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SUMÁRIO

UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................... 2


UNIDADE 2 – NOÇÕES BÁSICAS DE CONTABILIDADE ........................................ 4
2.1 EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE .............................................................................. 4
2.2 ABORDAGENS UTILIZADAS PARA ESTUDAR A TEORIA CONTÁBIL ................................. 7
2.3 CONCEITO, FUNÇÕES E FINALIDADES DA CONTABILIDADE ......................................... 7
2.4 RAMIFICAÇÕES/APLICAÇÕES E USUÁRIOS.............................................................. 11
2.5 OS USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL ............................................................. 14
UNIDADE 3 – NORMAS E PRINCÍPIOS CONTÁBEIS ............................................ 16
3.1 NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE ........................................................... 16
3.1.1 Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais ................................... 16
3.1.2 Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica ........................................... 17
3.1.3 Interpretação Técnica e Comunicado Técnico .......................................... 18
3.2 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS ....................................................................................... 18
UNIDADE 4 – O PROCESSO/ESTRUTURA CONTÁBIL......................................... 26
4.1 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL ................................................................................... 26
4.2 ASPECTOS LEGAIS DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL ................................................... 32
UNIDADE 5 – ORIGEM, CONCEITO E NATUREZA DO DIREITO CONTÁBIL ...... 36
UNIDADE 6 – A TEORIA ULTRA VIRES E A TEORIA DA APARÊNCIA ............... 42
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 48

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO

Como toda ciência, a Contabilidade possui um vocabulário próprio e distinto


do utilizado no cotidiano que deve ser de conhecimento não só dos Contabilistas,
mas também dos empresários de maneira geral e dos bacharéis em Direito que
caminham pela área empresarial.
A palavra “conta” é um exemplo simples e esclarecedor: nas relações entre
um correntista e um banco, conta pode ser entendido como a movimentação do
cliente em relação a saques e depósitos realizados. Na área de matemática seriam
os cálculos realizados em operações; e para alguém que comprou fiado em algum
estabelecimento, significa uma dívida.
Na área da Contabilidade, conta é o agrupamento dos fatos de uma mesma
natureza. Por exemplo: a conta Caixa se refere aos registros de movimento de
entradas e saídas de dinheiro; a conta empréstimos a pagar representa os valores
que a empresa deve, referentes a algum empréstimo ou financiamento e assim
sucessivamente com as despesas de pessoal, os fornecedores, veículos, duplicadas
a receber, a pagar, despesas com juros, despesas com publicidade e propaganda.
E qual a relação da Contabilidade com o Direito? Embora sejam duas
ciências autônomas, são muitas as situações em que o Direito interfere na
Contabilidade, ficando esta última necessariamente dependente das regras e
princípios consagrados pelo Direito.
Exemplo disto é que o Contabilista tem que obedecer às leis fiscais e
tributárias para fazer os ajustes de apuração do lucro real, a avaliação dos estoques,
a exigência de se dispor de uma escrita fisco-contábil regular, a provisão para
débitos duvidosos, a depreciação e amortização dos bens, o lucro contábil e o lucro
real, o lucro arbitrado e o presumido.
Os impostos e suas bases, os fatos geradores, todos são abrangidos pelo
Código Tributário Comercial, assim como a composição do capital, sua relação com
os acionistas, a forma legal de administrar segundo as regras das Sociedades estão
todas inclusas na Lei das Sociedades por Ações, etc. são tangenciados pelo Direito.
Temos também as explicações para toda a legislação referente aos atos de
comércio: livros obrigatórios (dependendo do tipo empresarial), entre eles os
contábeis, registro nas juntas comerciais, espécies de crimes comuns e falimentares.
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Essa parte está regulada no Código Civil de 2002, e em outras leis como a Lei da
S/A (Lei nº 11.638/2007), a Lei de Recuperação de Empresas (nova Lei de falências
– Lei nº 11.101/2005).
Os impostos inerentes à geração de receitas da empresa e sua
subordinação nas 3 esferas de poder Legal, estão abrangidas todas nas Cartas
Magnas dos Estados, Municípios e País. Ainda temos as relações trabalhistas, todas
igualmente abrangidas pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.
Por outro lado, quando há controvérsia jurídica em que é necessário recorrer
a um meio de prova que se refira a informações financeiras, é indispensável a
presença da linguagem contábil.
É esse o motivo da forte vinculação do Direito com a Contabilidade, pois
mediante instrumentos e procedimentos contábeis se registram as operações
financeiras de uma entidade (MARTINEZ, 2010).
Um dos objetivos fundamentais dos relatórios contábeis é servir como meio
de prova jurídica em assuntos relacionados com a informação financeira. Assim, o
Direito necessita do testemunho da Contabilidade, e para isso recorre à linguagem
contábil das provas.
Veremos ao longo desta apostila, tópicos relativos à Contabilidade
Empresarial, de suma importância para o profissional que almeja se especializar em
Direito Comercial doravante conhecido também como Direito Empresarial.
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar,
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores,
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma
redação original.
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se
muitas outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas e que podem servir
para sanar lacunas que por ventura surgirem ao longo dos estudos.

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UNIDADE 2 – NOÇÕES BÁSICAS DE CONTABILIDADE

2.1 Evolução da Contabilidade


A contabilidade surgiu da necessidade do homem acompanhar e controlar a
evolução de seu patrimônio. Dessa forma, a contabilidade faz parte da evolução e
do desenvolvimento do próprio ser humano e da sociedade.
SÉRGIO DE IUDÍCIBUS (2000, p. 29) descreve que a contabilidade é tão
antiga quanto a origem do homem pensante. Historiadores remontam os primeiros
sinais da existência de contas, aproximadamente a 4000 anos a.C. Entretanto,
talvez antes disso, o homem primitivo, ao inventariar o número de instrumentos de
caça e pesca disponíveis, ao contar seus rebanhos, ao contar suas ânforas de
bebidas, já estava praticando uma forma rudimentar de contabilidade.
Percebe-se que desde as épocas mais antigas os homens buscam se
organizar para controlar seus pertences. Nesse sentido, praticavam atos de
comércio através da troca de bens e mercadorias, onde até hoje existe a
preocupação, o esmero e o aprimoramento em controlar o patrimônio das pessoas e
das empresas.
A origem da contabilidade está relacionada à necessidade de registros do
comércio, pois à medida que o homem começava a possuir maior quantidade de
seus bens e valores, precisava saber quanto isso poderia render e quais as formas
para aumentar a sua situação patrimonial. Como tais informações eram cada vez
mais numerosas e de difícil memorização, surgiu a necessidade dos registros,
gerando os primeiros esboços para os estudos voltados para a contabilidade.
No Brasil, a Contabilidade foi fortemente influenciada pela escola italiana e
evoluiu através da legislação fiscal, pois, segundo SÉRGIO DE IUDÍCIBUS e JOSÉ
CARLOS MARION (2000), devido à inoperância das associações dos contadores o
governo teve que tomar a iniciativa.
Para PAULO SCHMIDT (2000, p. 205), pode-se citar como exemplo da
intervenção da legislação o Código Comercial de 1850, que “instituiu a
obrigatoriedade da escrituração contábil e da elaboração anual da demonstração do
balanço geral composto de bens, direitos e obrigações, das empresas comerciais”.
Este código apenas determinou que as empresas deveriam seguir uma escrituração
uniforme, mas não normatizou os procedimentos e princípios contábeis.
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Em 1902, surgiu em São Paulo a Escola Prática de Comércio que criou um


curso regular que oficializasse a profissão contábil com o intuito de estudar e
controlar a contabilidade das empresas comerciais. Nesse mesmo período surgiu a
primeira escola especializada no ensino de contabilidade, a Escola de Comércio
Álvares Penteado (IUDÍCIBUS, 2000).
Como ciência social, a Contabilidade apreende e reflete em seu campo de
atuação as inúmeras mudanças ocorridas na sociedade, sejam elas, por exemplo,
de ordem política, econômica, cultural ou tecnológica. Desde o surgimento do
capitalismo até os dias atuais, essas mudanças vêm afetando de alguma forma a
vida das nações e de suas instituições.
Voltando aos acontecimentos históricos que sempre importam serem
conhecidos, ou pelo menos citados em tópicos (desejando que façam um pesquisa
aprofundada quando se conhece o conteúdo), para verificarmos o caminho evolutivo
das ciências, podemos destacar:
a revolução industrial;
as mudanças geográficas no comércio internacional;
os históricos abalos econômicos como o crash de 1929 e a crise asiática de
1997;
a globalização das economias;
os avanços tecnológicos nos meios de comunicação;
as transições políticas; e,
a organização e regulamentação dos mercados financeiros.
SÉRGIO DE IUDÍCIBUS (2004) destaca que foi juntamente com o
nascimento do capitalismo, que a Contabilidade desenvolveu-se como um método
capaz de apurar, essencialmente, os resultados das atividades comerciais e
industriais e as nuances do mundo dos negócios entre pessoas físicas, jurídicas,
públicas, privadas, com ou sem fins lucrativos.
O desafio de hoje, entretanto, é desenvolver a Contabilidade em meio a um
cenário global de operações produtivas, comerciais e financeiras muito mais
complexas e sofisticadas.
Essas transformações ou transições, que o mundo sofreu e vem sofrendo ao
longo do tempo, resultam invariavelmente do crescimento de necessidades sociais.

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Como resultado desse processo, cresce o destaque e a exigência por informações


contábeis mais amplas, ágeis e transparentes.
Por meio delas, afinal, é que as organizações e um amplo rol de partes
interessadas subsidiam o planejamento e controle dos seus negócios e a história
tem retratado que os progressos contábeis mais relevantes ocorreram em períodos
de crises ou em épocas de grandes transições da sociedade.
A contabilidade como ciência tem vasta aplicação para apuração de
resultados, registros e interpretações destes, sendo utilizado por todas as entidades
que desejam obter lucro ou não (CREPALDI, 2002, p.15).
A contabilidade foi alvo de diversas escolas, chamadas de “escolas de
pensamento da Ciência Contábil” como as que defendem o Contismo1, o
Personalismo2, o Controlismo3, o Aziendalismo4 e o Patrimonialismo5, sendo esta
última escola a que melhor sintetiza o pensamento de Vicente Masi6.
Atualmente, a Contabilidade é entendida como uma técnica capaz de
produzir, com oportunidade e fidedignidade, relatórios que sirvam a administração
no processo de tomada de decisões e de controle de seus atos, demonstrando, por
fim, os efeitos produzidos por esses atos de gestão no patrimônio da entidade
(KOHAMA, 2009).

1
Escola francesa que dominou antes do século XIX. Na época, as teorias eram chamadas de
corrente contábil do contismo. A mais popular teoria de contas, chamada de "teoria das cinco contas"
dominou a contabilidade prática durante quase dois séculos. Foi criada por Edmond Degrange (pai)
no século XVIII, que também introduziu o livro Diário-Razão, o qual teve grande aceitação nos
Estados Unidos, a ponto de ser mais conhecido como Diário Americano.
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Classifica as contas do proprietário, dos consignatários e dos correspondentes.
3
A contabilidade volta-se para o controle econômico, sendo a contabilidade definida por essa
corrente como a ciência que estuda e pratica as funções de orientação e de controle, relativas aos
atos e fatos da administração econômica.
4 Aziendalismo é uma teoria científica italiana que define como objeto de estudo da contabilidade a
azienda. A palavra que vem do italiano e significa fazenda. No Brasil, a azienda era considerada
objeto de estudo da Economia Aziendal, ramo contábil da Economia e que não se desenvolveu. Uma
das primeiras palavras, expressão e definição que o estudante de contabilidade ouve é que a
contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio em favor das aziendas.
5
O patrimonialismo apregoa que o patrimônio é uma grandeza real que se transforma com o
desenvolvimento das atividades econômicas. O capital representado pela riqueza acumulada deve
ser conservado e renovado para manter sua utilidade potencial.
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Um dos grandes estudiosos do Patrimonialismo.
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2.2 Abordagens utilizadas para estudar a Teoria Contábil


O estudo da Contabilidade a partir de qualquer uma das abordagens citadas
brevemente é igualmente válido, desde que propicie o desenvolvimento da ciência
contábil.
Abordagem Ética: coloca em evidência a questão da ética, na qual a
informação deveria ter alto grau de fidedignidade e o profissional deve ser
imparcial a qualquer interesse.
Abordagem da Teoria do Comportamento: está ligada à sociologia e à
psicologia do comportamento e enfatiza que a informação deve ser divulgada
de acordo com sua utilidade a cada usuário.
Abordagem Macroeconômica: mostra a afinidade da Contabilidade com a
Economia e de acordo com estas a informação deve considerar as políticas
econômicas adotadas.
Abordagem Sociológica: enfoca que a Contabilidade deve divulgar as
relações entre a entidade e a sociedade, fornecendo informações qualitativas
que demonstrem o favorecimento do bem-estar social.
Abordagem da Teoria da Comunicação: mostra a importância da
Contabilidade externar seus resultados, de forma clara e objetiva.
Abordagem Pragmática: enfoca a praticidade, a utilidade e a relação custo x
benefício da informação (VÁRIOS AUTORES).

2.3 Conceito, funções e finalidades da Contabilidade


Por definição, Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio,
objetivando representá-lo graficamente, evidenciar suas variações, estabelecer
normas para sua interpretação, análise e auditagem e servir como instrumento
básico para a tomada de decisões de todos os setores direta ou indiretamente
envolvidos com a empresa.
Segundo HILÁRIO FRANCO (1999), é a ciência que estuda e pratica,
controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o
registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de
oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o
resultado econômico decorrente da gestão da riqueza econômica.

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Para SÉRGIO DE IUDÍCIBUS e JOSÉ CARLOS MARION (2000), o objetivo


principal da contabilidade é coletar, registrar, resumir, analisar e relatar, em termos
monetários, informações acerca dos negócios das companhias. A contabilidade
busca prover os usuários com informações sobre aspectos de natureza econômica,
financeira e física do patrimônio da entidade e suas mutações, o que compreende
registros, demonstrações, análises, diagnósticos e prognósticos, expressos sob a
forma de relatos, pareceres, tabelas, planilhas e outros.
A contabilidade só é capaz de captar e registrar, normalmente, eventos
mensuráveis em moeda quando sabemos que, em quase todas as decisões, muitos
outros elementos não quantitativos devem ser levados em conta para uma decisão
adequada (IUDICIBUS, 1998, p. 27).
Como um instrumento operacional, a Contabilidade se realiza por meio de
um sistema de informação e avaliação econômica e monetária, com a finalidade de
fornecer demonstrações e análises que habilitem seus diversos usuários na predição
sobre eventos e tendências futuras da organização. Assim, o produto da
Contabilidade é a informação contábil resultante da sintetização dos dados obtidos
através de documentos que reflitam a realidade mercantil em que se encontra o
usuário.
De acordo com SÉRGIO DE IUDÍCIBUS e JOSÉ CARLOS MARION (2000,
p.68), o objetivo científico da Contabilidade manifesta-se na correta apresentação do
Patrimônio e na apreensão e análise das causas das suas mutações. Já sob a ótica
pragmática, a aplicação da Contabilidade a uma Entidade particularizada busca
prover os usuários com informações sobre aspectos de natureza econômica,
financeira e física do Patrimônio da Entidade e suas mutações.

Seu objeto de estudo nada mais é do que o patrimônio da entidade,


composto pelo conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma ou mais
pessoas, em seus aspectos:
estático (econômico e financeiro);
dinâmico (variações sofridas pela riqueza patrimonial);
qualitativos;
quantitativos.

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Todos estes aspectos devem ser sempre visando desnudá-lo e mostrá-lo


como está, no intuito de propiciar condições de intervenção no mesmo.
A Resolução nº 774, de 16 de dezembro de 1994, do Conselho Federal de
Contabilidade, estabelece que

na Contabilidade, o objeto é sempre o patrimônio de uma Entidade, definido


como um conjunto de bens, direitos e obrigações para com terceiros,
pertencente a uma pessoa física, a um conjunto de pessoas, como ocorrem
nas sociedades informais, ou a uma sociedade ou instituição de qualquer
natureza, independentemente da sua finalidade, que pode, ou não, incluir
lucro.

Na verdade, o patrimônio é estudado em seus aspectos qualitativos e


quantitativos, e, a própria Resolução caracteriza que por aspecto qualitativo do
patrimônio entende-se a natureza dos elementos que o compõem, como dinheiro,
valores a receber, ou a pagar expressos em moeda, máquinas, estoques de
materiais ou de mercadorias, etc. Esta delimitação qualitativa vai até o grau de
particularização que permita a perfeita compreensão do componente patrimonial.
Enquanto o atributo quantitativo refere-se à expressão dos componentes
patrimoniais em valores, o que demanda que a Contabilidade assuma posição sobre
o que seja “valor”, porquanto os conceitos sobre a matéria são extremamente
variados (CFC , 2000, p. 31).
Quanto às funções da Contabilidade, não encontramos, por parte dos
autores, muitas alusões da sua função, embora saibamos que ela serve para
controlar e fiscalizar os diversos órgãos das aziendas, uma vez que mostra e
examina as situações que vão se desenrolando dentro da empresa.

Dentre as referências diretas podemos citar:

A função é registrar, classificar, demonstrar, auditar e analisar todos os


fenômenos que ocorrem no patrimônio das entidades, objetivando fornecer
informações, interpretações e orientação sobre a composição e as
variações do patrimônio, para a tomada de decisões de seus
administradores (FRANCO, 1999, p.19).

A contabilidade é um dos principais sistemas de controle e informação das


empresas. Com a análise do balanço patrimonial e da demonstração do
resultado do exercício é possível verificar a situação da empresa, sob os
mais diversos enfoques, tais como: análises de estrutura, de evolução, de

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solvência, de garantia de capitais próprios e de terceiros, os bancos, as


financeiras, aos clientes, etc. (CREPALDI, 2002, p.24).

Analisar, interpretar e registrar os fenômenos que ocorrem no patrimônio


das pessoas físicas e jurídicas, busca demonstrar a seus usuários, através
de relatórios próprios (Demonstração de Resultado do Exercício,
Demonstração das Mutações de Patrimônio Líquido ou Demonstração de
Lucros ou Prejuízos Acumulados, Balanço Patrimonial, Demonstração de
Origens e Aplicações de Recursos e outros), as informações sobre o
comportamento dos negócios para a tomada de decisões (FAVERO et al,
1997, p.13).

De todo modo, podemos afirmar que as funções da Contabilidade se


compõem pela classificação e registro dos fatos contábeis; o controle evidenciado
pelo exame da situação patrimonial; a demonstração e análise da situação
patrimonial com interpretação do resultado econômico apurado, de maneira a
garantir o atingimento dos objetivos previstos pela mesma.
Embora possa parecer que o conteúdo se repete quando se fala das funções
da Contabilidade, justificamos essa deferência por entendermos que deve ficar muito
claro as ações de: registrar, organizar, demonstrar, analisar e acompanhar as
modificações do patrimônio em virtude da atividade econômica ou social que a
empresa exerce no contexto econômico.
Registrar: todos os fatos que ocorrem no patrimônio das entidades
econômico- administrativas e podem ser representados em valor monetário;
Organizar: um sistema de controle adequado à empresa;
Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente por
meio de demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da
empresa;
Analisar: as demonstrações contábeis, que podem ser analisadas com a
finalidade de apuração dos resultados obtidos pela empresa, com objetivo
principal de transformar dados em informações para a tomada de decisões;
Acompanhar: a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os
pagamentos a serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros,
e alertando para eventuais problemas.

A Auditoria é outra ação que deveria ser permanente e cíclica: tanto externa
quanto interna, para a confiabilidade do sistema contábil aplicada nas empresas

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econômico administrativas, representa para muitos a fonte base para a confiança em


uma nação, em um estado ou em uma empresa ou pessoa física (VÁRIOS
AUTORES).
As finalidades fundamentais da Contabilidade referem-se à orientação da
administração das empresas no exercício de suas funções. Portanto, a
Contabilidade é o controle e o planejamento de toda e qualquer entidade
socioeconômica.
Controle: a administração através das informações contábeis, via relatórios,
pode certificar-se na medida do possível, de que a organização está agindo
em conformidade com os planos e políticas determinados.
Planejamento: a informação contábil, principalmente no que se refere ao
estabelecimento de padrões e ao inter-relacionamento da Contabilidade e os
planos orçamentários, é de grande utilidade no planejamento empresarial, ou
seja, no processo de decisão sobre que curso de ação deverá ser tomado
para o futuro.

2.4 Ramificações/aplicações e usuários


Numa primeira grande ramificação temos a Contabilidade Pública e
Contabilidade Privada.
A Contabilidade Pública ocupa-se com o estudo e registro dos fatos
administrativos das pessoas de direito público e da representação gráfica de seus
patrimônios, visando três sistemas distintos: orçamentário, financeiro e patrimonial,
para alcançar os seus objetivos, ramificando-se conforme a sua área de abrangência
em federal, estadual, municipal e autarquias.
A Contabilidade Privada ocupa-se do estudo e registro dos fatos
administrativos das pessoas de direito privado, tanto as físicas quanto às jurídicas,
além da representação gráfica de seus patrimônios, dividindo-se em civil e
comercial.
Devido à complexidade e as exigências do mercado atual, a contabilidade
procura evoluir e adaptar-se às suas demandas informacionais, pois cada ramo de
atividade possui as suas peculiaridades e necessidades de informação para subsistir
e alcançar vantagem competitiva. Dessa forma, coube à contabilidade constituir um

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sistema de informações que atendesse e amparasse a necessidade de tais


informações para a tomada de decisões diárias dos gestores.
As áreas de aplicação da Contabilidade são muitas, dentre elas podemos
citar: a área financeira ou societária; tributária ou fiscal; de custos; gerencial;
auditoria contábil; perícia contábil.
Logo após a ilustração exemplificativa, fornecida por JOSÉ CARLOS
MARION (1998), explicaremos cada uma das áreas para que entendam como a
Contabilidade é ampla e ao mesmo tempo específica.

Fonte: Marion (1998)

Essa estrutura justifica-se pelas exigências de informação do ambiente em


que a empresa está inserida. Cada segmento possui a sua realidade de
concorrência, cadeia de suprimentos, estilo de clientes e consumidores. Por esse
motivo, cabe à contabilidade adequar-se às necessidades específicas de cada ramo
e se estruturar de acordo para cumprir com sua missão.
Com toda essa dinâmica de evolução do mercado, houve a exigência de
novas transformações da contabilidade, agora no sentido de separar e identificar de
forma clara cada área de sua atuação, constituindo-se em um sistema de
informação contábil com áreas bem divididas que apresentam objetivos bem
específicos.
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A Contabilidade Financeira ou societária responde pela escrituração dos


fatos financeiros acontecidos na empresa, o que é básico e obrigatório para
qualquer organização.
A natureza das informações da contabilidade financeira é objetiva, confiável
e exata. O período das informações é referente ao passado e seu escopo é
agregado, mostrando a empresa como um todo.
A contabilidade financeira pode ter inúmeras vertentes: contabilidade
comercial, industrial, prestação de serviços, contabilidade hospitalar, contabilidade
para empresas de seguros, contabilidade agrícola, construção civil, contabilidade
bancária, contabilidade governamental, entre outros segmentos.
Contabilidade tributária ou contabilidade fiscal é a área responsável pelo
planejamento fiscal das companhias, objetivando uma diminuição da carga de
tributos de maneira lícita. Por causa da forte carga tributária que existe em nosso
país, faz-se necessário ter um bom controle e planejamento fiscal, para que a
empresa possa se beneficiar de todos os incentivos fiscais autorizados pela
legislação.
Contabilidade de custos é a área responsável pelo gerenciamento de todos
os custos da empresa. É muito importante um órgão de custos, seja em uma
indústria, seja em uma empresa comercial ou prestadora de serviços, para avaliar e
escolher o melhor método de custeamento para absorver os custos da produção ou
de comercialização, pois a contabilidade de custos estuda, analisa e apropria os
custos de produção dos produtos, calcula o custo unitário de cada produto, entre
outros cálculos, inclusive ajuda no combate ao desperdício, retrabalho e processos
improdutivos, que não agregam valor ao negócio. Ela é muito importante para o
empresário na preparação da estrutura e formação do preço de venda.
A Contabilidade gerencial ajuda o administrador, fornecendo informações
para a tomada de decisões. O controller ou o contador analisa o comportamento dos
custos, investimentos, despesas e receitas em diversos níveis de produção, explica
as oscilações dos resultados; dessa forma, auxilia o administrador a entender
melhor a rentabilidade de diversos níveis de produção (SILVA, 2008).

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Essa vertente da contabilidade não observa a obrigatoriedade dos princípios


contábeis, porque sua finalidade é gerencial. A natureza das informações da
contabilidade gerencial é mais subjetiva, interpretativa e importante.
A contabilidade financeira precede a contabilidade gerencial, pois a sua
estrutura provê a base para as duas contabilidades.
A Auditoria contábil é uma área que se divide em auditoria interna, a qual é
responsável pela averiguação da prática dos controles internos e de gestão na
empresa. Esses controles internos correspondem às diretrizes e aos procedimentos
para serem seguidos pelos funcionários da companhia. Caso não haja observância
desses controles, pode causar desorganização, fraudes e perdas para a companhia.
A auditoria externa emite parecer com o propósito de autenticar a precisão e
a integridade das demonstrações financeiras da empresa auditada, averiguando se
estas demonstrações refletem a real situação econômico-financeira da empresa e se
utilizou os princípios contábeis. Esta auditoria é obrigatória para empresas de capital
aberto, que vendem parte de seu capital social no mercado de capitais/bolsa de
valores.
Ao final de cada trabalho, é emitido um parecer abordando a veracidade das
demonstrações financeiras da empresa auditada, além da opinião e recomendação
dos auditores para a empresa.
A Perícia contábil é uma área que tem como propósito a busca da
integridade de fatos passados realizada por um profissional de grande conhecimento
da área contábil.
A função do perito contábil, de forma resumida, é elucidar os fatos
acontecidos no passado, ajudando assim o juiz a tomar decisões (SILVA, 2008).

2.5 Os usuários da informação contábil


Os usuários são as pessoas físicas e jurídicas, que utilizam com interesses
específicos as informações da situação da empresa e buscam nos instrumentos
contábeis as suas respostas.
Podemos dividir os usuários em internos e externos. Os usuários internos
seriam todas as pessoas ou grupos de pessoas relacionadas com a empresa e que
têm facilidade de acesso às informações contábeis, tais como:

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
15

Gerentes >>> para a tomada de decisões;


Funcionários >>> com interesse em pleitear melhorias, participação do
resultado, entre outros;
Diretoria >>> para a execução de planejamentos organizacionais.
O usuário interno principal da informação contábil na entidade moderna é a
alta administração, diretores, que pela proximidade à Contabilidade, pode solicitar a
elaboração de relatórios específicos para auxiliar-lhe na gestão do negócio.
Os relatórios específicos podem, além de abranger quaisquer áreas de
informação (fluxo financeiro, disponibilidades, contas a pagar, contas a receber,
aplicações financeiras, compra e vendas no dia ou no período e os gastos gerais de
funcionamento), ser elaborados diariamente ou em curtos períodos de tempo
(semana, quinzena, mês. Etc.), de acordo com as necessidades administrativas.
Os usuários externos são todas as pessoas ou grupos de pessoas sem
facilidade de acesso direto às informações, mas que as recebem de publicações das
demonstrações pela entidade, tais como:
Bancos >>> interessados nas demonstrações financeiras a fim de analisar a
concessão de financiamentos e medir a capacidade de retorno do capital
emprestado;
Concorrentes >>> interessados em conhecer a situação da empresa para
poder atuar no mercado;
Governo >>> que necessita obter informações sobre as receitas e as
despesas para poder atuar sobre o resultado operacional no que concerne a sua
parcela de tributação;
Fornecedores >>> interessados em conhecer a situação da entidade para
poder continuar ou não as transações comerciais com a entidade, além de medir a
garantia de recebimento futuro;
Clientes >>> interessados em medir a integridade da entidade e a garantia
de que seu pedido será atendido nas suas especificações e no tempo acordado;
Investidores >>> interessados em medir a lucratividade histórica da entidade
e tomar a decisão sobre investir ou não investir.

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UNIDADE 3 – NORMAS E PRINCÍPIOS CONTÁBEIS

3.1 Normas Brasileiras de Contabilidade


As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) constituem-se num conjunto
de regras e procedimentos de conduta que devem ser observados como requisitos
para o exercício da profissão contábil, bem como os conceitos doutrinários,
princípios, estrutura técnica e procedimentos a serem aplicados na realização dos
trabalhos previstos nas normas aprovadas por resolução emitidas pelo CFC.
As Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de
Contabilidade (CFC) devem seguir os mesmos padrões de elaboração e estilo
utilizados nas normas internacionais e compreendem as Normas propriamente ditas,
as Interpretações Técnicas e os Comunicados Técnicos.
As Normas Brasileiras de Contabilidade classificam-se em Profissionais e
Técnicas e estabelecem preceitos de conduta profissional e padrões e
procedimentos técnicos necessários para o adequado exercício profissional.

3.1.1 Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais


As Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais se estruturam
conforme segue:
I - Geral - NBC PG – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas
indistintamente a todos os profissionais de Contabilidade;
II - do Auditor Independente - NBC PA – são as Normas Brasileiras de
Contabilidade aplicadas, especificamente, aos contadores que atuam como
auditores independentes;
III - do Auditor Interno - NBC PI – são as Normas Brasileiras de
Contabilidade aplicadas especificamente aos contadores que atuam como auditores
internos;
IV - do Perito - NBC PP – são as Normas Brasileiras de Contabilidade
aplicadas especificamente aos contadores que atuam como peritos contábeis.
A estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade foi definida através da
Resolução CFC 1.328/2011.

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3.1.2 Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica


As Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas se estruturam conforme
segue:
I - Geral - NBC TG – são as Normas Brasileiras de Contabilidade
convergentes com as normas internacionais emitidas pelo International Accounting
Standards Board (IASB); e as Normas Brasileiras de Contabilidade editadas por
necessidades locais, sem equivalentes internacionais;
As NBC TG são segregadas em:
a) normas completas que compreendem as normas editadas pelo CFC, a
partir dos documentos emitidos pelo CPC que estão convergentes com as normas
do IASB, numeradas de 00 a 999;
b) normas simplificadas para PMEs que compreendem a norma de PME
editada pelo CFC, a partir do documento emitido pelo IASB, bem como as ITs e os
CTs editados pelo CFC sobre o assunto, numerados de 1000 a 1999;
c) normas específicas que compreendem as ITs e os CTs editados pelo CFC
sobre entidades, atividades e assuntos específicos, numerados de 2000 a 2999.
II - do Setor Público - NBC TSP – são as Normas Brasileiras de
Contabilidade aplicadas ao Setor Público, convergentes com as Normas
Internacionais de Contabilidade para o Setor Público, emitidas pela International
Federation of Accountants (IFAC); e as Normas Brasileiras de Contabilidade
aplicadas ao Setor Público editadas por necessidades locais, sem equivalentes
internacionais;
III - de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica - NBC TA –
são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Auditoria convergentes com
as Normas Internacionais de Auditoria Independente emitidas pela IFAC;
IV - de Revisão de Informação Contábil Histórica - NBC TR – são as Normas
Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Revisão convergentes com as Normas
Internacionais de Revisão emitidas pela IFAC;
V - de Asseguração de Informação Não Histórica - NBC TO – são as Normas
Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Asseguração convergentes com as Normas
Internacionais de Asseguração emitidas pela IFAC;

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VI - de Serviço Correlato - NBC TSC – são as Normas Brasileiras de


Contabilidade aplicadas aos Serviços Correlatos convergentes com as Normas
Internacionais para Serviços Correlatos emitidas pela IFAC;
VII - de Auditoria Interna - NBC TI – são as Normas Brasileiras de
Contabilidade aplicáveis aos trabalhos de Auditoria Interna;
VIII - de Perícia - NBC TP – são as Normas Brasileiras de Contabilidade
aplicáveis aos trabalhos de Perícia;
IX - de Auditoria Governamental - NBC TAG – são as Normas Brasileiras de
Contabilidade aplicadas à Auditoria Governamental convergentes com as Normas
Internacionais de Auditoria Governamental emitidas pela Organização Internacional
de Entidades Fiscalizadoras Superiores (INTOSAI).

3.1.3 Interpretação Técnica e Comunicado Técnico


A Interpretação Técnica tem por objetivo esclarecer a aplicação das Normas
Brasileiras de Contabilidade, definindo regras e procedimentos a serem aplicados
em situações, transações ou atividades específicas, sem alterar a substância dessas
normas.
O Comunicado Técnico tem por objetivo esclarecer assuntos de natureza
contábil, com a definição de procedimentos a serem observados, considerando os
interesses da profissão e as demandas da sociedade.
A inobservância às Normas Brasileiras de Contabilidade constitui infração
disciplinar sujeita às penalidades previstas nas alíneas de “c” a “g” do art. 27 do
Decreto-Lei nº 9.295/46, alterado pela Lei nº 12.249/10, e ao Código de Ética
Profissional do Contador.
3.2 Princípios contábeis
Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e
teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento
predominante nos universos científico e profissional.
Considerando a estrutura conceitual básica da Contabilidade, SÉRGIO DE
IUDÍCIBUS; JOSÉ CARLOS MARION (2000, p. 97) e outros estudiosos os
classificam em postulados, princípios e convenções.

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Os postulados são premissas básicas para existência da contabilidade, ou


seja, são a base para a existência da contabilidade, ou ainda, uma proposição ou
observação de certa realidade que pode ser considerada não sujeita a verificação.
De acordo com EDSON CORDEIRO DA SILVA (2008), não precisam ser
comprovadas, porque ocorre uma aceitação geral por parte das pessoas.
Os postulados são considerados pela Resolução nº 750/1993 – CFC como
Princípios Fundamentais e são compostos de:
• Entidade Contábil – a pessoa física ou jurídica para quem é mantida a
contabilidade. O Patrimônio da entidade não se confunde com o dos seus
sócios;
• Continuidade – o trabalho contábil é contínuo. Refere-se à entidade que está
funcionando com prazo indeterminado.
Os princípios orientam quanto aos procedimentos que devem ser seguidos
na realização dos registros contábeis; são preceitos básicos.
As convenções delimitam o campo de atuação dos princípios, estabelecendo
critérios a serem observados na aplicação dos mesmos. Os princípios contábeis
adotados nas Normas Brasileiras de Contabilidade não se opõem aos da estrutura
conceitual básica da Contabilidade. No entanto, estes apresentam maior
abrangência e classificação científica, sendo, portanto, mais completos e mais
específicos em relação a atuação do contador.
Os princípios Fundamentais de Contabilidade são aqueles elencados no art.
3º da Resolução citada anteriormente. Prescreve ainda o § 2º, do art. 1º, da mesma
norma que “na aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade há
situações concretas e a essência das transações deve prevalecer sobre seus
aspectos formais”. Ou seja, a cada situação, o contabilista deve analisar se a forma
jurídica confere com a essência econômica do fato contábil. Caso não confira, a
essência deve prevalecer sobre a forma. Alguns autores consideram essa assertiva
como um princípio “embrionário”.
De acordo com HERALDO DA COSTA REIS (1995, p. 7), os princípios
contábeis constituem a essência das doutrinas e teorias relativas à ciência da
contabilidade, segundo entendimento dominante no universo científico profissional
brasileiro.

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20

CHARLES HORNGREN (1985, p. 394), por sua vez, afirma que os princípios
contábeis transformaram-se em princípios de aceitação geral por consenso, sendo
ainda que tal consenso não é influenciado somente pela análise lógica formal, mas
também pela experiência, pelo uso e pela necessidade prática.
Segundo SÉRGIO DE IUDÍCIBUS (2004), as convenções contábeis
delimitam ou qualificam melhor o tipo de comportamento necessário do contador em
face dos amplos graus de liberdade que os postulados e princípios lhe permitem
exercer. São restrições que representam o complemento dos postulados e princípios
delimitando-lhes conceitos e atribuições (IUDÍCIBUS e MARION, 2000, p. 121). São
normas de caráter prático que devem ser consideradas como guias.
Conservadorismo, Consistência, Materialidade e Objetividade são as quatro
convenções aceitas pelos doutrinadores.
Nota: a partir de 02.06.2010, Os “Princípios Fundamentais de Contabilidade
(PFC)”, citados na Resolução CFC nº 750/93, passam a denominar-se “Princípios de
Contabilidade (PC)”, por força da Resolução CFC 1.282/2010.
Os princípios são aplicáveis à contabilidade no seu sentido mais amplo de
ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades.
São Princípios de Contabilidade:

O PRINCÍPIO DA ENTIDADE
O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da
Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de
um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes,
independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma
sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins
lucrativos.
Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com
aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

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O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em
operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes
do patrimônio levam em conta esta circunstância.
No que diz respeito ao princípio da continuidade, a Resolução nº
750/1993 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) em seu art. 5º dispõe que:

A Continuidade ou não da entidade, bem como sua vida definida ou


provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das
mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas.
§ 1º A continuidade influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos
casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a
extinção da Entidade tem prazo determinado, previsto ou previsível.
§ 2º A observância do Princípio da Continuidade é indispensável à correta
aplicação do Princípio da Competência, por efeito de se relacionar
diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do
resultado, e de constituir dado importante para aferir a capacidade futura de
geração.

De acordo com o exposto na resolução do CFC, o princípio da


continuidade apresenta-se importante para a contabilidade pública, tendo em vista
que parte da ideia de que a Administração Pública está operando e dessa forma
permanecerá indefinidamente.
Em razão disso, o princípio da continuidade tem por objeto a vida e a
sobrevivência da empresa, no caso da contabilidade pública, do Estado e de que
modo a contabilidade deve tratar desses fatos.

O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE
O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e
apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e
tempestivas.

O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL


O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes
do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das
transações, expressos em moeda nacional.

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22

Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e


passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:
a) Custo corrente – os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou
equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos
equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações
contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de
caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data
ou no período das demonstrações contábeis;
b) Valor realizável – os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou
equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma
ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de
caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as
correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade;
c) Valor presente – os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado
do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no
curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor
presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja
necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade;
d) Valor justo – é o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo
liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem
favorecimentos; e,
e) Atualização monetária – os efeitos da alteração do poder aquisitivo da
moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o
ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.

A contabilidade tem como função demonstrar o valor dos bens da


entidade pelo valor original dos mesmos, ou seja, o valor (custo histórico) no
momento em que foram incorporados ao patrimônio e o valor atual (valor de
mercado), buscando-se com isso tomar decisões mais acertadas.
Tal princípio é aplicável à contabilidade pública, pois o Administrador
Público na sua tomada de decisão deve seguir, dentre outros princípios, o da
conveniência e oportunidade.

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Assim sendo, a variação do preço de compra ou de venda de


determinado bem pode ser levada em consideração por parte do administrador
público nas suas decisões.

O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA
O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e
outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem,
independentemente do recebimento ou pagamento. O Princípio da Competência
pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas.

O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA
A Resolução nº 750/93 institui o emprego do princípio da prudência e
restringe as variações de patrimônio posteriores às operações originais com o
mundo externo, já que estas deverão ser decorrentes de consenso com os agentes
econômicos externos ou da imposição destes. Por isso, o princípio da prudência
acontecerá concomitantemente com o princípio da competência, conforme
estabelecido no § 2º da mencionada Resolução, quando resultará, sempre, variação
patrimonial quantitativa negativa, ou seja, reduzirá o patrimônio líquido.
O emprego deste princípio não deve levar em conta situações como:
manipulação de resultados, com criação de despesas, receitas e provisões
indevidas; pelo contrário, deve assegurar a inexistência de valores artificiais, de
interesse de certas pessoas, principalmente os administradores e controladores,
aspecto muito relevante nas entidades integrantes do mercado de capitais.
Em resumo, determina a adoção do menor valor para os componentes do
Ativo e do maior valor para os do Passivo (SILVA, 2008).
O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os
componentes do ativo e do maior para os do passivo, sempre que se apresentem
alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que
alterem o patrimônio líquido.

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OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA
A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da
profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de
Contabilidade (NBC). Por exemplo, o princípio de competência, que exige o registro
das receitas e despesas no período que ocorrerem, não pode ser substituído por
adoção do regime de caixa (onde as receitas e despesas são registradas somente
por ocasião de seu pagamento) (ZANLUCA, 2012).
As convenções contábeis determinam limites no procedimento de atuação
do contador; definem e até alteram parcialmente o conteúdo dos princípios,
melhorando mais seu significado:
Objetividade – os registros contábeis têm que estar suportados por
documentos que geram transações ou evidências que ajudam na avaliação;
Materialidade – toda informação contábil origina um custo e só tem sentido
executar a informação se o benefício (o usuário ou sistema) representar um
valor maior que o custo da informação (papel, equipamento, salários,
encargos etc.) registrado pela contabilidade, por exemplo: pequenos valores
gastos com passagens de ônibus, metrô, postagens de correspondências,
entre outros, podem acarretar vários lançamentos contábeis; então, para
evitar um grande número de registros, faz-se periódica, semanal, quinzenal
ou mensalmente, um único lançamento desses lançamentos, sempre
considerando a documentação que suporta tais gastos;
Consistência – significa que, uma vez adotado determinado critério contábil,
não deverá ser mudado sem um motivo sério e em períodos apropriados para
tal modificação; por exemplo, se a empresa escolhe um tipo de controle de
estoque com base no critério de apuração do custo, como, por exemplo, custo
médio, PEPs etc., consistentemente, deverá utilizar esse tipo de controle pelo
menos até terminar o período (exercício social), de maneira que não
comprometa a qualidade das informações contábeis já apuradas;
Conservadorismo – manter a coerência na comunicação das informações;
uma boa conduta do contador é a de se resguardar para não gerar
expectativas futuras que possam não se cumprir. Segundo os Princípios
Fundamentais da Contabilidade (PFC), a contabilidade escolherá o que

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apresentar o menor valor atual para o ativo e o maior para as obrigações


representadas no passivo (SILVA, 2008).

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UNIDADE 4 – O PROCESSO/ESTRUTURA CONTÁBIL

4.1 Escrituração contábil


A escrituração contábil de uma companhia é exigida pela legislação
comercial. A legislação do Imposto de Renda, artigo 251 do Regulamento do
Imposto de Renda (RIR/99) e artigo 177, § 22, Lei nº 6.404/76, estabelece que a
pessoa jurídica sujeita à tributação baseada no lucro real deve conservar os
registros contábeis, observando as leis comerciais e fiscais, as quais devem constar
todas as transações feitas pela empresa, os resultados apurados nas atividades em
todo o território nacional, apresentando lucros, rendimentos e ganhos de capital
auferidos no exterior (BARROS, 2003).
Vale a pena ressaltar que a legislação do Imposto de Renda estabelece três
maneiras de tributação dos rendimentos das pessoas jurídicas e das empresas
individuais a elas equiparadas (SANTOS et al, 2004):
Declaração de rendimentos com base no lucro real (anual ou trimestral);
Declaração de rendimentos com base no lucro presumido;
Declaração de rendimentos com base no lucro arbitrado.
As empresas que têm filiais, sucursais ou agências podem ter contabilidade
descentralizada, se assim desejar. Se a empresa optar pela descentralização,
deverá, ao final de todo mês, incorporar na escrituração da matriz os resultados dos
demais estabelecimentos, segundo o artigo 252 do RIR/99 (BARROS, 2003).
A escrituração deve ser totalmente preenchida em idioma e moeda corrente
nacionais, com individualização e clareza, por ordem cronológica de dia, mês e ano,
sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borraduras, rasuras, emendas e
transporte para as margens. Devem ser também observados os métodos e critérios
contábeis uniformes no tempo, com obediência às disposições legais e aos
princípios fundamentais de Contabilidade.
Os registros contábeis têm que ser consistentes e baseados nos
documentos, livros, papéis, geradores dos registros. A empresa deve seguir os
princípios e as técnicas estabelecidas pela contabilidade; pois a fiscalização
verificará se a empresa segue as regras e os padrões contábeis. Quanto aos erros
cometidos, deverão ser corrigidos mediante lançamento de estorno, transferência ou
complementação.
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Em relação aos registros contábeis necessários para atender à legislação


tributária, referente à determinação do lucro real, quando não devem, por sua
natureza completamente fiscal, considerar a escrituração comercial, ou forem
diferentes dos lançamentos dessa escrituração, são realizados no Livro de Apuração
do Lucro Real (LALUR), ou em livros auxiliares (SILVA, 2008).

Livros societários e fiscais


A escrituração comercial deve ter uma ordem uniforme, usando livros e
papéis adequados, cujo número e espécie ficam a critério da pessoa jurídica; ela
pode ser mecanizada ou manual, conforme o artigo 257 do RIR/99.
As empresas, de modo geral, são obrigadas a usar e a manter uma série de
livros obrigatórios por exigência da legislação mercantil, tributária, trabalhista e
Previdenciária.
Os registros contábeis são feitos nos conhecidos livros de escrituração, local
em que a empresa lança todos os fatos administrativos. Os principais livros de
escrituração usados pela contabilidade são o diário e o razão, porém existem outros
livros que são também obrigatórios.
Os livros contábeis obrigatórios são os seguintes:
Livro diário – legislação comercial;
Livro razão – legislação fiscal;
Livros societários exigidos por lei das sociedades par ações (Lei nº 6.404/76,
artigo 100) – registro de ações nominativas, livro de transferência de ações
nominativas, atas das assembleias gerais, presença dos acionistas, atas das
reuniões da diretoria, atas e pareceres do conselho fiscal, registro de partes
beneficiárias nominativas, livro de transferência de partes beneficiárias
nominativas, atas de reuniões do conselho de administração;
Livros fiscais (quando aplicável) – registro de inventário, registro de entradas
(compras), livro de apuração do lucro real (LALUR), registro permanente de
estoque, e razão auxiliar (controle patrimonial), livros de entradas, saídas e de
apuração do ICMS, IPI, ISS, etc;
Livros trabalhistas – registro de empregados e ocorrência e inspeção do
trabalho, entre outros;

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Livros facultativos e auxiliares – razão auxiliar de clientes e razão auxiliar de


fornecedores e registro de duplicatas.
Algumas formalidades legais (quando for o caso) são exigidas para os livros
contábeis obrigatórios, tais como: devem ser encadernados, numerados e
rubricados em todas as suas folhas e registrados na Junta Comercial quando a
sociedade for comercial ou no Cartório de Registros Especiais quando a sociedade
for civil.
Possuirá termo de abertura e de encerramento, ressalvada a permissão de
utilizar fichas, o que revogou implicitamente a obrigação, no caso de encadernação.
Isso tudo se refere às formalidades extrínsecas para os livros obrigatórios contábeis.
As formalidades intrínsecas são:
• individualização e clareza;
• forma mercantil;
• ordem cronológica;
• registros contínuos e correntes.
O emprego do livro diário é obrigatório e contém o registro básico de toda a
escrituração da contabilidade. Devem ser lançados, dia a dia, todos os atos ou
transações da atividade, ou que mudem ou possam vir a mudar a situação
patrimonial da empresa; deve também ser registrado a Junta Comercial (SILVA,
2008).

Mecanismo de contas
O método empregado para registrar os fatos contábeis ocorridos em uma
companhia é o método das partidas dobradas, divulgado pelo frade franciscano Luca
Pacioli, em 1494. O método diz que todo débito é contraposto a um crédito de igual
valor e vice-versa.
Inúmeros autores são unânimes em afirmar que o método das partidas
dobradas permite a visualização da situação de uma certa entidade no presente
mediante o registro dos fatos passados ao longo da vida da empresa. Outras
vantagens apontadas são:
• O método fornece mecanismos para evitar erros devido à dualidade
necessária;

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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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• É fundamental uma contabilidade sistemática e em ordem de transações para


se empregar o método.
Este método diz que todo débito corresponde a um crédito de mesmo valor;
isso significa que em todo lançamento contábil são usadas, no mínimo, duas contas,
uma de débito e outra de crédito do mesmo valor.
Geralmente, usa-se o razonete em T como mostra a ilustração abaixo:
Conta
Débito Crédito

O razonete é empregado principalmente para fins didáticos. Ele mostra


todos os valores lançados a débito, lado esquerdo do “T” e/ou a crédito, lado direito,
da conta num certo período, além do respectivo saldo, indicado no lado esquerdo, se
for devedor, ou no lado direito, se credor. O razonete nada mais é que uma razão
simplificada.
Assim sendo, a conta devedora é sempre inscrita em primeiro lugar e ocupa
a coluna da esquerda, enquanto a conta credora é sempre inscrita em segundo lugar
e ocupa a coluna da direita. A conta credora deve estar antecipada pela partícula
“a”. A soma dos valores dos débitos deve ser sempre igual à soma dos valores dos
créditos (SANTOS et al, 2004).
A conta é uma denominação contábil para um fato acontecido, ele pode ser
repetitivo e ter a mesma natureza. Existem contas Patrimoniais (ativo, passivo e
patrimônio líquido) e as contas de resultado (receitas, custos, despesas, perdas e
ganhos).
Quando se trata de débito e crédito, temos alguns tipos de conta:
Contas do ativo – o ativo está do lado esquerdo do balanço patrimonial; então, os
lançamentos a débito das suas contas aumentarão seus saldos e os lançamentos a
crédito os diminuirão.
Contas do passivo – essas contas possuem natureza credora. O passivo está do
lado direito do balanço patrimonial; então, os lançamentos a crédito das suas contas
aumentarão seus saldos e os lançamentos a débito os diminuirão.

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30

Contas de receita – essas contas possuem natureza credora. Se uma empresa tem
receitas maiores do que as despesas, representam lucro; isso significa que houve
aumento de riqueza líquida, que equivale ao patrimônio líquido positivo.
Contas de despesa – essas contas possuem natureza devedora. Se uma empresa
tem despesas maiores do que as receitas, representarão prejuízo; isso significa que
diminuirão a riqueza líquida e que afetarão o patrimônio líquido de forma negativa.

As contas registram as variações patrimoniais, mostram as espécies de fatos


contábeis que determinaram as modificações no resultado.
Lançamentos contábeis
O lançamento representa um registro de um fato contábil considerando o
“método das partidas dobradas”; é feito em ordem cronológica e seguindo as normas
e os princípios contábeis. O lançamento é uma parte da escrituração.
Os principais elementos do lançamento são: data de operação; conta
debitada; conta creditada; histórico e valor em moeda nacional.
Iniciação ao estudo do patrimônio
O patrimônio é um conjunto de bens materiais e imateriais, direitos e
obrigações de uma entidade física ou jurídica. Os bens e direitos são estipulados
como os ativos da entidade e as obrigações ou dívidas são consideradas o passivo
da entidade. A diferença entre ativo e passivo é denominada patrimônio líquido.
Segundo GUALTER BARRETO (2003), os bens representam tudo o que
pode ser avaliado economicamente e que venha a satisfazer as necessidades do ser
humano. Os bens podem ser classificados em bens.
1. Tangíveis, corpóreos, concretos ou materiais – eles existem como coisa ou
objeto. Exemplos: dinheiro, estoque, veículos, instalações, equipamentos, etc.
2. Intangíveis, incorpóreos, abstratos ou imateriais – não existem fisicamente,
porém significam uma aplicação de capital fundamental aos propósitos da
companhia, cujos valores são direitos de propriedade que são legalmente
conferidos aos seus detentores. Exemplo: marcas (Coca-Cola, Marlboro,
Windows, etc.); patentes (invenções de todos os tipos); direitos autorais;
ponto comercial; ações ou quotas de capital de outras companhias, etc.

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31

Os direitos são todos os valores recebidos de terceiros, que podem ser


vendas a prazo ou valores de nossa propriedade que se acham em posse de
terceiros, como, por exemplo, duplicatas a receber, aluguéis a receber, etc.
As obrigações representam as dívidas ou compromissos de qualquer tipo
assumidos diante de terceiros, como duplicatas a pagar, aluguéis a pagar, impostos,
etc.
Considerando do ponto de vista contábil, o patrimônio tem dois aspectos:
1. Aspecto quantitativo – constituído pelas espécies de elementos que formam o
patrimônio, que correspondem a diversos tipos de bens econômicos
heterogêneos, como máquinas, edificações, dinheiro, valores a pagar e a
receber, estoques, entre outros.
2. Aspecto qualitativo – é avaliado em moeda e é representado pela diferença
aritmética entre os bens e direitos e as obrigações sob o âmbito econômico-
financeiro; isso se chama patrimônio líquido.

Fatos contábeis
São os eventos que provocam alterações no Patrimônio de Entidade e,
portanto, devem ser registrados pela contabilidade. Existem fatos que modificam
determinadas operações; esses fatos são importantes, pois mudam o resultado
operacional bruto de período correspondente, tais como as compras e as vendas.
As receitas brutas de vendas e os serviços são compostos pelo produto da
venda de bens e o preço dos serviços prestados, enquanto as receitas líquidas de
vendas e os serviços equivalem às receitas brutas menos os impostos que incidem
sobre as vendas, as vendas canceladas e os abatimentos e/ou descontos
concedidos.
Quanto aos fatos que modificam as compras, pode-se dizer que o custo das
mercadorias ou matérias-primas adquiridas para revenda ou industrialização
envolve:
a) O preço da aquisição de determinada compra, incluindo os gastos com
serviços aduaneiros;
b) O custo do transporte até o estabelecimento do comprador e o respectivo
seguro;

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32

c) Os impostos devidos na aquisição ou importação com exceção do ICMS e IPI;


d) As devoluções de compras, compras anuladas, devolvidas ou canceladas;
e) Os descontos obtidos e/ou abatimentos sobre compras.
Todos esses custos descritos modificam os valores efetivos das compras.
Os fatos contábeis são classificados em:
Fatos permutativos – trocam os elementos patrimoniais (contas) do Ativo e/ou
do Passivo, ou somente do Patrimônio Líquido, sem que aconteça aumento
ou diminuição do Patrimônio Líquido (sem afetar o resultado);
Fatos modificativos – modificam o Patrimônio Líquido por utilizar contas de
resultado em importância igual à que alterou o Ativo ou o Passivo, e são:
- aumentativos ou positivos quando ocasionam o aumento do Patrimônio
Líquido (+ PL);
- diminutivos ou negativos quando trazem diminuição ao Patrimônio Líquido
(- PL).
Fatos mistos (mistura dos fatos permutativos e modificativos – trocam os
elementos patrimoniais e, ao mesmo tempo, alteram o Patrimônio Líquido
(afetando o resultado) para mais ou para menos, e são:
- aumentativos ou positivos quando ocasionam o aumento do Patrimônio
Líquido (+ PL);
- diminutivos ou negativos quando trazem diminuição ao Patrimônio Líquido
(- PL). (SILVA, 2008).

4.2 Aspectos legais da escrituração contábil


Hoje, a Contabilidade obedece a um critério consistente e uniforme de
escrituração, não apenas por determinação da Lei das Sociedades por Ações (Lei n°
6.404/76, alterada pela Lei n° 9.457/97), e agora também pelos dispositivos do Novo
Código Civil (artigos 1.179 a 1.195 da Lei n° 10.406/02, em vigor desde 11/01/2003),
mas, outrossim, em obediência aos princípios e convenções estabelecidos pelo CFC
em suas Resoluções Técnicas, de modo a permitir ao Contador, seja na condição de
empregado seja na de profissional liberal, um correto procedimento no exercício de
sua profissão, mormente no que respeita à coleta, classificação e registro de dados
oriundos dos fatos contábeis, mediante um plano de contas adequado e suficiente

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inclusive para implementar procedimentos das áreas de Controle Interno, Auditoria


Interna ou Externa, Perícias, Apuração e Análise de Custos, Elaboração de
Orçamentos, Avaliação e Controle Patrimonial è elaboração das Demonstrações
Contábeis (balanços), além de outras análises econômico-financeiras nas diversas
espécies de empresas (RIBEIRO, 2002).
E tudo porque, como concebido, o exercício regular da atividade
empresarial, a qual se constitui no núcleo básico da microeconomia derivada do
universo maior da Economia, pressupõe necessariamente uma contabilidade
organizada, rigorosamente em dia, capaz de gerar informações consistentes e a
cargo de profissionais habilitados, de modo a relevar os fatos de que precisa o
empresário moderno em suas tomadas de decisões.
Deste modo, a escrituração das operações realizadas pelo empresário
atende não só uma exigência legal, do ponto de vista das leis comerciais e fiscais,
como também à necessidade do próprio administrador empresarial que precisa
conhecer diariamente os resultados de seu próprio negócio a fim de corrigir o rumo
das suas decisões. Significa dizer que a escrituração contábil visa a atender, no
mínimo, três objetivos essenciais para o empresário-administrador:
(a) servir de instrumento para sua tomada de decisões administrativas,
fiscais, financeiras e empresariais;
(b) constituir suporte para informações de interesse de terceiros, como os
sócios, fornecedores, investidores, bancos credores, órgãos públicos interessados
em licitar, entre outros; e, finalmente,
(c) servir ao Fisco, da respectiva entidade tributante, na verificação do
cumprimento da legislação tributária e das obrigações fiscais.
Em resumo, a escrituração tem funções gerencial, documental e fiscal,
destacando os elementos que formam o patrimônio aziendal e a tomada de decisões
(RIBEIRO, 2002).

A ideia da escrituração contábil como exigência fiscal


A escrituração contábil não é, portanto, como muita gente pensa, um
procedimento técnico que visa tão somente a atender uma exigência fiscal.
Enquanto que para a doutrina contábil qualquer empresa, comercial, industrial ou de

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prestação de serviços, seja lá de que porte for, deve manter um mínimo de


contabilidade escriturada em livros próprios, para o Fisco, em especial para o
Imposto de Renda, o dever de escriturar só é atribuído à pessoa jurídica que se
sujeita à tributação pelo Lucro Real, como dispõe o art. 251 do Regulamento do
Imposto de Renda (RIR/99), editado pelo Decreto n° 3.000, de 26/11/1999, ou seja,
aquele lucro oriundo do resultado líquido do período de apuração, demonstrado pela
contabilidade, reajustado pelas adições de custos, despesas, encargos, provisões,
participações e outros valores não dedutíveis na determinação do lucro real, além de
resultados, rendimentos e outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido,
e pelas exclusões que poderão ser feitas do referido lucro líquido de valores cuja
dedução estejam autorizados pela legislação e que não precisam compor o lucro
real, assim como parte do prejuízo fiscal que também pode ser compensado
(RIBEIRO, 2002).
Ainda assim, a legislação do imposto de renda não interfere nos métodos ou
critérios adotados pelo contribuinte na configuração de sua contabilidade. O que
interessa para a fiscalização do Imposto de Renda é a forma como foi apurado o
resultado ou lucro líquido final do período, o qual servirá de base de cálculo para o
imposto.
Portanto, o Fisco somente busca detectar irregularidades, omissões, fraudes
e crimes contra a ordem tributária, que deem causa a uma autuação fiscal,
independentemente do sistema contábil adotado pela empresa.
Por essa razão, e como a comprovar a flexibilidade do procedimento fiscal, a
lei prevê uma forma de tributação mais simplificada, do que a apuração pelo lucro
real, dispensando, em parte, a apuração contábil do resultado. É a chamada
tributação pelo Lucro Presumido, prevista nos artigos 516 e seguintes do
Regulamento do Imposto de Renda, na qual, a empresa pode manter escrituração
contábil para controle interno, embora, para efeitos fiscais, fique dela dispensada,
mantendo apenas Livro Caixa, além do Razão e Inventário para controle dos
estoques, afora mais algum livro fiscal obrigatório, dispensando a apuração do lucro
líquido a cada mês ou trimestre, para determinar o imposto de renda devido
(RIBEIRO, 2002).

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Perícias Contábeis
É exatamente na atividade pericial, especialmente nas áreas cível, tributária,
trabalhista e previdenciária, que o Contador coloca-se no dever concreto de bem
interpretar o direito objetivo, posto que é através da resposta precisa que dá ao
quesito formulado sobre fato técnico que o juiz irá se louvar para concluir sua
decisão, não obstante não ficar o juiz adstrito ao laudo pericial para formar sua
convicção, visto poder valer-se de outros meios de prova existentes nos autos.
Logicamente que descabe ao perito emitir juízo de valor em seu laudo e
muito menos formular interpretação jurídica de situações verificadas, devendo
apenas restringir-se à descrição do fato concreto tal como ele se apresenta, como
está registrado, observado ou mesmo calculado. Da mesma forma, quando levado a
produzir um cálculo trabalhista ou previdenciário, por exemplo, não deve ir além da
correta interpretação da respectiva lei, reproduzindo o cálculo correto ou
comparando-o com o realizado.
Essa é mais uma razão pela qual o Contador se obriga não só a conhecer
como também a interpretar corretamente os dispositivos da respectiva lei,
especialmente nos casos em que demandam cálculos, muitas vezes complexos,
cuja execução só mesmo um técnico tem condições de determinar. E o caso dos
cálculos trabalhistas, cuja determinação depende da fiel interpretação dos
dispositivos da legislação, de modo a confirmar as verbas pleiteadas.
O mesmo ocorre na área previdenciária, visando a determinar a renda
mensal inicial de uma aposentadoria, o reajuste desse benefício de acordo com os
índices oficiais de atualização, ou o cálculo correto da contribuição devida, entre
outros casos, obrigando o profissional a estar sempre atualizado com a legislação
que lhe serve de base às suas perícias técnicas.

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UNIDADE 5 – ORIGEM, CONCEITO E NATUREZA DO


DIREITO CONTÁBIL
Segundo JORGE ALBERTO PERES RIBEIRO (2002), na introdução de um
artigo publicado na Revista da FARN – Natal – RN, é inquestionável a influência do
Direito na formação científica do Bacharel em Ciências Contábeis – profissional que
atua tanto nas áreas técnicas controladas pela Contabilidade, como também nas de
Auditoria, Consultoria Empresarial e Perícia Contábil – porquanto precisa o mesmo,
na prática, saber aplicar devidamente os dispositivos que compõem as normas
jurídicas, especialmente os comandos descritos nas legislações tributária,
trabalhista, previdenciária, financeira e empresarial, entre outras, para bem
desincumbir-se de sua nobre missão.
Por outro lado, cabe igual conhecimento e domínio da matéria contábil aos
bacharéis em Direito que por ventura venham trabalhar na área empresarial. Os
operadores do Direito Tributário, entendendo-se estes como os contadores
tributários, juristas, auditores e quaisquer outros que lidam com as questões fiscais,
precisam continuamente interpretar normas tributárias com marcante presença de
conceitos contábeis.
Para contribuir e fazer fluir as suas interpretações e decisões, é preciso
compreender como a linguagem contábil se insere no conjunto das normas jurídicas,
ou seja, como ela se deforma, transforma e ganha perfil de juridicidade (MARTINEZ,
2010).
Para qualquer operador do Direito Tributário, bem como para profissionais
contábeis que enfrentam as questões tributárias, a contabilidade tem papel da maior
relevância, constituindo, entre outros aspectos:
i) meio de prova de eventos tributários;
ii) elemento estrutural na fenomenologia da incidência tributária;
iii) fundamento para deveres instrumentais (obrigações acessórias).
Em vários tributos do sistema brasileiro, a linguagem contábil permeia de
forma marcante o fenômeno da incidência tributária; assim, torna-se crucial entender
como essa linguagem contábil irá adaptar-se à linguagem jurídica.
A contabilidade desempenha papel relevante tanto no Direito Tributário
substantivo – na definição do objeto do comportamento (pagamento do tributo),
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identificando e mensurando as variações patrimoniais; quanto no Direito Tributário


formal – servindo para prescrever deveres instrumentais associados à escrituração
contábil-fiscal. A linguagem contábil permeia com tamanha intensidade as relações
jurídicas em geral, que, provavelmente, a Contabilidade seja área de conhecimento
não jurídico das mais juridicizadas, circunstância normalmente reconhecida pelos
próprios profissionais da área contábil (MARTINEZ, 2010).
A linguagem contábil possui fundamentalmente função descritiva, voltada
prioritariamente a relatar todos os eventos econômicos que têm reflexo sobre o
patrimônio de determinada entidade. Na descrição das transações econômico-
financeiras, a linguagem contábil procura, através de seus métodos e
procedimentos, evidenciar estática e dinamicamente o que ocorreu com o
patrimônio, bem como descreve o valor do conjunto patrimonial em determinado
período e como este variou entre um período e outro.
O Direito e a Contabilidade são áreas do conhecimento que caminham
juntas e se complementam desde longa data, acompanhando a evolução da
sociedade. A Contabilidade, orientada para o controle e registro dos atos e fatos da
administração econômica, serve como ferramenta para, entre outras funções, a
prestação de contas entre sócios ou às autoridades responsáveis pela arrecadação
de tributos.
Nesse contexto, verifica-se que, na prática, a linguagem contábil, além das
normas e princípios próprios da Contabilidade, mantém fortes laços com
instrumentos normativos presentes no Direito Positivo. Justifica-se, portanto, a
necessidade de os operadores do Direito conhecerem o sentido jurídico da
linguagem contábil.
A Contabilidade, como técnica informativa financeira, tem servido como meio
de prova idôneo no campo jurídico. Já no mundo antigo, o Direito utilizava os
informes contábeis como meio probatório nos contratos de crédito.
Com o surgimento do Direito Mercantil, durante a Idade Média, nas
prósperas cidades italianas, o Direito passa a normatizar de forma mais aprofundada
a Contabilidade. O Direito, nessa fase da história, regulamentou as formas pelas
quais a técnica contábil poderia ser utilizada como meio de prova, e instituiu a

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obrigação da escrituração contábil, atitude que se conserva até nossos dias (GERTZ
MANERO, 1969 apud MARTINEZ, 2010).
Desde o final do século XVIII, no campo do Direito Público, em particular do
Direito Tributário, a técnica contábil se converteu no instrumento mais usado para
computar os créditos fiscais e para a satisfação das necessidades do erário.
Outros ramos do Direito (penal, trabalhista e civil) utilizam as técnicas
contábeis para seus objetivos particulares, pela legislação expressa que trata de
aspectos contábeis.
Esse conjunto de instrumentos jurídicos prescritivos que regulam a técnica
contábil pode, com finalidades didáticas, ser classificado como um ramo próprio do
Direito, sendo definido a priori pelo fato de tais instrumentos terem um objeto
comum: a normatização da técnica contábil. É possível dizer que o Direito Contábil,
“segmento” do Direito, tem como conteúdo a ordem normativa que trata da
linguagem contábil (conhecimento contábil) juridicizada (VIANDIER, 2003 apud
MARTINEZ, 2010).
Adota-se aqui a doutrina segundo a qual o Direito é uno e interligado, sendo
irrelevantes as supostas “autonomias científicas” dos seus diversos ramos. Portanto,
a identificação do Direito Contábil tem como propósito definir um espaço do saber
jurídico, didaticamente identificado. Entretanto, ressalte-se que esse aspecto não
compromete a visão sistêmica, nem o cânone da unidade, sobre o qual urge analisar
o Direito. Adicionalmente, o Direito Contábil, como todos os demais “segmentos” do
Direito, funda-se na Teoria Geral do Direito.
Para SAVATIER (2006 citado por MARTINEZ, 2010), o Direito Contábil
como “segmento” do Direito parece ter surgido na Europa, especialmente na França,
onde se verifica a existência de alguns trabalhos sobre essa temática, destacando-
se a Revue Du Droit Comptable. Na doutrina estrangeira são encontradas raras
referências ao que seria o Direito Contábil. No Brasil, constata-se produção
raríssima sobre este tema, até o momento ignorado entre os contadores e juristas
brasileiros.
Dentre algumas definições de Direito Contábil, merecem ser citadas as
seguintes:

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A) “Princípios e normas que regem a correlação entre a Contabilidade e o


Direito, através de registros contábeis dos atos e fatos administrativos e as leis
jurídicas em referência ao patrimônio” (SANTOS, 2000, p. 90)
B) A Lei de contas deve ser uma lei especializada essencialmente feita a
partir dos pressupostos anteriores, que lhe dão o mesmo personagem com
imediatos pragmáticos e apoiada principalmente nas técnicas de contabilidade. O
objeto do Direito contábil é servir uma realidade cada vez mais necessitada de
regras específicas de caráter jurídico contábil (PIRLA, 1999, p. 25, apud MARTINEZ,
2010).(TRADUÇÃO NOSSA).
C) “Entendemos por Direito Contábil a ordem normativa (Lex), que se ocupa
da técnica contábil, com objeto que é o informe financeiro que esta brinda,
auxiliando o êxito de seus fins” (GERTZ MANERO, 1987, p. 27 apud MARTINEZ,
2010. (TRADUÇÃO NOSSA).
As definições enfatizam o Direito Contábil como área em que existe
interação (correlação) entre os conhecimentos jurídicos e os conhecimentos
contábeis. Na interseção do Direito e da Contabilidade estaria demarcado o Direito
Contábil.
O diagrama a seguir indica os pontos nos quais se enquadraria o Direito
Contábil. Nesta acepção, onde o Direito estiver discutindo sobre a técnica contábil,
está presente o Direito Contábil.

Fonte: Martinez (2010).


O Direito Contábil Positivo é, então, o conjunto de instrumentos jurídicos
prescritivos que regulam a técnica contábil, constituindo, para fins didáticos, ramo
autônomo do Direito, em virtude da unidade que se obtém da análise de um tema
comum: a técnica contábil. Entre os aspectos aos quais o Direito Contábil se reporta,
cabe destacar:

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i) a obrigatoriedade da escrituração contábil;


ii) a contabilidade como meio de prova;
iii) a elucidação dos conceitos contábeis (LAUZAINGHEIN et al. 2004 apud
MARTINEZ, 2010).
Nesse contexto, a Ciência do Direito Contábil trataria do conjunto de
enunciados declarativos que têm como propósito descrever o conjunto das normas
jurídicas contábeis.
Essa ciência estudaria o conteúdo das normas jurídicas contábeis, em
concepção sistêmica para o Direito. O cientista do Direito Contábil deve fazer
considerações críticas do direito-objeto (e portanto de sua linguagem). Ao refletir
sobre a natureza do objeto do Direito Contábil, ele constrói o que poderia ser
entendido como a doutrina jurídico-contábil.
É importante ter em vista que a Contabilidade estuda os fatos que produzem
variações patrimoniais, classificando-os de modo a fornecer elementos para a
orientação da riqueza. Alguns dos métodos do qual ela se serve foram juridicizados,
o que se justifica pela necessidade de salvaguardar os direitos individuais
decorrentes das relações jurídicas.
Os métodos usados pela Contabilidade para registrar fatos contábeis de
interesse jurídico sofrem as limitações impostas pelas leis e demais instrumentos
normativos.
Segundo ANGELIS (2008, p. 20 apud MARTINEZ, 2010),

os fatos contábeis não serão jurídicos enquanto não ingressarem pela porta
do Direito, como fontes materiais. Um fato contábil e um dever de natureza
contábil são irrelevantes na esfera jurídica se não se materializarem em
linguagem jurídica competente.

O Direito incide sobre os fatos contábeis, mas a natureza destes é diferente,


pois a Contabilidade tem por objeto essencial a grandeza econômica do patrimônio e
suas variações em face dos atos de gestão, enquanto o Direito aprecia os
fenômenos do ponto de vista da harmonia social.
Nem todas as relações de Direito correspondem a fatos contábeis e nem
todos os fatos contábeis criam relações jurídicas novas.

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41

São bastante estreitas as relações da Contabilidade com várias das


subáreas do Direito. O Direito Comercial e o Direito Societário – o segundo,
principalmente – contêm normas de escrituração aplicáveis a todas as empresas.
O Direito Industrial e a Legislação Trabalhista devem ser consultadas em
assuntos ligados à contabilidade de custos.
Os diversos ramos do Direito Público, particularmente o Direito
Constitucional e o Direito Administrativo, estabelecem normas que devem ser
seguidas na escrituração das operações de contabilidade pública. No Direito
Processual, no Direito Penal e, principalmente, no Direito Tributário, encontramos
normas que a contabilidade não pode ignorar.

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UNIDADE 6 – A TEORIA ULTRA VIRES E A TEORIA DA


APARÊNCIA

O ordenamento do Direito Civil se encontra em mudanças e são estas


mudanças que devem acompanhar a contemporaneidade pluralista e globalizada,
em que mais do que nunca a ciência jurídica se aproxima da prática com
concepções mundializadas. Para isso, se faz de suma importância o
desenvolvimento da discussão deste tema que só há de contribuir para com o
desenvolvimento do discurso pós-moderno do Direito Civil.
O tema “Os Atos Ultra Vires no Novo Código Civil” é assunto atual e
contemporâneo já que a inserção da Representação no ordenamento legislativo
brasileiro tem repercussões demasiadas na vida para dos sujeitos das relações
(TANURE, 2004).
A Teoria Ultra Vires surgiu em meados do século XIX, por ação das cortes
britânicas, com o objetivo de evitar desvios de finalidade na administração das
sociedades por ações e preservar os interesses dos investidores. Essa teoria
afirmava que qualquer ato praticado em nome da pessoa jurídica, por seus sócios ou
administradores, que extrapolasse o objeto social seria nulo.
Com o tempo percebeu-se a insegurança que sua aplicação gerava para
terceiros de boa-fé que negociavam com tais sociedades e, assim, tanto na
Inglaterra, como nos Estados Unidos, ao longo do século XX, os órgãos judiciais
flexibilizaram o rigor inicial da Teoria Ultra Vires.
Os atos ultra vires, ou seja, aqueles praticados pelos sócios ou
administradores fora dos limites do objeto social, com desvio de finalidade ou abuso
de poder, passaram de nulos a não oponíveis à pessoa jurídica, mas oponíveis aos
sócios ou administradores que os houvessem praticado.
Para confrontar a Teoria Ultra Vires, surgiu a Teoria da Aparência que
protege o terceiro de boa-fé que contrata com a sociedade. Por essa última teoria, o
terceiro – que de modo justificável desconhecia as limitações do objeto social ou dos
poderes do administrador ou do sócio que negociou – tem o direito de exigir que a
própria sociedade cumpra o contrato. Posteriormente, a sociedade pode regressar
contra o administrador ou sócio que agiu de modo ultra vires.

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A aplicação da Teoria da Aparência às atividades societárias é mais


condizente com a natureza cosmopolita, dinâmica e informal do comércio e mais
benéfica à segurança jurídica dos negócios empresariais. Modernamente, na
Inglaterra e nos Estados Unidos, a Teoria Ultra Vires foi sepultada, não mais
existindo em sua versão originária e inflexível.
No Brasil, na vigência do Código Civil de 1916, a doutrina e a jurisprudência
aplicavam majoritariamente a Teoria da Aparência para proteger os interesses do
terceiro de boa-fé que contratava com a sociedade (SILVA, 2008).
Os Atos Ultra Vires são aqueles realizados além do objeto da delegação ou
transferência de poderes, ou seja, aqueles realizados com excesso de poder ou com
poderes insuficientes pelo Representante. Se se representa, este ato deve ter seus
limites bem definidos para que o dominus negotii não se obrigue por fato
inconsciente o que é o condição existencial dos negócios jurídicos e da culpa
geradora da responsabilidade (TANURE, 2004).
Devido ter sido sempre tratado o tema da Representação em conjunto com
suas espécies de exteriorização, a doutrina desenvolveu basicamente uma
dicotomia para as teorias, a qual seja a dos Atos Ultra Vires Mandati para a
representação voluntária, e para a representação legal cada espécie tinha a sua,
como, por exemplo, a Doctrine Ultra Vires Societatis para as pessoas jurídicas.
No entanto, o que se vem tentando demonstrar, como dito acima, é que esta
dicotomia não faz mais sentido devido a eleição de matéria centralizada na
Representação. Tendo em vista que agora as regras gerais são traçadas pela
Representação e as demais estão inseridas em suas normas respectivas.
Então, pela busca de um sistema mais lógico e acessível, leva a conceber
uma interpretação sistemática, na qual a Representação traça as normas gerais
sobre o tema em comento. Deste modo, passa-se a abordar os Atos Ultra Vires
dentro da nova Capitulação do legislador de 2002 (TANURE, 2004).
Neste ponto importa levantar uma confusão terminológica feita pela doutrina.
A Representação caracterizada por todos seus elementos específicos é denominada
de Representação Propriamente Dita, Imediata ou Direta. Já a Representação
faltosa de algum de seus elementos, ou seja, sem a Contemplatio Domini ou sem o

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44

Poder de Representação é chamada de Representação Imprópria, Mediata ou


Indireta.
Ocorre que, segundo a Teoria da Separação, a abstenção do elemento de
transferência voluntária de Poder de Representação não descaracteriza o instituto
da Representação, apenas lhe priva de eficácia. Neste contexto se enquadram a
Gestão de Negócios, a Tutela de Incapaz e a Representação de Pessoa Jurídica.
Já a falta de Contemplatio Domini é essencial a caracterização do instituto
como não espécie de Representação. E este é o caso clássico da Comissão ou
Interposição, em que alguém realiza negócio com terceiro em seu próprio nome, por
conta de outrem. Neste caso, a Comissão não está sujeita às normas gerais de
Representação, porém, como há transmissão voluntária de Poderes estes podem
ser transgredidos. Assim, é necessária a análise criteriosa do tema.
Segundo CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA (1996, p. 393), o conflito
terminológico circunda a questão de que os autores costumam generalizar no trato
com a matéria, a denominação de Representação Imprópria à todas que são
ausentes de algum dos elementos característicos. Ocorre que a doutrina de ideia
mais balizada defende que, faltando a Contemplatio Domini, o instituto não deve ser
chamado de Representação Imprópria por nada ter de Representação e para não
fazer confusão.
O primeiro artigo a destacar o tema é o 1167, o qual é inovação do Código
Civil de 2002, e que estabelece a essência do tema em questão ao passo que
responsabiliza o alieno nomine pelos atos cometidos Ultra Fines.
Em seguida, o artigo 1188 traça a presunção objetiva de o representante
provar sua qualidade e os limites de seus poderes. Este artigo visa proteger a
terceiro de boa-fé e o representado, tendo em vista que é norma imperativa ao
representante incumbindo à este o ônus da prova do regular exercício legal (FIÚZA,
2003).

7
Art. 116 – A manifestação de vontade do representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos
em relação ao representado.
8
O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua
qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo responder pelos atos que o
excederem. Este artigo era tratado no CC/1916 na parte que tange ao Mandato.

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45

Outros dois artigos no capítulo tratam, não dos atos UltraVires, mas dos atos
Extra Vires, especificamente no que diz respeito aos atos praticados contra o
interesse do dominus negotii (ARTS. 117-119).
A Teoria Ultra Vires traz uma nova forma de pensar e agir na aplicação dos
Princípios Fundamentais de Contabilidade e na administração das sociedades.
Assim, é importante que sejam considerados os objetivos que foram traçados e
trazidos à luz pela nova ordem jurídica, dentro do Novo Código Civil, como foi
denominado. Os principais propósitos são:
1. Estimular os contadores e peritos a pensar sobre a ciência e sobre a
necessidade real do estudo continuado, em especial, o direito e a filosofia
harmonizada à logística contábil;
2. Estar presente para livrar os espectros de desmandos ou contrária às leis,
e os balanços alterados indevidamente;
3. Imprimir ao balanço patrimonial o verdadeiro espírito da lei. O artigo 1.188
diz que a demonstração deve: “exprimir, com fidelidade e clareza a situação real da
empresa, atendidas as peculiaridades desta”;
4. Buscar banir as gestões temerárias, protegendo a atividade da sociedade,
pondo termo aos desmandos ou abusos da autoridade gestora;
5. Buscar proteger os interesses dos sócios investidores, empregados,
credores e da comunidade onde está inserida a sociedade;
6. Delinear a função social da propriedade e ilibar o direito à propriedade em
sintonia com a Constituição Federal, artigos 5 e 170;
7. Refutar os crimes falimentares por inserção de elementos inexatos. Do
Decreto-lei nº 7.661/45, artigo 186, II: “despesas gerais do negócio ou da empresa
injustificáveis...”
8. Estimular os brasileiros a investir em valores mobiliários, como
debêntures, ações ou quotas, que são investimentos que geram empregos, rendas e
melhor qualidade de vida ao povo brasileiro. Cria condições férteis ao
desenvolvimento da confiança nas sociedades empresárias ou simples e é mais um
passo ao estado de bem-estar comunitário;

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9. E, em última análise, diante de um administrador/gestor inescrupuloso,


representa uma poderosa arma na proteção dos interesses individuais e coletivos,
uma segurança jurídica mais robusta.
Enfim, uma nova legislação entra em vigor e todas as modificações e
reestruturações devem representar um avanço ao processo de registros dos atos e
fatos organizacionais. Os legisladores modificaram a estrutura jurídica, alterando o
sistema de base e revogando a parte primeira do Código Comercial, substituída pelo
livro II do Novo Código Civil.
Em síntese, obteve-se uma versão muito melhorada da antiga legislação,
Código Civil de 1916. Houve a migração do sistema francês, teoria dos atos e fatos
de comércio antigo e código comercial brasileiro de 1850, para o modelo italiano,
teoria das empresas, “atividade” do Código Civil Brasileiro de 2002 (MULLER;
HOOG, 2002).

Algumas considerações finais


A Contabilidade é tida como a linguagem dos negócios e está muito
relacionada com a análise financeira e patrimonial de uma organização. As
demonstrações contábeis fornecidas pela contabilidade constituem importante grupo
de informações que serão examinadas no processo de análise de uma empresa. Um
bom conhecimento de conceitos e mecanismos contábeis é necessário para o
desenvolvimento de uma boa análise da situação patrimonial, porém não é
suficiente.
Entretanto, a análise financeira, patrimonial, situacional não pode limitar-se
aos dados contábeis, devendo-se interpretá-los e buscar explicações que,
normalmente, transcendem a esfera da contabilidade, como flutuações econômicas
e fatores que afetam a oferta e a demanda na economia local, nacional ou
internacional, por exemplo, chegando até a esfera do direito.
Desse modo, se pensarmos, por exemplo, na análise de um balanço, se
tomada isoladamente, é uma análise restrita. A própria denominação de análise de
balanço é inadequada até porque o balanço é apenas uma das demonstrações
contábeis, entre outras, como a demonstração de resultado do exercício, a

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47

demonstração dos fluxos de caixa, a demonstração do valor adicionado e a


demonstração das mutações do patrimônio líquido (SILVA, 2010).
As empresas sofrem forte processo de normatização por meio das
legislações, principalmente nas áreas comercial, tributária e societária, entre outras.
Como exemplo, temos:
(a) o Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406, de 10.1.2002), que disciplina
sobre os tipos e características das sociedades e sobre obrigações de várias
modalidades;
(b) as regras da legislação comercial que definem os tipos e as estruturas
das demonstrações contábeis das empresas; e,
(c) as normas tributárias que geram controles e obrigações de natureza
contábil e critérios de tributação.
Em todos os casos, é necessário ao analista o entendimento das normas
legais para a consecução de seu trabalho, bem como, vale frisar, é necessário ao
Bacharel em Direito, entender os caminhos e processos que envolvem a
Contabilidade.

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REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS BÁSICAS

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2004.
SILVA, Edson Cordeiro da. Contabilidade Empresarial para Gestão de Negócios:
guia de orientação fácil e objetivo para apoio e consulta de executivos. São Paulo:
Atlas, 2008.

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES

ARAÚJO, Rogéria Rodrigues Machado; VICTORETTI, Sheila Tonelli Westrupp.


Contabilidade comercial I: livro didático. Palhoça: UnisulVirtual, 2007.
BARRETO, Gualter A. Manual do contador. Belo Horizonte: Líder, 2003.
BARROS, Sidney Ferro. Contabilidade Básica. São Paulo: IOB – Thomson, 2003
(Coleção Prática IOB).
CARDOSO, Ricardo Lopes et al. Análise da regulação da Contabilidade à luz da
Teoria Tridimensional do Direito de Miguel Reale. Revista Universo Contábil,
FURB, Blumenau, v. 6, n.1, p. 06-27, jan./mar., 2010.
CFC – Conselho Federal de Contabilidade. NBC T 16 - Normas brasileiras de
contabilidade aplicadas ao setor público -. Disponível em: http://www.cfc.org.br
Acesso em: 21 mar. 2012.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Princípios fundamentais de
Contabilidade e normas brasileiras de Contabilidade. CFC. Brasília, 2000.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso básico de contabilidade: resumo da teoria,
atendendo as novas demandas da gestão empresarial, exercícios e questões com
respostas. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
FAVERO, Hamilton Luiz et al. Contabilidade: Teoria e Prática. São Paulo: Ed. Atlas,
1997.
FIUZA, César (coord.). Direito Civil – Atualidades. Crise e Interpretação no Direito
Civil da Escola da Exegese às Teorias da Argumentação. Belo Horizonte: Del Rey,
2003.
FIUZA, César. Curso de Direito Civil. 5 ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2002.
FRANCO, Hilário. Contabilidade Geral. 23 ed. São Paulo: Ed. Atlas, 1999.
HOOG, Wilson Alberto Zappa. Contabilidade e o novo direito empresarial (2002).
Disponível em: www.sergiomariz.com/mcc.uerj/index2.php?option...gid... Acesso em:
13 mar. 2012.
HORNGREN, Charles T. Introdução a contabilidade gerencial. Trad. José Ricardo
Brandão de Azevedo. Rio de Janeiro: Prentice/Hall do Brasil, 1985.
IUDICIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos Curso de contabilidade para não
contadores. São Paulo: Atlas, 1997.
IUDICIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. São
Paulo: Atlas, 1997.
IUDÍCUBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. São Paulo, 2000.
KOHAMA, Heilio. Contabilidade Pública: teoria e prática. 10 ed. São Paulo: Atlas,
2009.

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49

LOPES, Alexsandro Broedel; GALDI, Fernando Caio; LIMA, Iran Siqueira. Manual
de Contabilidade e Tributação de Instrumentos Financeiros e Derivativos. 2 ed.
São Paulo: Atlas, 2011.
MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
MARTINEZ, Antonio Lopo. Direito Contábil e a Juridicização da Linguagem Contábil
no Direito Tributário. Pensar Contábil, Rio de Janeiro, v. 12, n. 49, p. 5 - 12,
set./dez. 2010. Disponível em:
http://www.fucape.br/_admin/upload/prod_cientifica/Lopo%20-
%20Direito%20cont%C3%A1bil.pdf Acesso em: 20 fev. 2012.
MULLER, Aderbal Nicolas; HOOG, Wilson Alberto Zappa. A contabilidade, o novo
direito empresarial e a teoria ultra vires. Rev. FAE, Curitiba, v.5, n.3, p.1-10, set./dez.
2002. Disponível em:
http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_da_fae/fae_v5_n3/a_contabilidade_o_no
vo_direito.pdf Acesso em:
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. Vol. I. 18ª ed. Rio de
Janeiro: Editora Forense, 1996.
POHLMANN, Marcelo Coletto. Até onde caminham juntos a contabilidade e o
direito? Caderno de Estudos nº 01, São Paulo, FIPECAFI – Outubro/1989
Disponível em:
http://www.eac.fea.usp.br/cadernos/completos/cad01/ate_onde_caminham.pdf
Acesso em: 20 fev. 2012.
REIS, Heraldo da Costa. Princípios fundamentais de contabilidade (resolução nº
750/93 do Conselho Federal de Contabilidade) e a lei 4.320/64. Rio de Janeiro:
IBAM, 1995.
RIBEIRO, Jorge Alberto Péres. O papel do direito na contabilidade. R. FARN, Natal,
v.2, n. 1, p. 81-88, jul./dez. 2002. Disponível em:
http://www.revistafarn.inf.br/revistafarn/index.php/revistafarn/article/viewFile/62/71
Acesso em: 20 fev. 2012.
SANTOS, José Luiz dos et al. Contabilidade Geral. São Paulo: Atlas, 2004. V.1.
(Coleção Resumos de Contabilidade).
SANTOS, Moacyr Amaral. Prova judiciária no nível cível e comercial. São Paulo:
Max Limonad, 1972.
SCHMIDT, Paulo: História do Pensamento Contábil. Porto Alegre: Bookman,
2000.
SILVA, José Pereira da. Análise financeira das empresas. 10 ed. São Paulo: Atlas,
2010.
SILVA, Miguel Roberto da. A Teoria “Ultra Vires” no Novo Código Civil (2008).
Jornal Carta Forense. Disponível em:
http://www.cartaforense.com.br/Materia.aspx?id=1680 Acesso em: 12 mar. 2012.
TANURE, Rafael Jayme. Os atos “ultra vires” no novo Código Civil. Jus Navigandi,
Teresina, ano 9, n. 282, 15 abr. 2004. Disponível em:
<http://jus.com.br/revista/texto/5083>. Acesso em: 16 mar. 2012
WALTER, M. A. Contabilidade básica. São Paulo: Saraiva, 1996.
ZANLUCA, Júlio César. Os princípios da contabilidade. Disponível em:
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/principiosfundamentais.htm
Acesso em: 20 fev. 2012.

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ANEXOS
Links para leitura das Normas Brasileiras de Contabilidade.
NBC P 1 - Normas Profissionais de Auditor Independente
NBC P 1.2 - Independência
NBC P 1.6 - Sigilo
NBC P 1 - IT - 01 - Interpretação Técnica- Informações do Auditor
NBC P 1 - IT - 02 - Interpretação Técnica - Regulamentação Independência e Sigilo
NBC P 1.8 - Utilização de Trabalhos de Especialistas
NBC P 2 - Normas Profissionais do Perito
NBC P 2.1 - Competência Profissional
NBC P 2.3 - Impedimento e Suspeição
NBC P 2.4 - Honorários
NBC P 2.6 - Responsabilidade e Zelo
NBC P 3 - Normas Profissionais do Auditor Interno
NBC P 4 - Educação Profissional Continuada
NBC P 5 - Norma Sobre Exame de Qualificação Técnica para Registro no Cadastro
Nacional de Auditores Independentes
NBC T 1 – Estrutura Conceitual Para a Elaboração e Apresentação das
Demonstrações Contábeis
NBC T 2.1 - Formalidades da Escrituração Contábil
NBC T 2.2 - Documentação Contábil
NBC T 2.4 - Retificação de Lançamentos
NBC T 2.5 - Contas de Compensação
NBC T 2.6 - Escrituração Contábil das Filiais
NBC T 2.7 - Balancete
NBC T 2.8 - Das Formalidades da Escrituração Contábil em Forma Eletrônica
NBC T 3 - Conceito, Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura das Demonstrações
Contábeis
NBC T 3.7 - DVA - Demonstração do Valor Adicionado
NBC T 3.8 - DFC - Demonstração dos Fluxos de Caixa
NBC T 4 - Avaliação Patrimonial
NBC T 5 - Atualização Monetária

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NBC T 6 - Divulgação das Demonstrações Contábeis


NBC T 7 - Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de
Demonstrações Contábeis
NBC T 8 - Demonstrações Contábeis Consolidadas
NBC T 9 - Fusão, Incorporação, Cisão, Transformação e Liquidação de Entidades
NBC T 10.2 - Entidades Diversas - Arrendamento Mercantil
NBC T 10.3 - Entidades Diversas - Consórcio de Vendas
NBC T 10.4 - Entidades Diversas - Fundações
NBC T 10.5 - Entidades Imobiliárias
NBC T 10.8 - Entidades Diversas - Cooperativas
NBC T 10.9 - Entidades Diversas - Financeiras
NBC T 10.13 - Dos Aspectos Contábeis Específicos em Entidades Desportivas
Profissionais
NBC T 10.14 - Entidades Diversas - Agropecuárias
NBC T 10.16 - Entidades Diversas - Que recebem subvenções, contribuições,
auxílios e doações
NBC T 10.18 - Entidades Diversas - Sindicais e Associações de Classe
NBC T 10.19 - Entidades Diversas - Sem Finalidade de Lucros
NBC T 10.20 - Consórcio de Empresas
NBC T 10.21 - Entidades Diversas - Cooperativas Operadoras de Planos de
Assistência à Saúde
NBC T 10.23 - Entidades de Incorporação Imobiliária
NBC T 11 - Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis
NBC T 11 - IT - 01 - Carta de Responsabilidade da Administração
NBC T 11 - IT - 02 - Papéis de Trabalho e Documentação de Auditoria
NBC T 11 - IT - 03 - Fraude e Erro
NBC T 11 - IT - 04 - Transação e Eventos Subsequentes
NBC T 11 - IT - 05 - Parecer dos Auditores Independentes Sobre as Demonstrações
Contábeis
NBC T 11 - IT - 06 - Supervisão e Controle de Qualidade
NBC T 11 - IT - 07 - Planejamento da Auditoria
NBC T 11.3 - Papéis de Trabalho e Documentação da Auditoria

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NBC T 11.4 - Planejamento da Auditoria


NBC T 11.8 - Supervisão e Controle de Qualidade
NBC T 11.10 - Continuidade Normal das Atividades da Entidade
NBC T 11.11 - Amostragem
NBC T 11.12 - Processamento Eletrônico de Dados
NBC T 11.13 - Estimativas Contábeis
NBC T 11.14 - Transações com Partes Relacionadas
NBC T 11.16 - Transações e Eventos Subseqüentes
NBC T 11.17 - Carta de Responsabilidade da Administração
NBC T 12 - Da Auditoria Interna
NBC T 13 - Perícia Contábil
NBC T 13.2 - Planejamento da Perícia
NBC T 13.6 - Laudo Pericial Contábil
NBC T 13.7 - Parecer Pericial Contábil
NBC T 13 - IT - 01 - Termo de Diligência
NBC T 13 - IT - 02 - Laudo e Parecer de Leigos
NBC T 13 - IT - 03 - Assinatura em Conjunto
NBC T 15 - Informações de Natureza Social e Ambiental
NBC T 16.1 - Conceituação, Objeto e Campo de Aplicação
NBC T 16.2 - Patrimônio e Sistemas Contábeis
NBC T 16.3 - Planejamento e seus Instrumentos sob o Enfoque Contábil
NBC T 16.4 - Transações no Setor Público
NBC T 16.5 - Registro Contábil
NBC T 16.6 - Demonstrações Contábeis
NBC T 16.7 - Consolidação das Demonstrações Contábeis
NBC T 16.8 - Controle Interno
NBC T 16.9 - Depreciação, Amortização e Exaustão
NBC T 16.10 - Avaliação e Mensuração de Ativos e Passivos em Entidades do Setor
Público
NBC T 17 - Divulgação sobre Partes Relacionadas
NBC T 19.1 - Imobilizado
NBC T 19.2 - Tributos Sobre o Lucro

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53

NBC T 19.3 - Escrituração Contábil Simplificada para Microempresa e Empresa de


Pequeno Porte
NBC T 19.4 - Incentivos Fiscais, Subvenções, Contribuições, Auxílios e Doações
Governamentais
NBC T 19.5 - Depreciação, Amortização e Exaustão
NBC T 19.6 - Reavaliação de Ativos
NBC T 19.7 - Provisões, Passivos, Contingências Passivas e Contingências Ativas
NBC T 19.8 - Ativo Intangível
NBC T 19.8 - IT 1 - Custo com Sítio para Internet (Website)
NBC T 19.10 - Redução ao Valor Recuperável de Ativos
NBC T 19.11 - Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro
NBC T 19.12 - Evento Subsequente
NBC T 19.14 - Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores
Mobiliários
NBC T 19.15 - Pagamento Baseado em Ações
NBC T 19.16 - Contratos de Seguro
NBC T 19.17 - Ajuste a Valor Presente
NBC T 19.18 - Adoção Inicial da Lei 11.638/07 e da Medida Provisória 449/08
NBC T 19.19 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e
Evidenciação
NBC T 19.20 - Estoques
NBC T 19.21 - Contratos de Construção
NBC T 19.22 - Custos de Empréstimos
NBC T 19.23 - Combinação de Negócios
NBC T 19.24 - Demonstração Intermediária
NBC T 19.25 - Informações por Segmento
NBC T 19.26 - Propriedade para Investimento
NBC T 19.27 - Apresentação das Demonstrações Contábeis
NBC T 19.28 - Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada
NBC T 19.29 - Ativo Biológico e Produto Agrícola
NBC T 19.30 - Receitas
NBC T 19.31 - Benefícios a Empregados

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NBC T 19.33 - Instrumentos Financeiros: Apresentação


NBC T 19.41 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas
NBC TA 01 - Revisão Externa de Qualidade pelos Pares
NBC TO 01 - Trabalho de Asseguração Diferente de Auditoria e Revisão (3000)

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