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MEI e o Profissional Contábil

Gleice Faendra Padilha de Lima1; Vinicius de Campos²


Unifacear Centro Universitário

RESUMO
O presente trabalho foi desenvolvido com base no estudo e conhecimento da Lei Complementar
nº128/2008, que apresenta a figura do Microempreendedor Individual (MEI) e tem como objetivo
abordar a trajetória para se tornar um MEI, demonstrar as vantagens e os desafios que a
legislação traz para o trabalhador informal. Foi abordado também a história da contabilidade e
suas origens, e qual é o principal papel de um contador, mostrar a importância da contabilidade, e
como essa função é essencial para o crescimento econômico do Microempreendedor, mesmo que
a sua presença seja dispensada neste regime. Nesse contexto, através de uma pesquisa
realizada, entendermos a necessidade da presença do contador, pois, a sua função faz com que o
MEI tenha inúmeros ganhos financeiros, por meio de economias e da gestão contábil, trazendo
também mais segurança ao empreendedor, mantendo sempre sua empresa em dia conforme as
legislações atuais.

Palavras-chave: Importância. Microempreendedor. Contador.

ABSTRACT
The present work was developed based on the study and knowledge of Complementary Law nº
128/2008, which presents the figure of the Individual Microentrepreneur (MEI) and aims to address
the trajectory to become an MEI, demonstrate the advantages and challenges that the legislation
brings to the informal worker. It was also discussed the history of accounting and its origins, and
what is the main role of an accountant, showing the importance of accounting, and how this
function is essential for the economic growth of the Microentrepreneur, even if its presence is
waived in this regime. In this context, through a survey carried out, we understand the need for the
presence of the accountant, as their role makes the MEI have numerous financial gains, through
savings and accounting management, also bringing more security to the entrepreneur, always
maintaining your company in compliance with current legislation.

Keywords: Importance. Micro-entrepreneur. Counter.

1. INTRODUÇÃO

A contabilidade, ao longo da sua história, tem buscado o objetivo de ser um


importante instrumento de informações econômico-financeiras para a tomada de
decisões a respeito dos negócios.
A presente pesquisa busca descrever a importância da gestão dos contadores
para o microempreendedor individual, especialmente no tratamento fiscal e financeiro.

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O objetivo da contabilidade para o microempreendedor individual é a procura de
informações para o domínio e tomadas de decisões, pois é através da contabilidade que
as situações financeiras em que a empresa vive no momento são demonstradas,
tornando-se assim, um importante aliado para se manter no meio comercial, evitando o
descontrole financeiro ou prejuizo futuro.
Tem-se como objetivo geral desta pesquisa demonstrar a importância do
contador para o Microempreendedor Individual, assim quanto aos objetivos específicos
pretende-se: demonstrar a origem da contabilidade e o papel do contador na sua área,
qual é o processo para se tornar um microempreendedor individual, suas
regulamentações e como os microempreendedores enfrentaram a pandemia da COVID-
19.
Está pesquisa se justifica, com o avanço das atividades informais houve um
crescimento do número de pessoas que estão dispostas a sobreviver através da sua
propria mão de obra, onde, o prestador do serviço supre a necessidade de gerar renda
para suas famílias e a busca pela sonhada independência financeira.
No Brasil a carga tributária tem muita incidência sobre as atividades
empresariais. São diversas obrigações com o fisco, além do recolhimento e retenções de
tributos e essa enorme burocracia e complexidade de arrecadação, fazendo com que os
empreendedores acabem optando pela informalidade.
Para que isso não ocorra a presença de um contador se torna significativa, visto
que o profissional busca auxiliar o empreendedor nas dificuldades a serem enfrentadas e
terá uma garantia e confiabilidade para a tomada de decisão certa e eficaz.
Ao realizar esse estudo surgiram delimitações para encontrar
microempreendedores individuais formalizados através dos escritórios de contabilidade,
maior parte se dirige as prefeituras para gerar guias e sanar dúvidas, por ser serviço
gratuito, com isso, obtivemos poucas informações nas pesquisas realizadas.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL – MEI

MEI - Microempreendedor Individual é um profissional autônomo, que ao se


formalizar empreendedor individual passa a ser um empresário.
O Código Civil de janeiro de 2002, Art. 966 da LC nº 10.406, diz:

“Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade


econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de
serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce
profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o

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concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão
constituir elemento de empresa.”

O Microempreendedor Individual criou forma perante a aplicação da Lei


Complementar nº 128, de 19 de dezembro de 2008, tendo como principal objetivo
regularizar milhões de empreendedores brasileiros.
Ao abrir um MEI, você passa a ter Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
(CNPJ), podendo emitir notas fiscais de serviços e vendas, essa opção é a menos
burocrática para quem busca começar a empreender no Brasil como pessoa jurídica.

2.2 COMO SE TORNAR UM MEI

Segundo MACHADO e EHMKE, o primeiro passo para se tornar um MEI é


entender se esta opção é ideal e se ela vai agregar valor ao seu negócio, se atentando
principalmente nas atividades permitidas para essa opção.
O empresário deve ter uma renda bruta de até R$ 81.000,00 (oitenta e um mil
reais) anuais, poderá ter no máximo um empregado contratado que receberá o valor de
um salário mínimo ou o piso da categoria exercida.
O empreendedor deve apresentar os seguintes documentos: RG do titular; título
de eleitor e/ou a declaração de Imposto de Renda; comprovante de residencia; dados da
microempresa (razão social e atividades primária e secundárias), formas de atuações e
comprovante de endereço profissional.
Para finalizar o cadastro deve acessar o site: www.portalmeiempreendedor.org e
preencher os dados solicitados, ao finalizar o cadastro o microempreendedor receberá
um Certificado de Condição de Microempreendedor Individual (CCMEI), que é o
documento digital de formalização do seu negócio.

2.3 ATIVIDADES DO MEI

O MEI pode cadastrar em seu CNPJ até 16 atividades conforme a Classificação


Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), sendo uma como sua atividade principal e
as outras 15 atividades como secundárias.
Para selecionar o CNAE, deve verificar também se a função desenvolvida é
contribuinte do Imposto sobre Serviço e/ou Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviço, popularmente conhecidas como ISS e ICMS.
De acordo com o artigo publicado pelo Jornal Contábil em 14 de fevereiro de
2021, o MEI pode exercer o total de 466 atividades.

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2.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO MEI

Segundo o Portal Contábeis ao realizar o cadastro do MEI, o empreendedor terá


várias vantagens e desvantagens em relação ao trabalho informal.
A vida empreendedora vai além de simplesmente adquirir um CNPJ: envolve
demandas fiscais, dúvidas de quanto cobrar pelo trabalho, organização dos processos
trabalhistas e muito mais.
As vantagens de ser MEI incluem direito à previdência social, modelo simplificado
de tributação, inscrição no CNPJ sem custo e sem burocracia, entre outros benefícios de
ser MEI. Por isso, é importante levar todas as vantagens de ser MEI em consideração na
hora de decidir optar ou não como Microempreendedor Individual.

TABELA 1 – VANTAGENS DE SER MEI


Aposentadoria por idade: recebimento de um salário-mínimo mensalmente após os 60 anos
(mulheres) ou após os 65 anos (homens). Tempo mínimo de contribuição: 15 anos (ou 180 parcelas de
impostos pagas em dia).
Aposentadoria por invalidez: recebimento de um salário, caso não tenha mais condições de trabalhar
antes da idade prevista para a aposentadoria. Contribuição mínima de 12 parcelas pagas em dia antes
do pedido.
Auxílio-doença: benefício recebido caso o MEI não possa trabalhar temporariamente por motivo de
doença ou acidente. Contribuição mínima de 12 parcelas pagas em dia antes do pedido.
Salário-maternidade: benefício pago a quem acabou de ter filho, por parto ou adoção. Contribuição
mínima de 10 parcelas em dia antes da data do ocorrido.
Auxílio-reclusão: direito dos familiares dependentes do MEI de receber uma ajuda mensal em caso de
prisão do microempreendedor em regime fechado ou semiaberto. Contribuição mínima de uma parcela
em dia antes da reclusão.
Pensão por morte: benefício pago aos dependentes do MEI que vierem a falecer. Contribuição
mínima de uma parcela em dia antes do óbito.
O Microempreendedor terá como seu custo o pagamento de um valor fixo de imposto, o valor é
determinado conforme a atividade por ele desenvolvida.
Direito a um funcionário pagando até um salário-mínimo, com isso pagaria apenas 11% sobre o salário
em imposto. Desses 11%, 3% seriam referentes previdência social, e 8% ao FGTS.
Acesso a produtos e serviços bancários, como crédito, com condições especiais para
Microempreendedor Individual
Modelo simplificado de tributação, conforme já mencionado, o MEI tem um valor mensal relativamente
baixo e fixo referente aos tributos (INSS, ISS ou ICMS)
Não tem burocracia nem custo para ter um CNPJ.
Acesso e apoio técnico ao SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.)
Carteira registrada mesmo sendo MEI: os trabalhadores que são celetistas podem ter um cadastro de
pessoa jurídica e prestar serviços para clientes de outra empresa como autônomo.
Emissão de nota fiscal
Oportunidade de vendas para o governo.
Conta bancária empresarial (Pessoa Jurídica)
FONTE: INFOCO (2021)

A grande desvantagem em ser um MEI é a limitação da expansão do seu


negócio. Se isso acontecer, você precisará deixar de ser um microempreendedor
individual e será necessário abrir uma micro ou pequena empresa.

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TABELA 2 – DESVANTAGENS DE SER MEI

Contribuição tributária fixa: O modelo simplificado da tributação tem um valor relativamente baixo,
mas o mesmo deve ser pago mensalmente mesmo que não tenha obtido renda ou que não esteja
operando a empresa.
Nota fiscal e alvará: para emitir a nota fiscal, é necessário ter um alvará de funcionamento da
prefeitura, esse processo pode demorar e o empreendedor deverá aguardar alguns dias para prestar o
serviço para pessoa jurídica.
Faturamento máximo: quando enquadrado no MEI só podemos ter um faturamento anual de R$ 81
mil, isto é, uma renda mensal de até R $6.750,00.
Limite de colaborador: pode não ser necessariamente um problema, mas, caso as demandas
aumentem e dependam de mais funcionários isso não será possível.
Limite de crescimento da empresa: caso o MEI cresça muito, o empreendimento deverá se
enquadrar como microempresa (ME) ou empresa de pequeno porte (EPP). A abertura de filiais também
não é possível.
Limite de aposentadoria: o valor máximo da aposentadoria é de um salário-mínimo.
FONTE: INFOCO (2021)

2.5 REGIMES TRIBUTÁRIOS E IMPOSTOS APLICADOS AO MEI

O microempreendedor individual, além da responsabilidade de alvará para a


execução de atividades e dos impostos listados, precisará cumprir com responsabilidades
como o relatório mensal da receita bruta, a declaração anual simplificada e a
comprovação de despesas com contratação, fica dispensado da emissão de registros
contábeis.
O Microempreendedor individual irá efetuar o recolhimento de seu imposto
através do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) que pode ser emitida
todos os meses ou de uma única vez através do site da Receita Federal - PGMEI
(Programa Gerador de DAS do Microempreendedor Individual).
Os valores são estabelecidos através da Lei Complementar nº 139/2011, os
valores mensais são fixos, independente da receita bruta auferida no mês.
Existem três valores de DAS, conforme tabela abaixo:

TABELA 3 – VALORES PARA CÁLCULO DE GUIAS DE RECOLHIMENTO

1º Para empresas que apenas prestam serviços (não abrangidos pelo regulamento do ICMS):
Contribuição para a Seguridade Social, relativa ao empresário, sendo assim, contribuinte
R$ 55,00
individual.
R$ 5,00 ISS (imposto sobre serviço), caso seja contribuinte desse imposto.
ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), caso seja contribuinte desse
R$ -
imposto.
R$ 60,00 Total guia DAS de recolhimento mensal

2º Para comercios ou industrias sem a prestação de serviço:


Contribuição para a Seguridade Social, relativa ao empresário, sendo assim, contribuinte
R$ 55,00
individual.
R$ - ISS (imposto sobre serviço), caso seja contribuinte desse imposto.

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ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), caso seja contribuinte desse
R$ 1,00
imposto.
R$ 56,00 Total guia DAS de recolhimento mensal

3º 3ª Para empresas que abrangem comercio, industria e serviços:


Contribuição para a Seguridade Social, relativa ao empresário, sendo assim, contribuinte
R$ 55,00
individual.
R$ 5,00 ISS (imposto sobre serviço), caso seja contribuinte desse imposto.
ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), caso seja contribuinte desse
R$ 1,00
imposto.
R$ 61,00 Total guia DAS de recolhimento mensal
FONTE: SIMEI (Sistema de Recolhimento em Valores Fixos Mensais dos Tributos do
Simples Nacional) (2021)

Em caso de ocorrer atraso no pagamento da guia DAS haverá multa e juros. A


multa será de 0,33% por dia de atraso, limitando a 20%. E, os juros serão calculados com
base na taxa SELIC.

2.6 ISENÇÃO TRIBUTÁRIA DO MEI

Uma das isenções que o MEI possui é a redução de todos os custos relativos à
abertura em geral do cadastro, como, inscrição, registro, funcionamento, alvará, licença,
cadastro, alterações relativas ao MEI, incluindo os valores referentes a taxas, emissão de
notas fiscais e o licenciamento.
Quando realizado o cadastro do MEI, automaticamente o empreendedor é
enquadrado no simples nacional, com isso fica isento de vários impostos, como Imposto
de Renda, PIS, COFINS, IPI e CSLL.
O INSS é reduzido para 5% do salário mínimo, com isso, o MEI tem direito a
todos os benefícios previdenciários.
O MEI também precisa declarar seu faturamento anual para a receita federal
através do preenchimento da Declaração Anual do Simples Nacional (DASN - SIMEI).

2.7 DESENQUADRAMENTO DO MEI

Um dos motivos que ocorre desenquadramento do MEI é quando o empresário


ultrapassa o limite máximo de faturamento anual; o empreendedor se tornar dono ou
sócio de outra empresa; inclusão de um ou mais sócios em uma empresa que é MEI;
exercer alguma atividade que não é permitida para quem é MEI.
Quando isso acontece, o empreendedor não pode atuar mais como MEI,
empreendedor precisa migrar para outro tipo empresarial. O desenquadramento por
opção poderá ser realizado a qualquer tempo, produzindo efeitos a partir de 1.º de janeiro
do ano-calendário subsequente.

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A fim de regularizar a inscrição cadastral, o contribuinte poderá efetuar o
desenquadramento do MEI acessando o Portal do Simples Nacional no ambiente SIMEI
(Sistema de Recolhimento em Valores Fixos Mensais dos Tributos do Simples Nacional).
O desenquadramento do MEI não equivale à exclusão do Simples Nacional.

2.7.1 MULTA NO DESENQUADRAMENTO DO MEI

A ausência da comunicação do desenquadramento pelo MEI, quando


obrigatória, acarretará multa no valor de R$50,00 (cinquenta reais).
Entretanto, existem situações que podem motivar o processo automático,
principalmente quando é realizada a alteração de dados no CNPJ, no momento da
abertura de uma filial, ou a inclusão de atividade econômica não permitida pelo Comitê
Gestor do Simples Nacional.

3. EVOLUÇÃO DAS MICROEMPRESAS JUNTO A PANDEMIA DA COVID-19

Com a vinda da pandemia estabelecida em consequência ao vírus COVID-19,


existiram mudanças extremas em todos os aspectos da nossa sociedade, dentre elas a
mais evidente, a forma como as pessoas passaram a enxergar o empreendedorismo
individual.
O microempreendedor individual já era uma realidade antes mesmo da
pandemia, muitas pessoas se aventuravam em pequenos negócios individuais, advindo
da necessidade das famílias de obter uma renda extra.
Entretanto com seus trabalhos convencionais ameaçados e a alta taxa de
desemprego provocada pela pandemia em 2020, impulsionou as famílias a tentarem
novas formas de complementar sua renda e não terminar o mês no “vermelho”.
O MEI veio como uma ferramenta ideal para o fortalecimento dos
empreendimentos familiares, passando de algo informal para algo mais coeso com
responsabilidade e possibilidade de desenvolvimento.
Devido à continuidade da pandemia causada pela COVID-19, surgiram inúmeras
formas de manter os microempreendedores ativos e funcionando. Dentre elas o que está
em discussão o PL 721/2021, que prevê uma segurança fiscal em meio aos problemas
acarretados pela pandemia, instituindo um Auxilio Emergencial Pecuniário ao
Microempreendedor Individual.
Outra opção foi a dispensa da Dirf 2020, que nada mais é que a Declaração do
Imposto sobre a Renda Retido na Fonte, do qual é acompanhado pela instrução
normativa Nº 1.945, de 6 de maio de 2020.

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A instrução normativa Nº 1945 de 6 de maio de 2020, diz em seu Art. 15:
“Parágrafo único. O Microempreendedor Individual (MEI), de que trata art. 18-
A da Lei Complementar nº 123, de 2006, que tenha efetuado pagamentos
sujeitos ao IRRF exclusivamente em decorrência do disposto na alínea "f" do
inciso I do caput fica dispensado de apresentar a Dirf 2020."

Com a COVID-19, reinvenção e adaptabilidade foram requisitos chaves para


“sobrevivência” do modo clássico dos negócios, com as restrições ocasionadas pela
pandemia e o isolamento social os empreendedores tiveram que buscar o maximo de sua
criatividade para se adequar ao momento.
Muitas empresas optaram pelo HomeOffice, uma prática que existia antes da
pandemia mas que ainda era pouco usada, tendo assim uma mudança drástica em como
é feito o trabalho e na logística aplicada, visto que todos permaneceram um bom tempo
em suas casas.

4. HISTÓRIA E ORIGEM DA CONTABILIDADE

Segundo o Portal da Contabilidade, a contabilidade é o campo das ciências


administrativas, que classifica, registra e estuda todas as operações feitas pela entidade
ou organizações que possui ou não fins lucrativos, prestando auxílio sobre a situação
econômica da empresa.
Apesar de a contabilidade estar relacionada a números ela é uma ciência social
e não exata, tendo como ramo científico analisar fatos sociais da humanidade. A
contabilidade está associada a relações comerciais como: negociar, promover, averiguar,
ajustar, comprar, vender, trocar.
De acordo com Sá (1997) a contabilidade é a ciência que tem como finalidade
estudar os fatos patrimoniais, dando importância à realidade, provas e atuação deles,
relacionando a eficiência útil das células sociais.
O propósito da contabilidade é prover para seus utilizadores em relação aos
demonstrativos financeiros, dados que os auxiliarão na tomada de decisões, mudanças
ocorridas consideráveis nos tipos de utilizadores e nos métodos de informação.
Sendo assim define-se a contabilidade como o processo de informação que
administra o patrimônio das entidades, e a sua finalidade é listada de várias maneiras, as
mais relevantes são pelo planejamento, controle e auxílio no processo decisório.

4.1 A ORIGEM DA CONTABILIDADE

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O surgimento da contabilidade deu-se devido a precisão do homem em calcular
suas riquezas e de declarar suas conquistas. Para obter a contabilização dos patrimônios
na época, como os reis, faraós, agricultores e comerciantes, eles usavam técnicas de
registros, ficando conhecida como o início da contabilidade como é hoje.
Conforme Iudícibus (2015) e Marion (2018) na época que não havia escrita, nem
número e nem moeda, a contabilidade já existia como inventário, sendo mostrado que é
tão antiga quanto a presença do homem em atuação econômica.
Iudícibus (2015) e Marion (2018), afirmam também que a origem da
contabilidade ocorreu há cerca de 4.000 anos a.C. Não sendo possível falar em evolução
da contabilidade sem citar a invenção da escrita e da moeda, a escrita que inclui a
capacidade de contar, a moeda que seria a nova base de troca.
Já segundo Iudícibus (2015) a existência da contabilidade ocorreu com o homem
primitivo, o qual registrava seus instrumentos de pesca, caça, enumerava sua manada, e
com o passar do tempo a preocupação do homem primitivo tornou-se constante em
relação ao aumento da sua riqueza, fazendo com que ele aperfeiçoasse seu instrumento
de avaliação da condição patrimonial de seus bens.
O pensamento de controlar os bens das pessoas, surgiram delas mesmas,
sendo contabilizado de forma rude no início da civilização. E com o aumento de suas
riquezas o homem procurou métodos mais adequados para preservar e controlar cada
vez mais seu patrimônio que era repassado aos seus herdeiros.

4.2 A ORIGEM DA CONTABILIDADE NO BRASIL

No ano de 1770, foi criada a primeira regulamentação da profissão contábil no


Brasil, esta regulamentação foi criada pelo rei de Portugal, Dom José, que decretava
obrigatoriamente o registro de matrícula daqueles que trabalhavam na área, esse
profissional foi conhecido como guarda-livros, até o ano de 1970.
No ano de 1870, foi realizada a primeira regulamentação no Brasil para a
profissão contábil, por meio do Decreto Imperial n°4.475. Sendo assim, a profissão de
guarda-Livros foi avaliada como a primeira ocupação liberal regulamentada no Brasil.
Já em 1915, ocorreu a fundação do Instituto Brasileiro de Contadores Fiscais,
logo depois surgiu a Associação dos Contadores de São Paulo e o Instituto Brasileiro de
Contabilidade no Rio de Janeiro. Foi em 1924 quando aconteceu o 1° Congresso
Brasileiro de Contabilidade, e são criadas campanhas para a regulamentação de
contador.
Em 1932 é aprovado o Decreto n° 21.033, constituiu novas condições para o
registro de contadores, foram regulamentados os prazos e as condições para os registros

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dos profissionais. Nessa ocasião, a profissão contábil começou a ser ligada a preparação
escolar, sendo assim, todos que desejassem seguir essa profissão deveriam adquirir os
conhecimentos necessários.
Tendo em vista o crescimento da profissão no país, foi criado o Conselho
Federal de Contabilidade (CFC). Em seguida foi aprovada a Resolução n° 01/46, que cita
organização dos Conselhos Regionais de Contabilidade, sendo criada as primeiras
regras para a profissão.
Atualmente existe um Conselho Regional de Contabilidade (CRC) em todos os
estados do Brasil, além da fiscalização e do registro dos profissionais contábeis, os
Conselhos Regionais possuem parcerias com o Conselho Federal, permitindo aos
profissionais da área condições de se qualificarem realizando diversos cursos, seminários
e fóruns.

4.3 A CONTABILIDADE NO SÉCULO XXI

O profissional da área contábil no século XXI deve ter um conhecimento vasto e


qualificado, necessita de muitas informações em pouco tempo, e devido às inovações
tecnológicas, é exigido do profissional ética, agilidade diante dos problemas, auxílio na
tomada de decisões, além de manter-se atualizado continuamente.
Algum tempo atrás o mercado de trabalho não exigia dos profissionais da área de
Contabilidade o ensino superior, por isso a figura do técnico de Contabilidade supria as
necessidades deste mercado, mas diante das expectativas em torno do crescimento do
profissional contábil, podemos verificar que este, vem buscando a evolução e
amadurecimento para atender as novas necessidades do mercado.
A Contabilidade disponibiliza neste século muitas áreas de atuação para este
profissional, como planejador tributário, contador geral ou público, auditor interno,
contador de custos, contador gerencial, professor, pesquisador, escritor, auditor,
consultor, investigador contábil, oficial contador, entre outros.

4.4 PAPEL DO CONTADOR

Há alguns anos, o contador era chamado de "guarda-livros", esse nome era por
conta da sua principal função que, na época, era a de escriturar e manter em boa ordem
os livros mercantis. Esse era um trabalho que não exigia especialização, tão pouco,
conhecimento científico.
Com o passar dos anos, a economia e o comércio se expandiram
significativamente, fazendo com que esse profissional se tornasse importante para a

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sociedade, sendo assim, o cuidado com as obrigações acessórias foram deixando de ser
sua principal função.
Depois de muita adaptação, o contador deixou de lado o paradigma "guarda-
livros" assumindo seu papel de "contador".
Nos dias atuais, o contador é um pilar de confiança para os empresários. Com
uma economia pós-pandemia e cheia de desafios, quem quer empreender e ter sucesso
em seus negócios é fundamental contar com a visão de mercado desse profissional.

5. METODOLOGIA

A metodologia deste artigo deu-se através de pesquisa documental, onde se fez


uso de materiais já elaborados: livros, artigos científicos, revistas, e enciclopédias na
busca e abstração de conhecimento sobre a contribuição da contabilidade dos
microempreendedores individuais.
Para realização da pesquisa, foi elaborado um questionário com 14 perguntas, o
qual foi validado por professores da UNIFACEAR, sendo divulgado através das redes
sociais e e-mail de pessoas que são MEI ou não, obtendo-se 17 respondentes.

6. ANALISE DOS DADOS

O objetivo do questionário era levantar a informação de quantos


microempreendedores possui o acompanhamento de um contador, quais os problemas
enfrentados em ser um MEI, e qual a opinião que eles têm em relação aos contadores.
Vejamos as respostas a seguir:
Na primeira questão foi perguntado qual era a idade dos respondentes

GRÁFICO 1 – MÉDIA DE IDADE


FONTE: OS AUTORES (2021)
Já na questão dois, perguntou-se a qual gênero o respondente se identificava,
vejamos o gráfico abaixo:

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GRÁFICO 2 – GÊNERO
FONTE: OS AUTORES (2021)
Nas próximas questões, foi abordado quantas pessoas que já tiveram o cadastro
do MEI ativo 46,7% não teve cadastro, mas optaram por responder a pesquisa, e 53,3%
já obteve o cadastro, para esses questionamos qual era a sua atividade principal
enquanto o seu cadastro estava ativo, dentre os respondentes tivemos 1 resposta
referente a bares e outros estabelecimentos especializados em servir bebidas, já quanto
ao ramo alimenticio foram 4, enquanto que a prestação de serviço civil em geral 3 e
administrativos 2 respostas.

GRÁFICO 3 – EMPREENDEDORES QUE JA POSSUIRAM UM MEI


FONTE: OS AUTORES (2021)
Conforme as respostas anteriores, a próxima pergunta foi sobre o faturamento
anual que os microempreendedores possuíam.

GRÁFICO 4 – FATURAMENTO ANUAL


FONTE: OS AUTORES (2021)
Procuramos saber também, qual a opinião em questão ao MEI, se o mesmo
obteve vantagens ao realizar o enquadramento.

GRÁFICO 5 – É VANTAJOSO SER MEI?


FONTE: OS AUTORES (2021)
Entre os fatos, questionamos quais as vantagens e os desafios enfrentados pelos

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microempreendedores:
As vantagens que mais foram citadas foram, menos impostos que obteve 6
respostas, emissão de nota fiscal 5 pessoas viram isso como vantagem, contribuição com
o INSS apenas 3 e 2 respostas para as compras facilitadas.
Já nos desafios, os maiores desafios enfrentados foram, apenas 1 funcionário
registrado e limite de Faturamento as duas opções obtiveram 3 respostas, essas opções
foram citadas por quem se tornou MEI, também tivemos 2 respostas de que não tiveram
nenhum desafio.
No gráfico abaixo abordamos quantos microempreendedores já utilizaram a
contabilidade para a administração e controle dos seus dados, e quantas pessoas acham
realmente necessário o auxílio de um contador, conforme a sua experiência, e pedimos
para que justificassem as suas respostas.

GRÁFICO 6 – UTILIZAÇÃO DA CONTABILIDADE PARA CONTROLE


FONTE: OS AUTORES (2021)

GRÁFICO 7 – NECESSIDADE DO AUXÍLIO DO CONTADOR


FONTE: OS AUTORES (2021)
Para as pessoas que optaram pelo sim, se acham necessário o auxílio do
contador para o MEI, a maioria das respostas foi para melhor controle da empresa,
contando com entregas de declaração, pagamentos de funcionários e guias em dia,
limites de faturamento, e auxílio nas tomadas de decisões, e planejamentos futuros para
seus clientes, 66,7% votaram em um nível de 6 a 10 para a importância da contabilidade.

GRÁFICO 8 – IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE NA TOMADA DE DECISÃO


FONTE: OS AUTORES (2021)
Para as pessoas que optaram que não é necessário o auxílio do contador, na

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opinião deles o MEI é simples e o controle pode ser feito pelo próprio empresário, e em
casos de dúvidas, deve contatar a prefeitura.
Questionamos também, como a contabilidade pode ser importante para ajudar a
melhorar o MEI, tivemos as respostas de melhor controle e segurança da empresa,
auxiliar nas tomadas de decisões, deixar o empresário sempre informado de atualizações
fiscais, ajudar a evitar danos financeiros e morais, suporte contábil, auxiliar na
contratação de funcionários, educar sobre as melhores práticas.
A contabilidade para MEI tem uma função consultiva e educativa, pois a maioria
desses empreendedores estão tendo sua primeira experiência à frente de um negócio
formal.
E por fim, na opinião de cada um, para qual finalidade o MEI geralmente procura
uma contabilidade, geralmente é procurado para a realização da abertura do cadastro do
MEI, emissão de NF, registro de funcionário ou fechamento do MEI, foram as respostas
mais obtidas, mas também tivemos respostas que mostram a verdadeira função do
contador para o MEI, como, melhorar a gestão do empreendimento, organização
financeira, balanço, maior controle de fluxo etc. Com isso sempre ter uma situação
regularizada, deixando os impostos e declarações sempre em dia.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que o microempreendedor individual é uma oportunidade para que os


trabalhadores informais regularizem suas atividades, a formalidade pode trazer muitos
benefícios vantajosos ao empreendedor, impulsionando o crescimento da empresa.
A presença do contador não é uma prática comum, poucos empreendedores
conseguem observar como uma vantagem, mas esse é o profissional capaz de otimizar
os resultados da empresa afim de obter o maior lucro possivel auxiliando no
desenvolvimento da empresa, com controle de: documentos e dados; faturamentos e;
relatórios. Ele possui uma visão inovadora e é capaz de projetar cenários futuros e
antecipar situações, que muitas vezes saem do controle do microempreendedor.
Compreende-se que grande porcentagem dos microempreendedores não
utilizam os serviços dos contadores, mesmo tendo conhecimento da importância do
mesmo, eles geralmente conseguem solucionar seus problemas sozinhos e só buscam
pelos serviços do contador em último caso.
Acredita-se que os resultados possam contribuir para futuros estudos
acadêmicos.

ISSN: 2316-2317 Revista Eletrônica Multidisciplinar - UNIFACEAR 14


8. REFERÊNCIAS

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Contabilidade. 2 ed. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 1999. Acesso em 13/07/2021.
EHMKE, Luiz Fernando, DICIONÁRIO DO MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL
(MEI), teoria e prática, 2016. p. 15-64.
IUDÍCIBUS, Sergio. Teoria da Contabilidade. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2015. Acesso
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JUSBRASIL, Artigo 1179 da Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Disponível em <
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10656770/artigo-1179-da-lei-n-10406-de-10-de-
janeiro-de-2002 > Acesso em:12\05\2021.
MACHADO, Patrícia Bianchi. Como se tornar um MEI. Disponível em <
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MARION, Jose Carlos; FARIA, Ana Cristina de. Introdução a Teoria da Contabilidade.
6 ed. São Paulo: Atlas, 2018
PLANALTO, Lei Complementar 139/2011. Disponível em <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp139.htm> Acesso em:12\05\2021.
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http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm > Acesso em 13/07/2021.
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http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Servicos/Grupo.aspx?grp=t&area=2
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LEI COMPLEMENTAR Nº 128, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2008, diponível em
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https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-1.945-de-6-de-maio-de-2020-
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20%20(PGD%20Dirf%202020). > Acesso em 16/09/2021
PORTAL CONTÁBEIS, vantagens e desvantagnes de ser MEI disponível em:
<https://www.contabeis.com.br/artigos/6279/7-vantagens-e-desvantagens-do-
microempreendedor-individual/ > Acesso em 12/05/2021

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