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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - UFPA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - ICSA


FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS - FACICON
BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

JAMILLY DIOGENES DA SILVA

VICTOR RAFAEL DOS SANTOS LIMA

O DESAFIO DE ATENDER AS OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS DO FISCO


BRASILEIRO: a importância do planejamento tributário para a micro e pequena
empresa no cenário nacional.

Belém – PA
2022
JAMILLY DIOGENES DA SILVA

VICTOR RAFAEL DOS SANTOS LIMA

O DESAFIO DE ATENDER AS OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS DO FISCO


BRASILEIRO: a importância do planejamento tributário para a micro e pequena
empresa no cenário nacional.

Trabalho de pesquisa apresentado a disciplina de


metodologia e técnicas de pesquisa, Faculdade de
Ciências Contábeis, Instituto de Ciências Sociais
Aplicadas, Universidade Federal do Pará.
Prof.(a). Juliette Tavares e Allef Santana

Belém – PA
2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 4
2. REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................................................... 5
2.1 Obrigações tributárias ................................................................................................. 5
2.2 Planejamento tributário .............................................................................................. 5
2.3 Regimes tributários ..................................................................................................... 6
2.3.1 Simples nacional ................................................................................................................ 6
2.3.2 Lucro real ........................................................................................................................... 7
2.3.3 Lucro Presumido ................................................................................................................ 7
2.4 MEI, microempresas e empresas de pequeno porte ......................................................... 8
3. OBJETIVO ................................................................................................................................ 9
4. JUSTIFICATIVA ........................................................................................................................ 9
5. METODOLOGIA ...................................................................................................................... 9
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 10
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1. INTRUDUÇÃO

No Brasil, o sistema tributário começou a ganhar consistência sistêmica a


partir de 1965, desse momento em diante, houve algumas mudanças para
atender as necessidades do estado e garantir o financiamento dos cofres
públicos.
Na estrutura atual, foram adotados sistemas de escrituração e integração
digital com o intuito de facilitar a geração de relatórios fiscais por parte da
empresa e a atuação do fisco. Com essa nova forma de compartilhar dados
financeiros, econômicos e fiscais, houve por parte do fisco uma maior eficiência
na fiscalização e controle sobre as empresas. Esse fator trouxe uma
preocupação maior para as entidades, já que qualquer atraso nas declarações
acessórias são casos passíveis de multas e consequentemente, despesas.
Segundo o SEBRAE (2012), disposto na pesquisa desenvolvida pela IBGE
em 2012, cerca de 48% das empresas brasileiras fecham suas portas após três
anos de funcionamento. Diante desse fato, fica claro a má gestão dos micros
e pequenos empresários, onde a maioria destes não tem conhecimento de
informações básicas do ramo empresarial, econômico e tributário. Em uma
análise de pesquisa realizada em São Paulo publicada pela Revista de Micro
e Pequenas Empresas e Empreendedorismo da Fatec Osasco (REMIPE), foi
constatado que grande parte dos respondentes não tem um entendimento
básico do sistema tributário brasileiro. Apesar de 32% afirmarem que confiam
e fazem o que o contador indica, 66% afirmaram que não pagam tudo o que o
contador pede que seja pago, alegando que primeiro analisam se precisam ou
não pagar o tributo, porém, uma vez que muitos não sabiam responder
perguntas fundamentais relacionadas ao sistema tributário, como poderiam
analisar e decidir se tal tributo pode ou não deixar de ser pago.
Desse modo, é perceptível a indispensabilidade do empreendedor estar
informado de questões básicas acerca da arrecadação tributária e da carga
tributária estipulada, para que assim o seu negócio venha ter um
desenvolvimento positivo e possa se planejar de acordo com a lei, evitando
empecilhos gerados durante o processo de tributação.
Para contornar essa situação e desenvolver um planejamento para
amenizar os gastos com obrigações tributárias, é necessário contar com uma
gestão que possa gerenciar e criar medidas que venham diminuir essas
despesas. Posto isso, a contabilidade apresenta uma ferramenta que é muito
importante nesse processo, o planejamento tributário.

Entende-se por planejamento tributário uma forma lícita de reduzir a carga


fiscal, o que exige alta dose de conhecimento técnico e bom-senso dos
responsáveis pelas decisões estratégicas no ambiente corporativo. Trata-se
do estudo prévio à concretização dos fatos administrativos, dos efeitos
jurídicos, fiscais e econômicos de determinada decisão gerencial, com o
objetivo de encontrar a alternativa legal menos onerosa para o contribuinte.
(OLIVEIRA, p.35).
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O uso do planejamento tributário é importante no atual cenário brasileiro por


motivos de que o Brasil possuí uma alta carga tributária, com isso a
necessidade de atender ao emaranhado de obrigações acessórias e
pagamento de tributos previstos no código tributário, traz consigo custos e
despesas que oneram o micro e pequeno empresário brasileiro e diminui suas
chances de crescimento no mercado, tendo em vista que o mercado brasileiro
é composto em sua grande parte por micro e pequenas empresas, é expressivo
o número do índice de mortalidade por esse fator. Guerra (2021) alega:

De acordo com a pesquisa de sobrevivência feita na base de dados da


Receita Federal no ano de 2020, o Microempreendedor individual (MEI) é o
que possui a maior taxa de baixa, vez que nos primeiros cinco anos, 29% dos
MEI´s são baixados, já no que diz respeito às microempresas esta taxa fica
em 21.6% e as de pequeno porte em 17%. (SEBRAE,2020)

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Obrigações Tributárias

As empresas atendem à dois tipos de obrigações na esfera da legislação


tributária, previstas no art. 113 do CTN (Código Tributário Nacional), sendo as
obrigações principais o pagamento de tributos (taxas, impostos, contribuições),
que se estabelecem com a ocorrência do fato gerador e as obrigações
acessórias (que decorrem da existência da primeira), são documentos que
comprovam o recolhimento desses impostos e variam de acordo com cada
regime tributário. Portanto, é necessário que a empresa fique atenta as regras
e prazos do seu regime tributário e às alterações que ocorrem, pois apesar de
serem acessórias, convertem-se em obrigatórias sendo sujeitas a penalidade
pecuniária.
Os artigos 114 e 115 definem o fato gerador das obrigações principais e
acessórias como:

Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei


como necessária e suficiente à sua ocorrência.

Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na


forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não
configure obrigação principal. (LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966)

2.2. Planejamento Tributário

É lógico o entendimento de que toda a empresa, para obter bons resultados e


crescer, necessita de uma boa administração, um plano de ação que contemple todos
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os setores da empresa e seja suficiente para atender ao porte da empresa. Com esse
entendimento, podemos partir para o pressuposto de que se eu tenho um sistema
tributário, com suas normas específicas e muitas particularidades, também
precisamos de um plano para o atendê-lo corretamente e solucionar possíveis
problemas.
Tendo entendido o que são obrigações tributárias, podemos buscar alternativas e
soluções para contornar o ônus fiscal e seus impactos no desempenho da empresa,
desde que todas as medidas tomadas estejam enquadradas na lei. Sendo assim, o
planejamento tributário está disponível no mercado como uma poderosa ferramenta
que visa um plano estratégico para que gastos desnecessários com o cumprimento
de obrigações tributárias sejam evitados.

É uma forma lícita de reduzir a carga fiscal, o que exige alta dose de
conhecimento técnico e bom senso dos responsáveis pelas decisões
estratégicas no ambiente corporativo. Trata-se do estudo prévio à
concretização dos fatos administrativos, dos efeitos jurídicos, fiscais e
econômicos de determinada decisão gerencial com o objetivo de encontrar a
alternativa legal menos onerosa para o contribuinte. (OLIVEIRA, L. M, 2005,
p. 38).

Por seguinte, o planejamento tributário tem o objetivo de tratar a Isenção do


imposto, anulando seu fato gerador ou se não for possível, buscando a redução de
alíquotas, base de cálculo, aumentando os prazos para a realização do cumprimento
junto ao fisco e escolhendo o melhor regime tributário que atende as necessidades
da empresa.

2.3. Regimes Tributários

O regime tributário diz respeito a decisão de escolha da pessoa jurídica sobre o


regime que a empresa se enquadrará, definido pelo faturamento anual da empresa,
para a partir daí cumprir com as obrigações tributárias do ano-calendário conforme a
legislação aplicável ao regime escolhido. O administrador deve estudar
detalhadamente a situação da empresa para que possa escolher o regime tributário
que contenha a carga tributária mais adequada para a capacidade do contribuinte. Os
regimes existentes no Brasil são quatro: o Simples Nacional; o Lucro Real; o Lucro
Presumido e o Lucro Arbitrado.

2.3.1. Simples Nacional

Instituído o Sistema Integrado de Pagamento de Imposto e Contribuições das


Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) – SIMPLES, pela Lei
Complementar nº 123/06, posteriormente alterado pela Lei Complementar nº 128/08
no qual o sistema foi estendido aos Microempreendedores Individuais (MEI’s).
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O regime referido trata-se da unificação de impostos e contribuições, sendo federais,


estaduais e municipais, por meio de um único documento de arrecadação, com o
objetivo de simplificar e facilitar o recolhimento tributário, reduzindo também sua carga
tributária, tornando-se o regime menos complexo dentre os regimes existente. Estes
são os tributos que são reunidos na guia do Simples Nacional determinados conforme
impor as tabelas dos anexos da LC n° 123/06:
• IRPJ
• ISS
• PIS/PASEP
• COFINS
• IPI
• CSLL
• ICMS
• CPP/INSS patronal.

O Simples Nacional tem como base de cálculo o faturamento anual, dessa


maneira, à medida que o faturamento obtido mude, a alíquota da tributação também
muda, logo, como não sendo o lucro a base de cálculo utilizada, a empresa pode estar
em prejuízo, mas com seu faturamento anual elevado, acabando por gerar alíquotas
altas e consequentemente mais custos com imposto, nesse caso é crucial que haja
uma análise dos demais regimes tributários para entender qual será o mais benéfico
para a empresa. Considera-se pela Lei Complementar 123/06 para as Microempresas
que sua receita bruta anual seja igual ou inferior a R$ 360.000,00 e para as Empresas
de Pequeno Porte, uma receita bruta anual superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior
a R$ 4.800.000,00.

2.3.2. Lucro Real

O Lucro Real se refere ao lucro líquido do período apurado (trimestral ou anual),


segundo legislação específica determinada, tendo em consideração adições,
exclusões e compensações de prejuízos fiscais autorizadas pela legislação do
Imposto de Renda (SILVA, 2006, p. 1). Nesse regime tributário temos a base de
cálculo dos impostos IRPJ e CSLL, sobre a renda apurada segundo os registros
contábeis e fiscais efetuados de acordo com as leis comerciais e fiscais. A apuração
do lucro real é feita na parte A do Livro de Apuração do lucro real – LALUR, nela existe
uma maior complexidade comparado aos outros regimes, exigindo que o contador
siga rigorosamente os procedimentos de execução das rotinas contábeis e tributária,
mantendo uma observação detalhada sobre: princípios contábeis, completa
escrituração contábil e fiscal, preparação das demonstrações contábeis e livros.

2.3.3. Lucro Presumido

O Lucro Presumido é uma forma de tributação simplificada para determinação da


base de cálculo de Imposto de Renda – IRPJ e da Contribuição Social Sobre o Lucro
Líquido – CSLL, podendo ser praticado pela pessoa jurídica que não estiver sendo
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obrigada à tributação mediante o regime tributário Lucro Real e que cuja receita bruta
anual seja igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 ou R$ 6.500.000,00 multiplicado pelo
número de meses em atividade no ano-calendário anterior quando inferior a 12
meses, posto que a pessoa Jurídica iniciou as atividades ou submeteu-se a algum
processo de incorporação, fusão ou cisão durante o curso do ano-calendário anterior.
Podemos dizer que o Lucro Presumido tem como base a presunção por parte do
fisco, do que seria o lucro de uma empresa que não exista a contabilidade, calcula-
se a partir da incidência sobre a receita bruta, dos percentuais de 1,6%, 8%, 16% ou
32%, esse percentual depende da atividade desenvolvida pela empresa. Além disso,
sobre o resultado auferido devem ser adicionados os rendimentos com receitas e
ganhos de capital. Os impostos incidentes do lucro presumido são o IRPJ e CSLL,
cuja apuração é feita trimestralmente, e o PIS e COFINS que são apurados
mensalmente.
O imposto com base no lucro presumido é sujeito a uma alíquota já pré-fixada
sobre o faturamento. Conforme a Lei nº 9.430, de 1996, Art´s. 1º e 25º, § 5º “Será
determinado por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março,
30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário”, e será
manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido
correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano-calendário. Já no caso
das pessoas jurídicas que iniciarem as atividades a partir do segundo trimestre, a
opção será manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do imposto
devido, relativo ao período de apuração do início de atividade.
A pessoa Jurídica que aderir ao lucro presumido como opção de tributação deve
ter entendimento dos regimes e um planejamento tributário que escolha a opção mais
conveniente para a empresa.

2.4. MEI, Microempresas e Empresas de Pequeno Porte

As micro e pequenas empresas ganharam tratamento diferenciado a partir da


criação da Lei Geral (Lei Complementar nº 123, de 2006), o que provocou o
crescimento do empreendedorismo no Brasil, existindo 6,4 milhões de
estabelecimentos abertos atualmente, são as principais geradoras de riqueza no
comércio no país, responsáveis por 53,4% do PIB deste setor. A Lei Geral permitiu a
criação do MEI (Microempreendedor Individual) e do Simples Nacional, que foram
fundamentais para a desburocratização e diminuição da carga tributária existente, o
que acabou por gerar a inclusão produtiva e social, incentivando a competitividade no
Brasil. Além do mais, a referida lei concedeu uma oportunidade de renda a milhões
de cidadãos, promovendo um amplo mercado de trabalho.
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3. OBJETIVO

Essa pesquisa tem como objetivo, analisar a influência dos tributos sobre as micro e
pequenas empresas e seu respectivo impacto em seus resultados econômicos,
destacar a relevância do planejamento tributário para as micro e pequenas empresas
além de evidenciar como essa ferramenta pode ser utilizada no mercado nacional.
Com intuito de apresentar o desempenho das empresas com os presentes fatores.

4. JUSTIFICATIVA

O alto custo de atender o fisco e as obrigações acessórias, afetam as Micro


Pequenas Empresas, visto que, há empresas de pequeno porte que não
conseguem arcar com tais custos. Trazer essa discussão à tona, é relevante pois,
diante de um mercado cada vez mais competitivo, é de suma importância ter
conhecimento da estrutura burocrática e principalmente tributária para que o
gestor possa tomar decisões que venham beneficiar economicamente a empresa,
buscando reduzir os custos e despesas das obrigações acessórias e recolhimento
de tributos. Partindo dessa perspectiva, podemos perceber a necessidade de
implementação um planejamento tributário para que seja controlado os gastos
decorrentes de satisfazer o fisco.

5. METODOLOGIA

Para a presente pesquisa, será utilizado uma revisão bibliográfica do assunto


juntamente com pesquisas e seus respectivos resultados acerca dos desafios
enfrentados pelas micro e pequenas empresas no cenário nacional e o planejamento
tributário como uma solução para esses problemas apresentados, conclusões e
dados que evidenciam a relevância dessa ferramenta para a resolução dos
problemas. O conteúdo explorado tem base em artigos científicos, estudos de caso e
estudos feitos por pesquisadores da área em questão.
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REFERÊNCIAS

BRASIL, LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966. Disponível em:


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5172Compilado.htm. Acesso em 09
de dezembro de 2022.

MARTINEZ, Antonio; VELLO, André. Planejamento tributário eficiente: uma


análise de sua relação com o risco de mercado. Florianópolis, v. 11, n.23, p.
117 – 140, mai./ago. 2014

OLIVEIRA, L. M. de et al. Manual de Contabilidade Tributária: textos e testes


com respostas. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

Receita Federal. Capítulo-XIII-IRPJ-lucro-presumido, 2021. Disponível em:


capitulo-xiii-irpj-lucro-presumido-2021.pdf (www.gov.br)

SOUZA, Renata; LUGOBONI, Leonardo; ZITTEI, Marcus. A percepção dos micro-


empresários da cidade de São Paulo quanto ao sistema tributário brasileiro.
REMIPE Fatec, Osasco, V. 2, P. 33 a 5, junho, 2016.

SANTOS, Diana Aparecida dos; MORAES, Graziane Almeida; SOUZA, Reinaldo


Alves de; LOPES, Tatiana Schmitz de Almeida. A importâncias do planejamento
tributário para as micro e pequenas empresas. Revista Atena. Unimes Virtual.
Volume 2, Número 4, Janeiro 2022. Disponível em:
https://periodicos.unimesvirtual.com.br/index.php/gestaoenegocios/index. Acesso
em: 14 de dezembro de 2022.

SEBRAE. Sobrevivência e mortalidade das empresas. Disponível em:


https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/sp/sebraeaz/mortalidade-e-
sobrevivencia-das-
empresas,d299794363447510VgnVCM1000004c00210aRCRD. Acesso em: 12
de dezembro de 2022.

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