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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ESCOLA DE QUÍMICA

Plano Econômico para o País Alpha

Discentes: Gabriela de Assis Ferreira, Allan Ribeiro Alves Avila, Pedro Moura de Mattos
Docente: Fábio Oroski
Disciplina: EQE 360 – Ciências Sociais e Introdução à Economia

Rio de Janeiro
2022
O presente trabalho se pauta no bem estar social, pensando sempre no impacto na população
com determinadas decisões tomadas pelo poder público. Como o objetivo do trabalho é
simular um possível plano econômico para resolver os problemas desse país fictício,
possivelmente algumas escolhas discutidas serão equivocadas, o que será debatido na última
questão do trabalho. As medidas foram baseadas tendo em vista que a maior parte da
população está na linha da pobreza, necessitando do amparo público em serviços básicos.
Não se tem conhecimento da agenda do governo, quais são seus planos futuros e o que já foi
feito nos anos anteriores, o que pode dificultar na tomada das decisões.
Algumas suposições devem ser feitas tratando-se de investimentos, como suposições
positivas acerca de determinadas decisões tomadas. Diferente de um cenário econômico em
um núcleo familiar, um que envolva um país inteiro possui diversos fatores externos que
podem desequilibrar a balança econômica. Feita essas observações aqui se encontra o
trabalho.

Questão 1) Indique os três pontos mais críticos na economia do país Alpha.

Pensando no crescimento econômico da nação Alpha é importante levar em consideração o


aumento da capacidade produtiva dela, muitas vezes medida pelo produto interno bruto. A
ideia é fomentar o mercado interno e aumentar a participação da população. No presente
momento os pontos mais críticos que podemos observar são:

1. Carga Tributária
O país alpha apresenta uma carga tributária que afasta possíveis investidores e diminui o
poder de compra da população. Além disso, o valor dos empréstimos tomados pelo governo
possuem juros altos, criando uma situação que dificulta a busca por capital para investimento
interno. Se resolvido esse ponto é possível aumentar a participação popular no mercado e até
atrair empresas privadas a investir no país, porém a dificuldade é a respeito de aprovação
política e manter a inflação sob controle.

2. Desemprego
Em um cenário onde as famílias não conseguem se sustentar, a presença do governo se faz
necessária para cobrir suas necessidades. Em um ponto de vista econômico o aumento no
desemprego traz uma piora nos indicadores sociais e ao mesmo tempo que diminui a
arrecadação tributária aumenta os gastos públicos. Os índices de alfabetização trazem
preocupação, porque indicam uma precarização na mão de obra. Deve-se redirecionar os
investimentos e gastos com programas sociais para oferecer à população oportunidades de
melhora na condição de vida dela, ao mesmo tempo oferecendo serviços básicos nas áreas de
saúde e educação de qualidade.

3. Alto Gasto Público


Gastos com Previdência e Pessoal (que não se refere a saúde e educação) comprometem mais
da metade da arrecadação e a princípio não trazem vantagens a longo prazo para a economia.
Deve haver uma reforma previdenciária e uma reforma administrativa, para conter esses
gastos e tornar possível investir em outras áreas. Porém esses dois assuntos são extremamente
delicados, tanto do ponto de vista da popularidade do governo, como da aceitação política.

Questão 2) Indique medidas para que o país consiga sair da crise observada.
Classifique-as como parte de políticas fiscais ou monetárias. Em relação às
políticas fiscais, o grupo entende que o país deve ser submetido a políticas
contracionistas ou expansionistas?

As medidas escolhidas aqui visam um balanço entre as políticas contracionistas e


expansionistas, em algumas aplicações a pequeno e longo prazo. O plano traçado por nossa
equipe econômica é diminuir a atuação do governo em alguns setores, privatizando a área de
energia e saneamento básico, porém investindo em educação, saúde, tecnologia e cultura.
Para atrair capital devem ser tomadas algumas medidas expansionistas para reaquecer o
mercado e manter a inflação sob controle, como diminuir a taxa de juros. A seguir se
encontram detalhadas as medidas a serem tomadas.

Políticas Fiscais:
1. Reforma da Previdência. (Medida Contracionista)
Como apontado anteriormente, o gasto com a previdência compromete grande parte da
receita, impedindo o governo de atuar em outros setores. Um longo estudo deve ser feito
nesse sentido, procurando conciliar os interesses da população com os do Congresso. Como
medidas a respeito da popularização do governo, devem ser feitas campanhas mostrando
como esse dinheiro será gasto, no que se refere a investimentos em educação e em cultura. O
maior entrave se refere ao apoio no congresso e isso pode ser resolvido através de um diálogo
e envolvendo a oposição nas tomadas de decisão, no que se refere ao novo plano para a
previdência.
2. Privatizar empresas de energia e saneamento básico. (Medida Expansionista)
Procurando cortar gastos uma das medidas possíveis a serem tomadas é privatizar alguns
setores públicos. De um lado existe uma grande arrecadação que garante ao governo a
possibilidade de investir em outros setores, do outro uma medida impopular que também irá
encontrar dificuldade na aprovação. Dentre os maiores temores em relação à privatização se
referem a uma demissão dos associados daquele serviço prestado e que o preço da oferta à
população se torne muito caro. A ideia é trazer um diálogo com o congresso no que se refere
a vender todas as ações ou permanecer como o maior detentor, dividindo algumas parcelas
em leilões. Outro ponto importante é levar o diálogo à população e mostrar que o dinheiro
adquirido por essa ação será investido em melhorias para a comunidade, como melhorias na
educação (que a longo prazo trará impactos significativos para a melhora da economia).
3. Investir na indústria (Medida Expansionista)
De acordo com os dados coletados sobre o país existe um grande ramo industrial, mas que
pela falta de tecnologia ele não apresenta bons resultados. A maior receita é relacionada a
produtos do agronegócio, porém analisando os números é possível perceber que apesar dos
investimentos nessa área o desemprego aumenta e a arrecadação diminui. O intuito aqui é
alavancar a indústria nacional, trazendo novas tecnologias e por programas sociais capacitar a
população nesse setor. Também é interessante uma captação de recursos estrangeiros nessa
área, oferecendo incentivos fiscais para tornar a oferta interessante. A questão aqui se trata do
cenário monetário que será discutido no próximo tópico.
Políticas Monetárias:

1. Controlar a Inflação (Medida Contracionista)


Alguns dados que carecem do documento são sobre o valor da moeda, por isso algumas
suposições serão feitas. O valor alto da inflação revela uma concentração de renda, que é
afirmada pelos dados de distribuição com cerca de 75% na linha da pobreza, além de
desestimular investimentos. Não é viável aumentar os impostos, nem os juros, que estão em
níveis muito altos, por isso o que é possível recorrer é a redução de gastos públicos. É
necessário implementar as políticas fiscais já debatidas e uma reforma administrativa,
diminuindo o gasto com pessoal. Mais uma vez se enfrenta grande oposição por parte do
Congresso e um possível aumento do desemprego. O alto índice de desemprego somado a
taxa de juros elevada, leva a crer que uma grande parte dessa inflação é proveniente do custo
para a produção dos produtos e não da grande demanda da população, o que faz uma
diminuição na carga tributária uma boa medida para controlar a inflação, diminuindo os
impostos que afetam principalmente o custo para a produção dos produtos é possível aquecer
a economia.

2. Diminuir a Carga Tributária (Medida Expansionista)


Supondo que o aumento da inflação é predominantemente causado pelo aumento nos custos,
a diminuição da carga tributária seria uma ferramenta para controlar essa inflação e ao
mesmo tempo aumentar a receita gerada pela economia interna e não deve causar um pico
inflacionário muito grande por parte da demanda.

Questão 3) Redefina a distribuição dos gastos governamentais entre os itens de


despesas para os próximos exercícios, tomando a decisão de gastar mais ou menos
que o arrecadado. Justifique a decisão do grupo.

Visando controlar a inflação, a decisão tomada por nossa equipe econômica foi a de diminuir
os gastos públicos com reformas e procurar incentivar outros setores econômicos. A princípio
ainda haverá um déficit orçamentário e a aposta é nas políticas a longo prazo, tendo uma
visão positiva sobre as decisões tomadas.
Acreditando que o Congresso irá realizar uma reforma da previdência optou-se por fazer uma
política diferente dos anos anteriores, focando os investimentos em desenvolvimento tanto a
curto, quanto a longo prazo da economia do país. Esse aumento da Receita foi direcionado
principalmente para as áreas da Educação e da Tecnologia, mas sem negligenciar as
indústrias de base e o Agronegócio que correspondem a maior geração de renda nesse
primeiro momento, que dado a diminuição dos impostos principalmente nessas áreas tiveram
seus incentivos fiscais reduzidos e a verba destinada para a ciência e tecnologia. O objetivo é
estabilizar a situação do país para que num escopo de tempo maior possa haver o superávit
primário, tendo em mente que ciência e educação trazem um retorno contínuo a longo prazo.
A seguir se encontra uma perspectiva conservadora da receita para o próximo ano de
governo. Os gastos a serem tomados em um primeiro momento visam o aumento da parcela
destinada à saúde, educação, programas sociais e ciência e tecnologia nos próximos anos:

Receita 1.000.000

Gastos 1441.000

Educação 75.000

Saúde 70.000

Previdência 510.000

Investimentos 50.000

Ciência e Tecnologia 50.000

Pessoal 435.000

Programas Sociais 80.000

Cultura 15.000

Incentivos Fiscais para Indústria e Agro 80.000

Abono Salarial e Seguro Desemprego 76.000

Déficit -441.000

Questão 4) O grupo acredita que o país poderá apresentar superávit primário no


futuro? A sua dívida poderá ser reduzida em algum grau?

De imediato nossa equipe econômica não vê a possibilidade de um superávit primário nos


próximos anos do governo atual. Grande parte dos planos são a longo prazo e dependem da
aprovação da oposição, o que pode apresentar dificuldade na implementação da agente.
Acredita-se que com o devido investimento priorizando a integração da camada mais carente
da população, que é a maioria, de volta no mercado é possível reduzir a taxa de desemprego e
aumentar a taxa de ocupação da indústria. No final do mandato será possível observar uma
diminuição no déficit público e até mesmo tentar uma reeleição, caso as políticas populistas
sejam implementadas.
Caso haja a continuação dos investimentos em Educação e medidas também de longo prazo
nos próximos governos, o país pode sim atingir o estado de superávit primário e até começar
a abater a dívida acumulada. Um dos maiores desafios é equilibrar as necessidades atuais
com uma visão a longo prazo, realizando alguns sacrifícios. Não é possível resolver todos os
problemas de uma só vez, mas nosso objetivo é levar a população uma melhoria em seu estilo
de vida.
Questão 5) É possível conciliar uma visão de curto prazo de longo prazo para a
economia do país Alpha?

Sim, se faz necessária essa conciliação. A principal estratégia é aumentar a arrecadação de


receita, privatizando e diminuindo os impostos para aquecer a economia, o que é uma medida
de curto prazo. Também deve-se fazer investimentos na educação e em tecnologia que não
geram efeitos imediatos tão visíveis, mas a longo prazo seus frutos serão uma indústria mais
competitiva e forte, que não seja predominantemente composta pela produção de itens
básicos.

Questão 6) Aponte eventuais fragilidades e efeitos colaterais nas decisões


tomadas pelo grupo ( o que pode dar errado).

Nossa equipe econômica baseou suas decisões em algumas medidas tomadas pelo governo da
Noruega, que com o dinheiro do petróleo em educação e hoje mesmo com a oscilação dos
combustíveis o país consegue se manter, diferente do Brasil. E apenas nesse ponto já
apresenta um efeito colateral, porque o país Alpha não apresenta esse tipo de riqueza. Não há
dinheiro para investir e em todos os aspectos o país está afundando. Alguns pontos foram
discutidos ao longo do trabalho, mas aqui se encontram mais detalhados.
A maior fragilidade se dá em um primeiro momento, dado a baixa popularidade e não existir
a maioria no congresso, o que dificulta na aprovação de qualquer tópico. Medidas
impopulares como a privatização e as reformas da previdência e administrativa podem
enfrentar grande resistência, o que prejudicaria a receita prevista por elas. Falta informações
sobre o que a oposição deseja para tornar possível uma conciliação entre os interesses dela
sem prejudicar as propostas. E aqui existe uma outra dificuldade, o diálogo. Todas as
decisões tomadas devem ser seguidas por um extenso debate com a população e com a
oposição, visando encontrar um melhor caminho frente às dificuldades. O intuito é que as
políticas tenham continuação, mesmo se o atual governo não for eleito.
A grande aposta é abaixar a carga tributária, visando diminuir a inflação que parece ser
majoritariamente de custo, dado o aumento sucessivo da taxa de juros. Confia-se de que o
incentivo às indústrias seja o suficiente para aumentar a taxa de ocupação e aquecer a
economia, apostando que a diminuição no imposto por cada item seja paga com o aumento da
população economicamente ativa.
A grande fragilidade é a incerteza sobre muitos aspectos, que vão desde a aprovação do
Congresso, até a espera da efetividade dessas ações. Tratando-se de economia não existe o
caminho correto, mas diversas trilhas que podem ser tomadas, levando a efeitos colaterais
que deverão ser corrigidos. O intuito é trazer o bem estar a população e o maior incentivo a
ser feito é valorizando o cidadão, levando a ele conhecimento e capacitação, mas cobrindo
suas necessidades básicas, para que se torne assim independente e traga um retorno financeiro
favorável ao governo.

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