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COLÉGIO ESTADUAL SÃO CRISTÓVÃO – ENS.

FUNDAMENTAL, MÉDIO NORMAL E PROFISSIONAL


Rua Paulo Scherner, 380 – Bairro São Cristóvão – CEP 83040-140 – São José dos Pinhais – PR
Fone Secretaria: (41) 3283-5067 – Setor Pedagógico: (41) 3382-0654
E-mail: cesaocristovaosjp@gmail.com

NOME: _____________________________ , ________________________________Nº_______,________


DATA: ____/03/2023 VALOR: 3,0 NOTA:______

ARTIGO DE OPINIÃO
Você lerá um artigo de opinião escrito por Thífani Postali sobre a indústria do entretenimento e sobre dois
gêneros musicais – O rap e o funk – bastante difundidos entre os jovens, especialmente da periferia.
Por que o funk e não o rap?
Para se pensar as práticas musicais rap e funk e suas relações com os veículos de comunicação de massa, não
podemos fugir à lógica mercadológica que compreende a indústria do entretenimento. Visando atingir ao maior número
de pessoas possível, a indústria cultural admite ou adapta os produtos que melhor atendam ao sistema capitalista. Como
acrescenta Néstor Canclini, os formatos e as mudanças permitidas são feitas de acordo com a dinâmica do mercado do
sistema em que se encontra. Assim, o que é passível de veiculação são os produtos culturais rentáveis à indústria, que
deixa de lado as escolhas pessoais dos produtores, no caso, dos compositores de rap e funk.
De acordo com Edgar Morin, as produções da indústria cultural são dirigidas a todos, ou seja, às diferentes idades,
às diversas classes e grupos sociais, que formam a massa de consumo para as indústrias nacionais ou mundiais.
Considerando as colocações de Canclini e Morin, a fórmula para se inserir nos meios de comunicação de massa
implica produzir conteúdos que dialoguem com o maior número de pessoas.
Assim, alguns temas, como amor, sexo e poder, são líderes nas produções massivas, já que envolvem textos
facilmente identificáveis por uma maioria. Surgidas a partir da segunda metade do século XX, as práticas culturais urbanas
rap e funk são oriundas de um mesmo grupo social, formado por jovens que se encontram às margens da vida social
urbana, ou melhor, daquilo que se coloca como ideal da vida social urbana, já que são desfavorecidos economicamente.
O Rap, por exemplo, tem sua raiz na Jamaica e surgiu em 1960, quando a população carente do país passou a
utilizar a música como meio de expressão contra o sistema local. Da Jamaica para os Estados Unidos e depois para o
mundo – graças às novas tecnologias, o rap tornou-se a música do movimento Hip Hop, que tem como finalidade
disseminar “Paz, Amor, União e Diversão” por meio de manifestações artísticas chamadas de elementos, tais como o rap,
a dança, o grafitti, os MCs e os DJs.
É claro que as invenções humanas podem ser utilizadas para diversos fins. A princípio, o Hip Hop foi criado por
África Bambaataa para diminuir a violência e disciplinar as gangues dos guetos de Nova Iorque. Entretanto, cientes da
capacidade que a música rap tem em disseminar informações, outras gangues começaram a utilizá-la para fazer apologia
ao crime e ao uso de drogas ilegais. A partir dessa situação, Bambaataa criou o quinto elemento do movimento,
chamando-o de “conhecimento”. A intenção era legitimar o movimento dizendo que o verdadeiro Hip Hop tem que passar
mensagens positivas ao grupo, além de despertar o senso crítico dos jovens.
Por esse motivo, existem dois tipos de rap: aquele que possui conteúdo crítico-social abrangendo discursos
políticos e filosóficos e o gangsta rap, que relata o cotidiano violento dos indivíduos que vivem esse contexto. Não
coincidentemente, a maioria das pessoas que desconhecem essa musicalidade a assimila à delinquência, o que é fruto
dos textos midiáticos que sempre trataram o rap de forma taxativa, dando ênfase apenas às produções gangstas.
Emergido no mesmo período e grupo social, o funk que relata o cotidiano dos jovens das favelas não teve a
mesma trajetória do rap. Com algumas exceções, a maioria das letras abordavam o comportamento e o entretenimento
dos jovens moradores dos morros do Rio de Janeiro, tendo como foco os cenários dos bailes funk e o sexo. Recentemente,
os compositores de funk alteraram os temas trocando os relatos da diversão dos jovens desfavorecidos economicamente
para a diversão dos jovens de famílias abastadas. Com esse novo formato, nomeado “funk de ostentação”, o produto
cultural ganhou visibilidade e ingresso na mídia.
O interessante é perceber como a indústria cultural continua praticando as mesmas imposições de sempre. Talvez
o rap não obtenha tanta notoriedade pelo fato de produzir textos reflexivos e resistentes ao sistema social vigente. Do
mesmo modo, existem funks com conteúdos críticos, como os de MC Garden que refletem sobre a política e opressão de
seu grupo, mas esses não chegam a ser difundidos pela indústria cultural. Já alguns rappers como Emicida tentam, além
de suas letras críticas, produzir outras mais neutras, aparecendo apenas em canais e programas de menor audiência.
Por outro lado, recentemente, a maior emissora de televisão brasileira passou a divulgar o funk, inserindo-o nos
programas líderes de audiência. É certo que não podemos depositar o sucesso do funk apenas a sua divulgação propiciada
pelos grandes meios. Devemos levar em consideração também o consumo da população brasileira que, de certa forma,
aponta os produtos de melhor aceitação. Logo, o funk é viável por oferecer uma linguagem mais rentável à atual prática
social que permite textos mais explícitos sobre assuntos como sexo, consumo de bebidas alcoólicas, entre outros
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comportamentos considerados imorais por diversas instituições sociais. Assim, talvez possamos pensar que o funk
tornou-se viável por acompanhar o comportamento de inúmeros jovens brasileiros e também por não possuir, em
maioria, textos passíveis de censura, como os do rap.
Thífani Postali é Mestra em Comunicação e Cultura e Professora da Uniso. É autora de “Blues e Hip Hop: uma
perspectiva folkcomunicacional”” – Blog: www.thifanipostali.com

INTERPRETÇÃO - TESE E ARGUMENTO. (1,5)


1- De que trata o artigo de opinião? Suas hipóteses iniciais sobre o texto foram confirmadas? (0,30)
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2- De acordo com a que você leu no artigo, qual é a relação entre o texto e seu título? Em que parágrafo isso fica
evidente? (0,30)
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3- Qual é a tese apresentada pela autora? (0,30)
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4- A que conclusão a autora chega sobre a questão tratada? (0,30)
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5- De que lugar a autora do artigo lido fala sobre a presença do rap ou do funk na indústria da cultura de massa? (0,30)
a- Do lugar de quem aprecia funk e rap.
b- Do lugar de quem produz um dos gêneros musicais.
c- Do lugar de quem comercializa um dos gêneros musicais.
d- Do lugar de quem pesquisa a indústria do entretenimento, principalmente a música.

TIPOS DE LINGUAGEM (1,5)


6- (Geekie) Certa vez, em virtude de uma exposição dos melhores trabalhos publicitários dos últimos anos, era
possível encontrar pelas ruas de São Paulo um outdoor (aliás, uma série deles) que convidava o público para
prestigiar o evento. Esse convite era feito de uma maneira curiosa: (0,30)
PROPAGANDA VENDE TUDO. ATÉ PROPAGANDA.
Essa frase apresenta remete, de maneira combinada, a dois elementos básicos da comunicação: o primeiro é a base do
discurso publicitário e está ligado ao efeito de persuasão que a propaganda deve ter sobre os consumidores; já o
segundo remete à própria linguagem da publicidade e à intenção de defender os anúncios que ela produz.
Assinale a alternativa que contenha, respectivamente, esses dois elementos.
A - Canal e código B - Canal e referente. C - Mensagem e receptor. D - Mensagem e referente. E - Receptor e código.

7- Justifique a resposta da questão 6.(0,30)


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8- (Enem) Desabafo
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Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar:
esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados
para serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou
nervoso. Estou zangado. CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento).
No fragmento da crônica “Desabafo”, o foco está no emissor da mensagem, pois (0,30)
A- o discurso do enunciador tem como foco o próprio código.
B- a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito.
C- o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem.
D- o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais.
E- o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação.
9- (ENEM) Posso mandar por e-mail? (0,30)
Atualmente, é comum “disparar” currículos na internet com a expectativa de alcançar o maior número possível de
selecionadores. Essa, no entanto, é uma ideia equivocada: é preciso saber quem vai receber seu currículo e se a vaga é
realmente indicada para seu perfil, sob o risco de estar “queimando o filme” com um futuro empregador. Ao enviar o
currículo por e-mail, tente saber quem vai recebê-lo e faça um texto sucinto de apresentação, com a sugestão a seguir:
Assunto: Currículo para a vaga de gerente de marketing.
Mensagem: Boa tarde. Meu nome é José da Silva e gostaria de me candidatar à vaga de gerente de marketing. Meu
currículo segue anexo.
Guia da língua 2010: modelos e técnicas. Língua Portuguesa, 2010. (adaptado)

O texto integra um guia de modelos e técnicas de elaboração de textos e cumpre a função social de
A- divulgar um padrão oficial de redação e envio de currículos.
B- indicar um modelo de currículo para pleitear uma vaga de emprego.
C- instruir o leitor sobre como ser eficiente no envio de currículo por e-mail.
D- responder a uma pergunta de um assinante da revista sobre o envio de currículo por e-mail.
E- orientar o leitor sobre como alcançar o maior número possível de selecionadores de currículos.
10 - ENEM) Rede social pode prever desempenho profissional, diz pesquisa (0,30)
Pense duas vezes antes de postar qualquer item em seu perfil nas redes sociais. O conselho, repetido à exaustão por
consultores de carreira por aí, acaba de ganhar um status, digamos, mais científico. De acordo com resultados da
pesquisa, uma rápida análise do perfil nas redes sociais pode prever o desempenho profissional do candidato a uma
oportunidade de emprego. Para chegar a essa conclusão, uma equipe de pesquisadores da Northern Illinois University;
University of Evansville e Auburn University pediu a um professor universitário e dois alunos para analisarem perfis de
um grupo de universitários.
Após checar fotos, postagens, número de amigos e interesses por 10 minutos, o trio considerou itens como consciência,
afabilidade, extroversão, estabilidade emocional e receptividade. Seis meses depois, as impressões do grupo foram
comparadas com a análise de desempenho feita pelos chefes dos jovens que tiveram seus perfis analisados. Os
pesquisadores encontraram uma forte correlação entre as características descritas a partir dos dados da rede e o
comportamento dos universitários no ambiente de trabalho.
Disponível em: <http://exame.abril.com.br>. Acesso em: 29 fev. 2012. (adaptado)

As redes sociais são espaços de comunicação e interação on-line que possibilitam o conhecimento de aspectos da
privacidade de seus usuários. Segundo o texto, no mundo do trabalho, esse conhecimento permite
A- Identificar a capacidade física atribuída ao candidato.
B- Certificar a competência profissional do candidato.
C- Controlar o comportamento virtual e real do candidato.
D- Avaliar informações pessoais e comportamentais sobre o candidato.
E- Aferir a capacidade intelectual do candidato na resolução de problemas.

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