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PROFESSOR CARLOS ALBERTO VITTORATI

Ensino Técnico de Economia e Finanças


vittorati.econ@bol.com.br

A EVOLUÇÃO DA ECONOMIA POLÍTICA

É preciso que se parta da conformação de que a o termo Economia Política é utilizado


comumente para referir-se a estudos interdisciplinares que se apoiam na Economia, na
Sociologia, no Direito e nas Ciências Políticas para entender como as instituições e os
contornos políticos influenciam a conduta dos mercados. Dentro da Ciência Política, o termo se
refere principalmente à aplicabilidade das teorias liberais e marxistas, que estudam as relações
entre a Economia e o Poder Político dentro dos Estados Nacionais. Existe, ainda, um ramo mais
vasto e abrangente, que é a Economia Política Internacional, que é um ramo da Economia que
estuda como o comércio, as finanças internacionais e as políticas estatais afetam o
intercâmbio internacional e a política monetária e fiscal.

E, é importante perceber que na evolução da Economia Política 03 (três) conformidades são


particularmente importantes: a origem do dinheiro, a construção do ideário liberal dentro do
Sistema Econômico Capitalista e as críticas à operação do capitalismo, efetuadas pelo
Socialismo Científico ou pelo Marxismo.

E, para melhor entendimento do que se explicitou acima, faz-se necessário destacar:

1 – Origem do Dinheiro

Destaque-se que as pessoas e as empresas regulam a sua vida a partir da utilização do


dinheiro. No entretanto, nem sempre foi fácil para os seres humanos desenvolverem e
utilizarem um ferramental para a facilitação das trocas econômicas, papel que é, atualmente,
reservado ao dinheiro. De início, a forma utilizada foi o Escambo, que permitia a troca de bens
ou produtos a partir das características básicas dos mesmos. Ou seja, o escambo se apresenta
como uma troca de produtos em estado natural, que variam de acordo com as condições do
lugar onde se dão as trocas, as atividades desenvolvidas pelo grupo, e suas respectivas
necessidades. Neste sistema, a própria mercadoria torna-se moeda, passando a representar
também, medida de valor e de riqueza, assim como acontece em civilizações mais simples.
Seguindo esta mesma lógica, algumas mercadorias passaram a ter uma procura maior que
outras, tornando-se involuntariamente a moeda daquele grupo.

Historicamente, os elementos mais utilizados no sistema do escambo foram o gado, o sal,


açúcar, novelos, moedasmetálicas e tecidos, bem como peças de metal, em especial peças nos
formatos de faca e chave, comuns na Ásia e na África.

Contudo, o Escambo, pela necessidade de relativizar pesos, quantidades e características de


uso dos produtos, sendo que era por meio de tais referenciações que se estabeleciam as
relações de trocas entre produtos.

No entretanto, ao final da Idade Média, quando a população já havia crescido


substancialmente, em termos de número ou quantitativo de pessoas e, em função disto, a
necessidade de trocas econômicas para abastecimento dos aglomerados urbanos se tornaram
cada vez mais necessárias, havia a necessidade de se implementar uma prática que facilitasse a
conformidade dos negócios.

Assim, em 1492, Jean Cretian formalizou o conceito moderno de dinheiro, tornando-o uma
concepção de troca, acima de tudo. E, quando à concepção de mediação ou regulação de troca
se acrescentou à ideia de valor, o processo de criação do dinheiro se efetivou, fazendo com

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que o referido (dinheiro), mesmo não tendo base material definida, virasse o regulador de
valores e, portanto, o elemento de definição das trocas econômicas, visto que, com a evolução
da vida econômica e com a maior complexidade da vida moderna, as pessoas ficaram cada vez
mais dependentes da atuação técnica e producional de outréns. E, por conta disto, as pessoas
precisam adquirir cada vez mais produtos e serviços, o que se faz com dinheiro.

E, outro aspecto importante a ser destacado é que DINHEIRO é o meio de pagamento,


eminentemente e estritamente teórico-especulativo por meio do qual se ofereceu a todo bem
e serviço 02 (dois) valores distintos:

a) o valor de uso, conformidade por meio do qual se referencia o quanto custa a aquisição de
cada bem ou serviço. Portanto, cada elemento adquirido exige o dispêndio de uma quantidade
efetiva de dinheiro ou meio de pagamento;

b) o valor de troca, conformidade por meio do qual os detentores de determinada propriedade


de bem e/ou serviço se dispõe a desfazer-se da propriedade mencionada. E, esta operação,
que é feita a mercado, é também referenciada pela utilização do dinheiro.

E, é importante mencionar, ainda, que a partir do momento em que o dinheiro passou a ser
utilizado no contexto histórico de atuação dos seres humanos, os referidos (seres humanos)
passaram a ser impulsionados para a busca da produtividade em função do surgimento de
conceitos filosóficos e econômicos como progresso material, enriquecimento econômico e
melhoria de qualidade de vida. E, em função de tais conformidades filosófico-econômicas, os
seres humanos, especialmente os europeus, foram impulsionados a buscarem alternativas de
geração negócios e formação de lucros/riquezas como as Grandes Navegações, a Ocupação
das Terras Americanas, o desenvolvimento do Mercantilismo e o surgimento da Revolução
Industrial.

2 – A Construção do Ideário Liberal Dentro do Sistema Econômico Capitalista

É importante que se perceba que, ao mesmo tempo em que os europeus são impulsionados a
pensarem na obtenção de lucros e na possibilidade de enriquecerem-se materialmente,
diversos pensadores modernos foram dando contornos filosóficos ao nascente Sistema
Econômico capitalista, devendo ser destacados:

Há que se destacar que os primeiros pensadores capitalistas foram os teóricos do


Mercantilismo, conjunto de práticas econômicas desenvolvido na Europa, no início da Idade
Moderna, entre o século XV e o final do século XVIII. Destaque-se, ainda, que oMercantilismo
originou um conjunto de medidas econômicas diversas de acordo com os Estados.
Caracterizou-se por uma forte intervenção do Estado na Economia. Consistiu numa série de
medidas tendentes a unificar o mercado interno e teve como finalidade a formação de
fortes Estados Nacionais.
É possível distinguir 03 (três) movimentos principais dentro do contexto do
Mercantilismo: balança comercial favorável, pacto colonial e protecionismo. Segundo William
Holman Hunt, o Mercantilismo originou-se no período em que a Europa estava a passar por
uma grave escassez de ouro e prata, não tendo, portanto, dinheiro suficiente para atender ao
volume crescente do comércio.
As políticas mercantilistas partilhavam a crença de que a riqueza de uma nação residia na
acumulação de metais preciosos (ouro e prata), advogando que estes se atrairiam através do

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incremento das exportações e da restrição das importações (procura de uma balança
comercial favorável). Essa crença é conhecida como bulionismo ou metalismo.
Além da busca por metais preciosos e pela efetivação de uma balança comercial favorável, os
Estados Nacionais europeus desempenharam um papel intervencionista na Economia,
implantando novos meios de fabricação de produtos protegidos pelo aumento dos direitos
alfandegários sobre as importações, (protecionismo), controlando os consumos internos de
determinados produtos, melhorando as infra-estruturas e promovendo a colonização de novos
territórios (monopólio), entendidos como forma de garantir o acesso a matérias-primas e o
escoamento de produtos manufaturados. A forte regulamentação da economia pelo
Mercantilismo será contestada na segunda metade do século XVIII por François Quesnay e
pelo movimento dos fisiocratas.
O Mercantilismo é, portanto, um conjunto de ideias econômicas que considera
a prosperidade de uma nação ou Estado dependente do capital que possa ter. Os pensadores
mercantilistas preconizam o desenvolvimento econômico por meio do enriquecimento das
nações graças ao comércio exterior, o que permitia encontrar saída para aos excedentes
da produção. O Estado adquiriu um papel primordial no desenvolvimento da riqueza nacional,
ao adotar políticas protecionistas, e em particular estabelecendo barreiras tarifárias e medidas
de apoio à exportação.
Destaque-se que entre os muitos autores mercantilistas, há que destacar Martín de Azpilicueta
(1492-1586), Tomás de Mercado (1525-1575), Jean Bodin (1530-1596)e William Petty (1623-
1687), elementos que firmaram as bases conceituais de um movimento cuja principal
características foi a de expandir as fronteiras econômicas da Europa, especialmente pelas
conquistas de territórios na Índia, na China, nas costas africanas e nas Américas, o que
permitiu a formação de grandes contingentes de excedentes de exportação, além de abastecer
Portugal, Espanha e Inglaterra com grandes quantidades de metais preciosos, especialmente
ouro e prata.
O que precisa ficar claro, desde logo, é que o Mercantilismo tinha a preocupação de firmar o
conceito de que comprando uma determinada mercadoria por um preço determinado “X” e
vendendo a referida mercadoria por um preço elevado “Y”, haveria um teor de ganho
financeiro, denominado LUCRO. E, que a obtenção do LUCRO se fazia, neste momento
histórico e econômico, principalmente pelo comércio realizado a longas distâncias. Assim, o
Brasil-Colônia, ocupado por Portugal, era extremamente rentável para a Coroa Portuguesa
porque lhe oferecia a rapadura, que era a matéria-prima primordial para a fabricação de
açúcar de cana, na Europa. Além disto, as colônias eram importantes ainda para garantir que
tudo o que precisasse ser vendido ou exportado para conseguir que o país central europeu
operasse com uma balança comercial favorável, as colônias eram obrigadas a comprar. Assim,
os países europeus, especialmente os do Ocidente, operariam, sim, com sobras de exportação
e, portanto, dentro dos princípios mercantilistas de restrição de mercados, balanças
comerciais positivas e sobras de caixa. Assim, o chamado “comércio ultramarino” foi o motor
econômico que fez com que houvesse, no contexto europeu, um período de grande ebulição
de ideias e procedimentos e de progresso econômico e material.
Coube aos pensadores da época firmar os conceitos de evolução econômica, em especial os
que se ligavam ao fato de que toda ação econômica deveria redundar em ganhos financeiros e,
portanto, em LUCROS, fazendo com que os mais capazes e privilegiados pelas coroas europeias
pudessem se aventurar na efetivação do comércio, obtendo retornos financeiros
incomensuráveis e posições de relevância na escala política. Os novos ricos europeus,
independentemente de como ganharam seus quocientes de dinheiro, passaram a ocupar
postos de mando político, em estreita proximidade com as casa reais, dando origem ao que

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ficou conhecido como a “burguesia” europeia, termo que é bastante apropriado, já que estes
“novos ricos”, em geral, residiam em cidades ou “burgos”.
É importante destacar, ainda, que as 02 (duas) principais nações mercantilistas da Europa
foram Portugal e Espanha, que se adonaram da mais expressiva fatia das colônias ocupadas,
além de obterem quantias muito destacadas de ouro e prata, o que as transformou nas
grandes potências econômicas da época. Em menor grau Inglaterra e Holanda, também
operaram a efetividade comercial, e foram seguidos pela França, que mesmo em muito menor
escala, também participou do processo.
No entretanto, como a França possuía uma vastidão territorial importante e uma capacidade
bastante destacada de produção de alimentos (grãos e carnes), alguns pensadores de boa
estirpe começaram a fomentar a ideia de que se poderia fazer ganhos econômicos
importantes por meio da lavratura da terra que, na condição de meio efetivo de produção,
passou, ela também, a ter valor econômico de mercado. Nascia, assim, uma contraposição
importante ao Mercantilismo, a Fisiocracia francesa.
Destaque-se que a Fisiocracia é uma teoria econômica desenvolvida por um grupo de
economistas franceses do século XVIII, que acreditavam que a riqueza das nações era derivada
unicamente do valor de "terras agrícolas" ou do "desenvolvimento da terra" e que produtos
agrícolas deveriam ter preços elevados (já que para eles a agricultura tinha um valor muito
grande), sendo que suas teorias, surgiram na França e foram mais populares durante a
segunda metade do referido século XVIII.
O movimento foi particularmente dominado por François Quesnay (1694-1774) e Anne Robert
Jacques Turgot (1727-1781). E, a contribuição mais significativa dos fisiocratas foi a sua ênfase
no trabalho produtivo como fonte de riqueza nacional. Esse pensamento é contrastante em
relação ao das escolas anteriores, em particular o Mercantilismo, que muitas vezes focava na
riqueza do governante, no acúmulo de ouro, ou no saldo da balança comercial. Enquanto a
escola Mercantilista de economia dizia que o valor dos produtos da sociedade era criado a
parti do seu ponto de venda, com o vendedor vendendo seus produtos por mais dinheiro do
que estes tinham "originalmente" valido, a escola Fisiocrática de economia foi a primeira a ver
o trabalho como a única fonte de valor. No entanto, para os fisiocratas, apenas o trabalho
agrícola criava este valor nos produtos da sociedade. Todo o trabalho "fabril" e não agrícola
eram "apêndices improdutivos" para o trabalho agrícola.
Na época em que fisiocratas estavam formulando suas ideias, a economia era quase
totalmente agrária. Esse talvez seja o motivo pelo qual a teoria tenha considerado apenas o
trabalho agrícola como sendo valioso. Fisiocratas viam a produção de bens e serviços como
consumo do excedente agrícola, uma vez que a principal fonte de energia era o músculo
humano ou animal e toda a energia era derivada a partir do excedente de produção agrícola. O
lucro na produção capitalista era apenas o "aluguel" obtido pelo proprietário do terreno em
que a produção agrícola estava ocorrendo.
A percepção do reconhecimento dos Fisiocratas da importância fundamental do terreno foi
reforçada no meio século seguinte, quando os combustíveis fósseis foram aproveitados por
meio do uso da máquina a vapor. A produtividade aumentou consideravelmente. Ferrovias, e
sistemas de abastecimento de água e saneamento a vapor, possíveis cidades de vários milhões
de pessoas com valores da terra muitas vezes maior do que as terras agrícolas. Assim,
enquanto os economistas modernos também reconhecem manufatura e serviços como
produtivos e geradores de riqueza, os princípios estabelecido pelos fisiocratas permanecem
válidos. A Fisiocracia também tem uma relevância contemporânea importante em que toda a
vida permanece dependente da produtividade do solo bruto e a capacidade do meio ambiente
natural se renovar.

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Suplantada a fase de supremacia das idéias fisiocratas, desenvolveu-se o Liberalismo
Econômico, propriamente dito, sendo necessário destacar que o referido (Liberalismo
Econômico) é uma ideologia baseada na organização da economia em linhas individualistas, o
que significa que o maior número possível de decisões econômicas são tomadas por indivíduos
e não por instituições ou organizações coletivas. As teses do Liberalismo Econômico foram
criadas no século XVI, com a clara intenção de combater o Mercantilismo, cujas práticas já não
atendiam às novas necessidades do sistema econômico capitalista, que mesmo nascente, já
requeria vigor de atuação, sendo seu pressuposto básico a emancipação da economia de
qualquer dogma externo a ela mesma.
Os economistas do final do século XVIII eram contrários a intervenção do Estado na economia.
Para eles o Estado deveria apenas dar condições para que o mercado seguisse de forma
natural seu curso. Um dos principais pensadores da época foi Vincent de Gournay, para quem
as atividades comerciais e industriais deveriam usufruir de liberdade para o melhor
prosseguimento em seus processos produtivos, para alcançar, assim, uma acumulação de
capitais (produção e acumulação de lucros).
O criador da teoria mais aceita na economia moderna (Liberalismo Econômico) foi Adam
Smith, economista britânico, que apontou como as nações iriam prosperar sob tal sistema. Em
suas teses ele confrontou as ideias de Quesnay e Gournay, afirmando que a desejada
prosperidade econômica e a acumulação de riquezas não são concebidas pela atividade rural e
nem comercial. Para Smith, o elemento de geração de riqueza está no potencial de trabalho
sem ter o estado como regulador e interventor. Outro ponto fundamental é o fato de que
todos os agentes econômicos são movidos por um impulso de crescimento e desenvolvimento
econômico, que poderia ser entendido como uma ambição ou ganância individual, que no
contexto macro traria benefícios para toda a sociedade, uma vez que a soma desses interesses
particulares promoveria a evolução generalizada, um equilíbrio perfeito.
Adam Smith teve também grande influência na derrubada da teoria mercantilista. Ele
desmitificou a importância do ouro e da prata, equiparando esses metais às demais
mercadorias. Na verdade, o que ele mais efetivou foi a definição de que a produção econômica
- e não o acúmulo de metais – era o que mais importava, visto que quanto mais produção
econômica, mais rico era o país.
Enquanto o Liberalismo Econômico favoreceu os mercados sem restrições por parte do
governo, afirma também que o Estado tem um papel legítimo no fornecimento de bens,
segundo Smith. O Liberalismo Econômico é também geralmente considerado contrário às
ordens não-capitalistas, como o Socialismo, o Socialismo de Mercado e as Economias
Planificadas ou Comunistas.

A Ciência Econômica, logo nos seus primórdios, tratou de explicar o que estava acontecendo,
justificando as práticas econômicas de momento e os avanços que as mesmas iriam
proporcionar. Adam Smith enfatizou que, se houvesse uma especialização de cada processo
(em que cada trabalhador seria especializado em uma única fase da produção), o processo
produtivo seria mais eficiente, pois os “especialistas” fariam a sua parte com rapidez e melhor
qualidade (apesar de agilizar a produção, a divisão social do trabalho fazia com que o
funcionário não conhecesse mais todo o processo produtivo).

Ademais, Smith contribui para o desenvolvimento da ideia de que os agentes econômicos


(indivíduos, empresas e poderes públicos que realizam transações entre si), ao maximizarem a
sua satisfação, com menor quantidade de dinheiro ou esforço, estariam contribuindo para o
bem-estar de toda a sociedade.

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Para melhor compreender isto, é preciso supor que haja um desejo da população em consumir
um novo modelo de aparelho de celular, o qual é produzido por apenas um fabricante.
Sabendo que muitos consumidores desejam adquirir os celulares, sendo o único que o fabrica,
o fabricante resolve elevar o preço deste bem. Ao perceber isto, outros empreendedores
decidem investir no mesmo negócio (afinal, ele parece ser bastante lucrativo), fazendo com
que aumente a competição (concorrência) no mercado, e aconteça uma “guerra de preços”,
reduzindo, assim, o preço do produto para os consumidores. A harmonização do mercado
(ilustrada pelo exemplo dos celulares) foi atribuída por Adam Smith à chamada “mão invisível”,
na qual os compradores e vendedores, automaticamente, organizam-se na atribuição dos
preços e na quantidade que a sociedade necessita, promovendo um equilíbrio. Este conceito
de “mão invisível” foi baseado em uma expressão francesa, “laissezfaire”, que significa que o
governo deveria deixar o mercado e os indivíduos livres para lidar com seus próprios assuntos.
Nesta forma de pensar da Teoria Clássica, a intervenção governamental na economia e a
cobrança de altos impostos era vista como prejudicial, pois traria ineficiência no equilíbrio
automático das relações entre produtores (vendedores) e compradores. Simplificando: para os
clássicos, que o governo não precisa interferir na economia, porque os agentes econômicos, na
busca por lucros, irão responder, automaticamente, às exigências do mercado. Isto acontece
porquecada indivíduo procura apenas seu próprio ganho e, perseguindo, eficientemente, seus
próprios interesses, promovendo os interesses da própria sociedade. É mais ou menos assim:
se todos buscarem, de forma eficiente, atingir seus objetivos, a sociedade como um todo
estará sendo guiada para a maior eficiência possível, sem que o governo precise “ajudar” neste
processo. Só cabe ressaltar que Smith não descarta o governo, mas o coloca com funções
restritas, tais como: segurança militar, cumprimento de contratos, proteção às patentes e
direitos autorais, justiça e oferecimento de alguns serviços públicos (que deveriam ser pagos
quando fossem utilizados).

3 - O Marxismo

Uma (primeira) escola que se contrapõe ao modelo clássico ou ao Liberalismo Econômico é a


Teoria Marxista, criada por Karl Marx (1818-1883). Sua fundamentação está na teoria do valor-
trabalho: um bem possui valor porque tem uma utilidade para o consumidor. Por exemplo, o
açúcar produzido pela Usina “X” satisfaz à necessidade de alimentação, logo, possui um
determinado valor, certo? Parte deste valor atribuído ao produto é oriundo de relações sociais,
dentre as quais os trabalhadores assalariados são explorados pelos capitalistas, por venderem
a sua força de trabalho em troca do salário. Porém, esse salário é menor do que o excedente
produzido (a chamada mais-valia do trabalho), o qual é retido pelo capitalista decorrente do
lucro exacerbado obtido pela comercialização do produto; ou seja, a mais-valia do trabalho é o
“valor extra que o trabalhador cria, além do valor pago pela sua força de trabalho”
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2011, p. 27).

Para Marx, a propriedade privada é um dos males para o desenvolvimento da sociedade, pois
a concentração do capital produtivo faz com que a mais-valia seja praticada, excluindo boa
parte da população do recebimento deste ganho. Em sua concepção, a descentralização do
capital, como ocorre, por exemplo, em uma empresa cooperativa (onde os trabalhadores são
todos donos da empresa na qual trabalham), promoveria uma melhor distribuição da renda,
fazendo com que o processo produtivo fosse mais igualitário, já que todos os cooperados são
sócios do capital, e o lucro (sobras líquidas) é distribuído a cada integrante, conforme a sua
participação no processo produtivo. Desta forma, Marx tem uma preocupação constante com
a distribuição da renda, fazendo com que houvesse o “aparecimento de várias experiências
sociais influenciadas pela ideia da valorização do ser humano e do mutualismo, por meio de

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cooperativas e associações de produção de socorromútuo, criadas por trabalhadores, com o
intuito de minimizar os efeitos trazidos pelo sistema liberal capitalista (SINGER, 2002 apud
RETAMIRO et al., 2013, p. 71).

Como se viu anteriormente, de um lado há a Teoria Clássica, representada, principalmente,


por Adam Smith, que dizia que o Estado deveria participar o mínimo possível na economia,
ficando restrito somente às funções básicas (saúde, educação, segurança etc.), além de
assegurar o direito à propriedade. Por outro lado, a Escola Marxista, cujo ícone Karl Marx
defendia a regulação total dos meios de produção pelo Estado. Mas existem outras teorias,
que merecem ser conhecidas. Até mesmo porque às ideias de Marx se somaram os escritos de
outros grandes pensadores de esquerda, como Frederick Engels, Rosa Luxemburgo e Vladimir
Lênin, responsáveis pela construção do chamado “Socialismo Científico”.

4 - Teoria Neoclássica ou Alargamento do Liberalismo Econômico

A Teoria Neoclássica tem como um dos seus principais pensadores Alfred Marshal (1842-
1924). Ele estudou o comportamento do consumidor que busca maximizar a sua satisfação no
consumo, enquanto, do outro lado, o produtor deseja maximizar o seu lucro. Assim, ele
desenvolveu o conceito das curvas de utilidade, as quais objetivam medir o grau de satisfação
do consumidor.

Dentro da corrente neoclássica, tem-se, também, Joseph Alois Schumpeter (1883-1950), que
apresenta a teoria do ciclo econômico, que diz que a economia vai vivenciar momentos de
crescimento, quando ocorrerem o surgimento de alguma inovação (a qual Schumpeter
chamou de empreendedorismo).

A Teoria Schumpeteriana apresenta a tecnologia como sendo o fator mais importante das
empresas capitalistas, pois ela traz o dinamismo e a concorrência necessária para a qualidade
das empresas e, consequentemente, dos bens produzidos por elas. Mas, o crescimento do
capitalismo industrial não conseguiu amenizar os problemasda geração de emprego para todos
e da distribuição da renda de forma igualitária. A Crise de 1929 trouxe um nível altíssimo de
desemprego (nunca antes visto), que não era explicado (de forma satisfatória) pelas teorias
econômicas existentes.

5 - O Keynesianismo e a Teoria da Intervenção Seletiva do Estado na Economia

Assim, surge a Teoria Keynesiana, introduzida por John Maynard Keynes (1883-1946), por meio
da publicação do livro: A Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda (1936). Com seus
pensamentos, Keynes provocou a chamada Revolução Keynesiana, tamanho fora o impacto da
sua proposta. A teoria keynesiana aparece como uma crítica ao pensamento dos economistas
clássicos, já que os altos índices de desemprego nos países europeus e a quebra da Bolsa de
Valores de Nova York em 1929 eram provas de que a “mão invisível” da qual falava Adam
Smith não estava funcionando.

Segundo a teoria Keynesiana, o desemprego ocorre devido à baixa intenção de compra de


bens e serviços, pois, se as pessoas, as empresas e o governo reduzem suas compras, as
empresas produzirão menos. Desta forma, elas contratarão menos funcionários, o que elevará
o desemprego. Ao perceber isto, Keynes viu que o governo deveria ser o grande agente
econômico, promovendo constantes intervenções na economia (A dita intervenção seletiva). A
teoria keynesiana defende que o governo deve aumentar seus gastos públicos, a fim de elevar

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a demanda por bens e serviços e, consequentemente, gerar mais empregos. E, claro, com a
maior geração de empregos a ampliação das rendas.

Pode-se notar que o processo econômico conforma um ciclo, pois o gasto de um trabalhador
gera a contratação (e renda) do outro trabalhador que produziu o bem adquirido.
Consequentemente, com a elevação do processo de comercialização, o Estado eleva a sua
arrecadação de impostos, a fim de recuperar o valor investido.

Desta forma, verifica-se que a relação entre o Estado e o mercado não se restringe às questões
econômicas, mas também tem como objetivo a garantia de direitos sociais que demandam
atenção do Estado.

6 - O Desenvolvimentismo
O Desenvolvimentismo tem diversas origens, entre as quais a visão de Keynes e de
economistas neo-keynesianos, como Paul Davidson e Joseph Stiglitz, que estimularam o
direcionamento da produção industrial do Ocidente para dentro da casa das pessoas,
promovendo o que se chamou de “Novo estágio do Bem-estar Social”. Foi isto que permitiu a
produção de bens como os eletrodomésticos e induziu os ocidentais a acreditarem que tinham
uma qualidade de vida superior a dos que viviam sob regimes comunistas. E, é claro, também,
que além da noção econômica, outros elementos foram importantes para cristalizar os
conceitos econômicos capitalistas ocidentais e norte-americanos, como a Corrida Nuclear, a
Corrida Espacial e as competições esportivas. E, por isto, o Desenvolvimentismo desenvolveu
uma intensa noção de complementariedade entre Estado e economia privada ou mercado.
Faz-se importante destacar, ainda, que, no caso da América Latina, a complementaridade
entre Estado e mercado se deu a partir da visão da CEPAL – Comissão Econômica para a
América Latina, que trabalhava com uma visão desenvolvimentista e Neo-Estruturalistaque,
tomando como ponto de partida a tese de que a industrialização latino-americana não foi
suficiente para resolver os problemas das desigualdades sociais na região, defendia a adoção
de uma estratégia de "transformação produtiva com equidade social" que permita
compatibilizar um crescimento econômico sustentável com uma melhor distribuição de renda.
Tendo isso em mente, o projeto novo-desenvolvimentista não objetivou pavimentar a estrada
que poderia levar o Brasil a ter uma economia centralizada, com um Estado forte e um
mercado fraco, nem construir o caminho para a direção oposta, em que o mercado
comandaria unicamente a economia, com um Estado fraco. Ao contrário, o Brasil preferiu
desenvolver um processo de junção de esforços entre Estado e iniciativa privada, tentando, em
especial, nas décadas de 1960 e 1970, desenvolver uma estrutura econômica que permitisse
ao país atuar como grande abastecedor das demandas econômicas mundiais, funcionando
como grande exportador, especialmente de produtos de alimentação e subsistência, com
industrialização e base.
7 – O Monetarismo
Destaque-se que, em função das crises geradas, especialmente no mundo ocidental, pelas
Crises do Petróleo de 1973 e 1979, surgiu na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos da
América, em meados da década de 1970, um pensamento econômico denominado de
Monetarismo, que, em essência, se caracterizou como doutrina econômica que sustenta ser
possível manter a estabilidade de uma economia capitalista baseando-se nas forças
espontâneas do mercado e em estratégias (tais como controle do volume de crédito, redução
ao máximo dos gastos públicos, aumento ou diminuição da taxa de juros) que permitam o
controle do volume da moeda e de outros meios de pagamento no mercado financeiro.

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Ou seja, o Monetarismo é uma teoria de economia monetária que enfatiza o papel da política
monetária para a estabilidade macroeconômica de uma economia de mercado através de
instrumentos como alteração na oferta de moeda e de outros meios de pagamento.
Economistas monetaristas entendem que os objetivos da política monetária são cumpridos de
maneira melhor ao criar metas de aumento da oferta monetária, e não ao engajar em política
monetária discricionária.
Essa teoria se desenvolveu principalmente no Departamento de Economia da Universidade de
Chicago, pelos economistas que viriam a integrar o movimento conhecido como Escola de
Chicago, liderados por George Stigler e Milton Friedman, ambos ganhadores do Prêmio Nobel
de Economia.
Há que se considerar, ainda, que os monetaristas partiram de 02 (duas) hipóteses. A primeira é
de que a demanda por moeda é insensível à taxa de juros, o que ia de encontro com a teoria
monetária keynesiana, que postulava que a taxa de juros, ao ser o custo de oportunidade de
reter moeda, alterava a demanda por moeda por motivos especulativos. No modelo
monetarista, a moeda é tão somente um meio de pagamento cuja demanda é uma função do
produto e do nível de preços. A teoria também se baseia na ideia de "Teoria Quantitativa da
Moeda" de Irving Fisher, ao entender que um descompasso entre oferta nominal de moeda e
produto resulta em variação no nível de preços. Existem várias notações diferentes mas a
formalização da teoria pode ser feita como na equação seguinte equação:
MV = PY
Onde:
- M é a oferta nominal de moeda;
- V é a velocidade da moeda (normalmente tida como rígida no curto prazo);
- P é o índice de preços (rígido no curto prazo); e
- Y é o produto.
Ou seja, a quantidade de moeda disponível multiplicada pelo seu uso em um determinado
período de tempo é igual ao índice de preços multiplicado pelo total de bens e serviços
produzidos em uma economia no mesmo período de tempo. Os impactos desse entendimento
na prescrição de políticas foram grandes. Como tanto a velocidade da moeda quanto preços
são rígidos no curto prazo, um aumento na oferta monetária leva a um aumento no produto
no curto prazo. O que significa também que no longo prazo, quando preços e salários podem
se ajustar, a política monetária expansionista é estéril e causadora de inflação. Porém, ao
condenar a política monetária discricionária, os monetaristas argumentavam que não há
espaço de manobra para perseguir efeitos expansivos na demanda agregada pela via
monetária.
E, em função da grave crise da Dívida Externa e da elevação da Inflação, em especial nos
chamados países em desenvolvimento, a Teoria Monetarista foi grandemente utilizada como
elemento de contenção dos contornos de expansão da moeda, conformando políticas
monetárias restritivas e de contenção dos gastos públicos.
8 – Teoria Econômica Neoliberal
Destaque-se que o Noeoliberalismo conforma uma doutrina prática, voltada a ações
econômicas concretas, já que poucos acadêmicos de fato se definem como neoliberais ou
desenvolvem uma filosofia política ou econômica neoliberal.
Portanto, Neoliberalismo é um termo que, especialmente a partir do final dos anos de 1980,
tem sido empregado em economia política e economia do desenvolvimento, em substituição a

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outros termos anteriormente utilizados, tais como neoconservadorismo e Consenso de
Washington, ou "reforma do mercado", sendo utilizada para descrever o ressurgimento de
ideias derivadas do capitalismo laissez-faire (apresentadas pelo liberalismo clássico) e que
foram implementadas a partir do início dos anos de 1970 e 1980. Seus defensores advogam
em favor de políticas de liberalização econômica extensas, como as privatizações, austeridade
fiscal, desregulamentação, livre comércio e o corte de despesas governamentais a fim de
reforçar o papel do setor privado na economia.
De outra sorte, o Neoliberalismo tem sido referenciado como o ideário econômico que
preconiza as transformações econômicas que deram conformidade à passagem do século XX
para o século XXI, com a defesa da diminuição da presença do Estado na Economia e a
prevalecência da iniciativa privada como motor efetivo da produção econômica. E, é
importante referenciar, ainda, que o seu evidenciamento, enquanto doutrina econômica,
advém do Consenso de Washington, que tem nos economistas Irving Fisher e Rudger
Dornbush seus idealizadores e que se configurou como sendo a conjugação de grandes
medidas - que se compõe de dez regras básicas - formulado em novembro de 1989, por
economistas de instituições financeiras situadas em Washington D. C., como o FMI – fundo
Monetário Internacional, o Banco Mundial e o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos,
fundamentadas num texto do economista John Williamson, do InternationalInstitute for
Economy, e que se tornou a política oficial do Fundo Monetário Internacional, em 1990,
quando passou a ser "receitado" para promover o "ajustamento macroeconômico" dos países
em desenvolvimento que passavam por dificuldades.
Destaque-se que as 10 (dez) regras ou princípios norteadores do Consenso de Washington
eram:

 Disciplina Fiscal;
 Redução dos gastos públicos;
 Reforma Tributária;
 Juros de Mercado;
 Câmbio de Mercado;
 Abertura Comercial;
 Investimento Estrangeiro Direto, com eliminação de restrições;
 Privatização de EmpresasEstatais;
 Desregulamentação (afrouxamento das leis econômicas e trabalhistas); e
 Direito à Propriedade Intelectual.

E, por conta de suas explicitações, o Neoliberalismo passou a ser a referência de pensamento


que norteia a atuação econômica dos países ou Estados Nacionais, nos tempos presentes, em
especial no contexto econômico que se seguiu à grave crise econômica e 2008.

9 – Ortodoxia de Esquerda

A despeito da desestruturação da União Soviética, da Queda do Muro de Berlim e da lenta


agonia das economias ainda regidas diretamente pelos pressupostos marxistas-comunistas,
como Cuba e Coréia do Norte, o ideário socialista, que pensa a sociedade como um espaço de
atuação econômica igualitária dos seres humanos não desapareceu. A defesa da supremacia
governativa dos trabalhadores e a visão de que se pode dar efetividade a uma situação de
igualdade econômica entre os agentes humanos permanece latente e contando com um sem
número de defensores, em todos os quadrantes do planeta. Ou seja, existe espaço - sim – para
o sonho da igualdade de oportunidades e de atuação econômica.

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E, é preciso que se considere que a Ortodoxia de esquerda prega, não mais a revolução
comunista, mas a tomada do poder pela via das chamadas “eleições democráticas”, com a
perspectiva da consignação de reformas econômicas e sociais que, de forma lenta e gradual,
possam ir abolindo o estatuto da propriedade privada e promovendo a superação das
diferenças econômicas entre os seres humanos, estigmatizadas pela existência das chamadas
classes sociais”.

10 – Posicionamento Político-Social

Portanto, o que se cobra dos pensadores dos dias atuais, em especial dos elementos humanos
lotados nas universidades, é a definição clara e inequívoca de um posicionamento. Como bem
referenciam os filósofos contemporâneos, aos representantes da sociedade pensante se cobra
a responsabilidade de que estes assumam posições políticas claras e bem consignadas, sendo
que se lhes são cobradas a defesa de um ou do outro posicionamento político-ideológico.

E, faz-se importante destacar que esta conformidade de posicionamento tem ficado muito
explícita no contexto da sociedade brasileira dos tempos atuais, visto que a divisão entre os
“liberalizantes” e os “estatizantes” está mais do que explicitada, colocando as pessoas, no país,
em posição de real contraposição de pensamento. E, esta situação é tão perceptível que
produziu uma condição de oposição de idéias e posicionamentos, colocando as pessoas,
mesmo que atuantes no mesmo contexto social, umas contra as outras.

O mais importante, porém, é que os profissionais do Direito tenham a mais efetiva noção de
que, em todas as sociedades – e na brasileira não é diferente – existe um posicionamento
político-ideológico prevalecente e que as normas do Direito irão se adequar ao mencionado
posicionamento.

QUESTÕES

Efetuada a leitura do texto apresentado, requisita-se que seja efetuado um aproveitamento


dos referenciais do conteúdo, o que se efetivará por intermédio do respondimento das
seguintes questões:

1 – Correlacione o surgimento e a evolução do Sistema Econômico Capitalista com a evolução


das idéias econômicas.

2 – Destaque qual o papel das idéias econômicas no período histórico-temporal que antecedeu
à eclosão da Revolução Industrial.

3 – Teorize sobre a Revolução Industrial, suas fases e como as idéias econômicas favoreceram
a sobreposição de tais fases.

4 – Como a Internet e a Tecnologia da Informação transformaram o contexto econômico atual


e, portanto, impactaram na conformidade das idéias econômicas em voga nos dias presentes.

5 – Fale sobre a oposição atual entre Neo Liberalismo e Ortodoxia de Esquerda.

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