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Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Curso: Licenciatura em Direito


UC: Finanças Públicas
Professor: Altino Ribeiro

Ficha de Trabalho: A redistribuição dos rendimentos em Portugal

Nome:_____________________________ Turma: ____ Classificação:____%

Da actividade do Estado decorre uma nova distribuição do rendimento que se pretende mais justa que a repartição
primária, denominada política de redistribuição dos rendimentos.

O Orçamento da Estado prevê as receitas e as despesas públicas para cada ano. O Estado pode realizar
receitas desprovido do poder de soberania. Agindo como os particulares, também pode pedir dinheiro emprestado
ou vender bens. As receitas creditícias resultam da contracção de empréstimos. As contas correntes não devem
depender destas, porque aumentam o valor da dívida pública.

Quando o Estado vende bens ou património, essas operações não são impostas, mas antes negociadas com os
particulares, designando-se receitas patrimoniais ou voluntárias.
O Estado é o único agente com poder para cobrar impostos, pois os restantes reconhecem-lhe o direito de lhes
subtrair recursos para que realize os objectivos com os quais se comprometeu. As políticas fiscais fixam na lei os
critérios de cobrança das receitas coactivas.

O IRS, o IRC e o IVA constituem cerca de 80% das receitas fiscais. A taxa do IVA pode variar com os produtos,
mas é igual para todos os contribuintes. Reconhece-se ao IRS maior eficácia na promoção da equidade na
distribuição do rendimento, porque é possível estabelecer para os indivíduos com maiores rendimentos, taxas de
IRS mais elevadas, por isso ditas taxas progressivas. Outras variáveis, como o estado civil, o número de filhos,
as despesas com a habitação, a educação e a saúde, entre outras, permitirão contextualizar melhor a situação
dos contribuintes, permitindo distribuir a carga fiscal com maior justiça.

A retenção na fonte aos trabalhadores dependentes para pagamento do IRS, varia em função
do rendimento, do estado civil, do número de dependentes e da deficiência, contextualizando o imposto a
pagar em função da capacidade contributiva dos agregados familiares (TABELAS DE RETENÇÃO NA FONTE PARA O
CONTINENTE – 2021, AT).

Realmente basta que a taxa de imposto seja progressiva para que a política fiscal promova a equidade, como se
ilustra abaixo:

As receitas públicas visam a realização de despesas que procuram atenuar a inequidade na distribuição do
rendimento. As políticas sociais definem como o Estado realiza as despesas, afectando recursos maioritariamente
às rubricas Segurança e acção sociais, Saúde e Educação.
A Protecção social engloba um conjunto de despesas que não se encontram dependentes dos impostos, porque
se realizam com o orçamento da Segurança Social. Patrões e trabalhadores efectuam contribuições
sociais para este sistema, precisamente com objectivo de receberem prestações sociais quando mais
necessitarem. Exactamente por este motivo, as contribuições sociais são uma espécie de seguro obrigatório,
pagas em função das capacidades (ie., do rendimento) e recebidas em situações de maior carência, como em caso
de doença, maternidade, desemprego ou velhice.

1. Entre as receitas públicas, identifique e justifique:


a) A que agrava o volume da dívida;

b) A que pode significar redução da actividade do Estado na economia;

c) A que deverá ser utilizada para financiar despesas correntes.


2. Distinga políticas fiscais de políticas sociais.

3. Explique em que consiste a redistribuição dos rendimentos.

4. Indique o montante das cinco principais rubricas da Despesa prevista para 2018 (classificação económica).
(Dados da DGO)

5. Indique o montante das cinco categorias com maior peso nas Receitas em 2018 (classificação económica,
dados da DGO, no link anterior).

6. Refira como o valor dos impostos varia com:

a) o nível de rendimento;

b) o estado civil;

c) o número de filhos.

7. Justifique a independência da afectação das despesas às receitas. (Regra da não-consignação orçamental)

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