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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Curso: Arquitetura e Urbanismo


Disciplina: URB045 Economia Urbana
Prof.: Junia Maria, João Vitor Leite
Alunos Grupo 3: Alaine Freitas, Gabriel Olegario, Leandro Dionízio

TEXTO: DINIZ, Sibelle Cornélio. Possibilidades da economia popular e


solidária no Brasil contemporâneo: apontamentos. Nova Economia, v. 29, p.
963-985, 2020.

O texto apresenta uma visão abrangente e detalhada sobre a Economia Popular e


Solidária (EPS) no contexto brasileiro, abordando diferentes aspectos desde sua
evolução histórica até sua relevância contemporânea, isso proporciona uma
compreensão mais completa do papel da EPS na economia brasileira.

Ao discutir a evolução da EPS desde os anos 1970, o autor contextualiza seu


desenvolvimento dentro das mudanças socioeconômicas e políticas que ocorreram
no Brasil ao longo do tempo. Isso ajuda a compreender como a EPS se adaptou a
diferentes contextos históricos.

Além disso, o texto oferece uma análise crítica das transformações na EPS,
destacando suas relações com a precarização do trabalho, a flexibilização produtiva
e a urbanização. Isso permite uma reflexão sobre os desafios enfrentados pela EPS
e suas implicações para a economia e a sociedade brasileiras.

Temas como trabalho, urbanização, politização e desenvolvimento endógeno, são


integrados em conceitos e abordagens de diferentes áreas, como sociologia,
economia e urbanismo. Sendo assim, não se limita a uma discussão teórica, mas
também destaca a relevância prática da EPS, principalmente em termos de
desenvolvimento sustentável e inclusão social. Isso ressalta a importância de
considerar a EPS não apenas como um fenômeno acadêmico, mas também como
uma prática econômica com impacto relevante na vida das pessoas.

Em resumo, o texto oferece uma análise profunda e perspicaz da EPS no Brasil,


contribuindo para um melhor entendimento dos seus desafios e potenciais
contribuições para a economia e a sociedade brasileiras.

Pela perspectiva anticapitalista, falar sobre uma economia popular e solidária


na contemporaneidade é fundamental porque ela representa uma alternativa ao
sistema capitalista dominante, o qual se baseia na exploração do trabalho e na
busca incessante pelo lucro em detrimento das necessidades humanas e do meio
ambiente. Uma economia popular e solidária busca colocar o bem-estar das
pessoas e a sustentabilidade no centro de suas preocupações, em contraposição à
lógica do capital. Contudo, é importante ressaltar que a economia solidária não se
apoia no anticapitalismo ou marxismo para existir, ela na verdade é utilizada por
essas teorias acadêmicas como casos de estudo. Isso porque, na maioria das vezes
as formas que ela surge são justamente por falhas do mercado ou pela ineficiência
do Estado em promover trabalho formal com iguais oportunidades e em equilíbrio.

Além disso, a economia popular e solidária desempenha uma função crucial


dentro do sistema econômico global, ao oferecer uma abordagem mais democrática
e participativa à produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Ela promove
formas de propriedade coletiva e autogestão, permitindo que os trabalhadores
tenham maior controle sobre os meios de produção e decisões econômicas.

Nos últimos anos, temos observado mudanças significativas nessa economia


devido aos movimentos de reconfiguração produtiva e às transformações no
mercado de trabalho. Por um lado, a globalização e a tecnologia têm levado a uma
reestruturação das cadeias produtivas, muitas vezes resultando em deslocalização
de indústrias e precarização do trabalho. Por outro lado, surgiram novas formas de
organização econômica, como cooperativas de trabalho, empresas autogestionadas
e redes de economia solidária, que buscam responder a esses desafios de forma
mais justa e sustentável. Dessa forma, é importante que casos de sucesso do
funcionamento da economia solidária como os exemplos citados entrem nas
agendas políticas dos governos para que sejam incentivados, apoiados e
financiados pelo Estado sempre que possível.

Dentro de um modo de regulação que reconheça sua importância, a


economia popular e solidária poderia assumir um papel central na construção de
uma sociedade mais justa e equitativa. Ela tem o potencial de organizar o trabalho
em bases mais sustentáveis, inclusivas e emancipadoras, promovendo a
redistribuição da riqueza, o fortalecimento das comunidades locais e a proteção do
meio ambiente. Ao integrar essa economia como um componente relevante dos
processos econômicos, seria possível criar um sistema mais resiliente e humano,
capaz de atender às necessidades de todos, em vez de privilegiar apenas alguns
poucos.

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