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Nome: Maria Eduarda Klazer

Turma: 3M
Data: 14/11/22

Movimento Hip Hop Brasil

História do Hip Hop:

A expressão Hip (quadril) e Hop (balançar) é uma gíria, conhecida pelos jovens do
Hip Hop, como balançar o quadril. O Movimento foi criado pelas equipes de baile
norte-americanas, com o objetivo de apaziguar as brigas e contrariedades frequentemente
manifestadas pelos jovens agrupados em gangues. O termo Hip Hop designa um conjunto
cultural amplo que inclui música (rap), pintura (grafite) e dança (break). O rap, sigla derivada
de "rhythm and poetry" (ritmo e poesia), é a música do Movimento e constitui o seu
elemento de maior destaque. Mc é a sigla de "Mestre de Cerimônia"; é ele que canta o rap
e, na maioria das vezes, também compõe as letras.
Apesar de ter suas origens norte-americanas, o Hip Hop feito no Brasil tornou-se
totalmente distinto e independente, pois as questões sociais são diferentes. Além do quê,
cada vez mais os grupos brasileiros procuram incorporar ingredientes nacionais e locais ao
Movimento. Como exemplo, em Curitiba temos o Hip Hop Pinhão.
O Hip Hop no Brasil despontou na periferia de São Paulo e desenvolveu-se ao longo
dos anos 80, mas tornou-se popular somente na década de 90. A estação São Bento do
Metrô, no centro de São Paulo, é considerada o berço e referência da cultura Hip Hop no
Brasil. Hoje o Movimento Hip Hop já é presença marcante nas periferias de: Brasília, Recife,
Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, entre outras capitais.

Movimento Hip Hop Brasil:

O Movimento Hip Hop Organizado do Brasil - MH2O (1989-2006) foi uma das
maiores organizações de hip hop do Brasil, atuando em 14 estados e em cinco deles
manteve intervenção econômica. Foi fundado em 1989 na zona oeste de Fortaleza, em
poucos anos avançou pelo nordeste. Criou parceria com o Governo Federal e implantou o
Projeto Piloto Nacional do Mercado Alternativo (PPNMA), gerando 36 pequenas empresas à
base da Indústria Criativa do Hip Hop em quatro regiões (Sudeste, Sul, Centro-oeste e
Nordeste).
Originado pela fusão entre grupos do Movimento Estudantil e Crews de Hip Hop, o
"Gigante do Hip Hop Nacional" como é conhecido, sempre atuou junto aos movimentos
sociais e populares do País. Em 1998 o Movimento Hip Hop Organizado criou a ONG
MH2O e passou a atuar no campo institucional, hoje é uma das maiores ONG's de
juventude do Brasil. Estima-se em mais de 6000 o número de membros dessa Organização
que atualmente trabalha a sua Internacionalização.

Atuação:

O MH2O desenvolveu projetos e programas nas linhas: cultura e educação,


regionalização do Hip Hop, economia social e combate a violência e autodestruição da
juventude.
● PAREM A VIOLÊNCIA nas Comunidades -Projeto de Combate à violência e
autodestruição dos jovens, com o objetivo de impactar sobre os índices de violência
e autodestruição da juventude a partir de comunidades. Faz uso da arte e cultura
Hip Hop, educação comunitária e fomento ao protagonismo juvenil e a cidadania.
Busca contribuir para uma cultura de paz e para um novo pacto de convivência nas
comunidades.
● Segurança nas Escolas - Projeto de combate à violência e à autodestruição de
jovens a partir da ação em escolas públicas. Desenvolvido através de oficinas e
palestras em escolas da periferia e do interior - busca engajar jovens ao movimento
a fim de afastá-los da criminalidade, das drogas e da prostituição. Parceria:
Secretaria Especial de Direitos Humanos – Ministério da Justiça/Governo Federal.
● Cultura e Contracultura - Programa de Educação Comunitária. Pela difusão de
valores culturais e comportamentais realiza a reeducação de jovens ingressos ao
Movimento e comunitários para uma nova ética e compromisso social.
● Regionalização do HIP HOP - Programa de resgate e fortalecimento das raízes
culturais e históricas. Por meio da interação dos elementos artísticos do Hip-Hop
com os elementos da cultura local resgata-se e fortalece as raízes culturais e
históricas. Parceria: Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura em Fortaleza-Ceará.
● Mercado Alternativo - Programa de Geração de Renda. Gera produtos alinhados
pedagogicamente com a proposta do Movimento para a comercialização num
mercado onde o econômico é um meio e não um fim. Parceria: Ministério do trabalho
e Emprego, Sebraes, Ashoka Empreendedores Sociais e poderes públicos
Estaduais e Municipais.
● Oportunidade de Sobrevivência - O Projeto “Oportunidade de Sobrevivência (OS)”
apresenta a possibilidade, concreta, e devidamente planejada de sobreviver sem
abrir mão de um cotidiano qualitativo, no qual estejam presentes a cultura e o lazer.
A proposta do “OS” é interligar, harmoniosamente, trabalho, cultura e associativismo,
através da capacitação do jovem para o trabalho, levando-se em consideração sua
opção cultural e seu estilo de vida. Parceria: Consórcio Social da Juventude de
Fortaleza.
● Hip Hop Empreendedor - tem como objetivo macro mapear, qualificar e unir em
redes os empreendimentos e empreendedores vinculados ao movimento Hip Hop
por todo o país. Visa ainda, fomentar o empreendedorismo e organizar o setor
econômico do Hip Hop, promovendo inclusão social por meio da indústria criativa do
Hip Hop. O programa “Hip Hop empreendedor” conduzido pelo MH2OdoBrasil será
disponibilizado em forma de parcerias para as milhares de Organizações, Posses,
Crews e Grupos de Hip Hop brasileiros. E por ser o movimento Hip Hop
economicamente composto por jovens pobres de comunidades carentes vivendo em
situação de risco social o programa atenderá a uma faixa da população brasileira
que historicamente vem sendo excluída das políticas públicas e oportunidades de
inclusão econômica. O programa aposta no talento e na potencialidade
empreendedora da juventude periférica e acredita que a estes jovens só falta uma
oportunidade alicerçada em apoio técnico, científico, político e econômico. O “Hip
Hop Empreendedor” é isto: "Estopim" para uma explosão de criatividade e
oportunidades de sobrevivência para a juventude pobre do Brasil. Parcerias: Em
construção.
O movimento Hip Hop se mostrou uma forma de auxílio para uma juventude
excluída, transformando esses jovens excluídos sociais e marginalizados em protagonistas
da cena urbana, onde emergem como atores de relevância social. Eles se encontram no
Movimento, através do qual podem se expressar e ao mesmo tempo manifestar o desejo de
uma mudança na sua situação, promovendo uma crítica à ordem social, à criminalização da
periferia e dos jovens pobres, à mídia e à violência diária em suas várias formas. Desse
modo, esses jovens mostram que não estão indiferentes às questões coletivas e que
desejam uma transformação social. Ao contarem suas histórias, os narradores urbanos
podem até parecer agressivos, talvez pela indignação presente, contudo as letras de rap
não podem ser tomadas como manifestações de violência, exaltação ao terror, pois elas
também representam a realidade numa forma de denúncia e crítica.
O movimento através de suas práticas se estabelece como uma forma de
intervenção político-cultural levada a efeito no espaço vivido da periferia. Desse modo,
propicia o encontro dos jovens, contribuindo para a formação de grupos não apenas
artísticos, mas também políticos. A trajetória dos jovens nessa trilha mostra-lhes que
vencer não é fácil, que propor caminhos alternativos significa enfrentar suas próprias
angústias e medos, e a qualquer momento ainda ser vencido por seus próprios problemas e
dificuldades. Mas através de sua música, de sua arte tentam contribuir para uma melhor
compreensão dos conflitos e fraturas sociais.

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