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SUMÁRIO
BRASIL: POLÍTICA E ECONOMIA ......................................................................................................................... 2
1. TETO DE GASTOS ................................................................................................................................... 2
2. REFORMA TRIBUTÁRIA .......................................................................................................................... 4
3. FUNDEB.................................................................................................................................................. 6
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 7
GABARITO .................................................................................................................................................... 10
Segundo dados do Tesouro Nacional e do IBGE, entre 1997 e 2015 as despesas do Governo
Federal cresceram de R$ 133 bilhões para R$ 1,15 trilhão, um crescimento de mais de 864%.
No mesmo período, a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), do IBGE,
subiu 306%. Ou seja, os gastos reais do governo cresceram em ritmo acelerado ao longo de
quase duas décadas. Esse crescimento de gastos deve-se em grande parte a regras da nossa
legislação que garantem reajustes acima da inflação para várias áreas do orçamento público.
Esse aumento dos gastos não era visto como um problema tão sério ao longo da década
passada, já que o governo também arrecadou mais receitas, graças ao crescimento econômico
na década de 2000. Mas, com a crise econômica que o país vivenciou desde 2015, essa questão
voltou a receber atenção.
O problema é que, enquanto os gastos continuavam a subir, a arrecadação de tributos
desacelerou muito, junto com o resto da economia. Em 2015, o governo arrecadou 5,62%
menos recursos do que em 2014, em termos reais.
Antecipando a grave situação da política fiscal, o governo Dilma planejou um ajuste no
início de 2015, que não incluía a ideia de teto de gastos públicos, mas procurava evitar um
rombo nas contas públicas. As principais medidas eram cortar gastos e aumentar impostos. O
ajuste não saiu da forma como a equipe econômica de Dilma esperava. Em 2016, com o
impeachment dela e a chegada de Temer à presidência, foi nomeada uma nova equipe
econômica, que procurou solucionar a questão fiscal através do controle de despesas.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, participa de uma queda de braço dentro do
governo. De um lado, Guedes quer manter o teto de toda forma. De outro, ministros como
Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, defendem que o governo precisa aumentar os
gastos para tirar o país da crise no pós-pandemia. A única maneira de fazer isso sem infringir a
Constituição é encontrar uma maneira de flexibilizar a regra.
A disputa ficou ainda mais tensa, após Marinho defender publicamente o aumento do
gasto público. Além disso, o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, afirmou que Paulo
Guedes “daria um jeito de arrumar mais dinheiro” para dar continuidade às ações de impacto
social e na infraestrutura.
As declarações ocorrem em um momento em que o presidente colhe um aumento na sua
popularidade, impulsionada pelo pagamento do auxílio emergencial de R$ 600. Com Bolsonaro
de olho na reeleição, há o temor de que o fim do auxílio tenha um impacto negativo não só
socialmente como também na sua popularidade. Mas manter o auxílio por mais um tempo teria
um forte impacto nas contas públicas.
Quem fala sobre a manutenção do teto defende que, por um lado, o teto de gastos é
elogiado por quem acredita no controle das despesas públicas, como forma de atrair
investimentos privados, manter os juros baixos e controlar a inflação. Para seus apoiadores, o
teto de gastos é necessário para o equilíbrio das contas públicas e para manter a confiança de
investidores no compromisso do país com a responsabilidade fiscal.
Por outro lado, o teto é criticado por defensores de mais investimento público para
recuperar a economia brasileira e garantir serviços essenciais. Essas pessoas defendem que a
regra impedirá investimentos públicos, agravará a recessão e prejudicará principalmente os
mais pobres, ao reduzir recursos em áreas como educação e saúde.
Como o bolo do Orçamento tem o mesmo tamanho sempre e algumas fatias
necessariamente crescem todo ano, sobretudo os gastos com a Previdência, sobra um pedaço
cada vez menor para os demais gastos, incluindo saúde e educação.
No contexto da pandemia, em que o desemprego disparou e houve uma quebradeira de
empresas, críticos dizem também que é necessário gastar para fazer obras públicas e gerar
empregos para tirar o país do buraco mais rapidamente. Em 2019, o teto de gastos foi de
R$1,407 trilhão. Em 2020, portanto é de R$1,454 trilhão.
2. REFORMA TRIBUTÁRIA
Uma Reforma Tributária consiste em mudanças na estrutura tributária atualmente
adotada no país, ou seja, uma reformulação dos nossos impostos. Como os impostos saem
diretamente do nosso bolso, é sempre bom ficar ligado no assunto.
Antes de falar propriamente sobre as propostas para uma Reforma Tributária, é
importante situar-se um pouco no atual panorama do sistema tributário brasileiro. Impostos
podem ser aplicados sobre três instâncias: consumo, renda ou propriedade. É sobre o consumo
que incide a maior quantidade de impostos e que a situação tributária é mais complexa. Esses
tributos coletados a partir de bens e serviços são chamados de impostos indiretos, e são o ponto
principal das propostas de reforma.
Atualmente, o Brasil possui cinco impostos indiretos que incidem sobre o consumo de
bens e serviços:
➢ ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços);
➢ IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados);
➢ ISS (Imposto sobre Serviços);
➢ PIS/PASEP (Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio
do Servidor Público);
➢ Cofins (Contribuição para o financiamento da Seguridade Social).
Estes impostos estão sob responsabilidade de diferentes esferas do governo: IPI, PIS E
COFINS são impostos federais; ICMS é um imposto Estadual e o ISS é municipal. Isso significa
que, além de haver vários impostos aplicados a bens e serviços, esses impostos também devem
ser pagos a destinatários distintos e em datas variadas. Dessa forma, considera-se que a
produção de bens e serviços no Brasil está sujeita a um sistema tributário complexo e
burocrático.
De acordo com o Banco Mundial, o Brasil é o país em que as empresas mais gastam tempo
e recursos no pagamento de impostos. O estudo realizado pela Instituição mostra que empresas
brasileiras gastam quase 3 meses por ano organizando e efetuando pagamento de impostos.
O fato de haver diferentes impostos sendo aplicados sobre bens e serviços ao longo do
ciclo de consumo faz com que ocorra o chamado efeito cascata. Esse efeito consiste na múltipla
tributação de um mesmo produto. Por exemplo, um produtor vende a um comerciante um
produto pelo preço de cinco reais, sobre os quais são acrescentados dois reais de impostos,
fazendo com que o comerciante pague sete reais pelo produto. Quando esse comerciante
revende esse produto em sua loja, é aplicado um novo imposto sobre o valor de 7 reais. Ou seja,
ocorre uma dupla tributação, que tem como consequência final um encarecimento do produto.
Outra característica do atual sistema tributário é a chamada Guerra Fiscal. Atualmente os
estados e municípios possuem autonomia para determinar o valor dos impostos que cobram.
Essa liberdade na determinação do valor dos impostos é bastante utilizada para atrair
investimentos.
Na prática, os estados e municípios que oferecem menos impostos têm maiores chances
de atrair empresas para seu território (o que é algo benéfico para a economia da região, pois
gera empregos). Isso faz com que ocorra uma “guerra fiscal”, ou seja, uma disputa para oferecer
os menores impostos e atrair o investimento. O problema é que com essa redução dos impostos
o país acaba arrecadando menos recursos para investir nas áreas que necessitam.
Em 9 de abril de 2019, Baleira Rossi, líder do MDB na Câmara dos Deputados, levou o
economista Bernard Appy para apresentar sua proposta de reforma tributária aos
parlamentares. Essa proposta propõe substituir cinco tributos:
• Imposto sobre produtos industrializados (IPI) – federal;
• Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) – federal;
• Contribuição para o financiamento da seguridade social (Cofins) – federal;
3. FUNDEB
O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (Fundeb) atende a toda a educação básica, da creche ao ensino
médio. Substituto do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorização do Magistério (Fundef), que vigorou de 1997 a 2006, o Fundeb está em vigor desde
janeiro de 2007 e se estenderá até 2020.
É um importante compromisso da União com a educação básica, na medida em que
aumenta em dez vezes o volume anual dos recursos federais. Além disso, materializa a visão
sistêmica da educação, pois financia todas as etapas da educação básica e reserva recursos para
os programas direcionados a jovens e adultos.
A estratégia é distribuir os recursos pelo país, levando em consideração o
desenvolvimento social e econômico das regiões — a complementação do dinheiro aplicado
pela União é direcionada às regiões nas quais o investimento por aluno seja inferior ao valor
mínimo fixado para cada ano. Ou seja, o Fundeb tem como principal objetivo promover a
redistribuição dos recursos vinculados à educação.
A destinação dos investimentos é feita de acordo com o número de alunos da educação
básica, com base em dados do censo escolar do ano anterior. O acompanhamento e o controle
social sobre a distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos do programa são feitos
em escalas federal, estadual e municipal por conselhos criados especificamente para esse fim.
O Ministério da Educação promove a capacitação dos integrantes dos conselhos.
Senadores se mobilizam pela votação da proposta que torna permanente o Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), marcada para 20 de agosto. Para
o relator da PEC 26/2020, senador Flávio Arns (Rede-PR), o assunto é urgente, já que a validade
do Fundeb expira no dia 31 de dezembro.
De acordo com Arns, “temos que ter não só a aprovação da PEC, mas várias
regulamentações daquilo que aprovarmos dentro do Congresso Nacional. Esperamos que a
promulgação seja o passo seguinte e urgente para que a sociedade fique mais segura e tranquila
sabendo que a educação básica está sendo bem valorizada”.
Além de tornar o Fundeb permanente, a proposta amplia em até 23% a participação da
União no financiamento da educação infantil e dos ensinos fundamental e médio. Arns deu
parecer favorável, sem mudanças, ao texto aprovado pela Câmara dos Deputados. Segundo ele,
o governo participou de todo o entendimento do texto.
A ideia é evitar a desigualdade e distribuir o dinheiro para garantir um valor mínimo
investido por aluno, igual a todos os estados. Assim, estados mais pobres podem receber
complementação da União e garantir que seus estudantes terão o mesmo ponto de partida, as
mesmas condições básicas de aprendizagem se comparado a outros estados. Os valores
destinados pelo governo federal aumentarão ano a ano. Em 2021, o aporte será de 12%, subirá
para 15% em 2022 e depois crescerá dois pontos percentuais até chegar em 23% em 2026,
quando é prevista uma revisão nas regras de distribuição.
Em 2019, o fundo redistribuiu aos estados e municípios um montante de cerca de R$ 165
bilhões. Cada estado e o Distrito Federal têm um fundo que funciona praticamente como uma
conta bancária coletiva em que entram recursos de diferentes fontes de impostos estaduais e
municipais e, em alguns casos, transferências do Governo Federal para os estados e os
municípios. Seguindo uma série de regras, esse total é redistribuído de acordo com o número
de alunos da Educação Básica Pública (ou da rede conveniada, em alguns casos) de cada rede e
das etapas e modalidades de ensino (algumas são mais “caras” que outras, isto é, recebem um
valor maior devido à complexidade do atendimento educacional).
Com as novas regras o investimento por aluno passa dos atuais R$ 3,7 mil para R$ 5,7 mil
em 2026. Cidades pobres em estados ricos também receberão mais recursos. Antes, a
transferência não ocorria justamente porque estavam em estados com alta arrecadação. O
"valor por aluno" é o mínimo investido em cada estudante em todo o Brasil. Atualmente, é de
R$ 3,7 mil ao ano e passará a R$ 5,7 mil com as alterações aprovadas na Câmara.
Além disso, a redação do novo Fundeb traz mais um conceito, que é o "custo aluno
qualidade" conhecido como CAQ, previsto no Plano Nacional de Educação (PNE), de 2014. O
CAQ cria parâmetros de financiamento baseado em qualificação dos professores, remuneração,
aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos necessários
ao ensino, compra de material escolar, alimentação e transporte.
Algumas possíveis questões que poderiam cair em provas, sobre esse assunto seriam da
seguinte forma:
EXERCÍCIOS
(Banca Alfacon) Texto para as questões 1 a 3:
“Vale a pena destacar casos positivos da fixação de teto de gastos. Todos os países que
adotaram essa sistemática recuperaram sua economia. A Holanda, por exemplo, adotou limites
em 1994, conseguiu reduzir a relação dívida/PIB de 77,7% para 46,8% e enxugou as despesas com
juros de 10,7% para 4,8% do PIB. Ao mesmo tempo o desemprego caiu de 6,8% para 3,2%”, diz o
trecho do relatório da PEC 241 na Câmara, de autoria do deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS).
(Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2016/11/28/politica/1480332274_865460.html)
2. A Emenda Constitucional 95, a qual estabeleceu o novo regime fiscal, estabelece que o
teto de gastos para o Governo Federal, bem como para Estados, Municípios e Distrito
Federal, seja relacionado ao equivalente ao orçamento do ano anterior, corrigido apenas
pela inflação.
Certo ( ) Errado ( )
O limite de gastos vale para a administração federal – não vale para municípios,
estados e Distrito Federal. Também há um limite de gastos específicos para os
seguintes órgãos federais: Poder Executivo, Senado, Câmara dos Deputados;
Ministério Público Federal; Tribunal de Contas da União; Defensoria Pública da União.
5. De acordo com informações divulgadas pela Folha de São Paulo e pelo G1, a equipe do
ministro da Economia, Paulo Guedes, incluiria no projeto de reforma tributária a
proposta de criar uma espécie de "imposto digital".
Certo ( ) Errado ( )
A proposta do ministério é possibilitar a criação de um fundo voltado às
questões sociais, o que tem, mesmo quando comparado com a antiga CPMF,
apresentado diminuição de sua rejeição.
6. No novo texto a parcela de contribuição da União passa de 10% para 23%. Antes, estava
sendo negociada entre o Palácio do Planalto e o Congresso, a contribuição de 20%.
Também foi incorporado pela relatora deputada Professora Dorinha Seabra (DEM-TO),
algumas sugestões do governo. O Ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende usar
uma parte do Fundeb para o Programa de Transferência de Renda, Bolsa Família, que
mudará de nome para Renda Brasil.
Certo ( ) Errado ( )
O governo queria destinar recursos do fundo ao Renda Brasil, que ainda está
sendo desenhado pela equipe econômica para substituir o Bolsa Família. Se assim
fosse, a ideia poderia driblar o teto dos gastos federais e ainda limitar o gasto com
salário de professores.
Entretanto, no acordo firmado com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), não haverá destinação de recursos, mas apoio para a criação do programa,
que Bolsonaro pretende criar em substituição ao Bolsa Família. Se aprovado na
Câmara, o projeto segue para o Senado.
pode ser usado para o pagamento de profissionais da educação, mas que atuam em outras
funções.
Certo ( ) Errado ( )
Além de o recurso ser utilizado apenas na Educação básica, pelo menos 60%
do dinheiro do Fundeb deve ser aplicado no pagamento do salário dos professores da
rede pública na ativa. O dinheiro também pode ser usado na remuneração de
diretores, orientadores pedagógicos e funcionários, na formação continuada dos
professores, no transporte escolar, na aquisição de equipamentos e material didático,
na construção e manutenção das escolas. Não pode, contudo, ser utilizado para pagar
merenda escolar, para remunerar profissionais da Educação em desvio de função
(por exemplo, um professor que vai trabalhar no gabinete do prefeito) e em outras
despesas.
8. Há um alinhamento entre o novo Fundeb e o Teto de Gastos. Já que a lei do Teto de Gastos
prevê que em 2026 (quando completa 10 anos) esta será avaliada, o Fundeb passará
também por uma avaliação, já que a votação tanto na Câmara quanto no Senado visa à
manutenção do seu caráter provisório.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. Certo
2. Errado
3. Certo
4. Errado
5. Certo
6. Certo
7. Errado
8. Errado