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PENSANDO COMO UM ECONOMISTA

Quando Aristóteles Onassis morreu, valia vários biliões de dólares. Tinha mais dinheiro do que
poderia gastar e usava-o para coisas como, por exemplo, o apoio dos pés do balcão do bar no seu
iate, que era feito de marfim de baleia, finamente esculpido. E, contudo, em certa medida, ele
enfrentava o problema da escassez com uma intensidade que nenhum de nós virá algum dia a
sentir. Onassis sofria de miastenia grave, uma doença neurológica, debilitante e progressiva, em
que o sistema imunológico do organismo se vira contra sí próprio. Para Onassis, a escassez não
era o dinheiro, mas o tempo, a energia e a habilidade física necessária para realizar as actividades
comuns do corpo.
Este exemplo de Aristóteles remete-nos à razão da existência da Ciência económica: a Escassez
As necessidades humanas são ilimitadas e os recursos para a satisfação destas necessidades são
limitados (escassos).
Assim podemos dizer que a economia é a ciência da tomada de decisões na presença de recursos
escassos. A economia subdivide-se em dois grandes:

- Microeconomia e
- Macroeconomia

Ao contrário da microeconomia que se preocupa com as decisões dos agentes económicos


individualmente considerados e com os efeitos sobre cada mercado em particular, a
macroeconomia não olha especificamente para os movimentos de preços e quantidades
transaccionadas em cada mercado. Pelo contrário, olha para os efeitos de uma dada alteração sobre
a evolução do conjunto dos preços - a inflação - e sobre a evolução da produção agregada - o
produto nacional.

A microeconomia olha para questões como a de saber por que é que o preço das chamadas dos
telemóveis tem vindo a decrescer ano após ano e qual o efeito que isso tem na utilização dos
telemóveis, por exemplo. A macroeconomia olha para questões como a de saber por que é que o
conjunto dos preços de um país cresce mais ou menos de ano para ano, por que é que a inflação é
maior ou menor e qual é o efeito da inflação sobre a produção agregada de um país ou sobre as
despesas de consumo agregado das famílias desse país.

A diferença entre a perspectiva da macroeconomia e a da microeconomia assemelha-se bastante


às diferenças existentes entre um planisfério e a planta de uma cidade. Só o planisfério permite
saber qual o nosso lugar no mundo, mas só a planta permite conhecer os detalhes da malha urbana
e saber que ruas devemos percorrer no dia-a-dia para nos deslocar de um ponto da cidade para
outro. A Economia da Empresa, estando directamente preocupada com as decisões que as
empresas têm que tomar e com as consequências dessas decisões para a própria empresa, adopta
claramente uma perspectiva microeconómica e uma perspectiva de equilíbrio parcial, e é esta a
abordagem que é adoptada ao longo deste teste de apoio.
CONCEITOS BÁSICOS DE MICROECONOMIA
A Microeconomia procura explicar as leis que regem o comportamento económico de
consumidores, de produtores e de mercados. Para isso, seleccionam-se os factores mais
importantes, entre os inúmeros capazes de influenciar um fenómeno, e passa a considerar
constantes as variáveis secundárias. Por exemplo, no estudo da fixação dos preços de determinado
produto de uma empresa, avalia-se apenas o choque entre oferta e demanda. Por isso, uma das
questões fundamentais da Microeconomia é a escolha das variáveis que serão utilizadas no estudo
de determinado fenómeno.

O conhecimento da Teoria do Preço, é indispensável a quem quer e deseja aprofundar-se no


conhecimento de como funciona o sector privado da Economia. Para tanto, abrange um diverso
universo teórico, onde se desdobra em várias teorias: Teoria do Consumidor; Teoria da
Produção e dos custos produtivos e Teoria do Bem-estar.

Com a articulação dessas ramificações teóricas, seriam envolvidas todas as funções essenciais que
se realizam no interior de um sistema económico. E todo esse aparato teórico, embora por vezes
divorciado da realidade, teria a finalidade essencial de demonstrar a viabilidade da organização
económica liberal: desde que o sistema de preços pudesse operar livremente, a eficiência e o
equilíbrio seriam alcançados automaticamente.

A Microeconomia pode ainda ser aplicada à política económica, exactamente para analisar as
acções do governo quando elas influenciam a economia. Devemos ser capazes de estudar as
políticas do governo que afectam os preços dos bens e os salários, por exemplo, e ver como essas
políticas afectam a alocação de recursos. A Microeconomia nos habilita a fazer previsões
condicionais nesse tempo.

A Microeconomia também pode ser empregada para examinar as condições de bem-estar


económico, isto é, para examinar as satisfações subjectivas que os indivíduos derivam do consumo
de bens e serviços e do lazer, e portanto, pode ser utilizada por empresas comerciais. Os métodos
analíticos desenvolvidos a partir de um estudo Microeconómico podem e estão sendo empregues
na formulação da decisão administrativa. Tais métodos são os desenvolvidos na análise de custo e
procura.

Análise de Modelos

Fins e metas
O processo combinado de produção e troca gera um conjunto de recursos distribuídos entre os
homens.

Os recursos são transformados em bens económicos e os bens económicos são distribuídos entre
os agentes responsáveis pela produção.

1. Distribuição de recursos

2. Distribuição de bens económicos


Metas dos agentes: comportamento individual dos agentes.

1. Consumidor – maximizar sua satisfação


2. Produtor – maximizar o lucro.

Mesmo com metas conflituantes, todos os agentes participam e são os responsáveis pela produção
de bens e serviços económicos. O comportamento maximizante independente de cada agente
económico resulta na maximização do bem-estar da sociedade ?

1. Adam Smith afirma que sim. Teoria da mão invisível. Visão atomística.
Problema: existem agentes muito grandes, que não podem ser considerados átomos. Ganham às
custas de perdas de agentes menores.

O que é Microeconomia?
É o ramo da Ciência Económica voltada ao estudo do comportamento das unidades de consumo
representadas pelos indivíduos e/ou famílias, do estudo das empresas, suas respectivas produções
e custos e ao estudo da geração de preços dos diversos bens,serviços e factores produtivos.Trata-
se de uma análise parcial e estática do mercado. Analisa como a empresa e o consumidor interagem
e decidem qual o melhor preço e a quantidade de um determinado bem ou serviço em mercados
específicos, portanto o funcionamento da oferta e demanda na formação de preços.
Microeconomia é a análise do equilíbrio e a análise das mudanças entre equilíbrios no mercado.

PRESSUPOSTOS BÁSICOS DA ANÁLISE MICROECONÓMICA

Condição Ceteris Paribus - Expressão em latim que significa que “tudo o mais permanece
constante”, nos permitindo analisar um mercado específico. Somente utilizando esta condição sine
qua non (necessária e imprescindível) é que se pode realizar a análise parcial e estática do
mercado. A condição coeteris paribus permite isolar variáveis e condicionar análises de variáveis
intrinsecamente relacionadas.

A partir do isolamento das variáveis condicionadas e interdependentes podemos criar, ou


comprovar, a existência de LEIS ECONÓMICAS.

A sugestão é que ignoremos a interdependência geral e nos concentremos na interdependência


próxima de umas poucas variáveis.

Adoptando-se essa condição, torna-se possível o estudo de um determinado mercado


seleccionando-se apenas as variáveis que influenciam os agentes económicos – consumidores e
produtores – nesse mercado em particular, desconsiderando a influência de outros factores, que
estão em outros mercados.
 Papel dos preços relativos
Na análise microeconómica, são mais relevantes os preços relativos, isto é, os preços de um bem
em relação aos demais, do que os preços absolutos (isolados) das mercadorias.
Por exemplo se o preço do feijão cair em 10%, tudo o mais permanecendo constante (condição
ceteris paribus), deve-se esperar um aumento na quantidade demandada de feijão, e uma queda na
demanda dos demais produtos da cesta básica, que tiveram seus preços inalterados. Embora não
tenha havido alteração no preço absoluto dos demais produtos no mercado, seu preço relativo
aumentou quando comparado ao do feijão (que teve redução de preço).

 Racionalidade dos agentes económicos


A grande questão da microeconomia reside na hipótese adoptada quanto aos objectivos dos agentes
económicos.
Pelo lado da demanda, o foco de estudo é o comportamento do agente família enquanto consumidor
de bens e serviços. Assim, o consumidor será orientado por um comportamento racional, onde irá
maximizar a satisfação das suas necessidades, mediante uma restrição orçamentária (renda
disponível).
Pelo lado da oferta, o foco de estudo é o comportamento do agente empresa enquanto ofertante de
bens e serviços. Assim, o produtor será orientado por um comportamento racional e buscará
maximizar seu objectivo de obter lucro.

Análise positiva e normativa da economia

A Economia descreve o comportamento das empresas e dos agentes económicos, em geral. Por
exemplo, a Economia serve para prever qual será o comportamento das empresas e dos
consumidores se o preço de um determinado produto subir. Neste sentido, a Economia é uma
disciplina positiva.

Contudo, a Economia é também uma disciplina normativa, no sentido em que a análise económica
pode ser usada para fazer prescrições sobre o que fazer em determinadas circunstâncias. Estas
prescrições podem ser dirigidas aos governos, por exemplo, indicando se deve ou não ser
introduzido um determinado imposto ou se devem ser criados limites às fusões entre empresas.
Podem ser também dirigidas às empresas, por exemplo, indicando qual a melhor estrutura salarial
a adoptar em determinadas circunstâncias, ou se a empresa deve ou não iniciar uma guerra de
preços.

O facto da escassez de recursos dá origem a três perguntas fundamentais

O que produzir?

Como produzir?

Para quem produzir?


Escassez, racionalidade, marginalismo e incentivos

A escassez é um conceito muito simples que se define "quando o que temos não dá para tudo".
Ninguém tem tudo, e todos nós queremos sempre mais alguma coisa. Este é um dos princípios
fundamentais da Economia, as nossas necessidades (desejos) são ilimitados e os recursos que
temos para satisfazer esses mesmos desejos são limitados e escassos.

A existência de um limite aos nossos recursos leva-nos inevitavelmente ao conceito de ESCOLHA.


Ou seja, o optarmos por determinada solução em vez de outra. Este conceito está muito ligado ao
de Custo de oportunidade, de que falaremos já a seguir. Existe por isso a necessidade de fazer
"Trade-Offs", ou seja de tomar uma decisão baseando-me numa análise custo-benefício.

Exemplo: tenho 10 euros e quero comprar chocolates e maçãs (1 euro cada). Posso comprar 10
chocolates, ou 10 maçãs, ou fazer combinações dos dois produtos. Estou limitado nos meus
recursos mas vou agir com racionalidade, escolhendo aquilo que mais valorizo. Para tal respondo
à seguinte questão "Quanto valorizo o consumo de mais um maçã?". Este raciocínio é apelidado
de pensamento na margem. Ou seja a análise dos benefícios que o consumo de mais uma unidade
de um bem me traz.

Agora que vimos que o agente econômico toma a sua decisão de forma racional e baseado na
valorização marginal (quanto valorizo o consumo de mais uma unidade), falta apenas termos noção
que o ser humano reage a incentivos.

Estes incentivos provocam mudanças nos consumidores e levam-no a alterar a sua decisão. Se
tivermos duas lojas ao lado uma da outra, em que ambas as lojas vendem maçãs por 1€, o agente
econômico (o consumidor) vai optar por qualquer da loja. Contudo se a loja A baixar os preços
para metade, é lógico e racional que o consumidor passe a comprar maçãs nesta loja e não na outra.
Todos nós reagimos a incentivos que alteram as nossas escolhas.

Mas como é que decidimos consumir mais uma maçã em vez de um chocolate? Que mecanismo
está por trás desta tomada de decisão? Trata-se do conceito de custo de oportunidade que de
seguida analisamos.

Custo de Oportunidade

O conceito de custo de Oportunidade está intrinsecamente ligado ao conceito de escolha.


Regressando ao nosso exemplo inicial, quando optamos por consumir uma maçã, perdemos a
oportunidade de consumir um chocolate.

O custo de oportunidade analisa precisamente isto e é definido como "o valor da melhor alternativa
sacrificada". Ou seja é um custo implícito no qual incorremos SEMPRE que tomamos uma
decisão. Ao fazer uma escolha optamos por uma opção em detrimento de outra. o custo de
oportunidade é precisamente o valor do produto que não escolhemos.
O conceito é simples e intuitivo contudo em algumas perguntas teóricas é difícil expressar e utilizar
o conceito para explicar determinados factos. Como o conceito é bastante intuitivo seguem-se dois
exemplos para sistematizar os conhecimentos.

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