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ECONOMIA SOLIDÁRIA

João da Luz
Paula Sinatora
Centro Leonardo da Vinci –UNIASSELVI
Curso Serviço Social – Prática Módulo VIII
23/06/18

RESUMO

Este trabalho visa relatar a experiência de um grupo chamado, a Rede de Idéia, criado em
desde 2003, com o objetivo de assessorar, cultivar e formar grupos de Empreendimentos
Econômicos Solidários (EES), que articulados em rede, garantem formação, produção,
divulgação e comercialização de forma coletiva. O trabalho coletivo envolve um número
considerável de pessoas, que procuram na Economia Solidária a busca pela própria
autoestima e de suas famílias, pelos seus direitos básicos, pela inserção ao mundo do
trabalho e pela consequente melhora na qualidade de vida, nas condições produtivas e de
acesso a renda. Além do fortalecimento das estruturas comunitárias, estão consolidando-
se como práticas efetivas no resgate dos direitos humanos e no combate à exclusão
social.

Palavras-chave: Economia Solidária. Combate à Exclusão Social .

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por finalidade falar sobre o fortalecimento dos grupos solidários,
que trabalha com a proposta de habilitar e qualificar as Redes Solidárias.
A Rede Ideia – Cultivando o Amanhã permite replicação das suas atividades em
qualquer localidade. Em suas instâncias de organização e formação, permite a
construção, trocas de conhecimento e aprendizagem, necessitando de uma escuta e um
olhar integral aos participantes, acreditando em novas formas de viver, principalmente
com o respeito às diferenças e ao meio ambiente. Veremos no decorrer do trabalho, a
necessidade da garantia à formação, produção, divulgação e comercialização de forma
coletiva, aos grupos da Rede Solidária.
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2 DESENVOLVIMENTO

Um tema muito presente nos dias atuais é a questão da economia solidária, um


assunto amplamente discutido, que envolve a criação de grupos geradores de rendas,
que produzem e comercializam produtos artesanais por meio de suas matérias primas. Os
Grupos de Economia Solidária se caracterizam inicialmente, pela formação de pessoas
que se encontram em situação de vulnerabilidade social e econômica, uma forma de
ampliar a renda e enfrentar o desemprego, buscando a emancipação financeira e
trabalhando as diversidades sociais.
Iniciaremos pela definição do que é economia solidária, é uma alternativa
inovadora na geração de trabalho e na inclusão social, na forma de uma corrente do bem
que integra a produção de quem vende, quem troca e quem compra. Seus princípios
são autogestão, democracia, solidariedade, cooperação, respeito à natureza, comércio
justo e consumo solidário.
Segundo a definição acima observamos o porquê deste tema ser um assunto tão
abordado na Assistência Social, pois apóia-se numa economia de sujeitos desiguais,
enquanto que a economia social é, pelos seus princípios e regras, uma economia de
iguais. Se a economia solidária é econômica e socialmente necessária, não é suficiente
para definir a sociedade igualitária à qual aspira. Por outro lado, a economia social não
parece estar em condições de trazer um remédio para o crescimento das desigualdades;
mas define experiências de sociedades igualitárias e, sob este ângulo, aparece como o
horizonte possível ou provável da economia solidária, uma forma de permitir aos
“beneficiários” da solidariedade de assumirem sua economia de maneira voluntária e não
dependente. Os primeiros aparecimentos dos conceitos ligados à economia solidária no
Brasil surgem em 1993 no livro Economia de solidariedade e organização popular,
organizado por Gadotti, onde o autor chileno Luis Razeto o concebe.

uma formulação teórica de nível científico, elaborada a partir e para dar conta de
conjuntos significativos de experiências econômicas -...-, que compartilham alguns
traços constitutivos e essenciais de solidariedade, mutualismo, cooperação e
autogestão comunitária, que definem uma racionalidade especial, diferente de
outras racionalidades econômicas. (Razeto, 1993: 40).
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A ECONOMIA SOLIDÁRIA DIANTE DO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA

A literatura atual sobre a economia solidária converge em afirmar o caráter


alternativo das novas experiências populares de autogestão e cooperação econômica:
dada a ruptura que introduzem nas relações de produção capitalistas, elas representariam
a emergência de um novo modo de organização do trabalho e das atividades econômicas
em geral. O trabalho discute o tema, retomando a teoria marxista da transição e
analisando, sob esse prisma, dados de pesquisas empíricas recentes sobre os
empreendimentos solidários. Delimitando a tese anterior, conclui estarmos diante da
germinação de uma nova “forma social de produção”, cuja tendência é abrigar-se,
contraditoriamente, sob o modo de produção capitalista. Extrai, por fim, as conseqüências
teóricas e políticas desse entendimento, posto que repõe, em termos não antagônicos, a
presença de relações sociais atípicas, no interior do capitalismo.

UM DEBATE TEÓRICO E POLÍTICO

O aparecimento, em escala crescente, de empreendimentos populares baseados


na livre associação, no trabalho cooperativo e na autogestão, é hoje fato indiscutível em
nossa paisagem social, ademais de ser um fenômeno observado em muitos países, há
pelo menos uma década (Laville, 1994). Essas iniciativas econômicas representam uma
opção ponderável para os segmentos sociais de baixa renda, fortemente atingidos pelo
quadro de desocupação estrutural e pelo empobrecimento. Estudos a respeito, em
diferentes contextos nacionais, indicam que tais iniciativas, de tímida reação à perda do
trabalho e a condições extremas de subalternidade, estão convertendo-se em um
eficiente mecanismo gerador de trabalho e renda, por vezes alcançando níveis de
desempenho que as habilitam a permaneceram no mercado, com razoáveis perspectivas
de sobrevivência.
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O Jean-Louis Laville é professor de Economia Solidária no Conservatório Nacional


das Artes e Oficíos (cnam) em Paris. É investigador no Lise (Laboratório
Interdisciplinar para a sociología económica, CNRS-cnam) e no IFRIS (Instituto de
Investigação Inovação Sociedade de Paris).
Está envolvido em muitas redes internacionais de investigação, sendo ele
coordenador do Karl Polanyi Institute of Political Economy, membro fundador da
rede europeia EMES (a qual estuda realidades socio-económicas como a
economia social, a economia solidária, as organizações cooperativas, associativas
emútuas de seguro) e da rede latinoamericana RILESS (Rede de Investigadores
Latinoamericanos de Economia Social e Solidária).
É conferencista habitual de varias universidades (Barcelona, Buenos Aires, Quito,
Louvain-la-Neuve, Porto Alegre, Salvador da Bahia…), e está também ligado a
laboratórios de investigação estrangeiros como o CRIDIS (Centro de Investigação
Interdisciplinar, Louvain-la-Neuve, Bélgica) e o CRISES (Centro de Investigação
Interdisciplinar em Ciências Sociais e Humanas, Montreal, Canada).

O fenômeno da economia solidária guarda semelhanças com a economia


camponesa. Em primeiro lugar, porque as relações sociais de produção desenvolvidas
nos empreendimentos econômicos solidários são distintas da forma assalariada. Muito
embora, também aqui, os formatos jurídicos e os graus de inovação no conteúdo das
relações sejam variáveis e sujeitos à reversão, as práticas de autogestão e cooperação
dão a esses empreendimentos uma natureza singular, pois modificam o princípio e a
finalidade da extração do trabalho excedente. Assim, aquelas práticas: a) funcionam com
base na propriedade social dos meios de produção, vedando a apropriação individual
desses meios ou sua alienação particular; b) o controle do empreendimento e o poder de
decisão pertencem à sociedade de trabalhadores, em regime de paridade de direitos; c) a
gestão do empreendimento está presa à comunidade de trabalho, que organiza o
processo produtivo, opera as estratégias econômicas e dispõe sobre o destino do
excedente produzido.
O problema do desemprego assume nova configuração tornando-se alto e
prolongado. Cada vez mais utiliza-se a subcontratação e a precarização dos postos de
trabalho. Contudo, o aumento de emprego no comércio e nos serviços não foi suficiente
para compensar a perda dos empregos industriais. Configura-se, então, um núcleo
pequeno de trabalhadores com emprego estável e uma grande massa de empregos
instáveis e mal remunerados. Em síntese, ao longo do processo de industrialização
brasileira configurou-se um mercado de trabalho excludente. Em conjunto com isto,
políticas comerciais aumentaram a discrepância na distribuição da renda per capita
nacional gerando um enorme contingente de pessoas desempregadas. Por outro lado, as
cooperativas populares, tanto no contexto rural como no urbano, apresentam propostas
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de inclusão social dos atores que foram excluídos do mercado de trabalho e configuram
um tipo de organização estratégica condizente com as mudanças organizacionais no final
do século XX e início do século XXI. O desenvolvimento da organização cooperativista
popular, de economia solidária, ressurge como uma nova alternativa ao desemprego a
partir de um novo setor econômico, formado por pequenas empresas e trabalhadores por
46 conta própria, composto por (ex)desempregados. Esta pode ocorrer através da
“expansão das iniciativas populares de geração de trabalho e renda, baseados na livre
associação de trabalhadores e nos princípios de autogestão e cooperação.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Vale ressaltar que a economia solidária não se confunde com o chamado "terceiro
setor", que substitui o Estado nas suas obrigações legais e inibe a emancipação de
trabalhadores, enquanto sujeitos protagonistas de direitos. A economia solidária reafirma,
assim, a emergência de atores sociais, ou seja, a emancipação de trabalhadores como
sujeitos históricos. Dentro deste contexto, no Estado do Rio Grande do Sul, existe o
Fórum Gaúcho de Economia Popular e Solidária- FGEPS.

O  Fórum Gaúcho de Economia Popular e Solidária-FGEPS é um fórum integrante


do Movimento Nacional da Economia Solidária, fazendo parte do Fórum Brasileiro de
Economia Solidária-FBES. No RS, o Fórum é formado por EES, Entidades de apoio e de
representação de EES, Gestores(as) Públicos(as), Movimentos sociais e redes de EES. O
FGEPS é formado por 11 fóruns Microregionais e dezenas(+-50) de fóruns de Economia
Solidária municipais. No Rio Grande do Sul, temos mais de 2000 EES mapeados no
SIES/SENAES, que totalizam mais de 300.000 trabalhadores(as) que produzem mais de
500 produtos diferentes. Esse é o nosso tamanho, essa é a nossa responsabilidade. O
Fórum Gaúcho de Economia Popular e Solidária-FGEPS, tem buscado novas formas de
comercialização ligadas a internet, casualmente, o grupo de economia solidária chamado
bonecas de trapo, teve sua formação inicialmente por motivos de renda e desemprego e
fomentou seu trabalho por meio das redes sociais.
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BONECAS DE TRAPO

Todas as integrantes trabalham com o mesmo tipo de matéria prima, com


diferentes interpretações, portanto cada uma tem a sua produção individual, com
temáticas especificas e resultantes de sua visão de mundo e idade. Todas as integrantes
do grupo dominam todas as técnicas e tem facilidade de transmitir o conhecimento e
técnicas.  O grupo esta na AVESOL desde de 2006, participa do fórum de economia
solidária. Os objetivos do grupo é comercializar seus produtos através da internet por
meio de ecommercie e site de relacionamento e catálogos virtuais. O grupo bonecas de
trapo, comercializa os seguintes produtos: Chaveiros; jogos pedagógicos; capas para note
e net book; toy art; bonecas de trapo diversas; móbiles; principal matéria prima tecidos.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Entretanto, salvo poucas iniciativas de maior porte ou relativa maturidade, esses


mecanismos são experimentais: valem por seu significado intrínseco, não pelo seu
impacto. Para assegurar sua reprodução, os empreendimentos solidários precisam lidar
adaptativamente com as externalidades capitalistas. As tentativas de romper o círculo, ao
entrarem em contato, reforçam-se moral e politicamente, mas carecem por hora de
práticas efetivas de intercâmbio econômico, tanto mais quando envolvem segmentos e
atores sociais diferentes.
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REFERÊNCIAS

Disponível: ˂http://www.avesol.org.br/p/rede-ideia-cultivando-o-amanha-o.html˃ Acesso


em: 12 jun. 2018.
Disponível:˂http://www.franciscoqueiroz.com.br/portal/phocadownload/economia/
economia%20solidaria.pdf#page=4˃ Acesso em: 12 jun. 2018.

ABRAMO, Perseu. (2002). Introdução à economia solidária. São Paulo.


Disponível:˂https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3588256/mod_resource/content/1/
SINGER%20-%20Introdu%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A0%20Economia%20Solid
%C3%A1ria%20-%20Livro%20completo.pdf ˃ Acesso em: 12 jun. 2018.
LAVILLE, Jean Louis. (1994). ECONOMIA SOLIDÁRIA, Paris, Instituto de Investigação
Inovação Sociedade de Paris.
Disponível: ˂ https://www.facebook.com/BonecasDeTrapo/˃ Acesso em: 12 jun. 2018.

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