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CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA

PORTARIA Nº 1.004 DO DIA 17/08/2017

MATERIAL DIDÁTICO

CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

0800 283 8380


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SUMÁRIO

UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................... 3


UNIDADE 2 – CONTABILIDADE BÁSICA ................................................................. 7
2.1 Conceitos e aplicações .................................................................................. 7
2.2 A importância das informações contábeis no processo decisório ................ 10
2.3 O operador do Direito Tributário ................................................................... 11
2.4 Normas Brasileiras de Contabilidade ........................................................... 15
2.5 Princípios contábeis ..................................................................................... 16
UNIDADE 3 – ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL/TRIBUTÁRIA .................................... 21
3.1 Mecanismo de contas .................................................................................. 22
3.2 Lançamentos contábeis ............................................................................... 24
3.3 Métodos de escrituração .............................................................................. 25
3.4 Livros societários e fiscais............................................................................ 26
3.5 Introdução ao estudo do patrimônio ............................................................. 28
3.6 Fatos contábeis ............................................................................................ 29
3.7 Aspectos legais da escrituração contábil ..................................................... 31
3.8 A ideia da escrituração contábil como exigência fiscal................................. 32
3.9 Perícias Contábeis ....................................................................................... 33
3.10 Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 34
UNIDADE 4 – O SIMPLES NACIONAL, A MICRO EMPRESA E AS EMPRESAS DE
PEQUENO PORTE ................................................................................................... 37
UNIDADE 5 – O ALCANCE DA LEI N. 11.638/07 E A LEI N. 11.941/09 ................. 47
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 56

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO
Dentre as várias áreas em que se desdobra ou que se especializa a
Contabilidade, encontramos a Contabilidade Tributária, cujo objeto de estudo
concentra, obviamente, os tributos.
Todos sabemos que o objetivo maior de uma organização empresarial,
qualquer que seja seu objeto, como produzir bem ou prestar serviços, é gerar lucro
para seus proprietários ou acionistas, embora saibamos também que ela possui uma
função social uma vez estar inserida na sociedade.
Pois bem, além de diretamente atender a necessidade e desejos das
pessoas e demais instituições de uma nação, a empresa gera empregos e paga
impostos, assim, contribui de forma indireta, para o desenvolvimento econômico da
nação.
Continuando a construção do arcabouço que pretendemos desenvolver ao
longo desta apostila, voltemos à Contabilidade!
Para SÉRGIO DE IUDÍCIBUS E JOSÉ CARLOS MARION (1999, p. 56) a
contabilidade tem por objeto o estudo do patrimônio, através da utilização de
métodos especialmente desenvolvidos para coletar, registrar, acumular, resumir e
analisar todos os fatos que afetam a situação patrimonial das pessoas físicas ou
jurídicas, seja esse patrimônio resultante da consolidação de patrimônios de outras
entidades distintas ou a subdivisão do patrimônio de uma entidade em parcelas
menores que mereçam ser acompanhadas em suas mutações e variações.
Essas informações contábeis, que acompanham as mutações e variações
possuem muitos usuários, dentre eles os usuários internos que são representados
pelos administradores e funcionários e os usuários externos que são os acionistas,
credores e autoridades governamentais. Pessoas que, direta ou indiretamente,
tenham interesse na avaliação da situação e do desenvolvimento da entidade
(PORTON; LONGARAY, 2006).
Assim, a Contabilidade, segundo HENRY FAYOL (1994), constitui-se no
órgão de visão das empresas. Nesse sentido, deve revelar, a qualquer momento, a
posição e o rumo do negócio. Deve dar informações exatas, claras e precisas sobre
a situação econômica da empresa. Entende-se desta premissa, que uma boa

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contabilidade, simples e clara, que dê ideia exata das condições da empresa, é um


poderoso meio de direção.
A contabilidade influencia a tomada de decisões em uma empresa à medida
que o gestor se utiliza das informações por ela gerada. Há, por parte dos
administradores, necessidade de informações adequadas e oportunas para subsidiar
o processo decisional das empresas. O fato de se poder contar com as informações
em tempo hábil é de fundamental importância para o processo decisório da
empresa.
A Contabilidade Tributária, por sua vez, é um campo de estudo e de
aplicação das Ciências Contábeis, que se ocupa da contabilização por meio de
lançamentos adequados das operações das empresas que produzam o fato gerador
dos tributos incidentes sobre lucros ou resultados superavitários que geram
obrigações tributárias principais. No Brasil os referidos tributos são de legislação da
União, basicamente Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL).
Outros tributos brasileiros exigem escrituração e cálculos diversos, não só
da União, mas também dos estados, municípios e Distrito Federal. A rigor, essa
especialização não faz parte da Contabilidade Tributária, mas de uma atividade
específica conhecida como Escrita ou Escrituração Fiscal, cuja realização depende
de conhecimento da legislação de cada tributo (Direito Financeiro), sem envolver
conhecimentos mais amplos sobre Teoria Contábil e Economia Empresarial, por
exemplo.
LUIZ MARTINS OLIVEIRA et al (2003) conceituam a Contabilidade
Tributária como o ramo da contabilidade responsável pelo gerenciamento dos
tributos incidentes nas diversas atividades de uma empresa, ou grupo de empresas,
adaptando ao dia-a-dia empresarial as obrigações tributárias, de forma a não expor
a entidade às possíveis sanções fiscais e legais.
LÁUDIO CAMARGO FABRETTI (2001, p. 27) conceitua a Contabilidade
Tributária como “o ramo da contabilidade que tem por objetivo aplicar na prática
conceitos, princípios e normas básicas da contabilidade e da legislação tributária, de
forma simultânea e adequada.”

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De maneira simplificada, mas não menos importante, podemos dizer que


Contabilidade Tributária é uma expressão utilizada para designar o conjunto de
ações e procedimentos visando apurar e conciliar a geração de tributos de uma
entidade. Também chamada de “Contabilidade Fiscal”.
A escrituração contábil regular propicia informações importantes para a
apuração de tributos. Daí dizer-se que a contabilidade presta-se a cálculos diversos
nesta apuração, como, por exemplo:
1. Base de cálculo do PIS e COFINS.
2. Lucro apurado para fins de IRPJ e CSLL.
3. Registro de tributos compensáveis (IRF e outras retenções tributárias).
Desta forma, é imprescindível aos contribuintes manterem estreito controle
sobre sua situação patrimonial, já que informações incorretas podem gerar
distorções na apuração dos tributos devidos.
Pois bem, para atender aos objetivos específicos do curso, não podemos
nos furtar a estudar, analisar e entender a Contabilidade Tributária como ramo da
Ciências Contábeis que visa aplicar as normas básicas da Contabilidade e da
Legislação Tributária, apurando corretamente o resultado econômico do exercício
social (lucro contábil) e, em seguida, atender de forma extra contábil às exigências
das legislações do Imposto de Renda pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), determinando a base de cálculo fiscal para a
formação das provisões destinadas ao pagamento desses tributos, as quais serão
abatidas do resultado contábil, para a determinação do lucro líquido do período base
apurado.
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicas. Em segundo lugar,
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores,
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma
redação original.

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Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se


muitas outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas e que podem servir
para sanar lacunas que por ventura surgirem ao longo dos estudos.

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UNIDADE 2 – CONTABILIDADE BÁSICA


2.1 Conceitos e aplicações
A evolução da Contabilidade, principalmente a sua ciência, desenvolvida e
utilizada, é rica em detalhes e interessante não somente do ponto de visto histórico,
mas principalmente em termos de progressos e avanços, entretanto, não é
pertinente ao momento, contá-la1. Vamos fazer um recorte e situar a ciência e seus
operadores exatamente no século XXI.
Mercado globalizado, competição acirrada, carga tributária alta são alguns
dos motivos que levam qualquer profissional, a deter um conhecimento vasto e
qualificado.
Diante das novas necessidades do mercado, que dispõe de muitas
informações em reduzido espaço de tempo, e devido às inovações tecnológicas, é
exigido do profissional ética, agilidade diante dos problemas, auxílio na tomada de
decisões, além de manter-se atualizado continuamente.
HILÁRIO FRANCO (1999, p. 86) já afirmava que as expectativas da
sociedade crescem continuamente, uma vez que ela vê a profissão contábil como
capaz de enfrentar os desafios do futuro e de cumprir suas responsabilidades. A
profissão tem, portanto, de avaliar e reconhecer até onde ela pode atender às
expectativas da sociedade, sempre crescentes, adaptando-se às novas situações, e
assim, seu crescimento será assegurado.
Isso exigirá constante comparação entre as expectativas da sociedade e a
capacitação dos membros da profissão para atender a essas expectativas. Ela terá,
portanto, de atualizar constantemente seus conhecimentos para justificar sua
afirmação de que pode atender às necessidades da sociedade.
Antigamente, o mercado de trabalho não exigia dos profissionais da área de
Contabilidade o ensino superior, por isso a figura do técnico de Contabilidade supria
as necessidades deste mercado. Diante das expectativas em torno do crescimento
do profissional contábil, podemos verificar que este, vem buscando a evolução e
amadurecimento para atender o mercado. Igualmente ao operador do direito

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Sugerimos para enriquecimento, a leitura de Hilário Franco: A evolução dos Princípios Contábeis no
Brasil, São Paulo, Atlas, 1988. Sérgio de Iudícibus: Teoria da Contabilidade. São Paulo, Atlas, 1980.
Luiz Koshiba e Denise Pereira: História do Brasil. 5 ed. São Paulo. Atlas, 2006. Antônio Lopes de Sá:
História Geral da Doutrinas da Contabilidade, São Paulo, Atlas, 1997.
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somam-se as mais variadas competências e habilidades para atender com esmero a


quem solicitar seus préstimos.
A Contabilidade disponibiliza neste século muitas áreas de atuação para
este profissional:
a) Planejamento Empresarial: planejador tributário; analista financeiro;
contador geral; auditor interno; contador de custos; contador gerencial; atuário.
b) Ensino: Professor; pesquisador; escritor; conferencista.
c) Autônomo: auditor independente; consultor; empresário contábil;
investigador contábil; perito de fraudes.
d) Em órgão público: contador público; agente ou auditor fiscal; tribunal de
contas; oficial contador e outros cargos públicos.
Mas o que faz esse profissional? Como é o processo de trabalho exigido
pela legislação?
Segundo SÉRGIO DE IUDÍCIBUS (2000, p. 23), o objetivo básico da
contabilidade “[...] pode ser resumido no fornecimento de informações econômicas
para os usuários, de forma que propiciem decisões racionais”. Para isso, “[...] seria
necessário um conhecimento do modelo decisório do usuário, a fim de delinear o
conjunto e informações pertinentes”.
Conforme MÁRCIA MARTINS MENDES DE LUCA (1998, p. 20), a
contabilidade é um elemento essencial a qualquer organismo econômico, visto que
demonstra as necessidades e transformações econômicas pelas quais ele passa.
Assim, estas informações, norteadoras para o bom desempenho de qualquer
instituição organizada, são distribuídas via relatórios contábeis a todas as pessoas
envolvidas com o processo de crescimento da empresa, para que as tomadas de
decisões sejam executadas de forma consistente e eficiente.
Nesse sentido, a contabilidade constitui um sistema de informação e
avaliação para a tomada de decisões de uma empresa, já que fornece aos seus
usuários demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de
produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização.
A tomada de decisões desempenha um papel relevante na contabilidade.
Sua importância tem sido ressaltada frequentemente nas definições dos objetivos da
contabilidade. Entretanto, para que a contabilidade consiga atender a esse objetivo

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e, consequentemente, as necessidades dos seus usuários, mister se faz que essa


informação seja útil, oportuna, tempestiva, confiável e relevante.
Mais uma vez quem relata com propriedade a situação é SÉRGIO DE
IUDÍCIBUS (2000, p. 19) ao dizer que a contabilidade pode ter seus objetivos
estabelecidos considerando-se duas abordagens: na primeira ela deve fornecer
informações iguais para todos os usuários; na segunda a contabilidade precisa dar
informações diferenciadas conforme a necessidade individual de cada um.
Ele sugere, ainda, uma terceira abordagem em que a contabilidade comporia
um banco de dados com informações contábeis permitindo que cada usuário possa
acessá-lo de forma flexível, ou seja, consiga extrair dados para atender sua vontade
ou seus parâmetros.
A dificuldade identificada sempre recai sobre o usuário da informação
contábil (principalmente o interno), pois fazer uma avaliação do modelo de cada tipo
de tomador de decisão seria impraticável dentro da Teoria da Contabilidade.
A contabilidade, como ferramenta voltada para o fornecimento de
informações, tem no seu bojo a preocupação com o usuário, pessoa que irá receber
o produto informação. A importância do usuário esta explícita em várias definições
de contabilidade e em seus objetivos.
A tomada de decisões, quase sempre, é estudada na visão do investidor e
do credor, ambos usuários externos. Raramente é enfocada sua utilidade para o
gestor (usuário interno).
Desse modo, conforme JONI YOUNG (2006), os relatórios e as práticas
contábeis, ao longo do tempo, foram sendo definidos para atender somente a esse
tipo de usuário.
Cada tomador de decisão julga, por sua vez, qual informação contábil é útil,
e este julgamento é influenciado por fatores como: os tipos de decisão a serem
tomadas, os métodos de decisão a serem usados, a informação obtida através de
outras fontes e a capacidade do tomador de decisões em processar a informação.
Considerando a contabilidade como fornecedora de informações, KIRSI-
MARI VIHERMAA (2008) destaca que a identificação destes usuários e das
finalidades, pelas quais estes necessitam destas informações, afeta os métodos de

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coleta, mensuração e transmissão das informações contábeis. Neste sentido, a


autora identifica três grupos de usuários da informação contábil:
a)Gestores: As informações contábeis se destinam a auxiliar o processo
decisório;
b)Stakeholders: Geralmente, estão interessados nas informações
econômicas e financeiras de uma entidade;
c) Governos: As informações são utilizadas para fins de tributação e/ou
regulamentação.
Neste mesmo sentido, HORNGREN, SUNDEM e STRATTON (2004, p. 4)
descrevem que, sendo o objetivo da contabilidade auxiliar na tomada de decisão,
três seriam os grupos dos usuários das informações contábeis:
1. Gestores internos que usam a informação para o planejamento e controle,
a curto prazo, de operações rotineiras.
2. Gestores internos que usam a informação para tomar decisões não
rotineiras (por exemplo, investir em equipamentos, determinar o preço de produtos e
serviços, decidir a que produtos dar relevo ou não) e formular as políticas gerais e
planos de longo prazo.
3. Usuários externos, tais como investidores e autoridades governamentais,
que usam a informação para tomar decisões a respeito da empresa.
As formas como estes grupos utilizam as informações contábeis, permitem a
classificação destas em duas categorias:
i) Informações gerenciais: transmitem conteúdos que auxiliam os gestores
em suas tarefas organizacionais, em especial, no processo decisório;
ii) Informações financeiras: transmitem conteúdo sobre os fenômenos
econômicos da entidade.

2.2 A importância das informações contábeis no processo decisório


A contabilidade é uma das responsáveis por fornecer informações sobre a
gestão das organizações. As informações contábeis assumem relevância primordial
na tomada de decisões acertadas, visto que fornecem análises temporais,
avaliações e subsídios para diversas circunstâncias, envolvendo o patrimônio da
empresa.

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Estas informações influenciam as tomadas de decisão, motivando os


membros de uma organização a agirem visando atingir as metas e os objetivos
desta. Entretanto, conforme atesta a literatura estrangeira, de acordo com ADELA
DEACONU, CRINA FILIP E ANUTA BUIGA (2008, p. 1), as informações contábeis
somente serão utilizadas nas tomadas de decisões, se os usuários puderem avaliar
a qualidade dessas informações.
Segundo ELDON HENDRIKSEN e MICHEL VAN BREDA (1999, p. 135), é
necessário estudar como os usuários das informações contábeis tomam decisões
para que, ao determinar como isso ocorre, sejamos capazes de deduzir que
informação teria mais valor para eles. No estudo das decisões tomadas pelos
usuários, bem como do impacto dessas decisões sobre o fornecimento de
informações, os teóricos da contabilidade têm adotado dois enfoques: normativo e
positivo.
Ainda de acordo com esses autores, é importante estudar o enfoque
positivo, que consiste em perguntar como as pessoas realmente tomam decisões,
pois este enfoque permite identificar a informação que é mais útil.

2.3 O operador do Direito Tributário


Os operadores do Direito Tributário, entendendo-se estes como os
contadores tributários, juristas, auditores e quaisquer outros que lidam com as
questões fiscais, precisam continuamente interpretar normas tributárias com
marcante presença de conceitos contábeis.
Para contribuir e fazer fluir as suas interpretações e decisões, é preciso
compreender como a linguagem contábil se insere no conjunto das normas jurídicas,
ou seja, como ela se deforma, transforma e ganha perfil de juridicidade (MARTINEZ,
2010).
Para qualquer operador do Direito Tributário, bem como para profissionais
contábeis que enfrentam as questões tributárias, a contabilidade tem papel da maior
relevância, constituindo, entre outros aspectos:
i) meio de prova de eventos tributários;
ii) elemento estrutural na fenomenologia da incidência tributária;
iii) fundamento para deveres instrumentais (obrigações acessórias).

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Em vários tributos do sistema brasileiro, a linguagem contábil permeia de


forma marcante o fenômeno da incidência tributária; assim, torna-se crucial entender
como essa linguagem contábil irá adaptar-se à linguagem jurídica.
A contabilidade desempenha papel relevante tanto no Direito Tributário
Substantivo - na definição do objeto do comportamento (pagamento do tributo),
identificando e mensurando as variações patrimoniais - quanto no Direito Tributário
Formal - servindo para prescrever deveres instrumentais associados à escrituração
contábil-fiscal. A linguagem contábil permeia com tamanha intensidade as relações
jurídicas em geral, que, provavelmente, a Contabilidade seja área de conhecimento
não jurídico das mais juridicizadas, circunstância normalmente reconhecida pelos
próprios profissionais da área contábil (MARTINEZ, 2010).
A linguagem contábil possui fundamentalmente função descritiva, voltada
prioritariamente a relatar todos os eventos econômicos que têm reflexo sobre o
patrimônio de determinada entidade. Na descrição das transações econômico-
financeiras, a linguagem contábil procura, através de seus métodos e
procedimentos, evidenciar estática e dinamicamente o que ocorreu com o
patrimônio, bem como descrever o valor do conjunto patrimonial em determinado
período e como este variou entre um período e outro.
O Direito e a Contabilidade são áreas do conhecimento que caminham
juntas e se complementam desde longa data, acompanhando a evolução da
sociedade. A Contabilidade, orientada para o controle e registro dos atos e fatos da
administração econômica, serve como ferramenta para, entre outras funções, a
prestação de contas entre sócios ou às autoridades responsáveis pela arrecadação
de tributos.
Nesse contexto, verifica-se que, na prática, a linguagem contábil, além das
normas e princípios próprios da Contabilidade, mantém fortes laços com
instrumentos normativos presentes no Direito Positivo. Justifica-se, portanto, a
necessidade de os operadores do Direito conhecerem o sentido jurídico da
linguagem contábil.
A Contabilidade, como técnica informativa financeira, tem servido como meio
de prova idôneo no campo jurídico.

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Já no mundo antigo, o Direito utilizava os informes contábeis como meio


probatório nos contratos de crédito. Com o surgimento do Direito Mercantil, durante
a Idade Média, nas prósperas cidades italianas, o Direito passa a normatizar de
forma mais aprofundada a Contabilidade. O Direito, nessa fase da história,
regulamentou as formas pelas quais a técnica contábil poderia ser utilizada como
meio de prova, e instituiu a obrigação da escrituração contábil, atitude que se
conserva até nossos dias (GERTZ MANERO, 1969 citado por MARTINEZ, 2010).
Desde o final do século XVIII, no campo do Direito Público, em particular do
Direito Tributário, a técnica contábil se converteu no instrumento mais usado para
computar os créditos fiscais e para a satisfação das necessidades do erário.
Outros ramos do Direito (penal, trabalhista e civil) utilizam as técnicas
contábeis para seus objetivos particulares, pela legislação expressa que trata de
aspectos contábeis.
Esse conjunto de instrumentos jurídicos prescritivos que regulam a técnica
contábil pode, com finalidades didáticas, ser classificado como um ramo próprio do
Direito, sendo definido a priori pelo fato de tais instrumentos terem um objeto
comum: a normatização da técnica contábil. É possível dizer que o Direito Contábil,
“segmento” do Direito, tem como conteúdo a ordem normativa que trata da
linguagem contábil (conhecimento contábil) juridicizada (VIANDIER, 2003 apud
MARTINEZ, 2010).
Adota-se aqui a doutrina segundo a qual o Direito é uno e interligado, sendo
irrelevantes as supostas “autonomias científicas” dos seus diversos ramos. Portanto,
a identificação do Direito Contábil tem como propósito definir um espaço do saber
jurídico, didaticamente identificado. Entretanto, ressalte-se que esse aspecto não
compromete a visão sistêmica, nem o cânone da unidade, sobre o qual urge analisar
o Direito. Adicionalmente, o Direito Contábil, como todos os demais “segmentos” do
Direito, funda-se na Teoria Geral do Direito.
Podemos dizer que o Direito Contábil está na intersecção do Direito e da
Contabilidade, ou seja, entre os conhecimentos jurídicos e os conhecimentos
contábeis.
O Direito Contábil Positivo é, então, o conjunto de instrumentos jurídicos
prescritivos que regulam a técnica contábil, constituindo, para fins didáticos, ramo

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autônomo do Direito, em virtude da unidade que se obtém da análise de um tema


comum: a técnica contábil. Entre os aspectos aos quais o Direito Contábil se reporta,
cabe destacar:
i) a obrigatoriedade da escrituração contábil;
ii) a contabilidade como meio de prova;
iii) a elucidação dos conceitos contábeis (LAUZAINGHEIN et al. 2004 citado
por MARTINEZ, 2010).
Nesse contexto, a Ciência do Direito Contábil trataria do conjunto de
enunciados declarativos que têm como propósito descrever o conjunto das normas
jurídicas contábeis.
Essa ciência estudaria o conteúdo das normas jurídicas contábeis, em
concepção sistêmica para o Direito. O cientista do Direito Contábil deve fazer
considerações críticas do direito-objeto (e portanto de sua linguagem). Ao refletir
sobre a natureza do objeto do Direito Contábil, ele constrói o que poderia ser
entendido como a doutrina jurídico-contábil.
É importante ter em vista que a Contabilidade estuda os fatos que produzem
variações patrimoniais, classificando-os de modo a fornecer elementos para a
orientação da riqueza.
Alguns dos métodos do qual ela se serve foram juridicizados, o que se
justifica pela necessidade de salvaguardar os direitos individuais decorrentes das
relações jurídicas.
Os métodos usados pela Contabilidade para registrar fatos contábeis de
interesse jurídico sofrem as limitações impostas pelas leis e demais instrumentos
normativos.
Segundo ANGELIS (2008, p. 20 citado por MARTINEZ, 2010), “os fatos
contábeis não serão jurídicos enquanto não ingressarem pela porta do Direito, como
fontes materiais. Um fato contábil e um dever de natureza contábil são irrelevantes
na esfera jurídica se não se materializarem em linguagem jurídica competente”.
O Direito incide sobre os fatos contábeis, mas a natureza destes é diferente,
pois a Contabilidade tem por objeto essencial a grandeza econômica do patrimônio e
suas variações em face dos atos de gestão, enquanto o Direito aprecia os
fenômenos do ponto de vista da harmonia social.

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Portanto, podemos inferir que nem todas as relações de Direito


correspondem a fatos contábeis e nem todos os fatos contábeis criam relações
jurídicas novas.
São bastante estreitas as relações da Contabilidade com várias das
subáreas do Direito. O Direito Comercial e o Direito Societário - o segundo,
principalmente – contêm normas de escrituração aplicáveis a todas as empresas.
O Direito Industrial e a Legislação Trabalhista devem ser consultadas em
assuntos ligados à contabilidade de custos.
Os diversos ramos do Direito Público, particularmente o Direito
Constitucional e o Direito Administrativo, estabelecem normas que devem ser
seguidas na escrituração das operações de contabilidade pública. No Direito
Processual, no Direito Penal e, principalmente, no Direito Tributário, encontramos
normas que a contabilidade não pode ignorar.

2.4 Normas Brasileiras de Contabilidade


As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) constituem-se num conjunto
de regras e procedimentos de conduta que devem ser observados como requisitos
para o exercício da profissão contábil, bem como os conceitos doutrinários,
princípios, estrutura técnica e procedimentos a serem aplicados na realização dos
trabalhos previstos nas normas aprovadas por resolução emitidas pelo Conselho
Federal de Contabilidade (CFC).
As Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo CFC devem seguir os
mesmos padrões de elaboração e estilo utilizados nas normas internacionais e
compreendem as Normas propriamente ditas, as Interpretações Técnicas e os
Comunicados Técnicos.
As Normas Brasileiras de Contabilidade classificam-se em Profissionais e
Técnicas e estabelecem preceitos de conduta profissional e padrões e
procedimentos técnicos necessários para o adequado exercício profissional.
A Interpretação Técnica tem por objetivo esclarecer a aplicação das Normas
Brasileiras de Contabilidade, definindo regras e procedimentos a serem aplicados
em situações, transações ou atividades específicas, sem alterar a substância dessas
normas.

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O Comunicado Técnico tem por objetivo esclarecer assuntos de natureza


contábil, com a definição de procedimentos a serem observados, considerando os
interesses da profissão e as demandas da sociedade.
A inobservância às Normas Brasileiras de Contabilidade constitui infração
disciplinar sujeita às penalidades previstas nas alíneas de “c” a “g” do art. 27 do
Decreto-Lei nº 9.295/46, alterado pela Lei nº 12.249/10, e ao Código de Ética
Profissional do Contador.

2.5 Princípios contábeis


Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e
teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento
predominante nos universos científico e profissional.
Considerando a estrutura conceitual básica da Contabilidade, SÉRGIO DE
IUDÍCIBUS; JOSÉ CARLOS MARION (2000, p. 97) e outros estudiosos os
classificam em postulados, princípios e convenções.
Os postulados são premissas básicas para existência da contabilidade, ou
seja, são a base para a existência da contabilidade, ou ainda, uma proposição ou
observação de certa realidade que pode ser considerada não sujeita a verificação.
De acordo com EDSON CORDEIRO DA SILVA (2008) não precisam ser
comprovadas, porque ocorre uma aceitação geral por parte das pessoas.
Os postulados são considerados pela Resolução n.º 750/1993 – CFC como
Princípios Fundamentais e são compostos de:
• Entidade Contábil: a pessoa física ou jurídica para quem é mantida a
contabilidade. O Patrimônio da entidade não se confunde com o dos seus
sócios.
• Continuidade: o trabalho contábil é contínuo. Refere-se à entidade que está
funcionando com prazo indeterminado.
Os princípios orientam quanto aos procedimentos que devem ser seguidos
na realização dos registros contábeis; são preceitos básicos.
As convenções delimitam o campo de atuação dos princípios, estabelecendo
critérios a serem observados na aplicação dos mesmos.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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17

Os princípios contábeis adotados nas Normas Brasileiras de Contabilidade


não se opõem aos da estrutura conceitual básica da Contabilidade. No entanto,
estes apresentam maior abrangência e classificação científica, sendo, portanto, mais
completos e mais específicos em relação a atuação do contador.
Os princípios Fundamentais de Contabilidade são aqueles elencados no art.
3º da Resolução citada anteriormente. Prescreve ainda o § 2º, do art. 1º, da mesma
norma que “na aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade há
situações concretas e a essência das transações deve prevalecer sobre seus
aspectos formais”. Ou seja, a cada situação o contabilista deve analisar se a forma
jurídica confere com a essência econômica do fato contábil. Caso não confira a
essência deve prevalecer sobre a forma. Alguns autores consideram essa assertiva
como um princípio “embrionário”.
De acordo com HERALDO DA COSTA REIS (1995, p. 7), os princípios
contábeis constituem a essência das doutrinas e teorias relativas à ciência da
contabilidade, segundo entendimento dominante no universo científico profissional
brasileiro.
CHARLES HORNGREN (1985, p. 394), por sua vez, afirma que os princípios
contábeis transformaram-se em princípios de aceitação geral por consenso, sendo
ainda que tal consenso não é influenciado somente pela análise lógica formal, mas
também pela experiência, pelo uso e pela necessidade prática.
Segundo SÉRGIO DE IUDÍCIBUS (2004), as convenções contábeis
delimitam ou qualificam melhor o tipo de comportamento necessário do contador em
face dos amplos graus de liberdade que os postulados e princípios lhe permitem
exercer. São restrições que representam o complemento dos postulados e princípios
delimitando-lhes conceitos e atribuições (IUDÍCIBUS; MARION, 2000, p. 121). São
normas de caráter prático que devem ser consideradas como guias.
Conservadorismo, Consistência, Materialidade e Objetividade são as quatro
convenções aceitas pelos doutrinadores.
Os princípios são aplicáveis à contabilidade no seu sentido mais amplo de
ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades.

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São Princípios de Contabilidade2:


Princípio da Entidade Reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade
e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da
diferenciação de um Patrimônio particular no universo
dos patrimônios existentes, independentemente de
pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma
sociedade ou instituição de qualquer natureza ou
finalidade, com ou sem fins lucrativos.
Princípio da Pressupõe que a Entidade continuará em operação no
Continuidade futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos
componentes do patrimônio levam em conta esta
circunstância.
Princípio da Refere-se ao processo de mensuração e apresentação
Oportunidade dos componentes patrimoniais para produzir
informações íntegras e tempestivas.
Princípio do Registro Determina que os componentes do patrimônio devem
pelo Valor Original ser inicialmente registrados pelos valores originais das
transações, expressos em moeda nacional.
Princípio da Determina que os efeitos das transações e outros
Competência eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se
referem, independentemente do recebimento ou
pagamento. O Princípio da Competência pressupõe a
simultaneidade da confrontação de receitas e de
despesas correlatas.
Princípio da Prudência Acontecerá concomitantemente com o princípio da
competência, conforme estabelecido no § 2º da
mencionada Resolução, quando resultará, sempre,
variação patrimonial quantitativa negativa, ou seja,

2
A partir de 02.06.2010, Os “Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC)”, citados na Resolução
CFC nº 750/93, passam a denominar-se “Princípios de Contabilidade (PC)”, por força da Resolução
CFC 1.282/2010.

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reduzirá o patrimônio líquido.


O emprego deste princípio não deve levar em conta
situações como: manipulação de resultados, com
criação de despesas, receitas e provisões indevidas;
pelo contrário, deve assegurar a inexistência de valores
artificiais, de interesse de certas pessoas,
principalmente os administradores e controladores,
aspecto muito relevante nas entidades integrantes do
mercado de capitais.

A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da


profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de
Contabilidade (NBC).
Por exemplo, o princípio de competência, que exige o registro das receitas e
despesas no período que ocorrerem, não pode ser substituído por adoção do regime
de caixa (onde as receitas e despesas são registradas somente por ocasião de seu
pagamento) (ZANLUCA, 2012).
As convenções contábeis determinam limites no procedimento de atuação
do contador; definem e até alteram parcialmente o conteúdo dos princípios,
melhorando mais seu significado. São características das convenções contábeis:
Objetividade - os registros contábeis têm que estar suportados por
documentos que geram transações ou evidências que ajudam na avaliação.
Materialidade - toda informação contábil origina um custo e só tem sentido
executar a informação se o benefício (o usuário ou sistema) representar um
valor maior que o custo da informação (papel, equipamento, salários,
encargos etc.) registrado pela contabilidade, por exemplo: pequenos valores
gastos com passagens de ônibus, metrô, postagens de correspondências,
entre outros, podem acarretar vários lançamentos contábeis; então, para
evitar um grande número de registros, faz-se periódica, semanal, quinzenal
ou mensalmente, um único lançamento desses lançamentos, sempre
considerando a documentação que suporta tais gastos.

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Consistência - significa que, uma vez adotado determinado critério contábil,


não deverá ser mudado sem um motivo sério e em períodos apropriados para
tal modificação; por exemplo, se a empresa escolhe um tipo de controle de
estoque com base no critério de apuração do custo, como, por exemplo, custo
médio, PEPs etc., consistentemente, deverá utilizar esse tipo de controle pelo
menos até terminar o período (exercício social) de maneira que não
comprometa a qualidade das informações contábeis já apuradas.
Conservadorismo - manter a coerência na comunicação das informações;
uma boa conduta do contador é a de se resguardar para não gerar
expectativas futuras que possam não se cumprir. Segundo os Princípios
Fundamentais da Contabilidade (PFC), a contabilidade escolherá o que
apresentar o menor valor atual para o ativo e o maior para as obrigações
representadas no passivo (SILVA, 2008).

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UNIDADE 3 – ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL/TRIBUTÁRIA


Para que a Contabilidade atinja um dos seus objetivos que é de apresentar
uma demonstração correta, torna-se necessário que, em cada operação, o raciocínio
seja o mesmo, isto é, cada operação que a empresa faz deve ter origem e fim.
Antes de abordar os aspectos legais, é importante ressaltar que sem
escrituração não há contabilidade, sem contabilidade não há gestão e sem gestão o
empresário fica sujeito a grandes problemas em função da responsabilidade
assumida com governo, fornecedores e funcionários. Não fazer escrituração é
aventurar-se e são poucas as chances de sucesso.
A legislação estabelece tratamentos diferentes para as empresas em função
do seu porte e ramos de atividade. As micro e pequenas empresas têm atenção
especial no sistema tributário, estando dispensadas de algumas formalidades, no
entanto devem escriturar os fatos contábeis, pois a contabilidade não é feita
exclusivamente para o fisco.
A Contabilidade é o principal instrumento da gestão patrimonial e deve
atender aos interesses de todos os usuários da informação contábil. Obviamente
que a principal aplicação da contabilidade é o campo gerencial, mas pela grande
diversidade de usuários ela deve assumir uma posição de independência.
Notadamente, há conflitos entre as necessidades dos empresários e as
necessidades do governo na produção das informações contábeis. Por uma
parte, a contabilidade é reconhecida pela grande importância em todas as entidades,
por outra parte, recebe uma demasiada carga de regulamentações governamentais.
As instituições financeiras e as companhias de capital aberto estão sujeitas
às regulamentações da Lei n. 6404/76 e vinculadas às normas expedidas pela
Comissão de Valores Mobiliários. Em princípio essas instituições são mais
regulamentadas por exercerem importante papel na economia através da capitação
de recursos no mercado financeiro, mediante a venda de ações nas Bolsas de
Valores. Daí a necessidade e a importância da auditoria independente para
assegurar a veracidade e transparência das peças contábeis.
Segundo o art. 177 da Lei n. 6404/76 com algumas inclusões dadas pela Lei.
11.638/07, a escrituração da companhia será mantida em registros permanentes,
com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta lei e aos princípios de
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contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis


uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de
competência.
§ 1º As demonstrações financeiras do exercido em que houver modificação
de métodos ou critérios contábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá-la em nota e
ressaltar esses efeitos.
§ 2º A companhia observará em registros auxiliares, sem modificação da
escrituração mercantil e das demonstrações reguladas nesta lei, as disposições da
lei tributária, ou de legislação especial sobre a atividade que constitui seu objeto,
que prescrevam métodos ou critérios contábeis diferentes ou determinem a
elaboração de outras demonstrações financeiras.
§ 3° As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão,
ainda, as normas expedidos pela Comissão de Valores Mobiliários e serão
obrigatoriamente auditadas por auditores independentes registrados na mesma
comissão.
§ 4° As demonstrações financeiras serão assinadas pelos administradores e
por contabilistas legalmente habilitados.
A lei. 11.638/07 incluiu ainda a necessidade de registrar as demonstrações
financeiras em livros auxiliares, sem modificação da escrituração mercantil.
Resumindo, a criação de uma nova possibilidade, além da que já estava
prevista na Lei da S/A, de segregação entre a escrituração mercantil e a
escrituração tributária, pois agora há a alternativa de adotar as disposições da
legislação tributária na escrituração mercantil, e não apenas em livros auxiliares.
Para isso, após a apuração da base de cálculo para a tributação, devem ser
efetuados os ajustes necessários para que as demonstrações financeiras fiquem em
consonância com a Lei das S/A e os princípios fundamentais da contabilidade e
estas demonstrações deverão ser auditadas pelo auditor independente registrado no
CVM.

3.1 Mecanismo de contas


O método utilizado para registrar os fatos contábeis é o Método das Partidas
Dobradas, inventado no século XIV e que veio sendo aperfeiçoado ao longo dos

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séculos, consistindo em fazer débitos e créditos no mesmo valor para cada


operação. A cada débito deve corresponder um ou mais créditos no mesmo valor do
débito e vice versa ou, para cada crédito, deve corresponder um ou mais débitos no
mesmo valor do crédito.
A funcionalidade desse método requer algumas regras, como:
Débitos Créditos
Aumentam as contas do ativo Diminuem as contas do ativo
Diminuem as contas do passivo Aumentam as contas do passivo
Diminuem as contas do Aumentam as contas do
patrimônio líquido patrimônio líquido

De forma bem simplificada: para lançamento a débito, deve corresponder um


lançamento a crédito e vice versa.
Inúmeros autores são unânimes em afirmar que o método das partidas
dobradas permite a visualização da situação de uma certa entidade no presente
mediante o registro dos fatos passados ao longo da vida da empresa. Outras
vantagens apontadas são:
O método fornece mecanismos para evitar erros devido à dualidade
necessária.
É fundamental uma contabilidade sistemática e em ordem de transações para
se empregar o método.
Este método diz que todo débito corresponde a um crédito de mesmo valor;
isso significa que em todo lançamento contábil são usadas, no mínimo, duas contas,
uma de débito e outra de crédito do mesmo valor.
Geralmente usa-se o razonete em T como mostra a ilustração abaixo:
Conta
Débito Crédito

O razonete é empregado principalmente para fins didáticos. Ele mostra


todos os valores lançados a débito, lado esquerdo do “T” e/ou a crédito, lado direito,
da conta num certo período, além do respectivo saldo, indicado no lado esquerdo, se

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for devedor, ou no lado direito, se credor. O razonete nada mais é que uma razão
simplificada.
Assim sendo, a conta devedora é sempre inscrita em primeiro lugar e ocupa
a coluna da esquerda, enquanto a conta credora é sempre inscrita em segundo lugar
e ocupa a coluna da direita. A conta credora deve estar antecipada pela partícula
“a”. A soma dos valores dos débitos deve ser sempre igual à soma dos valores dos
créditos (SANTOS et al, 2004).
A conta é uma denominação contábil para um fato acontecido, ele pode ser
repetitivo e ter a mesma natureza. Existem contas Patrimoniais (ativo, passivo e
patrimônio líquido) e as contas de resultado (receitas, custos, despesas, perdas e
ganhos).
Em outras palavras e ao mesmo tempo reforçando o dito, quando se trata de
débito e crédito, temos alguns tipos de conta:
Contas do ativo - o ativo está do lado esquerdo do balanço patrimonial; então, os
lançamentos a débito das suas contas aumentarão seus saldos e os lançamentos a
crédito os diminuirão.
Contas do passivo - essas contas possuem natureza credora. O passivo está do
lado direito do balanço patrimonial; então, os lançamentos a crédito das suas contas
aumentarão seus saldos e os lançamentos a débito os diminuirão.
Contas de receita - essas contas possuem natureza credora. Se uma empresa tem
receitas maiores do que as despesas, representam lucro; isso significa que houve
aumento de riqueza líquida, que equivale ao patrimônio líquido positivo.
Contas de despesa - essas contas possuem natureza devedora. Se uma empresa
tem despesas maiores do que as receitas, representarão prejuízo; isso significa que
diminuirão a riqueza líquida e que afetarão o patrimônio líquido de forma negativa.
Enfim, as contas registram as variações patrimoniais, mostram as espécies
de fatos contábeis que determinaram as modificações no resultado.

3.2 Lançamentos contábeis


O lançamento representa um registro de um fato contábil considerando o
método das partidas dobradas; é feito em ordem cronológica e seguindo as normas
e os princípios contábeis. O lançamento é uma parte da escrituração.
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Os principais elementos do lançamento são: data de operação; conta


debitada; conta creditada; histórico e valor em moeda nacional.

3.3 Métodos de escrituração


Por definição, escrituração é o registro dos fatos patrimoniais de forma
contínua e metódica, tendo como apoio a documentação relativa a estes fatos; isto
é, o conjunto de lançamentos contábeis.
A escrituração completa é composta pelos lançamentos contábeis e pelas
demonstrações financeiras elaboradas no encerramento de cada exercício social,
podendo ser manual, mecanizado ou por processamento de dados.
Todo lançamento deve estar apoiado em documentos hábeis e idôneos e
adequados ao tipo de operação, na sequência temos o Registro dos fatos no livro
Diário; Transcrição dos registros para o livro Razão; Elaboração do Balancete de
Verificação; Apuração do Resultado e elaboração das demonstrações contábeis
(Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício), transcrevendo-se
estas demonstrações no livro Diário.
As demonstrações pode-se definir como o processo de prestação de
informações úteis, oportunas e adequadas, conforme a necessidade do usuário.
A escrituração contábil de uma companhia é exigida pela legislação
comercial. A legislação do Imposto de Renda, artigo 251 do Regulamento do
Imposto de Renda (RIR/99) e artigo 177, § 22, Lei nº 6.404/76, estabelece que a
pessoa jurídica sujeita à tributação baseada no lucro real deve conservar os
registros contábeis, observando as leis comerciais e fiscais, as quais devem constar
todas as transações feitas pela empresa, os resultados apurados nas atividades em
todo o território nacional, apresentando lucros, rendimentos e ganhos de capital
auferidos no exterior (BARROS, 2003).
Vale a pena ressaltar que a legislação do Imposto de Renda estabelece três
maneiras de tributação dos rendimentos das pessoas jurídicas e das empresas
individuais a elas equiparadas (SANTOS et al , 2004):
Declaração de rendimentos com base no lucro real (anual ou trimestral).
Declaração de rendimentos com base no lucro presumido.
Declaração de rendimentos com base no lucro arbitrado.

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As empresas que têm filiais, sucursais ou agências podem ter contabilidade


descentralizada, se assim desejar. Se a empresa optar pela descentralização,
deverá, ao final de todo mês, incorporar na escrituração da matriz os resultados dos
demais estabelecimentos, segundo o artigo 252 do RIR/99 (BARROS, 2003).
A escrituração deve ser totalmente preenchida em idioma e moeda corrente
nacionais, com individualização e clareza, por ordem cronológica de dia, mês e ano,
sem intervalos em branco nem entrelinhas, borraduras, rasuras, emendas e
transporte para as margens. Devem ser também observados os métodos e critérios
contábeis uniformes no tempo, com obediência às disposições legais e aos
princípios fundamentais de Contabilidade.
Os registros contábeis têm que ser consistentes e baseados nos
documentos, livros, papéis, geradores dos registros. A empresa deve seguir os
princípios e as técnicas estabelecidas pela contabilidade; pois a fiscalização
verificará se a empresa segue as regras e os padrões contábeis. Quanto aos erros
cometidos, deverão ser corrigidos mediante lançamento de estorno, transferência ou
complementação.
Em relação aos registros contábeis necessários para atender à legislação
tributária, referente à determinação do lucro real, quando não devem, por sua
natureza completamente fiscal, considerar a escrituração comercial, ou forem
diferentes dos lançamentos dessa escrituração, são realizados no Livro de Apuração
do Lucro Real (LALUR), ou em livros auxiliares (SILVA, 2008).

3.4 Livros societários e fiscais


A escrituração comercial deve ter uma ordem uniforme, usando livros e
papéis adequados, cujo número e espécie ficam a critério da pessoa jurídica; ela
pode ser mecanizada ou manual, conforme o artigo 257 do RIR/99.
As empresas, de modo geral, são obrigadas a usar e a manter uma série de
livros obrigatórios por exigência da legislação mercantil, tributária, trabalhista e
Previdenciária.
Os registros contábeis são feitos nos conhecidos livros de escrituração, local
em que a empresa lança todos os fatos administrativos. Os principais livros de

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escrituração usados pela contabilidade são o diário e o razão, porém existem outros
livros que são também obrigatórios.
Os livros contábeis obrigatórios são os seguintes:
Livro diário - legislação comercial.
Livro razão - legislação fiscal.
Livros societários exigidos por lei das sociedades par ações (Lei nº 6.404/76,
artigo 100) - registro de ações nominativas, livro de transferência de ações
nominativas, atas das assembleias gerais, presença dos acionistas, atas das
reuniões da diretoria, atas e pareceres do conselho fiscal, registro de partes
beneficiárias nominativas, livro de transferência de partes beneficiárias
nominativas, atas de reuniões do conselho de administração.
Livros fiscais (quando aplicável) - registro de inventário, registro de entradas
(compras), livro de Apuração do Lucro Real do Imposto de Renda (LALUR),
registro permanente de estoque, e razão auxiliar (controle patrimonial), livros
de entradas, saídas e de apuração do ICMS, IPI, ISS etc.
Livros trabalhistas - registro de empregados e ocorrência e inspeção do
trabalho, entre outros.
Livros facultativos e auxiliares - razão auxiliar de clientes e razão auxiliar de
fornecedores e registro de duplicatas.
Algumas formalidades legais (quando for o caso) são exigidas para os livros
contábeis obrigatórios, tais como: devem ser encadernados, numerados e
rubricados em todas as suas folhas e registrados na Junta Comercial quando a
sociedade for comercial ou no Cartório de Registros Especiais quando a sociedade
for civil.
Possuirá termo de abertura e de encerramento, ressalvada a permissão de
utilizar fichas, o que revogou implicitamente a obrigação, no caso de encadernação.
Isso tudo se refere às formalidades extrínsecas para os livros obrigatórios contábeis.
As formalidades intrínsecas são:
• individualização e clareza;
• forma mercantil;
• ordem cronológica;
• registros contínuos e correntes.

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O emprego do livro diário é obrigatório e contém o registro básico de toda a


escrituração da contabilidade. Devem ser lançados, dia a dia, todos os atos ou
transações da atividade, ou que mudem ou possam vir a mudar a situação
patrimonial da empresa; deve também ser registrado na Junta Comercial (SILVA,
2008).
Ainda sobre as formalidades, por ser obrigatório, o Diário está sujeito às
formalidades legais extrínsecas e intrínsecas, ou seja, o livro Diário tradicional pode
ser substituído por fichas (contínuas, em forma de sanfona, soltas ou avulsas).
Porém, a adoção desse sistema não exclui a empresa de obediência aos requisitos
intrínsecos, previstos na lei fiscal e comercial para o livro Diário. As empresas que
utilizam fichas são obrigadas a adotar o livro próprio para a inscrição das
demonstrações financeiras.
O Livro Razão é um livro de grande utilidade para contabilidade porque
registra o movimento de todas as contas. A escrituração do livro Razão passou a ser
obrigatória a partir de 1991. Na Contabilidade moderna, o Razão é escriturado em
fichas.
O Livro Conta-Correntes é o livro auxiliar do Razão. Serve para controlar as
contas que representam Direitos e Obrigações para a empresa.
O livro Caixa também é auxiliar. Nele são registrados todos os fatos
administrativos que envolvam entradas e saídas de dinheiro.

3.5 Introdução ao estudo do patrimônio


O patrimônio é um conjunto de bens materiais e imateriais, direitos e
obrigações de uma entidade física ou jurídica. Os bens e direitos são estipulados
como os ativos da entidade e as obrigações ou dívidas são consideradas o passivo
da entidade. A diferença entre ativo e passivo é denominada patrimônio líquido.
Segundo GUALTER BARRETO (2003) os bens representam tudo o que
pode ser avaliado economicamente e que venha a satisfazer as necessidades do ser
humano.
Os bens podem ser classificados em:
1. Tangíveis, corpóreos, concretos ou materiais - eles existem como coisa ou
objeto. Exemplos: dinheiro, estoque, veículos, instalações, equipamentos etc.

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2. Intangíveis, incorpóreos, abstratos ou imateriais - não existem fisicamente,


porém significam uma aplicação de capital fundamental aos propósitos da
companhia, cujos valores são direitos de propriedade que são legalmente
conferidos aos seus detentores. Exemplo: marcas (Coca-Cola, Marlboro,
Windows, etc.); patentes (invenções de todos os tipos); direitos autorais;
ponto comercial; ações ou quotas de capital de outras companhias etc.
Os direitos são todos os valores recebidos de terceiros, que podem ser
vendas a prazo ou valores de nossa propriedade que se acham em posse de
terceiros, como, por exemplo, duplicatas a receber, aluguéis a receber, etc.
As obrigações representam as dívidas ou compromissos de qualquer tipo
assumidos diante de terceiros, como duplicatas a pagar, aluguéis a pagar, impostos
etc.
Considerando do ponto de vista contábil, o patrimônio tem dois aspectos:
1. Aspecto quantitativo - constituído pelas espécies de elementos que formam o
patrimônio, que correspondem a diversos tipos de bens econômicos
heterogêneos, como máquinas, edificações, dinheiro, valores a pagar e a
receber, estoques, entre outros.
2. Aspecto qualitativo - é avaliado em moeda e é representado pela diferença
aritmética entre os bens e direitos e as obrigações sob o âmbito econômico-
financeiro; isso se chama patrimônio líquido.

3.6 Fatos contábeis


São os eventos que provocam alterações no Patrimônio de Entidade e,
portanto, devem ser registrados pela contabilidade.
Existem fatos que modificam determinadas operações; esses fatos são
importantes, pois mudam o resultado operacional bruto de período correspondente,
tais como as compras e as vendas.
As receitas brutas de vendas e os serviços são compostos pelo produto da
venda de bens e o preço dos serviços prestados, enquanto as receitas líquidas de
vendas e os serviços equivalem às receitas brutas menos os impostos que incidem
sobre as vendas, as vendas canceladas e os abatimentos e/ou descontos
concedidos.

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Temos atos administrativos que são aqueles que não provocam alterações
nos elementos do Patrimônio ou Resultado, portanto, não interessam a
Contabilidade. Os fatos administrativos são os acontecimentos que de alguma forma
alteram o patrimônio das entidades, quer sob o aspecto qualitativo, quer sob o
aspecto quantitativo. Estes são chamados de fatos contábeis, por exemplo: emissão
de cheque, compra de veículos, etc.
Quanto aos fatos que modificam as compras, pode-se dizer que o custo das
mercadorias ou matérias-primas adquiridas para revenda ou industrialização
envolve:
a) O preço da aquisição de determinada compra, incluindo os gastos com
serviços aduaneiros.
b) O custo do transporte até o estabelecimento do comprador e o respectivo
seguro.
c) Os impostos devidos na aquisição ou importação com exceção do ICMS e IPI.
d) As devoluções de compras, compras anuladas, devolvidas ou canceladas.
e) Os descontos obtidos e/ou abatimentos sobre compras.
Todos esses custos descritos modificam os valores efetivos das compras.
Os fatos contábeis são classificados em:
Fatos permutativos - trocam os elementos patrimoniais (contas) do Ativo e/ou
do Passivo, ou somente do Patrimônio Líquido, sem que aconteça aumento
ou diminuição do Patrimônio Líquido (sem afetar o resultado); como exemplo
temos comprar mercadorias a vista (trocar bens por bens).
Fatos modificativos - modificam o Patrimônio Líquido por utilizar contas de
resultado em importância igual à que alterou o Ativo ou o Passivo, e são:
- aumentativos ou positivos quando ocasionam o aumento do Patrimônio
Líquido (+ PL);
- diminutivos ou negativos quando trazem diminuição ao Patrimônio Líquido
(- PL).
Fatos mistos (mistura dos fatos permutativos e modificativos – trocam os
elementos patrimoniais e, ao mesmo tempo, alteram o Patrimônio Líquido
(afetando o resultado) para mais ou para menos, e são:

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- aumentativos ou positivos quando ocasionam o aumento do Patrimônio


Líquido (+ PL);
- diminutivos ou negativos quando trazem diminuição ao Patrimônio Líquido
(- PL). (SILVA, 2008).

3.7 Aspectos legais da escrituração contábil


Hoje, a Contabilidade obedece a um critério consistente e uniforme de
escrituração, não apenas por determinação da Lei das Sociedades por Ações (Lei
n.° 6.404/76, alterada pela Lei n.° 9.457/97), e agora também pelos dispositivos do
Novo Código Civil (artigos 1.179 a 1.195 da Lei n.° 10.406/02, em vigor desde
11/01/2003), mas, outrossim, em obediência aos princípios e convenções
estabelecidos pelo CFC em suas Resoluções Técnicas, de modo a permitir ao
Contador, seja na condição de empregado seja na de profissional liberal, um correto
procedimento no exercício de sua profissão, mormente no que respeita à coleta,
classificação e registro de dados oriundos dos fatos contábeis, mediante um plano
de contas adequado e suficiente inclusive para implementar procedimentos das
áreas de Controle Interno, Auditoria Interna ou Externa, Perícias, Apuração e Análise
de Custos, Elaboração de Orçamentos, Avaliação e Controle Patrimonial è
elaboração das Demonstrações Contábeis (balanços), além de outras análises
econômico-financeiras nas diversas espécies de empresas (RIBEIRO, 2005).
E tudo porque, como concebido, o exercício regular da atividade
empresarial, a qual se constitui no núcleo básico da microeconomia derivada do
universo maior da Economia, pressupõe necessariamente uma contabilidade
organizada, rigorosamente em dia, capaz de gerar informações consistentes e a
cargo de profissionais habilitados, de modo a relevar os fatos de que precisa o
empresário moderno em suas tomadas de decisões.
Deste modo, a escrituração das operações realizadas pelo empresário
atende não só uma exigência legal, do ponto de vista das leis comerciais e fiscais,
como também à necessidade do próprio administrador empresarial que precisa
conhecer diariamente os resultados de seu próprio negócio a fim de corrigir o rumo
das suas decisões. Significa dizer que a escrituração contábil visa a atender no
mínimo três objetivos essenciais para o empresário-administrador:

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(a) servir de instrumento para sua tomada de decisões administrativas,


fiscais, financeiras e empresariais;
(b) constituir suporte para informações de interesse de terceiros, como os
sócios, fornecedores, investidores, bancos credores, órgãos públicos interessados
em licitar, entre outros; e; finalmente,
(c) servir ao Fisco, da respectiva entidade tributante, na verificação do
cumprimento da legislação tributária e das obrigações fiscais.
Em resumo, a escrituração tem funções gerencial, documental e fiscal,
destacando os elementos que formam o patrimônio aziendal e a tomada de decisões
(RIBEIRO, 2005).

3.8 A ideia da escrituração contábil como exigência fiscal


A escrituração contábil não é, portanto, como muita gente pensa, um
procedimento técnico que visa tão somente a atender uma exigência fiscal.
Enquanto que para a doutrina contábil qualquer empresa, comercial, industrial ou de
prestação de serviços, seja lá de que porte for, deve manter um mínimo de
contabilidade escriturada em livros próprios, para o Fisco, em especial para o
Imposto de Renda, o dever de escriturar só é atribuído à pessoa jurídica que se
sujeita à tributação pelo Lucro Real, como dispõe o art. 251 do Regulamento do
Imposto de Renda (RIR/99), editado pelo Decreto n° 3.000, de 26/11/1999, ou seja,
aquele lucro oriundo do resultado líquido do período de apuração, demonstrado pela
contabilidade, reajustado pelas adições de custos, despesas, encargos, provisões,
participações e outros valores não dedutíveis na determinação do lucro real, além de
resultados, rendimentos e outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido,
e pelas exclusões que poderão ser feitas do referido lucro líquido de valores cuja
dedução estejam autorizados pela legislação e que não precisam compor o lucro
real, assim como parte do prejuízo fiscal que também pode ser compensado
(RIBEIRO, 2005).
Ainda assim, a legislação do imposto de renda não interfere nos métodos ou
critérios adotados pelo contribuinte na configuração de sua contabilidade. O que
interessa para a fiscalização do Imposto de Renda é a forma como foi apurado o

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resultado ou lucro líquido final do período, o qual servirá de base de cálculo para o
imposto.
Portanto, o Fisco somente busca detectar irregularidades, omissões, fraudes
e crimes contra a ordem tributária, que deem causa a uma autuação fiscal,
independentemente do sistema contábil adotado pela empresa.
Por essa razão, e como a comprovar a flexibilidade do procedimento fiscal, a
lei prevê uma forma de tributação mais simplificada, do que a apuração pelo lucro
real, dispensando, em parte, a apuração contábil do resultado. É a chamada
tributação pelo Lucro Presumido, prevista nos artigos 516 e seguintes do
Regulamento do Imposto de Renda, na qual, a empresa pode manter escrituração
contábil para controle interno, embora, para efeitos fiscais, fique dela dispensada,
mantendo apenas Livro Caixa, além do Razão e Inventário para controle dos
estoques, afora mais algum livro fiscal obrigatório, dispensando a apuração do lucro
líquido a cada mês ou trimestre, para determinar o imposto de renda devido
(RIBEIRO, 2005).

3.9 Perícias Contábeis


É exatamente na atividade pericial, especialmente nas áreas cível, tributária,
trabalhista e previdenciária, que o Contador coloca-se no dever concreto de bem
interpretar o direito objetivo, posto que é através da resposta precisa que dá ao
quesito formulado sobre fato técnico que o juiz irá se louvar para concluir sua
decisão, não obstante não fica o juiz adstrito ao laudo pericial para formar sua
convicção, visto poder valer-se de outros meios de prova existentes nos autos.
Logicamente que descabe ao perito emitir juízo de valor em seu laudo e
muito menos formular interpretação jurídica de situações verificadas, devendo
apenas restringir-se à descrição do fato concreto tal como ele se apresenta, como
está registrado, observado ou mesmo calculado. Da mesma forma, quando levado a
produzir um cálculo trabalhista ou previdenciário, por exemplo, não deve ir além da
correta interpretação da respectiva lei, reproduzindo o cálculo correto ou
comparando-o com o realizado.
Essa é mais uma razão pela qual o Contador se obriga não só a conhecer
como também a interpretar corretamente os dispositivos da respectiva lei,

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especialmente nos casos em que demandam cálculos, muitas vezes complexos,


cuja execução só mesmo um técnico tem condições de determinar. É o caso dos
cálculos trabalhistas, cuja determinação depende da fiel interpretação dos
dispositivos da legislação, de modo a confirmar as verbas pleiteadas.
O mesmo ocorre na área previdenciária, visando a determinar a renda
mensal inicial de uma aposentadoria, o reajuste desse benefício de acordo com os
índices oficiais de atualização, ou o cálculo correto da contribuição devida, entre
outros casos, obrigando o profissional a estar sempre atualizado com a legislação
que lhe serve de base às suas perícias técnicas.

3.10 Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)


O Balanço Patrimonial, assim como as demais informações contábeis, deve
propiciar aos usuários uma base segura às suas decisões, pela compreensão do
estado em que se encontra a entidade, seu desempenho, sua evolução, riscos e
oportunidades que oferece.
Segundo o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a informação contábil
deve ser, em geral e antes de tudo, veraz e equitativa, de forma a satisfazer as
necessidades comuns a um grande número de diferentes usuários, não podendo
privilegiar deliberadamente a nenhum deles, considerando o fato de que os
interesses nem sempre são coincidentes.
O Balanço abriga as contas patrimoniais, ou seja, as contas de Ativo e
Passivo. No ativo as contas são dispostas em ordem de liquidez, ou ordem de
transformação de recursos em bens numerários, por isso todo balanço inicia com a
conta caixa (bens numerários) por já ser líquida; no passivo as contas são dispostas
em ordem de exigibilidade, que seria a ordem de preferência de pagamento ou
liquidação da dívida.
A apresentação do Balanço Patrimonial é obrigatória para todas as
empresas, salvo aquelas amparadas pelo regime de micro-empreendimentos, e
deve ser “levantado” anualmente ou em períodos inferiores como é o caso das
empresas ligadas ao sistema financeiro e das sociedades anônimas de capital
aberto, estas vinculadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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O exercício social, por sua vez, terá duração de doze meses e não
necessariamente deverá coincidir com o ano civil. Neste ponto é interessante frisar
os conceitos de circulante e realizável a longo prazo. Circulantes são os bens e
direitos que serão convertidos em dinheiro “bem numerário” até o exercício social
seguinte. Os demais direitos a receber após o exercício social seguinte serão
considerados como realizáveis a longo prazo. Então, caso o exercício social da
empresa coincida com o ano civil, e estivermos em abril do ano 1; as vendas a prazo
recebíveis até 31 de dezembro do ano 2 serão consideradas duplicatas a receber
circulante.
Porém, se esta mesma venda tiver vencimento a partir de 01 de janeiro do
ano 3, a duplicata a receber será considerada como realizável a longo prazo.
O Ativo é subdividido em três grandes grupos: o Ativo Circulante; o Ativo
Realizável a longo Prazo e o Ativo Permanente. O Ativo Permanente por sua vez,
divide-se em três subgrupos a saber: Investimentos, Imobilizado e Diferido.
O Passivo, de acordo com a lei n. 6404/76, divide-se em quatro grupos: o
Passivo Circulante, o Passivo Exigível a Longo Prazo, os Resultados e Exercícios
Futuros e o Patrimônio Líquido. O Patrimônio Líquido se subdivide em: Capital
Social, Reservas de Capital, Reservas de Reavaliação, Reservas de Lucros e
Lucros ou Prejuízos Acumulados.
Os elementos do Ativo têm natureza devedora por receberem aplicações de
recursos. Aumentam de saldo pelos débitos em conta, os débitos tem o mesmo
raciocínio de que a conta deve a alguém que os financiou.
Os elementos do Passivo têm natureza credora por serem fonte ou origens
de recursos. Aumentam de saldo pelos créditos cm suas contas, os créditos
significam que a conta emprestou recursos a alguém.
A Demonstração dos Resultados do Exercício (DRE) foi instituída pelo artigo
187 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Ações).
A DRE tem como objetivo principal apresentar de forma vertical resumida o
resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num
determinado período, normalmente, de doze meses.
É um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em
determinado período. Através dessa demonstração, pode-se verificar o resultado

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que a empresa obteve (lucro ou prejuízo) no desenvolvimento de suas atividades


durante um determinado período, geralmente igual a um ano.
A DRE pode ser simples para micro ou pequenas empresa que não
requeiram dados pormenorizados para a tomada de decisão, como é o caso de
bares, farmácias, mercearias, boutiques, etc.
A DRE completa, exigida pela Lei n. 6404/76, fornece maiores minúcias para
a tomada de decisão: grupos de despesas, vários tipos de lucros, destaque dos
tributos, etc.
De acordo com a legislação mencionada, as empresas deverão na
Demonstração do Resultado do Exercício discriminar:
• a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os
abatimentos e os impostos;
• a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços
vendidos e o lucro bruto;
• as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das
receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas
operacionais;
• o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
• o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o
imposto;
• as participações de debêntures, empregados, administradores e partes
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições
ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se
caracterizem como despesa;
• o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital
social.
Na determinação da apuração do resultado do exercício serão computados
em obediência ao princípio da competência:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de
sua realização em moeda; e,
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos,
correspondentes a essas receitas e rendimentos.

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UNIDADE 4 – O SIMPLES NACIONAL, A MICRO EMPRESA


E AS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE

Antes do surgimento do Simples Nacional no ano de 2007, houve a


implantação da Lei nº 9.317, de 05 de dezembro de 1996. Esta visou à simplificação
do pagamento de impostos para as micro e pequenas empresas, através do Sistema
Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições – SIMPLES, sendo incluídos:
• IRPJ (Imposto de Renda Pessoas Jurídicas);
• PIS/PASEP (Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio
do Servidor Público);
• CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido);
• COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social);
• IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e,
• Contribuições para a Seguridade Social, a cargo de pessoa jurídica.
O Simples Federal possibilitou a muitas empresas que tinham um
faturamento relativamente baixo, mudarem suas condições de Lucro Real ou
Presumido, ao passarem a ser vistas como micro e pequenas empresas, tendo seu
imposto reduzido.
A Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (alterada pela LC
139 de 10 de novembro de 2011), que entrou em vigor em 1º de julho de 2007 foi
criada para as ME’s (Micro Empresas): entidades que possuem uma receita bruta
anual de até 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e EPP’s (Empresas de
Pequeno Porte): as que ultrapassem esse valor, com o limite de até 3.600.000,00
(três milhões e seiscentos mil reais). Essa lei possibilita a simplificação da
contabilidade, tornando mais rápida a comunicação com os órgãos federais,
estaduais e municipais.
O Simples Nacional superou o Simples Federal, pelo fato de incluir mais dois
impostos: o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e o ISS
(Imposto sobre Serviços), destinados às Receitas: estadual e municipal,
respectivamente.

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Houve a possibilidade de opção de algumas atividades que antes não se


enquadravam no sistema Simples, assim como escritórios contábeis, escolas
técnicas de línguas e construção civil.
Outra significante mudança ocorreu na base de cálculo do imposto onde, ao
invés de considerar o valor acumulado durante o ano corrente, será preciso saber a
média das receitas nos últimos 12 meses.
Art. 3º - Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se
microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a
sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o
empresário a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no
Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta
igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e,
II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário,
receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou
inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais).
§ 1º Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput deste artigo,
o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos
serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as
vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.
§ 2º No caso de início de atividade no próprio ano-calendário, o limite a que
se refere o caput deste artigo será proporcional ao número de meses em que a
microempresa ou a empresa de pequeno porte houver exercido atividade, inclusive
as frações de meses.
§ 3º O enquadramento do empresário ou da sociedade simples ou
empresária como microempresa ou empresa de pequeno porte bem como o seu
desenquadramento não implicarão alteração, denúncia ou qualquer restrição em
relação a contratos por elas anteriormente firmados.
§ 4º Não poderá se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado previsto
nesta Lei Complementar, incluído o regime de que trata o art. 12 desta Lei
Complementar, para nenhum efeito legal, a pessoa jurídica:

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I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica;


II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa
jurídica com sede no exterior;
III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário
ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos
termos desta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite
de que trata o inciso II do caput deste artigo;
IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital
de outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita
bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;
V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa
jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de
que trata o inciso II do caput deste artigo;
VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;
VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica;
VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de
desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e
investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos,
valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros
privados e de capitalização ou de previdência complementar;
IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de
desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-
calendário anteriores;
X - constituída sob a forma de sociedade por ações.
Segundo o § 1º do art. 13, o recolhimento na forma deste artigo não exclui a
incidência dos seguintes impostos ou contribuições, devidos na qualidade de
contribuinte ou responsável, em relação aos quais será observada a legislação
aplicável às demais pessoas jurídicas:
I - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a
Títulos ou Valores Mobiliários - IOF;
II - Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros - II;

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III - Imposto sobre a Exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou


Nacionalizados - IE;
IV - Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR;
V - Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos auferidos
em aplicações de renda fixa ou variável;
VI - Imposto de Renda relativo aos ganhos de capital auferidos na alienação
de bens do ativo permanente;
VII - Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de
Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF;
VIII - Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS;
IX - Contribuição para manutenção da Seguridade Social, relativa ao
trabalhador;
X - Contribuição para a Seguridade Social, relativa à pessoa do empresário,
na qualidade de contribuinte individual;
XI - Imposto de Renda relativo aos pagamentos ou créditos efetuados pela
pessoa jurídica a pessoas físicas;
XII - Contribuição para o PIS/PASEP, COFINS e IPI incidentes na
importação de bens e serviços;
XIII - ICMS devido:
a) nas operações ou prestações sujeitas ao regime de substituição tributária;
b) por terceiro, a que o contribuinte se ache obrigado, por força da legislação
estadual ou distrital vigente;
c) na entrada, no território do Estado ou do Distrito Federal, de petróleo,
inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, bem como
energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou industrialização;
d) por ocasião do desembaraço aduaneiro;
e) na aquisição ou manutenção em estoque de mercadoria desacobertada
de documento fiscal;
f) na operação ou prestação desacobertada de documento fiscal;
g) nas operações com bens ou mercadorias sujeitas ao regime de
antecipação do recolhimento do imposto, nas aquisições em outros Estados e
Distrito Federal:

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1. com encerramento da tributação, observado o disposto no inciso IV do §


4º do art. 18 desta Lei Complementar;
2. sem encerramento da tributação, hipótese em que será cobrada a
diferença entre a alíquota interna e a interestadual, sendo vedada a agregação de
qualquer valor;
h) nas aquisições em outros Estados e no Distrito Federal de bens ou
mercadorias, não sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto,
relativo à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;
XIV - ISS devido:
a) em relação aos serviços sujeitos à substituição tributária ou retenção na
fonte;
b) na importação de serviços;
XV - demais tributos de competência da União, dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios, não relacionados nos incisos anteriores.

§ 5º-B Sem prejuízo do disposto no § 1º do art. 17 desta Lei Complementar,


serão tributadas na forma do Anexo III desta Lei Complementar as seguintes
atividades de prestação de serviços:
I - creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamental, escolas
técnicas, profissionais e de ensino médio, de línguas estrangeiras, de artes, cursos
técnicos de pilotagem, preparatórios para concursos, gerenciais e escolas livres,
exceto as previstas nos incisos II e III do § 5º-D deste artigo;
II - agência terceirizada de correios;
III - agência de viagem e turismo;
IV - centro de formação de condutores de veículos automotores de
transporte terrestre de passageiros e de carga;
V - agência lotérica;
VI - VII - VIII - (REVOGADOS)
IX - serviços de instalação, de reparos e de manutenção em geral, bem
como de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais;
XI - XI - XII - (REVOGADOS)
XIII - transporte municipal de passageiros;

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XIV - escritórios de serviços contábeis, observado o disposto nos §§ 22-B e


22-C deste artigo.
XV - produções cinematográficas, audiovisuais, artísticas e culturais, sua
exibição ou apresentação, inclusive no caso de música, literatura, artes cênicas,
artes visuais, cinematográficas e audiovisuais.
§ 5º-C Sem prejuízo do disposto no § 1º do art. 17 desta Lei Complementar,
as atividades de prestação de serviços seguintes serão tributadas na forma do
Anexo IV desta Lei Complementar, hipótese em que não estará incluída no Simples
Nacional a contribuição prevista no inciso VI do caput do art. 13 desta Lei
Complementar, devendo ela ser recolhida segundo a legislação prevista para os
demais contribuintes ou responsáveis:
I - construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a
forma de subempreitada, execução de projetos e serviços de paisagismo, bem como
decoração de interiores;
II - III - IV - V - (REVOGADOS)
VI - serviço de vigilância, limpeza ou conservação.
§ 5º-D Sem prejuízo do disposto no § 1º do art. 17 desta Lei Complementar,
as atividades de prestação de serviços seguintes serão tributadas na forma do
Anexo V desta Lei Complementar:
I - cumulativamente administração e locação de imóveis de terceiros;
II - academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais;
III - academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de
esportes;
IV - elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos,
desde que desenvolvidos em estabelecimento do optante;
V - licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação;
VI - planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas
eletrônicas, desde que realizados em estabelecimento do optante;
VII - VIII - (REVOGADOS)
IX - empresas montadoras de estandes para feiras;
X - XI - (REVOGADOS)
XII - laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica;

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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XIII - serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros


gráficos e métodos óticos, bem como ressonância magnética;
XIV - serviços de prótese em geral.
§ 5º-E Sem prejuízo do disposto no § 1º do art. 17 desta Lei Complementar,
as atividades de prestação de serviços de comunicação e de transportes
interestadual e intermunicipal de cargas serão tributadas na forma do Anexo III,
deduzida a parcela correspondente ao ISS e acrescida a parcela correspondente ao
ICMS prevista no Anexo I.
§ 5º-F As atividades de prestação de serviços referidas no § 2º do art. 17
desta Lei Complementar serão tributadas na forma do Anexo III desta Lei
Complementar, salvo se, para alguma dessas atividades, houver previsão expressa
de tributação na forma dos Anexos IV ou V desta Lei Complementar.
§ 5º-G As atividades com incidência simultânea de IPI e de ISS serão
tributadas na forma do Anexo II desta Lei Complementar, deduzida a parcela
correspondente ao ICMS e acrescida a parcela correspondente ao ISS prevista no
Anexo III desta Lei Complementar.
§ 5º-H A vedação de que trata o inciso XII do caput do art. 17 desta Lei
Complementar não se aplica às atividades referidas no § 5º-C deste artigo.
§ 6º No caso dos serviços previstos no § 2º do art. 6º da Lei Complementar
nº 116, de 31 de julho de 2003, prestados pelas microempresas e pelas empresas
de pequeno porte, o tomador do serviço deverá reter o montante correspondente na
forma da legislação do município onde estiver localizado, observado o disposto no §
4º do art. 21 desta Lei Complementar.
§ 7º A sociedade de propósito específico de que trata o art. 56 desta Lei
Complementar que houver adquirido mercadorias de microempresa ou empresa de
pequeno porte que seja sua sócia, bem como a empresa comercial exportadora que
houver adquirido mercadorias de empresa optante pelo Simples Nacional, com o fim
específico de exportação para o exterior, que, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias,
contado da data da emissão da nota fiscal pela vendedora, não comprovar o seu
embarque para o exterior ficará sujeita ao pagamento de todos os impostos e
contribuições que deixaram de ser pagos pela empresa vendedora, acrescidos de
juros de mora e multa, de mora ou de ofício, calculados na forma da legislação que

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44

rege a cobrança do tributo não pago, aplicável à sociedade de propósito específico


ou à própria comercial exportadora.
§ 8º Para efeito do disposto no § 7º deste artigo, considera-se vencido o
prazo para o pagamento na data em que a empresa vendedora deveria fazê-lo, caso
a venda houvesse sido efetuada para o mercado interno.
§ 9º Relativamente à contribuição patronal previdenciária, devida pela
vendedora, a sociedade de propósito específico de que trata o art. 56 desta Lei
Complementar ou a comercial exportadora deverão recolher, no prazo previsto no §
8º deste artigo, o valor correspondente a 11% (onze por cento) do valor das
mercadorias não exportadas nos termos do § 7º deste artigo.
§ 10. Na hipótese do § 7º deste artigo, a sociedade de propósito específico
de que trata o art. 56 desta Lei Complementar ou a empresa comercial exportadora
não poderão deduzir do montante devido qualquer valor a título de crédito de
Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI da Contribuição para o PIS/PASEP ou
da COFINS, decorrente da aquisição das mercadorias e serviços objeto da
incidência.
§ 11. Na hipótese do § 7º deste artigo, a sociedade de propósito específico
ou a empresa comercial exportadora deverão pagar, também, os impostos e
contribuições devidos nas vendas para o mercado interno, caso, por qualquer forma,
tenham alienado ou utilizado as mercadorias.
§ 12. Na apuração do montante devido no mês relativo a cada tributo, o
contribuinte que apure receitas mencionadas nos incisos IV e V do § 4o deste artigo
terá direito a redução do valor a ser recolhido na forma do Simples Nacional
calculada nos termos dos §§ 13 e 14 deste artigo.
§ 13. Para efeito de determinação da redução de que trata o § 12 deste
artigo, as receitas serão discriminadas em comerciais, industriais ou de prestação de
serviços na forma dos Anexos I, II, III, IV e V desta Lei Complementar.
§ 14. A redução no montante a ser recolhido do Simples Nacional no mês
relativo aos valores das receitas de que tratam os incisos IV e V do § 4º deste artigo
corresponderá:
I - no caso de revenda de mercadorias:

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45

a) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não


houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo I desta Lei Complementar, relativo à
COFINS, aplicado sobre a respectiva parcela de receita referida nos incisos IV ou V
do § 4º deste artigo, conforme o caso;
b) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não
houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo I desta Lei Complementar, relativo à
Contribuição para o PIS/PASEP, aplicado sobre a respectiva parcela de receita
referida nos incisos IV ou V do § 4º deste artigo, conforme o caso;
c) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não
houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo I desta Lei Complementar, relativo
ao ICMS, aplicado sobre a respectiva parcela de receita referida nos incisos IV ou V
do § 4º deste artigo, conforme o caso;
II - no caso de venda de mercadorias industrializadas pelo contribuinte:
a) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não
houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo II desta Lei Complementar, relativo
à COFINS, aplicado sobre a respectiva parcela de receita referida nos incisos IV ou
V do § 4º deste artigo, conforme o caso;
b) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não
houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo II desta Lei Complementar, relativo
à Contribuição para o PIS/PASEP, aplicado sobre a respectiva parcela de receita
referida nos incisos IV ou V do § 4º deste artigo, conforme o caso;
c) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não
houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo II desta Lei Complementar, relativo
ao ICMS, aplicado sobre a respectiva parcela de receita referida nos incisos IV ou V
do § 4º deste artigo, conforme o caso;
d) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não
houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo II desta Lei Complementar, relativo
ao IPI, aplicado sobre a respectiva parcela de receita referida nos incisos IV ou V do
§ 4º deste artigo, conforme o caso.

Sobre os impostos, uma inevitável consequência da mudança foi o aumento


dos impostos para contribuintes do setor de comércio varejista. Empresas que

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46

pagavam 3% sobre o faturamento no DARF Simples (Documento de Arrecadação da


Receita Federal – Simples), passaram a recolher aos cofres públicos 4% no DAS
(Documento de Arrecadação do Simples Nacional), ou seja, houve um aumento de
quase 34%.
Outro comentário interessante se dá a respeito do ICMS. Em primeira
instância, o Simples Nacional aboliu o recolhimento da diferença de alíquota para
compras fora do Estado, incluindo-o no DAS. No entanto, a partir do dia 30 de
agosto de 2007, as empresas foram obrigadas novamente a recolherem essa
diferença. Portanto, além do ICMS sobre os produtos das compras fora do Estado,
que já era devido com o Simples Federal, as companhias estão contribuindo
também com esse imposto na guia DAS.
Vale lembrar também que, para algumas atividades de empresas
prestadoras de serviços, que até então não pagavam o imposto previdenciário
patronal (incluído na guia do Simples Federal), com a entrada da nova lei, a
contribuição foi devida desde agosto de 2007 até dezembro do mesmo ano. Com
isso, além do valor descontado do funcionário, tiveram que ser pagos mais 20%
sobre seu salário, aumentando extraordinariamente a carga tributária.
Algumas das atividades prejudicadas foram: salões de beleza, borracharias,
transportes de cargas, entre outras. Porém, uma boa notícia é que a partir de 1º de
janeiro de 2008, essas empresas ficaram livres novamente do INSS patronal, tendo
em vista que houve um erro na elaboração da lei (PEREIRA, 2007).

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47

UNIDADE 5 – O ALCANCE DA LEI N. 11.638/07 E A LEI N.


11.941/09
Algumas considerações são importantes em virtude da promulgação da Lei
nº 11.638/07, em 28 de dezembro de 2007, que altera, revoga e introduz novos
dispositivos à Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76), especificamente em
relação ao capítulo XV, que trata de assuntos de natureza contábil.
Foi introduzido o conceito de Sociedade de Grande Porte, às quais se
aplicam, mesmo que não constituídas sob a forma de sociedades por ações, as
disposições da Lei n. 6.404/76 sobre escrituração e elaboração de demonstrações
financeiras e a obrigatoriedade de auditoria independente, por auditor registrado na
Comissão de Valores Mobiliários.
No contexto acima, poderia ocorrer a interpretação apressada de que as
sociedades limitadas não enquadradas no conceito de Sociedade de Grande Porte
não haviam sido alcançadas pelas normas internacionais de contabilidade.
No entanto, a Lei n. 11.638/07 criou a possibilidade da Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Banco Central do
Brasil (BACEN) e demais órgãos e agências reguladoras celebrarem convênios com
entidade que tenha por objeto o estudo e a divulgação de princípios, normas e
padrões de contabilidade e de auditoria, podendo, no exercício de suas atribuições
regulamentares, adotar, no todo ou em parte, os pronunciamentos e demais
orientações técnicas editadas (SILVA, 2009).
O principal objetivo da nova Lei, que entrou em vigor em 1º de janeiro de
2008, que teve sua origem com o projeto de Lei nº 3.741/2000, é a atualização das
regras contábeis brasileiras e aprofundar a harmonização dessas regras com os
pronunciamentos internacionais, em especial os emitidos pelo International
Accouting Standards Board3 (IASB), por meio dos International Financial Reporting
Standards (IFRS).
Silva (2009) apresenta alguns pontos considerados de grande relevância e
as principais alterações produzidas pela Lei nº 11.638/07 (embora algumas já
passadas), dentre as quais destacam as seguintes:

3
Organização internacional sem fins lucrativos que publica e atualiza as normas internacionais de
contabilidade em língua inglesa.
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48

1)As companhias deverão informar através de Notas Explicativas, nas


demonstrações financeiras encerradas em 31 de dezembro de 2007, os eventos
mencionados na nova Lei, que terão reflexos no exercício de 2008, e demais efeitos
relevantes sobre o patrimônio dos exercícios de 2007 e 2008.
2)Substituição da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos –
DOAR, pela Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC (art. 176, IV).
3)A Demonstração de Valor Adicionado – DVA, passa a ser obrigatória, no
conjunto das demonstrações financeiras, no que concerne a sua elaboração e
divulgação (art. 176, V).
4)Segregação entre a forma de escrituração mercantil e a contábil, desde
que após a apuração do lucro para efeito de tributação, sejam realizados os ajustes
necessários, para que as demonstrações financeiras sejam elaboradas de acordo
com a Lei nº 6.406/76 e os Princípios Fundamentais de contabilidade. Essas
demonstrações deverão ser auditadas por auditores independentes, devidamente
registrados na CVM, conforme art. 177, § 2º, II – da Lei 11.638/07.
5)Criação de 02 (dois) novos grupos de contas, conforme art. 178, § 1º, “c” e
§ 2º, “d”):
- Ativo Permanente, a conta de bens intangível e Patrimônio Líquido, a conta
de Ajustes de Avaliação Patrimonial.
6)Determinou novos critérios para a classificação e avaliação das aplicações
em instrumentos financeiros, em especificamente os derivativos, conforme (art. 183,
VIII e art. 184, III).
Em consonância com as regras internacionais de contabilidade esses
instrumentos financeiros são classificados em 03 (três) categorias:
6.1)o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de
outro instrumento financeiro de natureza, prazo e riscos similares;
6.2)o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos
financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou,
6.3)o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de
precificação de instrumentos financeiros.
7)A Lei introduziu o conceito de Ajuste a valor presente para as operações
ativas e passivas de longo prazo e para as relevantes de curto prazo, que deverão

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49

ser realizadas de acordo com as Normas Internacionais, conforme (art. 183, VIII e
art. 184, III).
8)O ordenamento jurídico obriga as empresas a realizar, periodicamente, a
análise para verificar o grau de recuperação dos valores registrados no ativo
imobilizado, intangível e no diferido (art. 183, § 3º).
9) Houve alteração no critério de avaliação de coligadas, pois no balanço
patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas sobre cuja administração
tenha influência significativa, ou de que participe com 20%(vinte por cento) ou mais
do capital votante, em controladas e em outras sociedades que façam parte de um
mesmo grupo ou estejam sob controle comum, serão avaliados pelo método da
equivalência patrimonial. (art. 248).
10)Criação de Reservas de Incentivos Fiscais, com a contabilização sendo
realizada diretamente no resultado do exercício, como estabelece a norma
internacional (art. 195 – A).
11)Faculdade das companhias fechadas que poderão optar por observar as
normas sobre demonstrações financeiras expedidas pela CVM para as companhias
abertas.
12)As sociedades de grande porte, assim definidas, aquelas que possuem
um ativo total superior a 240 milhões ou receita bruta superior a 300 milhões, a
obrigatoriedade de manter a escrituração e de elaborar as demonstrações
financeiras de acordo com a Lei Societária.
13)A Lei nº 11.638/07, conforme estabelecido no seu art. 9º, determinou que
a referida lei terá eficácia a partir do primeiro dia útil seguinte ao da sua publicação,
ou seja, 01 de janeiro de 2008.
14)A Lei também estabelece novas regras para as reservas de reavaliação,
conforme determina o art. 6º, onde os saldo existentes nas reservas de reavaliação
deverão ser mantidos até sua efetiva realização ou estornados até o final do
exercício social em que esta lei entra em vigor.
15)A Lei nº 11.638/2007, estabeleceu também, a contabilização a valor de
mercado dos ativos e passivos em reorganizações (incorporação, fusão e cisão, que
envolvam partes independentes e vinculadas à transferência de controle. Com a
nova determinação, reorganizações societárias de partes independentes (cujo

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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
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50

conceito não é previsto na Lei das S/A, utilizadas como meio de aquisição do
controle de uma empresa, devem observar a esta forma de contabilização.
Considerando as novas mudanças determinadas pela Lei nº 11.638/07, os
novos conceitos e os novos controles que deverão ser adotados pelas empresas,
entendemos importante, que as Entidades enquadradas nas novas regras, se
preparem para os ajustes necessários decorrentes dessas alterações (MEDEIROS,
2008).
A Lei n. 11.941, de 27 de maio de 2009, oriunda da conversão da Medida
Provisória nº 449, de 03 de dezembro de 2008, trouxe uma série de dispositivos
interessantes para os contribuintes. Além de versar sobre parcelamento especial,
remissão de dívida e processo administrativo, a Lei n. 11.941/09 consignou
dispositivos que trazem a possibilidade de novas interpretações quanto à
responsabilidade tributária dos sócios e administradores de pessoas jurídicas com
dívidas tributárias, tanto por isso, o assunto será apresentado nesta unidade.
O artigo 1º, §§ 15, 16 e 17 da Lei n. 11.941/09, estabelece o seguinte:
“Art. 1º Poderão ser pagos ou parcelados, em até 180 (cento e oitenta)
meses, nas condições desta Lei, os débitos administrados pela Secretaria da
Receita Federal do Brasil e os débitos para com a Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional, inclusive o saldo remanescente dos débitos consolidados no Programa de
Recuperação Fiscal - REFIS, de que trata a Lei nº 9.964, de 10 de abril de 2000, no
Parcelamento Especial - PAES, de que trata a Lei nº 10.684, de 30 de maio de 2003,
no Parcelamento Excepcional - PAEX, de que trata a Medida Provisória nº 303, de
29 de junho de 2006, no parcelamento previsto nº art. 38 da Lei nº 8.212, de 24 de
julho de 1991, e no parcelamento previsto no art. 10 da Lei nº 10.522, de 19 de julho
de 2002, mesmo que tenham sido excluídos dos respectivos programas e
parcelamentos, bem como os débitos decorrentes do aproveitamento indevido de
créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) oriundos da aquisição de
matérias-primas, material de embalagem e produtos intermediários relacionados na
Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), aprovada
pelo Decreto nº 6.006, de 28 de dezembro de 2006, com incidência de alíquota 0
(zero) ou como não tributados.
(...)

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51

§ 15. A pessoa física responsabilizada pelo não pagamento ou recolhimento


de tributos devidos pela pessoa jurídica poderá efetuar, nos mesmos termos e
condições previstos nesta Lei, em relação à totalidade ou à parte determinada dos
débitos:
I - pagamento;
II - parcelamento, desde que com anuência da pessoa jurídica, nos termos a
serem definidos em regulamento.
§ 16. Na hipótese do inciso II do § 15 deste artigo:
I - a pessoa física que solicitar o parcelamento passará a ser solidariamente
responsável, juntamente com a pessoa jurídica, em relação à dívida parcelada;
(...)
§ 17. Na hipótese de rescisão do parcelamento previsto no inciso II do § 15
deste artigo, a pessoa jurídica será intimada a pagar o saldo remanescente
calculado na forma do § 14 deste artigo.
Diante do disposto, é fácil interpretar que a pessoa física só será
responsabilizada pelas dívidas tributárias da pessoa jurídica se optar em parcelar a
dívida em nome próprio.
Segundo entendimento de LEONARDO RIBEIRO PESSOA (2009) o texto
estampado nos supracitados dispositivos evidencia que os sócios e administradores
não podem ser responsabilizados automaticamente pela Fiscalização ou pelo Poder
Judiciário, sem que tenham expressamente solicitado o parcelamento dos débitos
tributários em nome próprio. Essa é a novidade trazida pela nova legislação.
Assim, os créditos tributários constituídos a partir de 28 de maio de 2009
(data da publicação da Lei n. 11.941, de 27.05.2009), não poderão ser cobrados dos
sócios e administradores através do instituto da responsabilidade tributária solidária,
salvo na hipótese de solicitação de parcelamento em nome próprio do sócio ou
administrador da dívida tributária da pessoa jurídica.
Os dispositivos supracitados põem fim à celeuma há muito debatida nos
tribunais. Atualmente, tramitam milhares de execuções fiscais que possuem em seus
polos passivos sócios e administradores de pessoas jurídicas que sequer
permanecem nos quadros da sociedade ou jamais solicitaram parcelamento em
nome próprio.

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52

A defesa desses sócios e administradores ganha um novo argumento, qual


seja, a nova disciplina da responsabilidade tributária solidária estampada na Lei n.
11.941/09 (PESSOA, 2009).
A interpretação dos novos dispositivos da Lei n. 11.941/09 corroboram o
entendimento de que, nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da
obrigação tributária principal pelo contribuinte pessoa jurídica, respondem
solidariamente com este, nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que
forem responsáveis, os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas, nos
termos do artigo 134 do Código Tributário Nacional.
Assim, o Fisco não poderá incluir na sujeição passiva tributária os sócios de
uma extinta pessoa jurídica, pelo simples fato de não encontrar patrimônio da
sociedade. Agora, ganha força a interpretação no sentido de que o Fisco terá que
provar quais foram os atos que os sócios intervieram ou se omitiram que ensejaram
a dívida fiscal.
Embora seja prática comum do Fisco incluir no rol de devedores aquele
sócio com participação societária ínfima, tal procedimento agora, poderá ser
rechaçado com mais um argumento legal, pois, desejou o legislador consignar que
os sócios ou administradores só responderão nos atos que intervierem,
corroborando o prescrito no artigo 134 do CTN.
É importante destacar também que os dispositivos da Lei n. 11.941/09
reforçam o entendimento de que os sócios e diretores de empresas ativas e que
continuam exercendo suas atividades empresárias só poderão ser responsabilizados
pessoalmente por dívidas tributárias da pessoa jurídica, nas hipóteses
expressamente previstas no artigo 135 do CTN, in verbis:
“Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a
obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou
infração de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito
privado.”

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53

O artigo 135 do CTN, portanto, estabelece que os sócios e administradores


de pessoas jurídicas “ativas” (que estão em funcionamento) só poderão ser
considerados responsáveis tributários, nas hipóteses de dívidas tributárias oriundas
de atos práticos com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou
estatuto social.
A Lei n. 11.941/09 também afastou a responsabilidade tributária objetiva dos
débitos relacionados com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estampada
no artigo 13 da Lei n. 8620, de 05 de janeiro de 1993, in verbis:
“Art. 13. O titular da firma individual e os sócios das empresas por cotas de
responsabilidade limitada respondem solidariamente, com seus bens pessoais,
pelos débitos junto à Seguridade Social.
Parágrafo único. Os acionistas controladores, os administradores, os
gerentes e os diretores respondem solidariamente e subsidiariamente, com seus
bens pessoais, quanto ao inadimplemento das obrigações para com a Seguridade
Social, por dolo ou culpa.”
O dispositivo supracitado criou, desde 1993, a figura inusitada da
responsabilidade tributária objetiva, isto é, o legislador impôs aos sócios uma
responsabilidade por dívidas tributárias independentemente do cometimento de atos
ou omissões. Pelo simples fato de pertencer ao quadro social da pessoa jurídica o
sócio seria lançado no rol dos devedores juntamente com a pessoa jurídica. Tal
interpretação possibilitava que o patrimônio particular do sócio pudesse sofrer a
expropriação em decorrência de dívidas fiscais previdenciárias (PESSOA, 2009).
Sobre o Regime Tributário de Transação (RTT) há que se considerar o
seguinte:
Os Artigos 15 a 24 da Lei 11.941/09 tratam do Regime Tributário de
Transição (RTT) para fins de apuração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica
(IRPJ), da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL),
bem como das contribuições para o PIS e COFINS (PIS/COFINS).
A Lei n. 11.941/09 manteve a maior parte dos dispositivos originalmente
previstos na MP 449/08.
Em resumo, o RTT trata dos ajustes tributários decorrentes dos novos
métodos e critérios contábeis introduzidos pela Lei nº. 11.638/07 e pelos artigos 37 e

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54

38 da Lei 11.941/09, visando a neutralizar os efeitos das alterações contábeis


introduzidas pela Lei nº. 11.638/07, as quais poderiam acarretar alguns efeitos
tributários adversos.
A Lei 11.941/09 esclareceu que as alterações na Lei das S/A que
modifiquem o critério de reconhecimento de receitas, custos e despesas
computadas na apuração do lucro líquido do exercício não terão efeitos para fins de
apuração do lucro real da pessoa jurídica sujeita ao RTT, assim como da base de
cálculo da CSLL e do PIS/COFINS, devendo ser considerados, para fins tributários,
os métodos e critérios contábeis vigentes em 31 de dezembro de 2007.
O mesmo raciocínio se aplica às normas expedidas pela Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) e pelos demais órgãos reguladores que visem alinhar a
legislação específica com os padrões internacionais de contabilidade.
Dentre outras disposições, a Lei 11.941/09 manteve as alterações previstas
na MP 449/09 referentes a diversos artigos da Lei das S/A.
Neste contexto, o parágrafo 2º do Artigo 177 da Lei das S/A foi alterado para
esclarecer que a escrituração mercantil das companhias não será alterada pela lei
tributária, ou de legislação especial que prescrevam, conduzam ou incentivem a
utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes ou determinem registros,
lançamentos, ajustes ou elaboração de outras demonstrações financeiras. Desta
forma, as alterações introduzidas tanto pela legislação tributária ou especial deverão
ser escrituradas exclusivamente em livros ou registros auxiliares, inclusive no
LALUR.
Uma inovação da referida lei refere-se à delegação de poderes para a CVM,
que fica autorizada a normatizar questões contábeis de forma abrangente,
delegação esta que pode ser segmentada em três grupos principais: normatização,
avaliação e divulgação das transações contábeis.
Com relação a Restituição e Compensação de Tributos Federais, a Lei n.
11.941/09, por outro lado, não ratificou a maior parte das alterações na Lei n.
9.430/96 com relação à possibilidade de utilização de créditos relativos a tributos ou
contribuições administrados pela Receita Federal do Brasil para compensação de
débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por
aquele Órgão.

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55

Dessa forma, Trench, Rossi e Watanabe advogados (2009) destacam que


os débitos relativos ao pagamento mensal por estimativa do IRPJ e da CSLL podem
novamente ser objeto de declarações de compensação a serem apresentadas pelos
contribuintes nos termos do artigo 74 da Lei 9.430/96.

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REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS BÁSICAS

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MARTINS, Ives Gandra da Silva. Curso de Direito Tributário. 13 ed. Saraiva, 2011.

SILVA, Edson Cordeiro da. Contabilidade Empresarial para Gestão de Negócios:


guia de orientação fácil e objetivo para apoio e consulta de executivos. São Paulo:
Atlas, 2008.

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES

BARRETO, Gualter A. Manual do contador. Belo Horizonte: Líder, 2003.

BARROS, Sidney Ferro. Contabilidade básica. São Paulo: IOB – Thomson, 2003.

BRASIL. Instrução Normativa RFB nº 1.023, de 12 de abril de 2010. Dispõe sobre a


opção pelo Regime Tributário de Transição (RTT). Alterada pela Instrução Normativa
RFB nº 1.190, de 1º de setembro de 2011. Disponível em:
http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/ins/2010/in10232010.htm

BRASIL. Instrução Normativa RFB nº 1.190, de 1º de setembro de 2011. Altera a


Instrução Normativa RFB nº 1.023, de 12 de abril de 2010, que dispõe sobre a opção
pelo Regime Tributário de Transição (RTT). Disponível em:
http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/ins/2011/in11902011.htm

BRASIL. Lei complementar n. 123 de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto


Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das
Leis nºs 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do
Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, da Lei
nº 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar nº 63, de 11 de janeiro
de 1990; e revoga as Leis n. 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de
outubro de 1999. Alterada pela Lei Complementar n° 127, de 14 de agosto de 2007.
Alterada pela Lei Complementar nº 128, de 19 de dezembro de 2008. Republicação
em atendimento ao disposto no art. 6º da Lei Complementar nº 128, de 19 de
dezembro de 2008. Alterada pela Lei Complementar n° 133, de 28 de dezembro de
2009. Alterada pela Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011.
Republicação em atendimento ao disposto no art. 5º da Lei Complementar nº 139,
de 10 de novembro de 2011. Disponível em:
http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/leiscomplementares/2006/leicp123.htm

BRASIL. LEI COMPLEMENTAR Nº 116, DE 31 DE JULHO DE 2003. Dispõe sobre o


Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do
Distrito Federal, e dá outras providências
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp116.htm
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BRASIL. LEI N. 11.638, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2007. Altera e revoga


dispositivos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de
dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à
elaboração e divulgação de demonstrações financeiras Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm

BRASIL. LEI N. 11.941, DE 27 DE MAIO DE 2009. Altera a legislação tributária


federal relativa ao parcelamento ordinário de débitos tributários; concede remissão
nos casos em que especifica; institui regime tributário de transição, alterando o
Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, as Leis nos 8.212, de 24 de julho de
1991, 8.213, de 24 de julho de 1991, 8.218, de 29 de agosto de 1991, 9.249, de 26
de dezembro de 1995, 9.430, de 27 de dezembro de 1996, 9.469, de 10 de julho de
1997, 9.532, de 10 de dezembro de 1997, 10.426, de 24 de abril de 2002, 10.480, de
2 de julho de 2002, 10.522, de 19 de julho de 2002, 10.887, de 18 de junho de 2004,
e 6.404, de 15 de dezembro de 1976, o Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de
1977, e as Leis nos 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 10.925, de 23 de julho de 2004,
10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.833, de 29 de dezembro de 2003, 11.116,
de 18 de maio de 2005, 11.732, de 30 de junho de 2008, 10.260, de 12 de julho de
2001, 9.873, de 23 de novembro de 1999, 11.171, de 2 de setembro de 2005,
11.345, de 14 de setembro de 2006; prorroga a vigência da Lei no 8.989, de 24 de
fevereiro de 1995; revoga dispositivos das Leis nos 8.383, de 30 de dezembro de
1991, e 8.620, de 5 de janeiro de 1993, do Decreto-Lei no 73, de 21 de novembro de
1966, das Leis nos 10.190, de 14 de fevereiro de 2001, 9.718, de 27 de novembro
de 1998, e 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.964, de 10 de abril de 2000, e, a partir
da instalação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, os Decretos nos
83.304, de 28 de março de 1979, e 89.892, de 2 de julho de 1984, e o art. 112 da Lei
no 11.196, de 21 de novembro de 2005; e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm

BRASIL. LEI N. 6.404, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976. Dispõe sobre as


Sociedades por Ações. Disponível em:
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FAYOL, Henry. Administração industrial e geral: previsão, organização, comando,


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Congresso Mundial de Contadores, Paris, de 26 a 29-10-1997. São Paulo: Atlas,
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Tradução de Antonio Zoratto Sanvicente. São Paulo: Atlas, 1999.

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