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Proposta é a primeira matéria analisada pela CCJ da Casa na volta do recesso parlamentar;
diretora contábil explica os principais impactos para pessoas físicas, jurídicas e holdings
“Na prática, esse agrupamento de impostos vai custar muito mais caro para o
empreendedor brasileiro”
Eliane Dainez, contadora com mais de 15 anos de experiência na área e diretora contábil da
STLA Brazil - empresa que atua com operações empresariais nacionais e internacionais -,
destaca o fato de a proposta ser a primeira matéria analisada pela CCJ da Casa na volta do
recesso parlamentar que ocorreu no dia 2 de fevereiro.
Dainez acrescenta que a Reforma Tributária que tramita no Congresso pretende alcançar a
unificação de vários impostos em um único, facilitando e acelerando a cobrança de tributos
como ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), ISS (Imposto Sobre
Serviços), PIS (Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para Financiamento
da Seguridade Social).
“A proposta também pretende aumentar a carga tributária total que as empresas brasileiras
já carregam em suas respectivas operações, sejam estas de venda de produtos ou de
comercialização de serviços. Na prática, esse agrupamento de impostos vai custar caro
para o empreendedor brasileiro”, avalia.
Eliane destaca que, se aprovada nos termos atuais, a Reforma Tributária pode trazer
mudanças práticas para a população brasileira.
“O cidadão pode vir a perder o benefício da isenção tributária sobre os dividendos que
recebe de empresas que estão no Lucro Real, e de empresas do Lucro Presumido que
faturam acima de R$ 4,8 milhões anualmente. Isso pode gerar uma debandada em massa
de investimentos em empresas com ações na bolsa, ou as maiores empresas do país”, diz.
Além disso, prossegue, o aumento do imposto sob serviços de 3% a 12% pode causar um
impacto direto de 9% no aumento do preço de serviços como educação, internet, telefonia e
comércio e restaurantes. “Isto é algo preocupante, uma vez que, para 73% dos brasileiros, o
custo de vida já aumentou no último ano”, afirma, citando dados de um levantamento
realizado pelo Instituto Ipsos em 30 países.
A diretora contábil da STLA Brazil explica que a maioria das holdings brasileiras são
empresas familiares cujo objetivo é o de transmitir patrimônio aos filhos de maneira integral,
e com o mínimo possível de perdas tributárias. Porém, como não tributam no Lucro Real, e
como não possuem faturamento anual superior a R$ 4,8 milhões, não seriam afetadas pela
reforma tributária.