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27/04/2022 11:22 Exercícios - Crescimento com Visões Diferentes

Cenários Econômicos - Pós / Crescimento com Visões Diferentes


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Teoria Clássica

 
A teoria clássica tem como seu principal fundamento o liberalismo econômico,
originalizado do “pai da política” Adam Smith. Ele defende que o estado deve
intervir o mínimo possível nas relações econômicas, pois o mercado atua com
suas próprias regras. A criação da riqueza, em sua visão, é o conjunto de pro-
dutos que melhoram a toda a nação, de todas as classes: proprietários, traba-
lhadores e patrões. Portanto, ele diverge da visão de que metais preciosos ou
alguma produção específica seria a riqueza, elas são apenas meios de troca. 

A origem da riqueza provém do trabalho do homem.  O crescimento econômico


para a teoria clássica, então, se baseia na divisão do trabalho, no acúmulo do
capital e a dimensão do mercado.  A divisão do trabalho retrata a ideia de es-
pecialização do trabalhador, focado em uma etapa no processo de produção,
aumentando, dessa forma, sua produtividade. Entretanto, para haver essa divi-
são, o tamanho do mercado se torna um obstáculo, visto que, em algum mo-
mento, pode não haver mais compradores, limitando a produção, e consequen-
temente, reduzindo a quantidade de trabalhadores e de processos produtivos.
Se o princípio do classicismo é deixar o mercado agir sem intervenção do es-
tado, e para haver crescimento econômico é necessário incrustar o valor do tra-
balho como a riqueza da nação, como há uma harmonia social? 

A explicação para esse funcionamento é o caráter egoísta dos indivíduos, que


motivados por interesses e desejos próprios, seriam levados a produzir o que a
sociedade precisa. Isto quer dizer que, naturalmente, o mercado seguiria suas
próprias regras (mão invisível) com base na iniciativa privada, e com o Estado
agindo, apenas, nas lacunas que o mercado deixaria.
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Esses dois fatores, o caráter egoísta dos indivíduos e a mão invisível condu-
zindo o mercado, potencializam o valor do trabalho. Visto que para se obter um
bem ou serviço, haveria a troca dele por outro que satisfaça a quem o serviu. 
Agora, vejamos, e se mais de uma pessoa se interessar pelo que aquele ofer-
tante tem a oferecer e ele não conseguir atender aos dois no mesmo tempo?
Ou não consiga produzir o suficiente para atender às duas necessidades? Irá
produzir para quem o beneficie mais, nesse caso, para quem pagar o melhor
preço. 

A busca pela melhoria do trabalho para atrair mais demanda gera uma tendên-
cia de objetivo aos lucros.  Então, o nível de produção e os preços se ajustam,
naturalmente, de acordo com o julgamento dos indivíduos sobre a utilidade dos
bens e serviços. Se você quer lucrar, precisa ganhar mais e para isso é preciso
oferecer algo a alguém, trabalhando. Entretanto, se várias pessoas pensam
dessa forma, serão cada vez mais atraídas pelas mesmas atividades de produ-
ção, gerando a concorrência. Com uma maior concorrência, o comprador terá
diversas opções e, obviamente o preço mais acessível, que associado ao bom
serviço, será mais atrativo. Isso descarta qualquer ofertante com um maior
preço, sendo determinante, portanto, a concorrência como autorreguladora dos
preços e medindo, também, os níveis de lucros.

Se os preços são determinados, então, sem qualquer tipo de intervenção do


estado, isso quer dizer que também estamos nos referindo aos preços dos fa-
tores de produção. Isto é, que os mecanismos de oferta e demanda da mão de
obra, por exemplo, definirão os salários. Portanto, existe a tendência entre a
igualdade entre a oferta e demanda de absolutamente tudo que tem preço. 

Essa igualdade significa o pleno emprego dos fatores de produção, seja mão
de obra, tecnologia, recursos naturais, etc. Ao se alcançar esse pleno emprego,
que é necessário para eliminar os excessos de oferta e demanda, podemos
destacar o que os clássicos chamam de “produto potencial”.  Por isso, para a
visão clássica, o Estado não deveria se posicionar na economia, sendo neces-
sário que ele atue apenas como um “estado-polícia”, permitindo a flexibilidade
dos preços para o alcance do pleno emprego, protegendo a livre concorrência
e garantindo o direito da propriedade.
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→ Resumo:

É baseada em livre mercado e em como a mão invisível e o funcionamento do


mercado podem permitir uma alocação eficiente de recursos. A Teoria Clássica
sugere que, em geral, a economia funciona de maneira mais eficiente quando a
intervenção do governo é mínima e preocupada com a proteção da proprie-
dade privada, a promoção do livre comércio e os gastos limitados do governo,
atuando em áreas como defesa, lei, ordem e educação.

 
Confiavam na competência como mecanismo regulador da economia. 
Defendem a primazia do setor privado sobre o público.
Acreditam na flexibilidade dos preços dos fatores de produção.
Tendência ao pleno emprego dos fatores.
Lei de Say: primazia da oferta sobre a demanda. Oferta como fator
essencial para o crescimento da economia. 
Laissez-faire é expressão escrita em francês que simboliza o liberalismo
econômico.

Teoria Keynesiana

 
A teoria Keynesiana, como o próprio nome já pressupõe, foi desenvolvida por
John Maynard Keynes, que trouxe seus estudos político-econômicos colhendo
diversas críticas e refutando as ideias da economia clássica. Ao iniciar a contra-
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posição, ele defende como um princípio a intervenção do Estado Próxima
na economia
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e que este deve oferecer diversos benefícios sociais aos trabalhadores. Nesse
sentido, atribuindo-lhe a exclusiva responsabilidade de promover o bem-estar
social. O mercado, em sua visão, não é capaz de regular-se por si mesmo e
deve ser impulsionado, pelo estado, através de investimentos, empresas e re-
gulação no comércio. Como Keynes chegou a essas ideias, contrariando a vi-
gente corrente de pensamento da época, a economia clássica? 

 
Durante o início do século XX, ele tentava entender o porquê de os trabalhado-
res do país perderem seus empregos durante uma crise, mesmo aceitando
qualquer nível de salário. Ele percebeu, então, assim que estourou a crise de
1929, que o livre mercado não era capaz de resolver aquele problema, pois os
preços dos bens e serviços caíam com a crise, mas os salários não, o que au-
mentava o desemprego. Então, se a flexibilidade de preços dos fatores de pro-
dução (terra, capital e trabalho) não é algo do mundo real, ou seja, que não há
um ambiente perfeitamente competitivo e, sim, a presença de diversas falhas
de mercado, como os oligopólios, monopólios, cartéis e etc., não há uma ten-
dência natural ao pleno emprego destes fatores. Isto explica, por exemplo, o
excedente de oferta de mão de obra, ou seja, o desemprego.

 
A solução de Keynes para este problema era que o estado intervisse, expan-
dindo a economia através de novas despesas, criando empregos. Os gastos
do governo, portanto, são um importante componente do modelo Keynesiano.
Diante disso, ele refuta a ideia da oferta e demanda se ajustarem sozinhas,
através de uma mão invisível, e traz a lógica de que se não há demandantes,
não tem motivo para produzir. A demanda é considerada efetiva, ou seja, é a
que se concretiza, definindo, portanto, o nível de oferta. O nível de consumo
das pessoas é o principal componente para a equação de crescimento da eco-
nomia.  A única forma, então, de se alcançar o pleno emprego é através do au-
mento da demanda efetiva, comandando o crescimento econômica nesta
teoria. 

 
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O papel das expectativas, para Keynes, é super relevante para o fomento da


economia. Ele alega que pessoas otimistas consomem mais, bem como as
empresas contratam e vendem mais, gerando um maior crescimento econô-
mico. A economia é medida através do PIB e em equilíbrio, se iguala à de-
manda agregada. Considerando uma economia com capital aberto, ou seja,
que consome (importação) e vende (exportação) produtos de outros países,
então, temos que o modelo Keynesiano, é:

→ Resumo:
 
O Keynesianismo é uma doutrina político-econômica que defende o
Estado como um agente ativo contra a recessão e alta no desemprego.
 
1. Durante o início do século XX o pensamento dominante ainda era o
da economia clássica, onde a economia devia se recuperar sozinha
em períodos de crise, conhecido pelo princípio Laissez-faire.
2. No geral, os preços dos produtos e serviços caem com a crise, mas os
salários não, aumentando o desemprego.
3. Alcance do Pleno-Emprego pela intervenção do Estado na Economia.

Expectativas possuem um papel central no keynesianismo na medida em


que podem fazer a oferta e a demanda expandirem ou diminuírem. 

Inexistência da flexibilidade de preços dos fatores de produção, sendo a


presença de monopólios, por exemplo, um argumento para isso. 
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Desemprego de fatores de produção é a regra no keynesianismo. 

O que comanda a economia é a demanda efetiva. Demanda como fator


essencial para o crescimento da economia. 

Nega o Laissez Faire.

Redução da Taxa de Juros.

 
 
Teoria Cepalina

 
A teoria Cepalina é uma corrente de pensamento desenvolvido com foco cen-
tral nos países da América Latina, através da criação da Comissão Econômica
para a América Latina e Caribe (CEPAL), pela ONU. Ela foi criada para contri-
buir com o desenvolvimento econômico desses países, estreitar relações
econômicas com outros países do mundo e, posteriormente, incorporou o obje-
tivo de promover o desenvolvimento social.

Uma das principais referências dessa teoria foi o economista Celso Furtado,
que foi super influente no pensamento econômico brasileiro em meados do sé-
culo XX até os dias atuais.

Esse pensamento defende, aproximando-se do Keynesiano, o intervencio-


nismo do Estado na economia. Suas contribuições ganharam destaque após a
crise de 1929, que abalou o poder de compra, desestruturando a economia e
obrigando aos governos locais a financiar certo grau de industrialização para
suprir produtos que não podiam mais ser comprados. Diante disso, foi perce-
bido que esses países, exportadores de base primária, sofreriam a chamada
“deterioração dos termos de troca”. Isto é, os produtos primários perderiam va-
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lor, com o passar do tempo, ao passo que os produtos manufaturados agrega-


riam mais valor e tecnologia. 

Visto que a base exportadora, então, é composta em sua maioria por produtos
primários e as importações têm o peso desses produtos manufaturados, a ten-
dência é que haja um déficit na balança comercial. Dessa forma, iniciou-se o
que é conhecido como “substituição de importações”. Essa solução para o pro-
blema se baseia no protecionismo, ou seja, medidas que estimulem a indústria
nacional com subsídios e crédito, desestimulando a importação impondo tari-
fas, controlando o acesso à moeda estrangeira, etc.

Além do foco voltado para o desenvolvimento da indústria nacional e ao prote-


cionismo, eles contribuíram para o planejamento econômico de outras formas,
iniciando o debate do combate à inflação, integração regional, entre outros. E,
influenciaram o pensamento político brasileiro, também, com o estruturalismo
cepalino, a predominância de uma perspectiva macro e o desenvolvimento de
uma visão peculiar da história por meio do método histórico-estruturalista de-
senvolvido pela Comissão.

É importante ressaltar que essa corrente de pensamento é muito presente até


os dias de hoje e muitas medidas não foram abandonadas. No caso brasileiro,
como exemplo, quando falamos da baixa interação do país na cadeia produtiva
global, se destacando apenas como um fornecedor de matéria-prima no pro-
cesso. Isso é resultado da influência do pensamento cepalino que traz um viés
protecionista. 

 
Lembramos que este é apenas um resumo. Para uma leitura mais completa e
profunda, recomendamos os capítulos 10 e 17 do livro Princípios de Economia
de Francisco Mochón. Além disso, recomendamos, também, a leitura dos capí-
tulos 23, 24 e 28 do livro Macroeconomia de Michael Parkin. Ambos estão dis-
poníveis na biblioteca virtual Pearson.

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ATIVIDADE EXTRA 

Faça uma pesquisa e dê sua opinião sobre o modelo econômico brasileiro: atu-
almente, ele é clássico ou keynesiano?

 
 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

MANKIW, N.G. Introdução à economia: edição compacta. São Paulo: Pioneira


Thomson Learning, 2005. Cap. 33 - Demanda e Oferta Agregada; e Cap. 36 -
Cinco debates sobre política macroeconômica.

PARKIN, Michael. Economia. 8.ed. Pearson: 2008. Capítulo: 23. Pleno em-
prego: o modelo clássico; Capítulo: 24. Crescimento econômico; Capítulo: 28.
Multiplicadores dos gastos: o modelo keynesiano. 

MOCHÓN, Francisco.  Princípios de economia. 1.ed. Pearson: Capítulos 10 e


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