se ter indicadores econômicos que possibilitassem


uma visão agregada de fenômenos na economia foi percebida na grande
depressão dos anos 1930, quando se notou a necessidade de o governo recuperar a
atividade econômica, com perspectivas de gerar emprego e renda aos cidadãos
(VASCONCELLOS, 2002).

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A partir disso, foi preciso desenvolver a denominada contabilidade social, ou
contabilidade nacional, um instrumento que possibilitaria medir toda a
atividade econômica de um país. Entre os sistemas mais utilizados para medir a
atividade econômica nacional, destacamos o sistema de contas nacionais
(VASCONCELLOS, 2002).

A contabilidade social visa definir e mensurar os principais agregados a partir de


valores já efetivados ou que serão realizados, por exemplo, a
poupança feita de recursos financeiros ou aquele planejamento de consumo ou
investimento para o futuro (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

A seguir, apresentamos os pressupostos básicos da contabilidade


social (VASCONCELLOS, 2002):

• as contas procuram medir a produção corrente: medem renda nacional,


remuneraçãoeserviçodoperíodocorrente;
• as contas referem-se a um fluxo: os valores são considerados ao longo de
um período;
• a moeda é neutra, nosentido deque é considerada apenas como unidade de
medida e instrumento de trocas: a moeda serve como padrão para
agregação de produtos e serviços.

O sistema de contas nacionais possui a versão original e a nova


metodologia para cálculo da riqueza nacional (VASCONCELLOS, 2002). A
seguir, você vai conhecer os dois formatos.

Primeiramente, apresentamos o sistema de contas nacionais, que se baseia em


cinco contas referentes à produção, apropriação da renda e acumulação dos
agenteseconômicos:

• conta produto interno bruto (produção);


• conta renda nacional disponível líquida (apropriação);
• conta transações correntes com o resto do mundo;
• conta de capital (acumulação), mais uma adicional;
• conta-corrente das administrações públicas.

www.esab.edu.br 95
Em seguida, a nova metodologia, na qual as contas nacionais se apresentam
de uma forma mais complexa e possuem dois princípios básicos:

• tabelas de recursos e usos de bens e serviços (TRU);


• contas econômicas integradas (CEI).

Saiba que o sistema de contas nacionais registra como, de fato, são realizados os cálculos
para seapurarariquezadeumpaís.Ouseja,quaisvariáveissão analisadas para compor os
indicadores econômicos. Independentemente da metodologia utilizada, o objetivo é
apurar o nível de produtividade a partir de informações básicas como a produção e a
renda.

Agora daremos destaque para o produto interno bruto, por considerarmos um


fator fundamental para o cálculo de indicadores econômicos de uma nação. O
produto interno bruto (PIB), que compreende todos os produtos e serviços finais
produzidos em uma nação em determinado período de tempo, leva em conta quatro
partes, destacadas a seguir (PARKIN, 2009):
• valor de mercado: mensurar a produção total;
• bens e serviços finais: bem final (utilizado pelo usuário final) e
bem intermediário (utilizado por organizações para produzir outros
produtos ou serviços);
• bens e serviços produzidos em um país: somente os bens e
serviços produzidos no país;
• período determinado: normalmente um trimestre ou ano.

Saiba ainda que a diferença entre produto interno bruto nominal, produto
interno bruto real e produto interno bruto em dólar está na fórmula de cálculo e nas
variáveis utilizadas como parâmetro para isso. Enquanto no produto interno
bruto nominal estão inseridos os valores nominais, ou seja, os números
apontados pelo levantamento contábil, no produto interno bruto real é utilizado o
valor do produto interno bruto nominal deduzindo-se a taxa de inflação do
período. Finalmente, o produto interno bruto em dólar é aquele a partir do qual se
fazem as comparações

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com outros países, mesmo considerando que a questão cambial pode afetar
essa comparação (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Nas movimentações econômicas de um país, temos também a presença da


informalidade, que desobedece às regulamentações das atividades econômicas
presentes no mercado; por exemplo, trabalhadores sem registro em carteira de
trabalho e previdência social, sonegação de impostos, vendas sem notas fiscais,
serviços de autônomos sem recibo de pagamento (VASCONCELLOS, 2002). Há
informações de que no Brasil temos mais de 80% da economia dentro da
formalidade, ou seja, menos de 20% na informalidade.

A informalidade na economia tem diferentes consequências. A primeira que podemos


apontar é tributária, pois quanto menos pessoas pagam impostos, maior a parte
de cada uma. Se o número de pagantes fosse maior, a proporção seria menor.

Outro fato é a própria estruturação de uma organização, para estar formalizada e


aproveitar todas as oportunidades disponíveis no mercado. Um terceiro ponto que
podemos apontar é uma questão ética e de cidadania: ora, se estamos atuando
em um país, é justo que se paguem impostos para melhorar as condições das
pessoas, do meio ambiente e do país em geral.

O produto nacional como medida do padrão de bem-estar está relacionado a


um conceito amplo e que envolve questões como igualdade de oportunidades,
grau de violência, condições de saúde, educação, renda etc. Portanto, precisamos
refletir sobre a diferença entre o bem-estar econômico e o bem-estar social: este
é mais amplo e engloba diferentes variáveis da vida humana; aquele é medido
pela geração de riqueza no país (VASCONCELLOS, 2002).

Para contabilizar o bem-estar social, temos o IDH, que é controlado pelas Nações
Unidas e trata-se de um índice calculado a partir de indicadores sociais
como taxa de analfabetismo, nível de escolaridade, expectativa de vida e PIB
real per capita (VASCONCELLOS, 2002).

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Note agora que o bem-estar econômico depende de outros fatores, os quais nem
sempre conseguem ser mensurados pelo produto interno bruto. De acordo
com Parkin(2009),alguns desses fatores são:

• erro no ajuste em relação à inflação;


• produção dos indivíduos;
• atividade econômica informal;
• saúde e expectativa de vida;
• tempo de lazer;
• qualidade ambiental;
• liberdade política e justiçasocial.

Evidentemente, uma das primeiras preocupações de qualquer indivíduo é com as


questões relacionadas ao bem-estar econômico, pois se caracteriza como base para
almejar outros objetivos ou estilos de vida.

Além disso, também precisamos refletir sobre o bem-estar social, no qual as questões
econômicas estão envolvidas, mas não somente elas. Temos
a preocupação com questões sociais, de relacionamento, de qualidade de vida, de meio
ambiente, de consequências para as futuras gerações, de conhecimento e tecnologia, entre
outras. E obviamente as condições econômicas influenciam a conquista pelo bem-
estar social dos indivíduos.

Portanto, apesar de estarmos tratando aqui de assuntos econômicos, não podemos deixar
de apontar a importância de fatores sociais e ambientais. Por exemplo, se formos analisar
a participação da economia de apenas dois agentes, as famílias e as empresas, teremos
enfoques distintos. No caso das famílias, o enfoque está na renda dos indivíduos; e no das
empresas, na produção de bens e serviços. Depois ainda temos o setor público como
terceiro agente e, finalmente, o mercado externo (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).
Sabemos que os agentes econômicos interagem no mercado, mas dependem da
formação do sistema econômico da nação. Por exemplo, se não há intervenção do
Estado na economia, a interação é feita de uma forma direta pelas empresas, famílias
e mercado externo. Mas onde há a intervenção do Estado na economia, então o
governo é somado ao processo como mais um agente.

www.esab.edu.br 98
Finalizamos mais uma unidade em que apresentamos alguns conceitos e reflexões
sobre as contas nacionais, bem como sobre sua estrutura, seus objetivos e os resultados
para a economia. Outro assunto fundamental nesse contexto é a geração de renda,
que veremos na próxima unidade.

Para sua reflexão


Reflita sobre as diferenças nas ordens de
colocações dos países em relação à classificação
mundial na comparação do PIB e do IDH. Ou
seja, os países que têm os maiores PIBs do
mundo, não são os que têm as melhores
colocações no ranking do IDH. Especialmente
sobre os países em desenvolvimento e os BRICs
também. Portanto, pense nos fatores e
decisões econômicas que levam a esse
contexto. O que pode resultar em uma má
distribuição de renda e condição de vida dos
indivíduos.
A resposta a essa reflexão forma parte de
sua aprendizagem e é individual, não
precisando ser comunicada ou enviada aos
tutores.

www.esab.edu.br 99
18 A determinação da renda

Objetivo
Analisar a formação da renda e sua contribuição para a economia.

Nesta unidade, estudaremos sobre a determinação da renda e sua


formação e também sobre a contribuição da renda para o
desenvolvimento econômico do país. Na unidade 16, abordamos a importância da
renda naeconomia, mas aqui veremos como seforma essa renda na sociedade. Para
tanto, seguiremos as concepções de Parkin (2009), Vasconcellos e Garcia
(2012), Alves (2011).

Formação da renda e contribuição para a economia


Tudo começa com o orçamento do consumidor. Afinal, é após formado que ele
influenciará no comportamento desse mesmo comprador. O orçamento
do consumidor limita suas escolhas de compra, e as escolhas de um
indivíduo determinam suas decisões no momento de analisar as opções possíveis
no mercado (PARKIN, 2009). Os fatores que determinam o orçamento de uma
pessoa e suas possibilidades de consumir estão relacionados às possibilidades
existentes no mercado e também à renda real do consumidor.

Segundo Parkin (2009), as possibilidades de consumo de um indivíduo influenciam


as suas respectivas escolhas, que são limitadas pela renda individual e pelos preços
dos produtos e serviços que o consumidor poderá comprar. Ness e caso, as
escolhas dos indivíduos no momento de comprar estarão embasadas na
capacidade de consumo, ou seja,no tamanho de seu orçamento disponível em
determinado período de tempo.

www.esab.edu.br 100
Portanto, devemos reconhecer que o indivíduo tem determinada renda para gastar e
não tem como influenciar o preço de produtos e serviços (PARKIN, 2009). Como
falamos desde o início da disciplina, os recursos são limitados e escassos, e no
caso da renda não é diferente. Cada indivíduo tem um limite orçamentário, que
influenciará nas suas compras, já que os preços dos produtos e serviços não se
ajustarão à renda, e sim o contrário.

Por outro lado, temos que “[...] a renda real de um indivíduo é a renda individual
expressa como uma quantidade de bens que ele pode comprar” (PARKIN, 2009, p.
151). Entretanto, quando a renda monetária varia, a renda real também varia, e a
linhaorçamentáriase desloca.

As variações da demanda por trabalho dependem de três fatores, apresentados no


quadro a seguir.

Quanto mais alto é o preço do produto ou serviço, maior


O preço do produto da empresa é a demanda da organização por trabalho, devido ao
fato de a receita marginal ser mais elevada.
Se o preço de algum outro fator de produção muda, a
demanda por trabalho também muda, mas apenas no
Os preços dos outros fatores
longo prazo, quando todos os recursos de produção
podem variar também.
Uma evolução na tecnologia ou um aumento de capital
Tecnologia e capital que altere o produto marginal do trabalho muda a
demanda por trabalho.

Quadro 5 – Variações da demanda por trabalho.


Fonte: Adaptado de Parkin (2009).

Cada segmento da economia possui suas peculiaridades sobre os preços, a tecnologia e


o capital empregados na produção de bens e serviços. Mas, de modo geral, podemos
dizer que a demanda por trabalho ocorre em todos os segmentos. A diferença é que
cada atividade produtiva pode demandar diferentes qualificações das pessoas.

www.esab.edu.br 101
Destacamos que a demanda ouprocura por mão deobra depende de dois fatores
básicos (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012):

• a taxa de salário real (ou custo efetivo de pessoal para as


organizações);
• o nível de produção desejado pelas organizações.

Essa diferença na demanda por pessoas é influenciada pela complexidade das


operações produtivas, o que consistirá em custo e produtividade igualmente
diferenciados.

Maséprecisoobservarqueademandaportrabalhodiminuise (PARKIN, 2009):

• o preço do produto da empresa diminui;


• o preço de um substituto para o trabalho diminui;
• o preço de um complemento do trabalho aumenta;
• uma nova tecnologia ou novo capital diminui o produto marginal do
trabalho.

Como falamos anteriormente, de acordo com o contexto produtivo, o preço ou o


reconhecimento pelo trabalho prestado poderá ser diferenciado. Em termos gerais,
quanto mais qualificado ou escasso for o profissional, maior deveria ser sua renda.

E a demanda por trabalho aumenta se (PARKIN, 2009):

• o preço do produto da empresa aumenta;


• opreço deumsubstituto para o trabalho aumenta;
• o preço de um complemento do trabalho diminui;
• umanova tecnologia ounovo capital aumenta o produto marginal do
trabalho.

No quadro a seguir, apresentamos os fatores que geram a elasticidade da demanda


por trabalho (PARKIN,2009):

www.esab.edu.br 102
Da intensidade do trabalho no
Utiliza muito trabalho e pouco capital.
processo de produção
Quanto maior for a elasticidade da demanda pelo
Da elasticidade da demanda pelo
produto ou serviço, maior será a necessidade da
bem produzido
demanda pelo trabalho utilizado para produzi-lo.
Quanto mais facilmente o capital puder ser utilizado
Do grau de substituição entre
no lugar do trabalho na produção, mais elástica será a
trabalho e capital
demanda por trabalho no longo prazo.

Quadro 6 – Dependência da elasticidade da demanda por trabalho.


Fonte: Adaptado de Parkin (2009).

Por sua vez, a oferta de mão de obra depende dos seguintes


fatores (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012):

• do salário real (custo efetivo da cesta básica de consumo para os


trabalhadores);
• da evolução da população economicamente ativa.

Neste mercado de trabalho, onde há a preocupação com a renda dos trabalhadores e


também com seu desenvolvimento pessoal e profissional, podem surgir conflitos com os
empregadores. E o poder no mercado de trabalho poderá estar relacionado aos
sindicatos de trabalhadores. Portanto, os objetivos dos sindicatos são três (PARKIN,
2009):

• aumentar a remuneração;
• melhorar as condições de trabalho;
• expandir as oportunidades de emprego.

Existem alguns métodos utilizados pelos sindicatos para influenciar a demanda


pelo trabalho de seus membros. São eles (PARKIN, 2009):

• aumentar o produto marginal dos membros do sindicato;


• incentivar restrições a importações;
• apoiar leis de definição de piso salarial;
• apoiar restrições ao trabalho de imigrantes ilegais;
• aumentar a demanda pelo bem produzido.

www.esab.edu.br 103
No que diz respeito a preparar os trabalhadores para o desempenho de funções
produtivas nas organizações, torna-se necessário o desenvolvimento de
políticas públicas voltadas para a capacitação dessas pessoas para o mercado
de trabalho.

Por isso, Alves (2011) conclui que qualquer programa ou conjunto depolíticas
que vise tornar a educação mais relevante para o desenvolvimento deve
operar,simultaneamente, emdoisníveis.

• Modificar os incentivos econômicos e sociais fora do sistema educacional,


pois esses é que irão, largamente, determinar a magnitude, estrutura
e orientação da demanda de educação e, consequentemente, a resposta
política sob a forma de ampliação de vagas do sistema educacional
público e, indiretamente, do sistema privado de ensino.
• Alterar a eficácia e equidade interna dos sistemas por modificações apropriadas
na orientação dos currículos e na estrutura existente de financiamento
da educação.

Procuramos nesta unidade oportunizar a você, caro estudante, algumas percepções


sobre a determinação da renda e sua importância para a economia nacional. A busca
por melhores condições de vida, por meio doaumentodarenda,precisasercoletiva,
mas cada indivíduo também precisa se preocupar em se desenvolver e alcançar
níveis desejados de vida, tanto em termos econômicos como em outras esferas.

Estudo complementar
Caro estudante, acesse este site do
Governo Federal e leia sobre o Imposto de
Renda (IR), clicando aqui. O IR é o imposto
arrecadado diretamente na fonte,
mensalmente, antes mesmo de se apurar a
renda anual do indivíduo. Aprofunde sua
pesquisa sobre isso, pois o IR interfere na
renda do trabalhador.

www.esab.edu.br 104
Resumo

Na unidade 13, tratamos dos agentes econômicos, dos fatores de produção e de


algumas noções básicas de economia. Destacamos os quatro agentes econômicos:
as famílias (ou os consumidores), as empresas (ou os produtores de bens e serviços), o
Estado e o resto do mundo (setor externo). Vimos que as famílias e as empresas
formam
o mercado, em seguida conhecemos os fatores de produção em relação
aos problemas fundamentais econômicos (o que, quanto, como e para quem
produzir). E finalizamos com os objetivos e os instrumentos de política
econômica. Na unidade 14, abordamos a moeda como movimentadora do
mercado e suas respectivas funções. Tratamos das funções
básicas da moeda na economia, como as funções de facilitação de trocas,
realização de pagamentos e reserva para momentos imprevistos ou planejados.
Também vimos os tipos de moeda (papel, metálica e escritural).

Na unidade 15, estudamos a participação dos juros na economia e sua influência


no custo do capital no país, seja para consumo seja para investimentos. Os
juros, além de pesarem no custo do capital, podem influenciar a viabilidade de
um projeto, sob o ponto de vista do gestor. Então, as decisões nasociedade, por
parte dos consumidores (de recorrer a linhas créditos, por exemplo), das
empresas (que necessitam de recursos financeiros para investimentos)ou do
próprio governo(que precisa de recursos para os gastos correntes ou
investimentos), analisam a implicação dos valores pagos de juros sobre o
capital.

Na unidade 16, tratamos sobre a renda e sua influência para o


desenvolvimento econômico. A renda se caracteriza como base para o consumo e os
investimentos em produção, pois é necessário que haja demanda por produtos e
serviços. Vimos também que a renda representa a capacidade econômica deum país,
seja para gerar riqueza ou na forma como se distribui essa riqueza entre a
população de diferentes classes sociais.

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Na unidade 17, estudamos sobre as contas nacionais. Iniciamos tratando da
contabilidade social, em seguida, vimos o significado propriamente dito das contas
nacionais e ainda focamosno produto interno bruto, suas formas e cálculos.

Nessas unidades apresentamos metodologias para calcular esses indicadores


econômicos, além de relacionar as questões sociais e ambientais.

Naunidade 18, analisamos a determinação da renda e sua contribuição para o


desenvolvimento econômico. Apontamos alguns caminhos para a determinação da
renda, principalmente quanto aos preços de produtos e serviços e ao trabalho das
pessoas, tendo em vista que estamos inseridos em uma economia em que a renda
depende fortemente do salário.

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19 Uma análise da inflação

Objetivo
Estudar os conceitos e a influência da inflação no mercado.

Nesta unidade, estudaremos a inflação e sua influência no mercado e na economia como


um todo.

Vasconcellos e Garcia (2012) definem a inflação como um aumento contínuo e


generalizadodoíndicede preços,quenão podeser confundido com aumentos esporádicos
de preços. Sabemos que a inflação está presente na desvalorização da moeda, no
aumento dos preços dos produtos, no poder de compra do salário mínimo, entre
outras ações. Portanto,precisamos estar atentos ao comportamento dessa importante
variável econômica em nossas análises organizacionais e pessoais, principalmente sobre
seu impacto nas atividades produtivas e financeiras.

A inflação acontece quando o nível de preços aumenta constantemente. Porém,o aumento


ocasional de um preço não determina isoladamente uma característica da inflação.

Podemos dizer que “[...] medimos o nível de preços como a média dos preços que as
pessoas pagam por todos os bens e serviços que compram” (PARKIN, 2009, p. 465).
Também “[...] medimos a taxa de inflação como a variação percentual anual do nível de
preços” (PARKIN, 2009, p. 465).

Quando a taxa de inflação excede os 50% ao mês, ocorre o que chamamos de


hiperinflação. Nesse caso, a moeda perde valor rapidamente (PARKIN, 2009).
Quando a inflação tem uma característica de hiperinflação, os preços de produtos e
serviços aumentam com uma velocidade anormal e a moeda se desvaloriza
rapidamente. Portanto, os preços são ajustados frequentemente, inclusive o valor da
renda, como

www.esab.edu.br 107
no caso de salários. Por outro lado, a deflação ocorre quando o nível de preços diminui,
o que também pode ser chamado de taxa de inflação negativa (PARKIN, 2009).

No Brasil, conforme informações disponíveis no site do Governo Federal


(www.brasil.gov.br), a década de 1980 foi marcada pela conjunção de dois fatores:
forte retração na taxa de expansão econômica e significativo aumento da inflação. A
média anual, por exemplo, atingiu 330% e, entre 1990 e 1994, aumentou para
764%. Foram pelo menos 15 anos de hiperinflação (LUQUE; VASCONCELLOS,
2011).

Mas é preciso destacar que as fontes de inflação podem diferir em relação às condições
de cada nação, conforme explicam os autores Vasconcellos e Garcia (2012) nos dados
apresentados no quadro a seguir.

Oligopolista, monopolista e concorrencial: influenciará


Tipo de estrutura de mercado a possibilidade de os setores repassarem aumentos de
custos aos preços dos produtos ou serviços.
A economia mais aberta favorece a competição
Grau de abertura da economia ao
externa e gera, consequentemente, maior
comércio internacional
concorrência e menor preço.
Maior poder de negociação dos sindicatos dos
Estrutura das organizações trabalhadores acarreta a possibilidade de obtenção
trabalhistas de aumentos salariais acima dos índices de
produtividade, gerando pressão sobre os preços.

Quadro 7 – Fontes de inflação.


Fonte: Adaptado de Vasconcellos e Garcia (2012).

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19.1 Tipos de Inflação
Uma das formas tradicionais de estudarmos a questão inflacionária é a
distinção entre os seguintes tipos de inflação:

• inflação de demanda;
• inflação de custos ou de oferta;
• inflação inercial.

Vamos estudar cada uma delas a seguir, conforme Vasconcellos e Garcia (2012).

Inflação de demanda

Considerada o tipo mais comum de inflação, diz respeito ao excesso de demanda


agregada em relação à produção disponível de bens e serviços, ou seja, a demanda
está maior que a oferta.

Inflação de custos

A inflação de custos pode ser associada a uma inflação tipicamente de oferta. Onível de
demanda permanece o mesmo, mas os custos de certos insumos importantes
aumentam e eles são repassados aos preços dos produtos e serviços.

Inflação inercial

De acordo com a visão inercialista, os mecanismos de indexação provocam a


perpetuação das taxas de inflação anteriores, que são sempre repassadas aos
preços correntes, pois muitos setores, mesmo sem terem apresentado elevações
significativas de seus custos, simplesmente aumentam os preços pela inflação geral
do país.

Por essa razão, nos planos anti-inflacionários adotados após 1986 as autoridades
monetárias, para tentar eliminar a chamada memória inflacionária, adotam o
congelamento de preços e salários.

www.esab.edu.br 109
19.2 Consequências da inflação sobre a distribuição
de renda
Uma das distorções mais sérias provocadas pela inflação esta relacionada à redução do
poder aquisitivo das classes que dependem de rendimentos fixos. Nesse caso, são
os assalariados que, com o passar do tempo, vão ficando com seus orçamentos cada
vez mais reduzidos, até a chegada de um novo reajuste. Os que mais perdem
são os trabalhadores de baixa renda, que não têm condições de realizar aplicações
financeiras, pois tudo o que ganham gastam com sua subsistência. Assim, podemos
concluir que a inflação é um imposto sobre os mais pobres.

A inflação gera sérios problemas sociais e econômicos, piora a distribuição


de renda e aumenta a segregação social. Em relação à economia, a inflação
influencia diretamente os investimentos e consequentemente reduz o crescimento
econômico. Os empresários são sensíveis à influência da inflação dadas as
instabilidades e expectativas futuras em relação aos seus ganhos e, assim, tendem a
desviar os recursos destinados à produção para o setor financeiro, em face da
possibilidade de maiores lucros.

Analisando a inflação mundial de 1960 a 2010, podemos perceber que nas décadas de
1960 e 1970 tínhamos uma inflação em nível similar ao que tivemos nas décadas
de 1990 e 2010, ou seja, em um nível oscilante de 3% a 6% ao ano. Porém, nas
décadas de 1970 e 1980, tivemos um nível mais elevado da taxa anual de
inflação, variando entre 6% a 13% ao ano. Em geral, os países industrializados têm
um nível de inflação menor do que as nações em desenvolvimento (PARKIN,
2009).

Na Tabela 4, apresenta-se uma comparação dos índices de inflação em nível mundial.


Vejamos.

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Tabela 4 – Índices de inflação em países industrializados e em desenvolvimento.
Inflação/ano Países industrializados Países em desenvolvimento
1980 12% 15%
1985 6% 30%
1990 5% 60%
1995 3% 70%
2000 2% 20%
2005 3% 10%

Fonte: Adaptada de Parkin (2009).

No caso do Brasil, podemos associar a estabilização da economia apontando


causas fundamentais da inflação, em três conjuntos básicos de variáveis (LUQUE;
VASCONCELLOS, 2011):

• conflito distributivo: além do conflito entre capital e trabalho, temos os


índices de crescimento econômico;
• déficit do setor público e seu financiamento: o desequilíbrio nas contas
públicas e a busca de crédito para cumprir os compromissos financeiros;
• mecanismos de indexação: impossibilidade de remunerações reais.

Em relação às contas públicas, em um passado recente (décadas de 1980 e 1990), a


cobertura do déficit era realizada por meio da captação de empréstimos
internacionais ou emissão de moeda, o que caracterizava uma economia em
desequilíbrio. A partir do Plano Real, em 1994, e com a edição da Lei
Complementar n° 101, em 2000, denominada Lei de Responsabilidade Fiscal
(BRASIL, 2000), o Governo passou a utilizar como instrumento de controle do
déficit a comercialização dos títulos públicos, aliada aos programas de ajustes
fiscais, com estabelecimento de metas de superávit primário. O superávit primário
se refere às contas do Governo: quando a receita supera os gastos ao final de um
período; caso contrário, registra-se um déficit. O resultado primário, sendo
superávit ou déficit, é um indicador de como o Governo está administrando
suas contas.

www.esab.edu.br 111
Os mecanismos de indexação, seja por dólar, seja por salário mínimo ou
outros, possibilitam o efeito automático de repasse da inflação de um
período ao subsequente. De forma figurada, podemos associar esse processo a uma
bola de neve: à medida que ela se desloca, aumenta o seu tamanho.O efeito “bola
deneve”,nesse caso, se c aracteriza poruma realimentação da dívida. Ou seja,
para cumprir os compromissos, o Governo acaba tomando emprestado mais
dinheiro do mercado,mesmo que por meio de títulos públicos.

Sob uma perspectiva social, é como se jogássemos recursos escassos na latadelixo. Esse
desperdícioderecursoséumcustoprovenienteda inflação (PARKIN, 2009).

Ao fim desta unidade, abordamos alguns conceitos de inflação e suas


características econômicas, tanto relativas às origens quanto às consequências para a
sociedade e para a economia. Vamosà próxima unidade!

Para sua reflexão


É interessante refletir sobre a influência da
inflação em nossa vida pessoal e profissional.
Afinal: que tipo de impactos o aumento da
inflação gera, por exemplo, em seu ambiente?
A resposta a essa reflexão forma parte de sua
aprendizagem e é individual, não precisando ser
comunicada ou enviada aos tutores.

www.esab.edu.br 112
20 A política fiscal

Objetivo
Refletir sobre as práticas da política fiscal na economia.

Na unidade anterior, estudamos sobre a inflação e suas influências na economia. Nesta


unidade, utilizaremos as principais ideias dos trabalhos de Vasconcellos e Garcia
(2012) e Parkin (2009) para apresentar a Política Fiscal e seus instrumentos. A
Política Fiscal influencia a forma como uma nação busca recursos (tributos) para ofertar
serviços públicos à população, bem como os critérios de gastos dos governos.

Esse tema é relevante em diferentes países, especialmente no Brasil, que tem leis
específicas para os gastos públicos – a responsabilidade fiscal dos gestoresexecutivos de
municípios, estados, Distrito Federal e Governo Federal. Você se recorda que na
unidade anterior destacamos que a Lei de Responsabilidade Fiscal estabeleceu, a
partir de 2000, o marco regulatório das ações dos gestores públicos?

Pois bem, a política fiscal engloba os instrumentos de que o Governo dispõe para
arrecadar tributos (política tributária) e controlar suas despesas (política de
gastos). Além de determinar o nível de tributação, a política tributária é utilizada
para gerir as alíquotas de impostos e para estimular ou inibir os gastos de consumo do
setor privado (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Um dos objetivos principais da política fiscal é focar no controle da inflação. Para


tanto, se o objetivo da política econômica for reduzir a taxa da inflação, as medidas
fiscais comumente aplicadas são a diminuição de gastos públicos e/ou o aumento da
carga tributária,oque inibe o consumo. Consequentemente, essas decisões levariam à
diminuição dos gastos da população. Porém, se o objetivo for maior crescimento e
emprego, os instrumentos fiscais são os mesmos, mas em sentido contrário, para

www.esab.edu.br 113
estimular a demanda agregada (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012). Portanto, a
política fiscal pode estar voltada tanto para o crescimento da atividade econômica
quanto para frear esse crescimento – normalmente, está relacionada ao desequilíbrio
entre oferta e demanda. No caso de uma oferta maior do que a demanda, pode-se
tentar estimular o consumo por meio da diminuição da tributação, por exemplo. E
no caso da demanda maior que a oferta, estimular a produção.

Já para uma política que objetive a melhoria na distribuição de renda, esses


instrumentos devem ser aplicados de maneira seletiva, em benefício dos grupos
menos favorecidos. Como exemplo, podemos citar os impostos progressivos, os
gastos dos governos em regiões menos desenvolvidas, entre outros
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Saiba ainda que a política fiscal também pode contribuir para a busca de uma justiça
social, seja para promover o desenvolvimento de uma região ou segmento específico
da nação (através de estímulos fiscais ou financeiros), seja para provocar o
desenvolvimento de certos grupos sociais (com a diminuição ou isenção de certos
impostos, porexemplo).

Na implantação de uma política tributária, é imprescindível respeitar o princípio


constitucional da anterioridade, antes conhecido como princípio da anualidade,
ou seja, para que um tributo possa ser efetivamente cobrado, a lei que o autoriza
deverá ser aprovada pelo Legislativo no ano anterior ao início da cobrança
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012). Essa questão legal é importante para que
todos os agentes econômicos sintam confiança nas decisões governamentais.

Os princípios da tributação influenciam o Estado para que ele cumpra com a


sociedade uma arrecadação tributária de acordo com dois princípios
fundamentais, que podem ser visualizados no Quadro 8.

www.esab.edu.br 114
Princípio da neutralidade Princípio da equidade
Distribuir o ônus tributário de forma justa entre os
Quando os preços relativos
cidadãos. Tanto pelo princípio do benefício (quando o
interferem minimamente nas
contribuinte recebe benefício como retorno ao tributo
decisões econômicas, mesmo que
pago) como pelo princípio da capacidade de pagamento
seja para corrigir uma ineficiência
(as famílias e as empresas contribuem com tributos
no mercado.
conforme sua capacidade financeira).

Quadro 8 – Princípios da tributação.


Fonte: Adaptado de Vasconcellos e Garcia (2012).

Na percepção dos autores Vasconcellos e Garcia (2012), os tributos podem ser


classificados de diferentes formas:

• imposto direto (sobre a renda ou patrimônio);


• imposto indireto (sobre produtos e serviços);
• impostos regressivos (recaem mais fortemente e proporcionalmente sobre
indivíduos com menor renda);
• impostos proporcionais ou neutros (aumento da contribuição é
proporcional ao da renda);
• impostos progressivos (aumento proporcionalmente maior que a elevação
da renda).

Cabe destacar que no Brasil, de acordo com o artigo 145 da Constituição,


existe a classificação dos tributos em impostos, taxas e contribuição de melhorias
(BRASIL, 1988). O imposto está relacionado à cobrança de um tributo sobre uma
operação de produção ou renda, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS) e o Imposto de Renda (IR). A taxa está relacionada a um tributo que
é cobrado a partir da contrapartida na prestação de um serviço, por exemplo, a
iluminação pública. E a contribuição de melhorias está ligada a algo feito pelo
Estado e que valoriza um imóvel, por exemplo, a pavimentação de uma rua.

As diferentes características dos tributos requerem formas específicas de análises


na arrecadação e também na utilização desses recursos provenientes de esferas e
fontes diferenciadas. Portanto, essa visão

www.esab.edu.br 115
tributária é complexa e carece de decisões importantes. Talvez por isso no Brasil a
reforma tributária não ocorra e, ao invés disso, são feitas mudanças pontuais.

Podemos caracterizar a Lei de Responsabilidade Fiscal de 2000 como um


instrumento de política fiscal com o objetivo de consolidar um equilíbrio
orçamentário no setor público. Essa lei estabelece (VASCONCELLOS; GARCIA,
2012):
• limite para as despesas com funcionalismo público – de 50% para a União e de
60% para estados e municípios;
• proibição de socorros financeiros entre as três esferas
governamentais;
• limite de despesas realizadas pelos gestores públicos em final de mandado;
• limites de endividamento para União, estados e municípios, definidos
por meio de resolução do Senado Federal.

A Lei de Responsabilidade Fiscal trouxe diferentes benefícios para a sociedade


brasileira. Claro que não mudou tudo, mas ela gerou uma pressão maior aos gestores
públicos, pois foram criadas regras e critérios para o nível de gastos no setor público.
Passou-se a ter consequências jurídicas, e até mesmo políticas, para aqueles que não
cumprirem a legislação.

Portanto, o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal poderá acarretar aos


gestores públicos o não recebimento de repasses voluntários de verba da União. E os
responsáveis podem até mesmo sofrer sanções por crime de responsabilidade fiscal.
Com isso, melhora-se a eficiência governamental, com necessidade de gerir as
decisões deacordocomas receitas próprias (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Os motivos apresentados no Quadro 9, segundo Vasconcellos (2002), são


responsáveis pelo crescimento da participação do Estado na atividade econômica.

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Crescimento da renda per capita Aumento da demanda por serviços públicos
Mudanças tecnológicas Maior demanda por infraestrutura
Mudanças populacionais Maior gasto do Estado com serviços públicos
Efeitos de guerra Gasto público aumenta
Fatores políticos e sociais Novos grupos presentes nas decisões políticas
Além do conceito de aposentadoria, também como
Mudanças da previdência social
instrumento de distribuição de renda

Quadro 9 – Fatores de crescimento da participação do Estado na atividade econômica.


Fonte: Adaptado de Vasconcellos (2002).

Com a maior intervenção do Estado na economia, além de acompanhar e regular o


mercado, essa participação estatal gerou mais obrigações para com a população, em
forma de oferecimento de serviços públicos. Porém e com isso, as contas públicas
tiveram uma elevação. Afinal, é algo lógico: se aumentam os gastos, para cobri-los é
preciso que as receitas também aumentem. Caso contrário, o nível de endividamento
pode se elevar.

MontoroFilhoeTroster(2011)apontam que aspolíticas fiscais dos governos podem


alcançar seus objetivos econômicos (que são estabilidade e crescimento) e também
seus objetivos sociais (comoadiminuição das taxas de desemprego), através da
utilização de instrumentos como: programas de renda mínima (Bolsa Família), política
de preços mínimos na agricultura e políticas de desoneração de impostos. A
adoção desses instrumentos pelo Estado obriga-o ao controle efetivo dos gastos
públicos, sem o qual as diretrizes da política econômica ficam comprometidas.

Entre as possibilidades de política de ajuste fiscal, destacamos as seguintes (PARKIN,


2009):

• conter o aumento nos gastos públicos;


• reforma tributária: diminuir a carga tributária e evitar distorções, contribuindo
para o desenvolvimento econômico;
• política de sustentabilidade da dívida pública, com juros menores e geração de
superávits;

www.esab.edu.br 117
• conciliar descentralização fiscal e autonomia federativa, com vistas para
a redução das desigualdades sociais e aumento da competitividade
econômica.

Essa busca por um ajuste fiscal se caracteriza como um desafio complexo na economia
brasileira e aos gestores públicos, pois, de um lado, temos a pressão da sociedade para
a diminuição da carga tributáriae, por outro, a cobrança por mais e melhores serviços
públicos.Portanto,trata-sede uma questão matemática.

Dica
Sugerimos que você busque informações sobre
a política fiscal no município em que você reside
e, principalmente, sobre se há uma tendência de
ajuste fiscal. Se possível, descubra as ações e as
metas planejadas.

Nesta unidade, abordamos a política fiscal e a importância do atendimento à


demanda legal, e também a exposição relacionada ao cotidiano das pessoas e
organizações. Na próxima unidade, vamos estudar sobre o papel da política
monetária no mercado. Bons estudos!

Tarefa dissertativa
Caro estudante, convidamos você a acessar o
Ambiente Virtual de Aprendizagem e realizar a
tarefa dissertativa.

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21 A política monetária

Objetivo
Conhecer a atuação da política monetária no mercado.

Na unidade anterior, estudamos a política fiscal e sua influência no mercado.


Nesta unidade, com o auxílio dos trabalhos de Montoro Filho e Troster (2011) e
Vasconcellos e Garcia (2012), abordaremos a política monetária e sua atuação na
atividade econômica.

Sabemos que para movimentar a economia em suas atividades de produção e


consumo, há necessidade de disponibilidade de moeda para que as movimentações
econômicas ocorram de forma satisfatória, tanto com relação ao consumo quanto para
investimento na produção. Portanto, precisamos de moeda para realizar nossas trocas
de compra e venda de produtos e serviços.

A economia de mercado engloba um conjunto de instituições e instrumentos,


que estão em constante mutação e são dinâmicos. No entanto, no caso das
instituições, elas incluem o Banco Central, os bancos comerciais, os bancos múltiplos,
as corretoras e outras instituições governamentais e privadas (MONTORO FILHO;
TROSTER, 2011).

Destacamos que a política monetária está relacionada à atuação do governo sobre


a quantidade de moeda e títulos públicos existentes na economia do país. Para
tanto, citamos alguns instrumentos que o
Governo dispõe para aumentar ou reduzir a quantidade de moeda em circulação
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012):

• emissões;
• reservas compulsórias (percentual sobre os depósitos que os bancos comerciais
precisam colocar à disposição do Banco Central);

www.esab.edu.br 119
• open market (compra e venda de títulos públicos);
• redescontos(empréstimosdoBancoCentralaosbancoscomerciais);
• regulamentação sobre crédito e taxa de juros.

Cabe ainda acrescentar que Montoro Filho e Troster (2011) dividem


os instrumentos monetários em:

• financeiros: papel-moeda, depósitos à vista, letras de câmbio, opções, futuros etc.;


• econômicos: taxa de redesconto, operações de mercado aberto, alíquota de
depósitos compulsórios dos bancos comerciais etc.

Por exemplo, se o objetivo da política monetária for o de controlar a inflação, a medida


indicada será diminuir o estoque monetário da economia, por meio de aumento da
taxa de juros, aumento das
reservas compulsórias e venda de títulos públicos (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Mas se o objetivo da política monetária for de estimular a demanda agregada– ou


seja,tercomometaocrescimentoeconômico–será precisoreduzira taxade jurosea
taxade compulsórioecomprartítulos públicos (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Os autores ainda explicam que a política monetária e a política fiscal são opções
diferentes para uma mesma finalidade. Portanto, a política econômica deve ser aplicada
através de uma combinação equilibrada desses instrumentos fiscais e monetários.

E acrescentam: a política fiscal traz resultados mais positivos quando o objetivo é


melhorar a distribuição derenda, tanto nas tributações de rendas mais altas
quanto no estímulo às classes mais pobres
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012). Além disso, a política monetária é mais
utilizada para a questão distributiva.

Uma vantagem considerável da política monetária sobre a política fiscal é que ela pode
ser implementada imediatamente após sua aprovação, a

www.esab.edu.br 120
qual depende apenas das autoridades monetárias. Já as mudanças nas políticas fiscais
dependem da aprovação no Legislativo e devem respeitar vários princípios
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012). Recordemos que na unidade anterior
apresentamos um quadro com tais princípios.

Você já sabe que o mercado monetário realiza transações de moeda. Para tanto,
conforme já se afirmou, existe uma demanda por moeda e uma oferta de moeda. A
demanda por moeda está relacionada à necessidade de transações dos agentes
econômicos, ou seja, a necessidade de liquidez. Já a oferta da moeda está ligada à
determinação do Banco Central e sua respectiva atuação junto aos bancos comerciais.
Entretanto, a demanda e a oferta geram a taxa de juros (VASCONCELLOS; GARCIA,
2012).

Desse modo, entenda que a relação entre a demanda e a oferta de moeda pode
influenciar a taxa de juros praticada no país. Por exemplo, se a demanda por moeda
é elevada, em função da necessidade de consumo, a taxa de juros poderá ser
aumentada para frear o consumo e não gerar inflação. O inverso também pode
ocorrer, ou seja, para incentivar o consumo, o Banco Central atua no sentido de
ofertar moeda e diminuir os juros.

Portanto,acondiçãodeequilíbriodamoedaéconstituídapelaigualdade entreofertae
demanda. Segundo Vasconcellos e Garcia (2012), as variáveis que determinam esse
mercado são a taxa de juros e o estoque de moeda (meios de pagamentos).

O controle dessas variáveis no Brasil está ao encargo das autoridades monetárias que
compõem o subsistema normativo dentro do mercado financeiro. Montoro Filho e
Troster (2011) definem três autoridades: o Conselho Monetário Nacional
(CMN), o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Vamos saber um pouco mais sobre cada uma delas.

O CMN, que foi instituído pela Lei n° 4.595, de 31 de dezembro de 1964, é o órgão
responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do Sistema
Financeiro Nacional (SFN). Integram o CMN o Ministro da Fazenda (Presidente), o
Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e o Presidente do Banco Central do
Brasil. Entre

www.esab.edu.br 121
suas funções, estão: adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da
economia; regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de
pagamentos; orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; propiciar o
aperfeiçoamento das
instituições e dos instrumentos financeiros; zelar pela liquidez e solvência das
instituições financeiras; coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da
dívida pública interna e externa (BRASIL, 1964).

Saiba ainda que o Banco Central do Brasil (BACEN) também foi criado pela Lei n°
4.595, de 31 de dezembro de 1964, e é o principal executor das orientaçõesdo Conselho
MonetárioNacionale responsávelpor garantir
o poder de compra da moeda nacional, tendo por objetivos: zelar pela adequada
liquidez da economia; manter as reservas internacionais em nível adequado; estimular a
formação de poupança; zelar pela estabilidade e promover o permanente
aperfeiçoamento do sistema financeiro (BRASIL, 1964). Destacamos como
atribuições do BACEN:

• emitir moeda;
• receber os depósitos obrigatórios dos bancos comerciais e dos depósitos
voluntáriosdasinstituiçõesfinanceirasemgeral;
• realizar operações de redesconto de liquidez e seletivo;
• operar o open market;
• controlar o crédito e as taxa de juros;
• fiscalizar as instituições financeiras e a concessão de autorização para o seu
funcionamento;
• administrar as reservas cambiais da nação.

A CVM também é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, instituída pela


Lei n° 6.385, de 7 de dezembro de 1976. É responsável por regulamentar, desenvolver,
controlar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários do país. Para esse fim, exerce
as funções de: assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa
e de balcão; proteger os titulares de valores mobiliários; evitar ou coibir modalidades
de fraude ou manipulação no mercado; assegurar o acesso do público a informações
sobre valores mobiliários negociados e sobre as companhias

www.esab.edu.br 122
que os tenham emitido; assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no
mercado de valores mobiliários; estimular a formação de poupança e sua aplicação
em valores mobiliários; promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular
do mercado de ações e estimular as aplicações permanentes em ações do capital
social das companhias abertas (BRASIL, 1976).

Agora que você já conheceu um pouco sobre o subsistema normativo, vamos


conhecer o subsistema operativo, que contempla instituições de intermediação
financeira e instituições auxiliares.

Montoro Filho e Troster (2011) destacam que os intermediários financeiros


(subsistema de intermediação) são constituídos de: Banco do Brasil, bancos
comerciais, Sistema Financeiro de Habitação, bancos de desenvolvimento, bancos de
investimentos e companhias de crédito, financiamento e investimento.

O setor financeiro é responsável pela intermediação financeira na economia.


Portanto, será responsável pela intermediação de recursos entre as unidades
deficitárias e as superavitárias e, ao mesmo tempo, deverá gerir os riscos existentes.
Nesse caso, o setor financeiro realiza essa atividade em função de (MONTORO
FILHO; TROSTER, 2011):

• sua especialização: domínio na área de atuação financeira;


• economia em escala: grandes volumes de movimentações financeiras;
• vantagens regulamentatórias: orientações definidas para as transações financeiras.
Assim, as operações feitas por meio de uma variedade de instrumentos financeiros
podem apresentar algumas características, levantadas por Montoro Filho e Troster
(2011):risco,liquidez,rentabilidadeeemitentes diferenciados.

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Segundo esses autores (2011), os intermediários financeiros podem ainda ser
segmentados em bancários e não bancários. Vamos à explicação?

Os intermediários bancários mais importantes no Brasil são os bancos comerciaise


os bancos múltiplos, embora denominemos comumente todos como bancos. São
exemplos a Caixa Econômica Federal e as cooperativas de crédito.

As funções de um banco são apresentadas no Quadro 10.

Deslocamento de recurso de unidades superavitárias


Intermediação financeira
para as unidades deficitárias.
Transformar ativos de uma característica em ativos de
Transmutação de ativos
outra característica.
Câmara de compensação Função de troca de moeda ou de liquidez na economia.

Quadro 10 – Funções de um banco.


Fonte: Adaptado de Montoro Filho e Troster (2011).

Por sua vez, os intermediários não bancários captam recursos diretamente junto aos
compradores e vendedores (MONTORO FILHO; TROSTER, 2011). Os principais
são:

• bancos de investimentos: recursos de médio e longo prazos para capital fixo


ou de giro das empresas, sendo que a fonte dos recursos é a emissão de
Certificados de Depósitos Bancários (CDB);
• sociedade de crédito, financiamento e investimento (financeiras): financiar bens
de consumo duráveis, através de crédito direto ao consumidor e capital de giro
às empresas, com fonte dos recursos em letras de câmbio e empréstimos;
• sociedades de créditos imobiliários: financiamento de imóveis, com fonte na
poupança e em letras imobiliárias;
• sociedade de arrendamento mercantil (empresas de leasing): financiar locação de
bens móveis e imóveis, de modo que os clientes têm opção de compra no final
do período de locação, com fonte em debêntures e empréstimos;

www.esab.edu.br 124
• sociedades corretoras e distribuidoras: compra e venda de derivativos e títulos e
valoresimobiliários.

As instituições auxiliares propõem-se a colocar em contato os poupadores com os


investidores, facilitando os negócios entre eles, como é o caso das Bolsas de Valores,
das Sociedades Corretoras e das Distribuidoras, e ainda podemos citar as instituições
que integram os mercados de capital e de câmbio (BACEN, 2013).

Nesta unidade, buscamos destacar o funcionamento da política econômica.


Trata-se de uma análise sobre o fluxo da moeda, em suas diferentes formas na
economia, desde a intermediação desse capital para o consumo imediato até
investimentos de médio e longo prazos. E
destacamosque,paraexistirofluxorealdaeconomia,ofluxomonetário é
imprescindível.

Seguimos adiante, rumo à próxima uma unidade, que continuará tratando dapolítica
cambial,suascaracterísticaseinfluênciasnomercado.

Saiba mais
Caro estudante, consulte o BACEN e investigue
mais sobre as operações financeiras praticadas
no Brasil, bem como sobre os conceitos das
instituições bancárias e não bancárias.

www.esab.edu.br 125
22 A política cambial
Objetivo
Verificar a contribuição da política cambial no desenvolvimento de
mercados.

Nesta unidade, trataremos sobre a política cambial e sua contribuição para o


desenvolvimento da economia em geral. Traremos como principais referências os
trabalhosdeSayadeSilber(2011),VasconcelloseGarcia (2012) e Parkin (2009).

O câmbio influencia diretamente a indústria nacional, tanto pela possibilidade de


importação quanto de exportação, trazendo em seu bojo vantagens e desvantagens
para a atividade econômica do país.

Portanto, se dois países pretendem comercializar produtos ou serviços entre si, é


necessário adotar alguma maneira de conversão das moedas de uma nação para a outra
(SAYAD; SILBER, 2011). Para existir um comércio internacional, é preciso, então, que
existam bases para negociação, e a moeda é o ponto de equilíbrio na troca de produtos ou
serviços. A moeda estrangeira precisará ser convertida em moeda nacional.

“O mercado de câmbio internacional é o mercado no qual a moeda de um país é trocada


pela moeda de outro” (PARKIN, 2009, p. 605).
Assim, para facilitar essa troca de moeda estrangeira em moeda nacional ou vice-versa, é
preciso ter algum parâmetro para essa conversão de valor.

Segundo Vasconcellos e Garcia (2012), a taxa de câmbio pode ser definida como a
medida de conversão da moeda nacional em moeda de outras nações. Ou também como
opreçodamoedaestrangeira(divisa) em termos da moeda nacional.

www.esab.edu.br 126
Já Sayad e Silber (2011) dizem que a taxa de câmbio pode ser considerada
como a medida pela qual a moeda de um país pode ser convertida na moeda de
outro país.

A taxa de câmbio também pode ser conceituada como o preço pelo qual uma moeda é
trocada por outra no mercado de câmbio internacional (PARKIN, 2009).

Saiba que a política cambial influencia diretamente na economia nacional, no sentido


de gerar demanda de divisas (saída de dólares) e também na geração de oferta de
divisas (entrada de dólares).

A demanda de divisas ocorre quando as pessoas ou organizações importadoras de


produtos ou serviços precisam pagar suas contas no exterior. Portanto, como a moeda
nacional não é aceita em outras nações, precisará converter em moeda estrangeira.
Também ocorre essa necessidade na saída de capitais em forma de pagamentos de juros,
remessa de lucro por empresas multinacionais, gastos de
turistas fora do país, entre outros (VASCONCELLOS,2002).

Na visão de organizações importadoras, uma valorização cambial (a moeda nacional


mais forte) aumenta a demanda por divisas e beneficia os importadores,
pois quanto menor for a taxa de câmbio, maior a disposição em importar. Com os
custos menores, a competitividade interna tende a aumentar. Em contrapartida,
quantomaiorfora taxa de câmbio, menor será o interesse em importar (SAYAD; SILBER,
2011).

Jána visão de organizações exportadoras, uma desvalorização cambial (moeda nacional


mais fraca), aumenta a oferta por divisas e beneficia os exportadores, que recebem suas
vendas em moeda estrangeira e precisam transformá-las em moeda nacional
(VASCONCELLOS, 2002).

Sayar e Silber (2011) apontam que quanto maior a taxa de câmbio, maior o volume de
exportação das empresas. Em contrapartida, quanto menor for a taxa de câmbio, menor
será o volume de exportações e a competitividade externa.

www.esab.edu.br 127
Tipos de regimes cambiais

Tratando-se de política cambial, podemos dizer que o governo atua sobre a taxa de
câmbio, pois as autoridades monetárias podem fixar o câmbio (regime de taxas fixas
de câmbio) ou permitir que a taxa de câmbio seja flexível e determinada pelo
mercado – regime de taxas flutuantes de câmbio (VASCONCELLOS; GARCIA,
2012).

A seguir, apresentamos um quadro que demonstra as principais diferenças


entreosregimesdecâmbiofixoecâmbioflutuante.

Observe as características de cada regime, bem como suas vantagens e


desvantagens.

Câmbio fixo Câmbio flutuante (flexível)


Banco Central fixa a taxa de O mercado (oferta e demanda de
câmbio. divisas) determina a taxa de câmbio.
Características
Banco Central é obrigado a Banco Central não é obrigado a
disponibilizar as reservas cambiais. disponibilizar as reservas cambiais.
Política monetária mais
Maior controle da inflação (custos independente do câmbio.
Vantagens
das importações estáveis). Reservas cambiais mais protegidas de
ataques especulativos.
A taxa de câmbio fica muito
Reservas cambiais vulneráveis a
dependente da volatilidade do
ataques de especuladores.
mercado financeiro.
Desvantagens
A política monetária (taxa de juros) Maior dificuldade de controle das
fica dependente do volume de pressões inflacionárias, devido às
reservas cambiais. desvalorizações cambiais (pass-trough).

Quadro 11 – Diferenças entre os regimes de câmbio fixo e câmbio flutuante.


Fonte: Adaptado de Vasconcellos (2002) e Vasconcellos e Garcia (2012).

No caso do regime de taxas fixas de câmbio, o Banco Central fixa de forma


antecipada que taxa de câmbio será praticada no mercado. Mas quando a taxa
de câmbio for pelo regime de taxas flutuantes, o valor da moeda estrangeira é
determinado pela sua relação de oferta e demanda (VASCONCELLOS, 2002).

www.esab.edu.br 128
No caso do Brasil, desde o início dos anos 1990, a taxa de câmbio praticada é
a flutuante.

O BACEN poderá interferir no mercado cambial de forma a regular o valor da moeda, e


essa intervenção é denominada como “flutuação suja”, ou seja, de acordo com a
necessidade, ele poderá entrar no mercado comprando ou vendendo dólar. Nessa
operação, realizada através de leilões, os dealers credenciados devem apresentar
suas propostas.

A taxa de câmbio está diretamente relacionada com os preços de bens e serviços


exportados e importados. Como consequência, o câmbio poderá afetar o resultado da
balança comercial do país. Pois, se a taxa de câmbio for elevada, estimula as exportações,
já que os exportadores receberão mais moeda nacional pela moeda estrangeira
recebida pela exportação (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012). Todavia, como em
qualquer preço, a taxa de câmbio é influenciada pela oferta e demanda (SAYAD;
SILBER, 2011).

Podemos citar alguns fatores que influenciam as exportações: preços externos em


dólares, preços internos em reais; taxa de câmbio, renda mundial e subsídios
(incentivos às exportações). E alguns fatores que influenciam as importações: preços
externos em dólares, preços internos em reais; taxa de câmbio, renda e produto
nacional; tarifas e barreiras às importações.

Em relação à Balança Comercial, podemos concluir que se a taxa de câmbio estiver


elevada, poderá ocorrer uma desvalorização cambial, ou seja, as exportações
tendem a aumentar e as importações tendem a diminuir, como consequência aumenta
a oferta de divisas.

Quando as exportações (X) forem maiores que as importações (M), o saldo da


Balança Comercial tende a ser positivo, ou seja, superávit (XM). Porém, quando
ocorre uma queda na taxa de câmbio (sobrevalorização), ou seja, uma
valorização cambial, as importações tendem a aumentar e as exportações
tendem a diminuir. Como consequência, aumenta a demanda por divisas, pois
os preços dos produtos importados diminuem. Quando as importações (M)
forem

www.esab.edu.br 129
maiores que as exportações (X), o saldo da Balança Comercial tende a ser negativo, ou
seja, déficit (MX).

Podemos ainda destacar a relação de uma valorização cambial com a inflação, muito
utilizada pelo governo como um instrumento para reduzir a inflação. Com a
valorização cambial, a moeda nacional fica mais forte e os brasileiros tendem a
importar mais, cenário que leva a um aumento da competitividade do produto
nacional com o importado. Assim, verificamos que uma valorização cambial tende
a diminuir os preços domésticos controlando a elevação destes.

Identificamos que o Governo utilizou uma sobrevalorização do câmbio para


controlar o processo inflacionário no Plano Real, juntamente com uma política
monetária recessiva.

Essas políticas, segundo Vasconcellos e Garcia (2012), foram utilizadas pelo Governo
no Plano Real e trouxeram também impactos negativos para toda a sociedade. São
elas:

• despreparo das empresas nacionais levando a uma diminuição do parque


produtivo nacional;
• diminuição dos investimentos na produção;
• aumento do desemprego nesses setores provocados por uma diminuição
das exportações;
• redução do PIB;
• diminuição da demanda etc.

Em contrapartida, a relação da desvalorização cambial e a inflação tem um efeito


contrário: o produto importado fica mais caro, provocando uma diminuiçãodas
importações e um aumento das exportações. Alguns impactos para a sociedade
podem ser relatados:

• diminuição da competitividade doméstica;


• elevação dos preços domésticos;

www.esab.edu.br 130
• aumento da inflação, que se justifica pelo aumento de alguns produtos
essenciais importados, como o trigo, os quais terão seus preços elevados,
provocando um aumento dos custos de produção, que serão repassados para
o preço final.

Então, concluímos que a política cambial busca um equilíbrio entre a oferta e a


demanda, paridade que sempre dependerá daconjuntura econômica.

Caro estudante, finalizamos mais uma unidade e esperamos que o assunto política
cambial seja útil tanto para a disciplina quanto para o curso e, principalmente, para
sua atividade profissional. Na unidade
23, estudaremos como a economia se relaciona com a administração de
organizações.

www.esab.edu.br 131
Economia como fomento para o
23 desenvolvimento organizacional
Objetivo
Compreender a importância da economia na administração de
organizações.

Nesta penúltima unidade de nossa disciplina, focaremos na economia como fomento


para o desenvolvimento organizacional e sua importância para a gestão de
organizações nos âmbitos privado, público e terceiro setor. Para nos auxiliar nessa
tarefa, partiremos das ideias de Vasconcellos e Garcia (2012), Vasconcellos (2002),
Milone(2011)eAlves(2011).

Em uma sociedade fundamentada em aspectos capitalistas, precisamos que haja


demanda no consumo de produtos e serviços, para que as organizações tenham
possibilidade de obtenção de resultados positivos em suas respectivas atividades e
fins.

E, para a existência da demanda por produtos e serviços, temos um ambiente


complexo, economicamente falando, dependente de fatores micro e macroeconômicos.
Comoexemplo detaisfatores,podemoscitar:geração de emprego e renda; moeda com
poder de compra; ganhos reais de renda, câmbio favorável, custos de produção e
tributários compatíveis à atividade; políticas públicas condizentes com as
necessidades da sociedade, entre outros itens que remetem ao desenvolvimento e
crescimentoeconômico.

A teoria do crescimento e do desenvolvimento econômico estuda as estratégias de


longo prazo, ou seja, medidas que devem ser aplicadas para um crescimento econômico
equilibrado e auto-ssustentado. Nessa teoria, a oferta ou produção agregada
desempenha um papel importante no desenvolvimento de um crescimento no
longo prazo (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012). Lembremos que a demanda agregada
tem como base a geração de consumo, a realização de investimentos no país, as
estratégias de gastos do governo e o balanço de pagamentos.

www.esab.edu.br 132
Conforme Vasconcellos e Garcia (2012), o crescimento e o desenvolvimento
econômicos são duas concepções diferenciadas. Veja o Quadro 12, a seguir.

Crescimento econômico Desenvolvimento econômico


Possui um conceito qualitativo, o que inclui alterações na
Caracteriza-se por um
composição do produto e na alocação de recursos pelos diversos
crescimento contínuo da
setores da economia, com vistas a melhorar os indicadores de
renda per capita ao longo
bem-estar econômico e social (emprego, igualdade, condições de
do tempo.
saúde, alimentação, educação e moradia, por exemplo).

Quadro 12 – Crescimento econômico e desenvolvimento econômico.


Fonte: Adaptado de Vasconcellos e Garcia (2012).

Independentemente das concepções de crescimento e de desenvolvimento, as


organizações e seus respectivos gestores precisam estar atentos às movimentações
econômicas quantitativas e qualitativas.

Agora, discutiremos algumas respostas que podem ser dadas em análise das diferenças
no desempenho econômico e no crescimento econômico dos países.

Uma das formas para analisar as diferenças de desenvolvimento entre as nações é por
meio dos componentes da função de produção agregada do país. O crescimento da
produção e da renda ocorre devido a variações na quantidade e na qualidade dos
insumosbásicos, decapitale mãodeobra (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Nesse sentido, as fontes de crescimento econômico são (VASCONCELLOS, 2002):

• aumentona força detrabalho: quantidade demãode obra, derivada do


crescimento demográfico e da imigração;
• aumento do estoque de capital: capacidade produtiva;
• melhoria na qualidade da mão de obra: programas de educação,
treinamento e especialização;

www.esab.edu.br 133
• melhoria tecnológica: aumento da eficiência na utilização do estoque de capital;
• eficiência organizacional: eficiência na forma como os insumos interagem.

As fontes de crescimento econômico apresentadas no parágrafo anterior nos levam a


refletir sobre a combinação de fatores para a evolução de uma sociedade. Especialmente
para as organizações que, para sobreviverem e se desenvolverem, precisam ter habilidade
suficiente para fazer a leitura de conjuntura econômica e traçar cenários possíveis
paraofuturo.

Como fonte de crescimento econômico, o capital humano é fundamental para a


geração de renda aos indivíduos, com suas respectivas habilidades, seus talentos e a
educação adquiridos. O capital humano pode ser desenvolvido através da
educação formal e também por métodos informais, como o treinamento, por
exemplo. É importante salientarmos que a acumulação dos fatores de produção,
capital humano e físico consiste um desafio a qualquer nação, especialmente às que
estão em desenvolvimento. Portanto, o crescimento está relacionado aos fatores
de produção disponíveis–nesse caso, a educação,queseconstituicomo um fator para
o crescimento, um processo lento e também dos mais importantes
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Outro fator essencial para a geração de progresso econômico é o capital físico,


pois se apresenta em forma de máquinas e equipamentos sofisticados, por exemplo.
Esses recursos estão disponíveis comumente em países desenvolvidos, mas escassos
em nações mais pobres. A fim de atingir um nível de produtividade, é preciso
articular uma relação complexa entre poupança, investimento e taxa de
crescimento da produção (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Nesse cenário e para que se possa gerar desenvolvimento, geração de renda e


emprego são uma preocupação constante na economia de qualquer país. Cabe
mencionarmos uma colocação de Parkin (2009, p. 775): “[...] os trabalhadores da
China ganham ainda menos do que os mexicanos, e, hoje em dia, praticamente todos
os objetos manufaturados

www.esab.edu.br 134
comprados nos Estados Unidos parecem ter sido produzidos na China”. Portanto,
podemos perceber que se, em algumas situações, nos países em desenvolvimento as
condições ainda não são as ideais, imagine em países menos desenvolvidos.

Destaca-se aqui que o nível de desenvolvimento de uma nação está relacionado


ao seu potencial de produção e consumo de bens e serviços. Todavia, o
crescimento da economia de um país pode ser percebido quando se
apresentam algumas características (MILONE, 2011), tais como quando:

• houver acumulação de capital: máquinas, infraestrutura,


investimento, mão de obra;
• existir crescimento da população: aumento da força de trabalho e demanda
interna;
• houver progresso tecnológico: melhoria no processo produtivo.

Essa combinação, quando existente, caracteriza o crescimento econômico de fato. Mas


essa realidade ainda está distante de muitos países em desenvolvimento e,
principalmente, dos países menos desenvolvidos.
Portanto, é uma busca feita por aquelas nações que, como um primeiro passo,
almejam crescer economicamente e, em seguida, caminhar em direção ao estado
de bem-estar social.

É importante destacarmos que o desenvolvimento é um fenômeno global que envolve


toda a estrutura social, política e econômica. Desse modo, precisamos analisar os fatores
econômicos estratégicos para o desenvolvimento (VASCONCELLOS; GARCIA,2012).

Saiba ainda que uma das possibilidades de desenvolvimento de umanação,


sociedade, organizaçãooudeum indivíduo passa pelo conhecimento. E uma
política de desenvolvimento na/da educação envolve dois níveis (ALVES,
2011):

• modificar os incentivos econômicos e sociais fora do sistema educacional,


para determinar a magnitude, estrutura e orientação da

www.esab.edu.br 135
demanda da educação e oferecer mais vagas na rede pública e privada de ensino;
• modificar a eficácia e equidade interna do sistema, por meio de modificações
e orientações dos currículos e também como forma de investimento na
educação.

Nesta unidade, buscamos propor uma reflexão sobre as condições para que um país se
desenvolva economicamente. Pois, quando olhamos pelo ângulo de um indivíduo ou
de uma organização, precisamos ter em mente que, para haver oferta de emprego ou
demanda por produtos ou serviços, é necessário que haja um contexto econômico
favorável.

De nada adiantaria, nós (gestores ou empresários) termos excelentes produtos ou


serviços para oferecer ao mercado, se não houvesse demanda para eles. E também não
seria suficiente termos pessoas preparadas para trabalhar, se não houvesse procura por
trabalhadores no mercado. Esses são simples exemplos da complexidade desse
ambiente: a economia de uma nação.

Além disso, temos outras variáveis que influenciam no desenvolvimento de um país,


como a necessidade de investimento em infraestrutura,
em pesquisas científicas, em educação geral, em tecnologia, custos de produção
competitivos, entre outras.

As responsabilidades principais são dos governos, mas isso não isenta cada
indivíduo ou organização privada ou do terceiro setor de
contribuírem com esse desenvolvimento. É comum ouvirmos as pessoas se
manifestarem sobre o que esperam do Estado, mas poucas pensam em ter um
comportamento de comprometimento, como não sonegar impostos, não trabalhar
na informalidade, ter preocupação com os recursos naturais ou condições das
comunidades afetadas pela produção de seu respectivo produto ou serviço.

Neste ponto, concluímos a unidade com um alerta a todos os envolvidos com os


aspectos econômicos nacionais: guardadas as devidas proporções, todos nós precisamos
participar da vida econômica de nosso país, sejamos

www.esab.edu.br 136
pessoas físicas ou representantes de organizações públicas, privadas ou do terceiro
setor.Todostemos nossa parcela deresponsabilidade.

Naunidade seguinte,finalizaremos osestudos danossa disciplina com a análise


de possibilidades para acompanhar os indicadores micro e macroeconômicos e
suas respectivas influências nas decisões organizacionais.

Para sua reflexão


Faça uma reflexão sobre a organização em que
você trabalha: quais as informações econômicas
são utilizadas para contribuir nas decisões
organizacionais, principalmente se tratando de
comércio exterior, marketing e produção?
A resposta a essa reflexão forma parte de sua
aprendizagem e é individual, não precisando ser
comunicada ou enviada aos tutores.

www.esab.edu.br 137
Análise econômica interna e
24 externa
Objetivo
Analisar a possibilidade de acompanhar os indicadores micro e
macroeconômicos e suas respectivas influências nas decisões
organizacionais.

Nesta última unidade, abordaremos de maneira reflexiva os fatores econômicos


internos e externos e os indicadores micro e macroeconômicos, os quaisinfluenciam
as decisõesdosindivíduosedasorganizações.

Essa leitura de cenários a partir dos indicadores econômicos é


extremamente necessária para que tenhamos uma visão sobre os
acontecimentos históricos, comparativos e as tendências posteriores. A abordagem
será feita a partir dos estudos de Vasconcellos e Garcia (2012), Vasconcellos
(2002), Parkin (2009), Milone (2011), Alves (2011) e Pinho (2011).

Quando aliamos essas informações econômicas à tomada de decisões organizacionais,


precisamos considerar que estamos inseridos em uma ciência social e que, por mais
informações que tenhamos em mãos, dependeremos das escolhas das pessoas.

Por exemplo, na hora das compras, os indivíduos não escolhem apenas por
fatores econômicos, valem-se também de aspectos pessoais, sociais e psicológicos.
Algo que hoje tem fortemente influenciado os consumidores é o estilo de vida, o qual
pode compreender diferentes fatores, como faixa etária, classe social, ambientes
frequentados, tribos das quais participam etc.

Gostaríamos de destacar aqui que a maioria dos estudos da macroeconomia


enfatiza as questões de curto prazo ou conjunturais, relacionadas com o nível de
atividade, emprego e preços (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012). Porém,
segundo Vasconcellos e

www.esab.edu.br 138
Garcia (2012), as políticas adotadas fundamentam-se no comportamento da demanda
agregada de bens e serviços, mas no curto prazo. E para
que o desenvolvimento ocorra no curto prazo, as estratégias da demanda agregada
precisam ter essa sintonia, ou seja, estimular o consumo, o emprego, a renda, os
investimentos etc.

Podemos visualizar essa situação através de dados internacionais que demonstram


muitas diferenças de renda entre países em desenvolvimento, pois existe uma grande
diferençanadistribuiçãoderendadecadanação. Hoje,porexemplo,emalgunspaíses
da AméricaLatina, da Ásiae da África há rendas per capita com índices próximos aos
dos Estados Unidos do século passado (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Para exemplificar e analisarmos a sua evolução, apresentamos alguns dados do Produto


Interno Bruto (PIB) per capita do Brasil. Veja a Tabela 5:

Tabela 5 – Evolução do PIB per capita no Brasil.


Ano PIB per capita/R$
1990 R$ 10.827,18
1993 R$ 10.866,97
1997 R$ 11.902,96
2000 R$ 11.906,24
2003 R$ 11.985,71
2007 R$ 13.517,28

Fonte: Vasconcellos e Garcia (2012).

Reafirmamos que, em muitos países, a desigualdade de renda apresenta níveis de


dispersão elevados e que devem ser analisados de forma criteriosa, de modo que
haja adoção, pelos governos, de ações que visem minimizar esse quadro. Afinal, a
tendência marcante da economia mundial é uma crescente integração econômica
entre as nações, nos aspectos comerciais, produtivos e financeiros.

Essa globalização, ou mundialização, chega à produção e distribuição de produtos e


serviços em redes de escala global, denominada de globalização produtiva,
principalmente a partir do desenvolvimento de

www.esab.edu.br 139
tecnologias de informação que facilitaram a intensificação e criação de novos negócios
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012).

Pela influência que exerce nas organizações e no país como um todo, a


internacionalização da economia no processo de globalização tem sido amplamente
discutida na gestão. A industrialização é apontada como a chave para o
desenvolvimento econômico dos países. Ou seja, houve uma evolução na
produtividade agrícola, o que possibilitou a liberação da mão de obra para a
indústria, nas cidades (VASCONCELLOS;GARCIA,2012).

Mas a globalização também pode gerar alguns aspectos perversos na economia,


como o aumento do desemprego estrutural em muitas regiões do mundo, devido à
necessidade de mão de obra mais qualificada, e consequente marginalização de
parte dos indivíduos. Além disso, há uma concentração da produção em grandes grupos
empresariais, principalmente em países em desenvolvimento (VASCONCELLOS;
GARCIA, 2012).

Esses países – e o Brasil está inserido nesse contexto, assim como o México
– funcionam como polos de atração de grupos empresariais, que encontram condições
favoráveis de atuação, entre elas, o custo da mão de obra em padrões inferiores aos
praticados nos países de origem dessas empresas.

Para caracterizar um processo de desenvolvimento econômico, devemos analisar, ao


longo do tempo, a existência de (MILONE, 2011):

• crescimento do bem-estar econômico, mensurado através dos indicadores de


natureza econômica, como produto nacional total e o produto nacional per
capita;
• diminuiçãodosníveisdepobreza,desempregoedesigualdade;
• melhoria nas condições de saúde, nutrição, educação, moradia e transporte.

Por isso, como tratamos em unidades anteriores, precisamos focar no bem-estar


econômico e também no bem-estar social das pessoas. Os principais indicadores
para isso são a renda per capita, a partir do PIB, e

www.esab.edu.br 140
também o IDH. Este último atrela as variáveis econômicas às seguintes variáveis
sociais: saúde, lazer, educação, moradia etc.

Acompanhe a Tabela 6 com o ranking de alguns países, na comparação entre PIB e


IDH, que ilustra as diferenças nos indicadores.

Tabela 6 – Ranking PIB x IDH em 2011.


País PIB IDH
Estados Unidos 1º 18º
Japão 2º 32º
China 3º 125º
Alemanha 4º 27º
França 5º 26º
Itália 7º 35º
Brasil 8º 84º
Rússia 9º 76º
Espanha 10º 41º
Canadá 11º 29º

Fonte: <www.brasil.gov.br>.

As teorias do crescimento e desenvolvimento econômico nos países em


desenvolvimento focam na solução de problemas que penalizam a população,
principalmente sobre as análises dos objetivos de política econômica que gerem
crescimento (MILONE, 2011):

• no papel do Estado, do planejamento e dos mercados;


• nos determinantes do crescimento e nos aspectos distributivos;
• naspolíticasparaaindustrialização e parao comérciointernacional;
• nos efeitos do aumentopopulacional;
• naproteçãoenoaumento efetivo dascondições de qualidade devida.

Para contribuir com o crescimento e desenvolvimento econômico das nações, é


necessário também dispor de indivíduos qualificados no mercado de trabalho. Para
tanto, Alves (2011) explica que as ferramentas disponíveis para a ampliação do
estoque de capital humano podem contribuir para o crescimento econômico
de forma a:

www.esab.edu.br 141
• melhorarnaforça de trabalho, comconhecimentoe especializações;
• criar liderança intelectual apta às funções nos setores público e privado;
• desenvolver treinamentos e educação para eliminar o analfabetismo e qualificar
as pessoas às atividades modernas.

Por sua vez, a demanda por educação possibilita a inclusão do indivíduo nos
setores modernos da economia. Alves (2011) ainda destaca que os fatores de
influência são:

• diferenciação no salário;
• probabilidade de sucesso de emprego em setores modernos;
• custo direto privado daeducação;
• custo indireto ou custo de oportunidade da educação.

Aqui, destacamos a importância do desenvolvimento da educação no país, pois


consideramos que o conhecimento muda a realidade não apenas econômica, mas
também de visão de mundo. Isso pode gerar novos comportamentos no mercado,
como a constituição de indivíduos empreendedores,éticose socioambientalmente
responsáveis.

O século XX foi influenciado pelas teorias Keynesianas. A abordagem


macroeconômica busca analisar o comportamento dos conjuntos, dos grupos, das
coletividades e dos fenômenos de massa. A visão macroeconômica busca
orientação nos fatos socioeconômicos e na crescente necessidade da gestão
econômica (PINHO, 2011).

As variáveis como juro, renda, câmbio, inflação, emprego, tributos, entre outras,
influenciam direta e indiretamente nossa vida pessoal e familiar, com possibilidade de
melhorias no consumo e nos investimentos na produção. É importante conhecermos
os indicadores econômicos, partir de informações econômicas confiáveis e não apenas
nasvisõesdesenso comum ou das mídiastendenciosas.

Propomos nesta unidade uma reflexão sobre o uso de informações econômicas


no cotidiano de nossas famílias e organizações. Apesar de existir uma nítida
dificuldade do gestor em monitorar o ambiente

www.esab.edu.br 142
externo, especialmente quando se trata de variáveis econômicas, os desafios
são muitos.

Encerramos esta última unidade (e, consequentemente, a disciplina) buscando


apontar alguns caminhos para os atuais e futuros gestores, a fim de que possam
utilizar as informações econômicas em suas vidas pessoais e nos ambientes
organizacionais.

Atividade
Chegou a hora de você testar seus conhecimentos
em relação às unidades 17 a 24. Para isso, dirija-
se ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e
responda às questões. Além de revisar o conteúdo,
você estará se preparando para a prova. Bom
trabalho!

www.esab.edu.br 143
Resumo

Naunidade19, estudamossobreainflação esuainfluência nomercado, comoaperda


do poder de compra da moeda, o aumento dos preços
de produtos e serviços. A inflação pode ter efeitos diferentes em cada país, variação
que ocorre em função do grau de abertura da economia. Também vimos a
interferência da inflação na distribuição de renda e de riqueza e também nos desvios
dos recursos da produção. Além disso, analisamos três tipos de inflação: de
demanda, de custos e inercial.

Na unidade 20, abordamos a política fiscal e sua participação no mercado, pois ela
está relacionada à forma como os governos arrecadam os tributos e gastam esses
recursos. A política fiscal pode estar voltada
a estimular ou retrair a demanda agregada – visão que pode ser diferenciada de
acordo com o contexto econômico de cada nação e também com a forma com que esta
gerencia sua legislação tributária.

Na unidade 21, tratamos da política monetária e sua atuação no mercado. Ela está
relacionada à forma como o governo regula a disponibilidade de moeda e oferta de
títulospúblicosaomercado.

Na unidade 22, falamos sobre a política cambial e sua interação com o mercado.
Vimos que essa política está relacionada ao valor da moeda nacional ante a moeda
estrangeira. Abordamos os conceitos de câmbio fixo, flutuante ou flexível, bem
como o nominal e o real. Estudamos também que o câmbio pode contribuir
positiva ou negativamente para as negociações internacionais, como nos
preços do mercado interno.

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Na unidade 23, abordamos a economia como fomento para o
desenvolvimento organizacional, especialmente na gestão. E, na unidade 24,
trabalhamos com a análise econômica nos níveis micro e macroeconômico. Essas
informações podem contribuir positivamente para a gestão de organizações,
especialmente no nível de decisões sobre aspectos mercadológicos e financeiros,
também com foco na atividade econômica e nas condições de vida dos
indivíduos.

www.esab.edu.br 145
Glossário

Ajuste fiscal
Refere-se a uma preocupação do gestor público em relação à forma como se
arrecada tributos e ao volume dos gastos realizados no período. Portanto, busca-se uma
eficiência nesse processo de arrecadação e gastos do governo, em prol de resultados
positivos.R

Alocativas
Significa a forma como são utilizados os recursos produtivos pelas organizações
para produzir um determinado produto, em termos de matéria-prima,
tecnologia, processoetc.Visando aumento da eficiência produtiva.R

Banco Central
É o órgão que executa as políticas monetárias no Brasil e também fiscaliza as
operações realizadas pelas instituições financeiras.R

Bem é inferior
Significa que são bens pelos quais a procura diminui quando a renda dos indivíduos
aumenta.R

Bem é normal
Significa que a quantidade procurada dos bens varia na mesma proporção da variação da
renda das pessoas.R

Bem é superior ou de luxo


Significa que a renda dessa população aumenta em uma proporção maior do que a sua
demanda.R

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Capacidade produtiva
Refere-se à quantidade de produtos ou serviços que uma organização tem de produzir
em determinado tempo (mês, ano).R

Ceteris paribus
Expressão do latim que significa “todo o mais é constante” ou “mantidas
inalteradas todas as outras coisas”. Ou seja, em economia, seria o caso de alterar
apenas uma variável e as demais permanecerem iguais. R

Ciência social
Área da ciência que estuda as questões sociais sob os aspectos humanos, seja na vida
social dos indivíduos, seja nos grupos sociais.R

Competitividade
Caracteriza-se pela capacidade de uma empresa se destacar no mercado diante de
seus stakeholders (clientes, fornecedores, acionistas, colaboradores, parceiros,
sindicatos, comunidade etc.), de maneira eficiente e eficaz na oferta de um
determinado produto ou serviço.R

Complexidade
Significa que a formação do todo depende da composição e da ação das partes. No caso
da economia, as ações isoladas estão voltadas para atingir resultados em toda a
economia.R

Concentração de renda
É quando a renda proveniente de salários, juros, aluguéis ou lucros fica concentrada em
determinada classe social, grupo ou empresa.R

Concorrencial
Estrutura de mercado na qual existe livre concorrência, com muitas empresas
produtoras e muitos consumidores.R

www.esab.edu.br 147
Custos
São gastos realizados por uma organização para produzir determinado bemou
serviço.R

Dealers
Éum intermediário financeiro que faz a administração de títulos e moedas,em
troca de uma comissão sobre o valor da transação.R

Demanda agregada
Somatório das despesas da sociedade com bens e serviços, na forma de consumo
privado, investimentos, despesas governamentais e exportações. R

Desemprego estrutural
Significa que o número de empregos existentes no mercado é inferior ao número de
trabalhadores desempregados.R

Emitentes diferenciados
Variadas fontes de recursos para as movimentações financeiras. Como exemplos,
citamos títulos de origem pública e privada.R

Equilíbrio econômico
Significa um equilíbrio na situação financeira e econômica de uma nação, em relação a
fatores como: investimentos, renda, preços, inflação, câmbio e taxa de juros. R

Indexação
Significa a correção de preços de produtos e serviços, de salários e aluguéis a
partir de indicadores de ciclos passados da inflação.R

Inercialista
Significa uma correção automática dos preços, com base na indexação, provocando uma
“perpetuação”dainflação.R

www.esab.edu.br 148
Inflação
Caracteriza-se pelo aumento constante dos preços de produtos e serviços e também
pela perda do valor da moeda.R

Justiça social
Significa um conjunto de valores fundamentados na satisfação de necessidades
econômicas e sociais de um indivíduo,com uma visãode coletividade.R

Informalidade
Significa que umnegócionãoestácumprindoalei,ou seja,estáilegal, a exemplo de
uma empresa que não pague impostos trabalhistas, de comercialização ou de
renda.R

Mão invisível
Conceito difundido na época de utilização do liberalismo econômico de Adam
Smith, quando se acreditava que a economia não precisava da intervenção do
Estado, pois o mercado se auto gerenciaria. Ou seja, haveria um equilíbrio entre
oferta e demanda de maneira natural.R

Momentos positivos da economia


Significa que a demanda agregada está expansiva, ou seja, está havendo consumo,
investimento, gasto do governo, volume de exportação e importação. R

Monopolista
Quando o mercado se caracteriza pelo monopólio, ou seja, quando há apenasum
produtor no mercado para atender a todos os consumidores. R

Monopsônio
Significa que o mercado é formado por apenas um comprador e muitos
vendedores.R

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Oligopolista
Quando o mercado tem apenas alguns produtores para atender à demanda
dos consumidores.R

Oligopsônio
Significa que o mercado é formado por poucos c ompradores e muitos
vendedores.R

Oportunidades de negociação
Significa que o gestor precisa ter uma reserva financeira com custo de capital baixo
para aproveitar alguma opção de mercado que possa surgir em um momento
inesperado.R

Plano Real
Foi um plano econômico instituído no Brasil na primeira metade da década de
1990 com o propósito de controlar a inflação e os preços, valorizar a moeda
nacional e favorecer o mercado cambial. Também teve como objetivo a busca pelo
desenvolvimento econômico, com a geração de empregos, renda e crescimento da
produção, o que aconteceu somente nos anos 2000. R

Políticas sociais
São ações governamentais que visam melhorar as condições de vida da população de
uma forma coletiva, justa e indiscriminatória.R

Princípio da racionalidade
Significa ter uma preocupação com a eficiência no uso dos recursos produtivos
(insumos, mão-de-obra, tecnologia, recursos naturais, etc.) de forma controlada no
processo de produção.R

www.esab.edu.br 150
Produto Marginal
Definido como resultado adicional no processo produto, ou seja, a diferença entre a
entrada e saída, com a utilização de uma tecnologia, processo ou pessoas que gerem
um diferencial no processo.R

Qualidade de vida
Está relacionada ao padrão de vida do indivíduo. Não abrange apenas as questões
econômicas e materiais, mas também o nível espiritual, mental, emocional e os
relacionamentos sociais – famílias, amigos. Além disso, mensura a qualidade e
quantidade de bens e serviços disponíveis.R

Receita Marginal
O resultado obtidos pelas organizações na utilização de fatores de produção,
para o processo produtivo e venda de bens e serviços.R

Recursos produtivos
Podem ser considerados como os recursos naturais, humanos, tecnológicos,
financeiros, equipamentos, os quais estão disponíveis no mercado para efetuar a
produção de bens e serviços.R

Renda per capita


Se caracteriza como um indicador de desenvolvimento econômico, no qual é
somada toda a riqueza da nação (o PNB ou o PIB) e divida pelo número de
habitantes desse país. R

Treinamento
Significa um processo de desenvolvimento dos indivíduos nas
organizações, de maneira informal.R

Unidades deficitárias
São os agentes que precisam de recursos financeiros e que, através de empréstimos,
buscam no mercado financeiro esses recursos.R

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Unidades superavitárias
São os agentes que têm sobra de recursos financeiros e por isso investem no mercado
financeiro. R

Utilidade marginal
Significa que a satisfação adicional (na margem) obtida pelo consumo de mais
quantidade, é decrescente, pois o comprador vai ficando mais saturado desse
produto ou serviço, na medida que mais consome. R

Utilidade total
Significa que quanto maior a quantidade comprada de um produto ou serviços,
maior seria a percepção de satisfação. R

www.esab.edu.br 152
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