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Economia Empresarial

Economia é o conjunto de atividades desenvolvidas pelos homens visando a produção, distribuição e


o consumo de bens e serviços necessários à sobrevivência e à qualidade de vida. Ela tem como
motivação o estudo de como os agentes econômicos tomam decisões frente a escassez de recursos.
Em economia, escassez é um termo que descreve uma disparidade entre a quantidade demandada
de um produto ou serviço e o montante fornecido no mercado. O cenário atual é caracterizado por
uma alta conexão entre os mercados, potencializada pelo aprimoramento do conhecimento científico
e tecnológico; além disso, esse cenário também é dinâmico, na medida em que a flutuação e instabilidade
de políticas econômicas bem como decisões do mercado, afetam, mais rapidamente, todas as atividades
do setor produtivo. Com isso, a dinamicidade entre os fatores de oferta e demanda, a especialização
da mão de obra e as políticas econômicas, monetárias e fiscais têm levado a Economia para um patamar de
grande importância. A Ciência Econômica possui diversas correntes e divisões. Do ponto de vista da corrente
neoclássica, a Economia é estudada em dois níveis: a Microeconomia e a Macroeconomia.

A Microeconomia é o ramo da Ciência Econômica que estuda a formação de preços, a principal variável
que orienta a alocação de recursos no contexto das Economias Capitalistas. Discute a funcionalidade do
mercado para garantir a organização e distribuição eficientes dos recursos escassos. Sua unidade de
análise são os mercados específicos, examinando o comportamento e a interação dos agentes
(consumidores e produtores).

A Macroeconomia é o ramo da Ciência Econômica que estuda o comportamento da Economia como um todo,
tendo como focos o Produto, o Emprego, a Inflação, e o Comércio Internacional.

EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO


Embora existam outras obras e filósofos estudiosos da área econômica e comercial, Adam Smith é
considerado o pai da economia, cuja obra A riqueza das nações foi publicada em 1776. Nesse período, entre
os séculos XVI e XVII, os países mais poderosos eram os que viviam sob a forma das monarquias. A riqueza
dos países era simbolizada pelo número de posses e controle de recursos preciosos, porém, os
países europeus possuem uma limitação geográfica e, por isso, a preocupação em expandir seus
territórios sempre foi grande.

Esse pensamento de exploração do comércio e valorização da moeda local foi chamado de mercantilismo e
é o marco inicial da teoria e prática econômica, o qual chamaremos de marco 1 do pensamento econômico.
Nesse sistema, os países-colônia forneciam recursos materiais para a metrópole e somente no país principal
é que a manufatura e o comércio se desenvolviam.

Ainda nesse período, uma outra corrente econômica e de pensamento de produção se desenvolvia, a
fisiocracia. Nessa corrente, os bens de produção e todo funcionamento da sociedade eram baseados no
excedente da produção agrícola. Naquele tempo, os fisiocratas acreditavam que somente o trabalho
agrícola apresentaria possíveis ganhos para a sociedade e, por isso, grande parte da organização do
trabalho e de toda comunidade se via em torno das fazendas. Esse movimento ficou determinado
como o marco 2 do pensamento econômico.

O marco 3 do pensamento econômico recebe o nome de utilitarismo, e representa um momento histórico


de disruptiva no modo como a economia e a organização do trabalho deveriam ser pensadas. Novas
formas de trabalho e perspectivas de progresso econômico começaram a ser discutidas, tendo uma maior
preocupação sobre o bem-estar social, sobre o desenvolvimento das cidades e sobre como o
aumento da população poderia influenciar a diversificação do trabalho e a geração de riqueza para a
sociedade.
O marco 4 do pensamento econômico, conhecido como Economia Clássica, fundamentada pelos
pensamentos de Adam Smith e David Ricardo, defendia um sistema de livre comércio e produção de bens
e serviços, os quais passariam a ter um caráter científico. Caberia ao Estado a função de proteção e zelo
pelas condições de equilíbrio de mercado, obras públicas e administração e justiça social.

ANÁLISE MICROECONÔMICAA
Microeconomia está direcionada a estudar as unidades econômicas de forma individual, focalizando o
comportamento das famílias e dos consumidores, e, principalmente, os fatores de produção e o seu
funcionamento no nível da firma, ou seja, analisa como são tomadas as decisões; além disso, também se
ocupa em calcular o custo de produção e os demais atributos do processo produtivo. A análise
microeconômica tem por objetivo analisar as unidades individuais do mercado econômico. Nesse
contexto, por unidades de análise, pode-se considerar o indivíduo – consumidor, a empresa e até
mesmo o mercado. A limitação que o agente econômico sofre é denominada “restrição
orçamentária”. Essa restrição simboliza o máximo dos seus recursos disponíveis contra o seu desejo de
aquisição de bens e serviços. Assim como temos esse termo de restrição orçamentária para
indivíduos/famílias, no caso das empresas e do governo, utiliza-se o conceito de orçamento.

AGENTES ECONÔMICOS
No contexto geral do mercado, identifica-se, pelo menos, três agentes econômicos que influenciam
e são influenciados pelas atividades econômicas.

O agente 1 – empresa – representa todos os atores envolvidos no processo de produção e comercialização


dos bens e serviços. Para esse agente econômico, os pressupostos da economia direcionam-se para buscar
a maximização dos lucros e as melhores decisões de produção, frente aos custos e investimentos
necessários para tais objetivos. Um outro agente econômico

O agente 2 – é a família, que representa o conjunto de indivíduos ou unidade familiar cujo comportamento
de compra e cujas condições orçamentárias são foco de análise para a economia. Esse agente é
4 responsável tanto por fornecer capital intelectual, mão de obra e trabalho para a empresa, como por
demandá-la por meio da aquisição de recursos, bens e serviços.

Já o agente econômico 3 – governo – representa a atuação do Estado nas atividades econômicas,


seja na sua esfera municipal, seja na estadual, seja na federal. Esse importante ator assume, por vezes, o
papel de produtor de bens e serviços, por meio de empresas públicas e de economia mista, mas
assume, também, o papel de regulador e intermediador das atividades econômicas por meio do seu
sistema político e econômico.

PRINCÍPIOS DA OFERTA, DEMANDA E ELASTICIDADE


Mercado econômico é representado por dois tipos de agentes: os compradores e os vendedores,
os quais, na Economia, são responsáveis por dois diferentes fenômenos – demanda e oferta. Os
compradores são os agentes responsáveis pela busca de determinado bem ou produto e, por essa
razão, estimulam a demanda por esse bem. Para a Economia, demanda é a quantidade de um bem ou
serviço de que os compradores/clientes estão em busca para efetuar o pagamento por um preço
definido pelo mercado. Já a oferta é o resultado do que os agentes vendedores efetuam no
mercado ao disponibilizarem um determinado bem ou serviço, podendo também estimular o seu
consumo, o que gera uma elasticidade entre a oferta e a demanda.
A demanda de um determinado bem ou serviço refere-se à quantidade que um indivíduo tem intenção de
adquirir, em um determinado tempo, em razão do preço definido pelo mercado para a sua aquisição
(MOCHÓN, 2007).
A Lei da Demanda, como é denominada na economia, explica a relação inversa existente entre o preço de
um bem e a quantidade demandada, no sentido de que o aumento dos preços diminui a quantidade
demandada, e, em contrapartida, a diminuição do preço aumenta a quantidade demandada.
Seguindo o mesmo princípio da demanda, a curva da oferta estará intimamente relacionada aos fatores de
produção e à intenção dos produtores de determinado bem/produto/serviço em oferecer no mercado uma
quantidade desse item por uma quantia de valor. Aqui, a curva é analisada sob a perspectiva do ofertante:
o quanto ele estará disposto a vender e por qual preço. Nesse contexto, a lei da 5 oferta representa a relação
entre o preço do produto e a quantidade que está sendo ofertada, sendo que, quanto maior o
preço, maior será a quantidade ofertada, uma vez que os ofertantes buscarão um lucro maior frente ao
aumento da oferta.

A curva de oferta e demanda pode sofrer alterações por uma série de fatores, e o reflexo dessa alteração é
o que se denomina na economia de elasticidade de oferta e demanda no mercado. Alguns fatores podem
interferir na curva de oferta e demanda, tais como: alteração do nível de renda dos consumidores, mudanças
do comportamento do consumidor com relação a gostos e preferências e também alteração dos preços
de outros bens relacionados, que podem substituir o item que está sendo analisado. Quando há um aumento
na renda média da população, argumenta-se que a economia será aquecida, uma vez que esses
consumidores estarão dispostos a comprar mais bens/produtos; como o seu poder de compra foi
elevado, isso certamente movimentará a curva de demanda, sem que, necessariamente, o valor do preço do
item seja diminuído.

ESTRUTURA DE MERCADO E CONCORRÊNCIACONCORRÊNCIA PERFEITA


A concorrência pura ou concorrência perfeita é caracterizada pela presença de um número ideal de
competidores. Nessa estrutura, a tecnologia utilizada pelas 6 empresas ou já é difundida ou ainda não é
sofisticada, além de os custos e as escalas de produção serem semelhantes, a ponto de uma empresa
não se diferenciar muito da outra, tornando a concorrência entre os competidores praticamente a
mesma. O que determinará o preço dos produtos é o próprio equilíbrio do mercado, a curva de
demanda dos consumidores e as demais variáveis. Outra característica na concorrência perfeita é a
simetria de informação entre os compradores e vendedores. Considerando a pluralidade de vendedores,
a informação sobre o produto já é similaridade entre os consumidores, o que aumenta o seu poder
de barganha e limita o poder de negociação dos vendedores. No mercado de concorrência perfeita, a
competição será mais baseada em quem produz com menores custos e consegue vender com o menor
preço.
A cobrança de preço abusivo é dificultada pelo número grande de competidores, fazendo com que o
consumidor tenha livre acesso a diversas possibilidades de compra.

Nesse cenário, empresas produtoras ou ofertantes desse bem possuem uma escala mínima eficiente,
ou seja, as empresas conseguem chegar a um custo médio mais baixo sem grandes investimentos,
possibilitando, portanto, a entrada de um alto número de concorrentes. Nessa estrutura, as empresas
são denominadas “tomadoras de preços”, isto é, elas têm uma parcela pequena na oferta de um bem ou
produto no mercado e, por essa razão, não são capazes de determinar o preço ou influenciar o mercado.

Nesse caso, a formação de preços considera mais os fatores de demanda pelo produto no mercado
regional, nacional ou mundial e sofre mais influências externas do que, propriamente, influências de
um único produtor. Essa limitação é chamada de restrição de mercado para formação de preços na
concorrência perfeita, em que os ofertantes têm pouca ou nenhuma margem para formação de preços. Uma
característica na curva de demanda dessas empresas e indústrias em concorrência perfeita é a
horizontalidade ou elasticidade da curva, uma vez que o preço dos produtos é fixado pelo mercado.
Assim, o que vai determinar o crescimento da curva será a quantidade a ser ofertada no mercado, decisão
relevante para empresas que participam nessa estrutura de mercado.

Considerando a limitação da formação de preços na concorrência perfeita, as empresas e indústrias,


nesse mercado, deverão buscar a maximização do lucro, e uma possível decisão é encontrar o nível de
produção maximizado do lucro econômico. Para tanto, a empresa deverá analisar a sua receita e os
custos totais e encontrar o ponto ideal da produção, onde a receita seja excedente diante da
quantidade produzida. O equilíbrio de mercado e a eficiência econômica são dados pela intersecção
entre a curva de demanda e a curva de oferta, ou seja, quando o valor para os compradores deixa de ser
maior que o custo para os vendedores.

MERCADOS NÃO COMPETITIVOS, MONOPÓLIO, OLIGOPÓLIO E CARTÉIS


Mercados de concorrência imperfeita ou não competitivos são representados por empresas ou indústrias
que possuem um determinado poder de mercado, seja pela influência na formação de preços, seja pela
influência na oferta e quantidade de produtos disponíveis no mercado, seja pelo controle de entrada
de outros concorrentes. Estruturas de oligopólio e monopólio, com poucos concorrentes ou com nenhum,
assim como a formação de cartéis, são tipos de organização no mercado, totalmente opostos à
concorrência perfeita, em que as forças de concorrência são equilibradas e os preços são
determinados pelo próprio mercado, sem ter influência de um único competidor.
As causas de imperfeição dos mercados são representadas por diferenças nos custos de produção e,
principalmente, pelas barreiras à entrada de novos competidores. As barreiras de entrada, consideradas
como limitantes à entrada de novos concorrentes no setor, podem-se manifestar, principalmente, por
duas causas: (i) restrições legais e (si) diferenciação do produto/serviço.

A primeira barreira, restrição legal, fundamenta-se pela existência de um precedente institucional


legal que proíbe a entrada de um concorrente ou restringe o acesso a poucos competidores. O serviço
público em geral é um exemplo de restrição de entrada de empresas, uma vez que o serviço é
regulamentado por legislação e apenas uma ou poucas empresas podem ser licenciadas para fornecer
determinado produto ou serviço.

Monopólio
Na estrutura monopolista, o competidor é único e a definição dos preços se baseará nos seus custos
de produção e na demanda de mercado. Nessa estrutura de mercado, podemos ter um monopólio
privado, um monopólio estatal ou um monopólio misto. A característica básica é a impossibilidade de
barreiras de entrada de novos concorrentes no mercado. Isso pode se explicar de diferentes formas:
ou porque a produção desse bem ou serviço é regulamentado pelo governo, isto é, somente uma empresa
tem a licença e o direito de comercializar aquele bem (ex.: fornecimento de água, luz, etc.) ou, também,
em casos que somente uma empresa tem o controle de determinada matéria-prima (como no caso da
Petrobrás, que durante muitos anos tinha o monopólio de extração e refino de petróleo no país).

Práticas monopolistas
Cartel é uma ação caracterizada pela formação de práticas conjuntas entre indústrias de um mesmo
setor para a definição de preços e o controle de oferta no mercado. Isso beneficia as empresas integrantes,
uma vez que os insumos, as matérias-primas e os demais fatores de produção podem ser compartilhados
bem como os riscos podem ser assumidos em conjunto. Truste é uma prática mais intensiva de união entre
empresas para buscar ganhos em determinados mercados, sem que tenha influência de outros
concorrentes. Essa prática limita o consumidor, obrigando-o a pagar o preço que está sendo oferecido, uma
vez que as empresas oferecem o produto/serviço na mesma condição e preço.

Holding tem por significado “controladora”, ou seja, uma única empresa é detentora de um grupo,
menor ou não, de empresas, chamadas de subsidiárias.
Para o consumidor, muitas vezes, há uma falta de informação e falsa percepção de que tem no mercado
diversas possibilidades de consumo, quando, na verdade, o controle de formação de preços e oferta é
determinado por um único grupo – a holding.

Oligopólio
Essa estrutura de mercado é representada por um número reduzido de empresas, que competem entre
si, mas que têm, de certa forma, preços fixos e
uma margem alta de lucro. A entrada de concorrentes é mais difícil, então, a lucratividade torna-se
mais duradoura. Nesse modelo de mercado, a concorrência não é representada pelo preço do
produto, mas sim pela diferenciação do que está sendo oferecido. Oligopólio puro é caracterizado por
poucos competidores, oferecendo produtos homogêneos, como a indústria de aço e minério. Oligopólio
diferenciado é caracterizado por um grupo limitado de competidores, oferecendo produtos com baixa
diferenciação, como o segmento de telecomunicações. Já o oligopólio por conglomerados assemelha-se
com a estrutura de holding monopolista, porém, nessa estrutura, temos a formação de empresas de
diferentes setores sob o comando de uma holding.
ANÁLISE MACROECONÔMICA
O campo de estudo da economia voltado para a perspectiva geral das condições de produção e crescimento
econômico é chamado de macroeconomia. Nessa visão de estudo, as variáveis econômicas são analisadas
de forma agregada, e o objeto de análise é simbolizado pelos países ou aglomerados econômicos, a exemplo
do Mercosul, da União Europeia, entre outros. Um dos principais indicadores utilizados para a análise
macroeconômica é o PIB – produto interno bruto –, que mede o total da produção de um país em
determinado período.

De acordo com Mocho (2007), a macroeconomia é o estudo do funcionamento da economia no seu conjunto.
O seu propósito é obter uma visão simplificada, mas que, ao mesmo tempo, permita conhecer o nível da
atividade econômica de determinado país ou de um conjunto de países e atuar sobre ele. Em outras
palavras, a macroeconomia estuda as variáveis econômicas agregadas (produção, emprego e nível
de preços). Nessa perspectiva, a macroeconomia é responsável por estudar as variáveis-chave que irão
permitir estabelecer os objetivos da política macroeconômica.

A macroeconomia é influenciada por um conjunto de fatores que impactam os seus objetivos e resultados.
Esses fatores determinantes são, basicamente, as forças internas do mercado, as perturbações
externas e as políticas macroeconômicas. As forças internas do mercado são as influências das
unidades produtivas internas (empresários, produtores rurais, associações comerciais), responsáveis
pela alteração da curva de oferta e demanda e que, de certa forma, irão impactar a macroeconomia
quando analisados conjuntamente. Outro fator determinante são as perturbações externas, ou seja, as
alterações e influências de ordem macroeconômicas, geradas por outros países ou blocos econômicos
que poderão impactar/influenciar a economia de um país específico. Assim como sofre as influências
externas, a macroeconomia também é regida pelas políticas macroeconômicas, que são os instrumentos
utilizados pelo Governo ou Banco Central para tentar intervir sobre a dinâmica
econômica/política ou fiscal do país, e que também terão um impacto na macroeconomia.

De maneira geral, a macroeconomia tem por objetivos: (1) o rápido crescimento da produção; (2) um nível
de emprego elevado e (3) a estabilidade do nível de preços. Além desses objetivos principais, outros
objetivos são também de interesse da macroeconomia, como o déficit público, o déficit externo, as taxas
de juros e as taxas de câmbio.

Conflitos da macroeconomia
Alguns dilemas conhecidos da macroeconomia referem-se aos trade-off e conflitos entre os próprios
objetivos macroeconômicos; em outras palavras, isso quer dizer que, raramente, em um país, as
políticas macroeconômicas conseguirão trabalhar de modo sinérgico com os quatro objetivos. Os
países, inicialmente, adotam um objetivo prioritário para meta econômica, ainda que, indiretamente,
influenciando os demais. Veremos, a seguir, alguns desses dilemas.

Dilema 1 – Crescimento do PIB versus manutenção do alto nível de emprego: considerando a visão das
empresas ao buscar competitividade e redução de custos, melhorar o processo de produção, adquirir
novas técnicas de produção e investir em inovação e tecnologia são ações que podem levar a uma alteração
no ambiente do trabalho, acarretando uma diminuição do nível de emprego, ou seja, menos postos de
trabalho ou alteração brusca das atividades laborais, o que pode demorar um certo tempo para que o
mercado desenvolva esses profissionais e preencha essas novas vagas de trabalho.

Dilema 2 – Estabilidade de preços versus manutenção de alto nível de emprego: tendo em vista que o nível
de emprego tem reflexo no aumento de renda e na demanda, com o aumento da produção e da
demanda agregada, será necessário aumentar a utilização dos fatores de produção (máquinas,
investimentos, mão de obra); com isso, no entanto, pode ocorrer um aumento nos custos de produção
e, dessa forma, uma pressão de alta nos preços de bens e serviços, causando um aumento na inflação.
Então, para controlar a inflação, os governos adotam medidas que desestimulam a demanda agregada.
Tais medidas, ao desestimular a demanda, desestimulam também o setor produtivo, de modo que a
produção irá cair, e o nível emprego também.

Instrumentos da política macroeconômica


Os principais instrumentos da política macroeconômica são:

a. Política monetária: A política monetária é executada pelo Banco Central; utiliza instrumentos monetários,
como o controle da quantidade de moeda em circulação, a oferta de crédito bem como a manutenção e o
controle das taxas de juros, e tem por objetivo principal manter a estabilidade de preços e inflação. Da
mesma forma, a política monetária pode ter um viés expansionista, para o estímulo de produção e emprego,
ou pode ser mais restritiva, para a redução na oferta de moeda ou o aumento das taxas de juros para controle
da inflação.

b. Política fiscal: A política fiscal é executada pelo governo e vale-se de instrumentos fiscais, como
o controle de gastos do governo e a arrecadação de impostos, em um nível expansionista ou de
restrição, ou seja, estimulando ou desestimulando a demanda agregada e aumentando ou reduzindo a
carga de impostos. A política fiscal tem por objetivo equilibrar os gastos públicos e controlar a
captação e o gerenciamento dos impostos pagos pelas empresas e pelos consumidores. Nessa
perspectiva, dois dos instrumentos de política macroeconômica – a política monetária e a fiscal – têm
relação direta com o crescimento da produção, ou seja, com o produto interno bruto – PIB.

c. Política cambial: A política cambial também é executava pelo Banco Central e busca controlar a
taxa de câmbio, importações e exportações, além da entrada de capitais estrangeiros e investimentos
diretos do exterior.

d. Política de renda: Por fim, as políticas de renda são políticas complementares executadas
pelo governo, que buscam complementar os instrumentos de controle de preços, salários, aluguéis,
juros e todas as outras variáveis que podem afetar os custos por fatores de produção.

Sob a ótica da oferta, o PIB é a soma das riquezas produzidas no país, incluindo empresas nacionais e
estrangeiras localizadas em território nacional. Aqui entra o resultado das três esferas de produção
de economia – indústria (de transformação, construção, eletricidade, água entre outras),
agropecuária (produção animal, agricultura e outras) e serviços (comércio, saúde, alimentação,
seguridade social, bancos, escolas). Já sob a ótica da demanda, o PIB está relacionado ao ponto de vista
daqueles que consumem os recursos, ou seja, remete à soma do consumo das famílias, do consumo
do governo, dos investimentos públicos e privados e das exportações líquidas (diferença entre
importação e exportação). Em tese, os resultados devem ser equivalentes para ambas as fórmulas de
cálculo. O aumento do PIB pode ser reflexo tanto do aumento da produção, podendo representar uma
melhora na qualidade de vida, quanto o aumento dos preços pagos pelos bens e serviços finalizados,
o que pode significar que o custo de vida está mais alto, mas não necessariamente melhor.

No Brasil, a metodologia de cálculo do produto interno bruto fica a cargo do Sistema de Contas
Nacionais Trimestrais, vinculado ao IBGE. Seu cálculo e a sua publicação são feitos trimestralmente, ou
seja, são realizadas quatro divulgações no ano, geralmente, 60 dias após o fechamento das contas e dos
valores correntes. As variáveis que compõem o cálculo são, principalmente: preços de mercado,
impostos sobre os produtos, valor relacionado a preços básicos, consumo pessoal, formação bruta
de capital fixo, exportações e importações (IBGE, 2020)
O PIB é um indicador-chave, porém, sintético da economia, e não representa a qualidade de vida da
população, o nível de educação ou bem-estar social. Tal fato cabe ser ressaltado, pois há inúmeros países
com o PIB baixo, em comparação à escala mundial, porém com altíssimos padrões de vida; em
contrapartida, há países com alto PIB, porém com relativos índices de qualidade de vida, distribuição de
renda entre outros.

Estabilidade do nível de preços


O nível de inflação representa a estabilidade dos níveis de preços no mercado. O nível de inflação e as
disparadas constantes nos preços distorcem as decisões econômicas das empresas sobre como alocar
os seus recursos e também influenciam no comportamento dos indivíduos, considerando o seu
padrão de compra/consumo. No Brasil, há diversos índices que medem a variação dos preços e, dessa
forma, a inflação existente. Os índices medem, basicamente, o custo para compra de uma determinada
quantia de bens, considerando a variação no tempo.

Inflação
O principal indicador econômico utilizado para acompanhar a economia e a situação geral dos preços
no país é a inflação, que remete à ocorrência de aumentos contínuos e generalizados dos preços dos
bens e serviços em uma economia.
A análise dos resultados da inflação pode ser feita, ainda, sob duas outras perspectivas: a análise
pela demanda e a análise pela oferta. A análise da inflação pela demanda ocorre quando se tem
um aumento na compra de um determinado produto, por exemplo, álcool em gel, ou seja, um pico na
demanda e na procura pelo produto faz com que os preços sejam elevados. A inflação de ofertas é mais
perceptível nos alimentos; ela não representa que a população esteja consumindo menos no dia a dia,
mas pode ocorrer quando a produção é afetada por algum motivo, o que faz com que os preços finais dos
consumidores sejam afetados. Outro fator determinante na inflação é a oscilação cambial, uma vez
que o câmbio tem impactos diretos e indiretos na economia. Quando ocorre a desvalorização do real
e o aumento do dólar, isso favorece muito as exportações.

Nível de emprego e desemprego


Um outro objetivo da macroeconomia é manter o nível de emprego elevado, ou seja, não só manter o
equilíbrio entre o número de demissões e admissões no país, mas também controlar as taxas de
desemprego e o nível dos cargos a serem ocupados. Para medir e acompanhar o nível de emprego,
o indicador econômico utilizado é a taxa de desemprego. Essa taxa tende a refletir a situação do ciclo
econômico; em outras palavras, quando a produção do país está crescendo, a demanda de trabalho
aumenta e, dessa forma, a taxa de desemprego diminui. Desse modo, quando analisamos a taxa de
desemprego, podemos inferir se a 58 produção econômica do país está sendo alta ou baixa. Por essas
razões, o nível de emprego é a variável macroeconômica mais visível. Para o cálculo do indicador da taxa
de desemprego, são analisadas duas variáveis: a primeira é o número de desempregos (ou seja, o número
de pessoas que estão procurando emprego/trabalho, sejam elas cadastradas em agências de trabalho ou
não) e a segunda variável é o tamanho da população economicamente ativa (ou seja, o total dos
indivíduos que podem contribuir para a economia do país – desde jovens de 14 anos até adultos que
não se aposentaram)

Política Macroeconômica
Política Fiscal: decisões sobre a arrecadação e os gastos do
governo;
• Política Monetária: decisões sobre o volume de moeda na economia,
a taxa de juros e o crédito;
• Política Cambial e Comercial: decisões sobre o câmbio e a política
de comércio exterior do país.
(equilíbrio externo, saldo do BP equilibrado x combate à inflação);
• Política de Rendas: interferências na formação de Preços e Salários,
desenvolvimento econômico.

Fundamentos Teóricos
Teoria Keynesiana
O nível de renda (produto) e de emprego em que opera a economia é
determinado pelo nível da demanda agregada
princípio da demanda efetiva

=> PIB = C + I + G + X - M
Componentes da demanda:
• C = Consumo
• I = Investimento
• G = gastos do governo
• T = tributos (afeta a renda disponível para C e I)
• X = exportações de bens e serviços
• M = importações de bens e serviços

Fatores que determinam cada um dos componentes da demanda


=> PIB = C + I + G + X - M
Componentes da demanda:
• C = Consumo
C = f (renda, riqueza, crédito e juros …)
• I = Investimento
I = f (crédito e juros, expectativas dos empresários …)
• G = gastos do governo
• T = tributos (afeta a renda disponível para C e I)
G = decisão do governo (superávit primário … políticas públicas …)
• X = exportações de bens e serviços
X = f (taxa de câmbio, demanda mundial, competitividade, protecionismo)
• M = importações de bens e serviços
M = f (taxa de câmbio, competitividade, protecionismo brasileiro, subsídios dos Xs)

Política Fiscal:
consiste, basicamente, em definir a política de Gasto do governo e
a arrecadação de tributos

Objetivos
– Crescimento X estabilização
– Credibilidade externa
• Política fiscal do Brasil
– Metas de superávit e contingenciamento;
– Resultado primário, juros e dívida;
• Resultado nominal e primário;
– Métodos de cálculo: Resultado acima da linha e abaixo da linha.
• Dívida líquida e dívida bruta.
– Estrutura tributária penaliza produção (Peso das contribuições);
– Rigidez dos gastos e DRU (vinculações, despesas obrigatórias);
– Peso da previdência.

Política Monetária:
consiste, basicamente, em controlar a quantidade de moeda
no mercado - pessoas, bancos

Instrumentos de política monetária


1) a fixação da taxa básica de juros;
2) as operações de compra e venda de títulos no mercado aberto;
3) o recolhimento compulsório sobre os recursos à vista, os depósitos a prazo e os
depósitos de poupança (Recolhimentos compulsórios - O BCB define as alíquotas de
exigibilidade dos recolhimentos compulsórios)
4) as operações de redesconto com os bancos (Redescontos – o BCB define a taxa de juros
nas operações de redesconto e empréstimo as instituições financeiras)
- Aumentam M => Emissão de moeda; redução do deposito compulsório (sobre
depósito à vista, a prazo); compra de títulos públicos; redução da taxa
de redesconto; aumento das reservas internacionais, etc.
- Reduzem M => venda de títulos públicos; aumento do deposito compulsório (sobre
depósito à vista, a prazo); aumento da taxa de redesconto; redução das
reservas internacionais, etc.

Política Monetária: (ó aumentar ou diminuir M, e/ou o crédito, e/ou os juros)


Taxa básica de juros
O COPOM fixa a taxa básica dos juros da economia ao definir a Taxa SELIC.
A Taxa SELIC (efetiva) é a média ajustada dos financiamentos diários (“overnight”) apurados no
SELIC para títulos federais
O Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC), criado em novembro de 1979 pelo
BCB e pela Associação Nacional das Instituições Financeiras do Mercado Aberto (ANDIMA), “é
um sistema informatizado que se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do Tesouro
Nacional e do Banco Central do Brasil.

Política Cambial:
consiste, basicamente, em fixar ou controlar a taxa de
câmbio (o preço do dólar)

Desde 1999 – tripé da política econômica


FHC e
Governos Lula e Dilma
Mantém a Política Econômica
- Câmbio flutuante
- Metas de inflação
- Superávits primários

Metas de inflação
A meta de inflação é fixada (hoje = 4,5% + ou – 2%) e o
Banco Central administra a taxa de juros e a oferta de
moeda no sentido de administrar a demanda e conter
pressões inflacionárias.
Hoje:
Centro da meta = 4,5% ao ano
Limite superior = 6,5% a.a
Limite inferior = 2,5% a.a

Conceitos:
Meta de inflação = o governo define uma meta anual de inflação (com uma tolerância
de oscilação para mais e para menos) e persegue essa meta com políticas de combate
a inflação (juros, controle monetário e de crédito, controle dos gastos públicos, etc)
Política:
A principal política de combate à inflação tem sido a taxa de juros básica (Selic), que é
revista a cada reunião do COPOM (Comitê de política monetária do Banco Central).
- Se o Copom achar que a inflação vai subir (a demanda está elevada e o PIB está
crescendo acima do potencial) ele eleva os juros.
- Se o Copom achar que a inflação está sob controle e a economia está crescendo
pouco, ele reduz os juros (com isso há um crescimento da demanda que provoca
um crescimento adicional do PIB)

Políticas macroeconômicas são aquelas que visam a objetivos amplos da economia como um todo. Têm a
ver com indicadores de bem-estar da sociedade ligados ao crescimento econômico, ao desemprego, à
inflação, ao balanço de pagamentos. Ao estabelecer as metas para tais indicadores, o governo reage ao
sentimento que percebe da sociedade e aos grupos de interesse organizados na sociedade. Essas metas
também dependem (bem como os meios para alcançá-las) de componentes ideológicos das autoridades.
Tomemos, como exemplo, o caso da inflação. Durante muito tempo no Brasil, as autoridades julgavam que
a inflação não era um mal que valesse o sacrifício necessário para domá-la. Aliás, a inflação foi muito usada
como forma cômoda de custear as despesas do governo (2).

Combater a inflação tiraria do governo essa fonte de recurso e prejudicaria aqueles setores que com
freqüência ganhavam com a inflação: como não há remuneração nos depósitos à vista, os bancos obtêm de
graça recursos que emprestam a taxas positivas de juros. Foi o clamor da sociedade que levou os governos
a partir de 1985 a buscar soluções para reduzir a inflação, pois até então o que as autoridades ofereciam
eram formas de se conviver coma inflação, como a indexação de contratos (correção monetária), que se
aplicavam para os salários, prestações da casa própria, depósitos a prazo, etc., etc. O coroamento do
processo de reconhecimento da gravidade da inflação se deu quando ao Banco Central atribuiu-se a função
precípua de manter a inflação nos eixos através do Programa de Metas de Inflação (3).

Ou, consideremos a questão dos investimentos públicos. Desde a época de Getúlio Vargas, pelo menos,
predominou o ponto de vista de que o governo deveria encabeçar as iniciativas de investimento, seja por
razões ideológicas seja porque não havia outros investidores brasileiros ou estrangeiros. Estes, por sinal,
não queriam sequer manter seu capital investido anteriormente, o que resultava ou gerava uma onda de
estatizações, caso típico da Light, na área de energia elétrica. Com isso, criaram-se no País muitas empresas
estatais, das quais a Petrobrás é a mais emblemática. Juscelino foi o presidente que abriu as portas para o
investimento estrangeiro, com a implantação da indústria automobilística no Brasil, fortemente estimulada
por incentivos fiscais e tarifas protetoras.

Posteriormente, a disposição dos estrangeiros a investir no Brasil caiu novamente o que, juntando-se ao
viés nacionalista dos militares, levou a nova onda de criação de empresas estatais nos anos 1970. Aqui os
recursos vinham de financiamentos externos obtidos pelo governo. Quando a dívida externa - agravada
pelas crises do petróleo - conduziu a moratórias e à falência prática do setor público, essa estratégia foi
forçosamente interrompida. Após as moratórias, o Brasil passou a representar um risco excessivamente alto
para os investidores estrangeiros.

Como consequência, não havia mais recursos de nenhuma natureza para manter os investimentos em níveis
necessários para o País crescer. Na verdade, passamos a década de 1990 desfazendo-nos das estatais
criadas nas décadas passadas, muitas das quais foram às mãos de grupos estrangeiros, não só para
recuperar a capacidade de investimentos que essas empresas demandavam, como para fazer o caixa
necessário para fazer face às dívidas interna e externa do setor público e liberar recursos para aplicações
em outros programas, como saúde, educação, previdência, etc. A tarefa de administrar a País não é nada
trivial, demandando grande competência para arrecadar recursos, aplicá-los eficientemente sem
desequilibrar a economia. Uma economia está em equilíbrio quando não está havendo alterações não
planejadas nos estoques das empresas.

No dia a dia, observam-se variações nos estoques que podem ser desejadas em função das previsões de
vendas das empresas. Trata-se de investimentos feitos pelas firmas. Quando os estoques se reduzem de
forma imprevisível, as empresas aumentam a produção e o emprego para repô-los. Quando as empresas
veem seus estoques aumentarem de forma indesejada; em geral elas reagem cortando a produção e
provocando desemprego. Nessas situações a economia acha-se em desequilíbrio. Cabe ao governo evitar
que essas oscilações de produção e emprego e na inflação ocorram com frequência. Pode ser observado
que a sociedade, e consequentemente, o governo, do ponto de vista macroeconômico, tendem a oscilar
entre preocupações alternadas, ora com o desemprego, ora com a inflação (uma elevação persistente e
generalizada dos preços).

A economia tende a se comportar ciclicamente devido principalmente a mudanças no comportamento de


consumidores e investidores. Quando pessimistas, reduzem suas compras, podendo levar a economia a uma
recessão; quando otimistas, aumentam dispêndios podendo produzir inflação. Em geral, a produção não se
ajusta rapidamente às mudanças de comportamento dos compradores, levando a oscilações de estoques,
resultando ora em desemprego, ora em inflação. Os instrumentos à disposição do governo para tentar
estabilizar a economia são as políticas monetária, fiscal e cambial. A política monetária é primariamente
dirigida para influenciar a taxa de juros da economia. Como isso se processa? A pergunta deve ser
desdobrada em duas partes.

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