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UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

UAB Universidade do Estado de Pernambuco


UPE Curso de Administração Pública

1ª WEBQUEST- TEORIA DAS FINANÇAS PÚBLICAS

TABIRA - PE
Abril de 2021
ADALVA MARIA NASCIMENTO SILVA DE ALMEIDA
DAMIÃO PARNAÍBA DO NASCIMENTO
ÉRICA DE LIMA TELES
TANIERY DE SOUSA DINIZ

1ª WEBQUEST- TEORIA DAS FINANÇAS PÚBLICAS

Trabalho apresentado ao professor Pablo


Aurélio Lacerda de Almeida Pinto da
disciplina Teoria das Finanças públicas, do
Curso de Administração Pública da
Universidade do Estado de Pernambuco -
UPE, com objetivo de fins avaliativos.

TABIRA - PE
Abril de 2021
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1. INTRODUÇÃO
Desde os inícios do século XX até os dias atuais e, praticamente, em todos os
países capitalistas, observa – se uma crescente participação do Estado na economia,
acrescentando às funções tradicionais de justiça e segurança social a de ofertante de bens
públicos - eletricidade, saneamento, rodovias, ferrovias, portos, entre outros.

Assim, para se obter os recursos necessários ao exercício de suas atividades


políticas, sociais, econômicas, administrativas, entre outras, é preciso que o Estado
desenvolva meios de obter recursos junto a própria sociedade afim de arcar com a despesa
decorrente de tais atividades, ou seja os chamados tributos (PEREIRA, OLIVEIRA,
GALLO, 2012).

Os tributos são constituídos por taxas, contribuições de melhoria, impostos,


empréstimos compulsórios e outras contribuições de acordo com a ordenação jurídica
brasileira assim caracterizados: Na atualidade, existe pesquisas sobre tributação ótima,
uma teoria estudada por pesquisadores da área econômica, essa teoria tem por objetivo
corrigir as distorções ocasionadas pelo tributo à economia e garantir o respeito à
capacidade contributiva.

Os princípios desta teoria, apesar de estarem ligados à economia, também podem


servir de argumento por juristas que buscam corrigir as distorções do sistema tributário
atual, na busca por um sistema mais justo e eficiente. Dessa forma, esse trabalho tem por
objetivo explanar sobre um sistema tributário ideal e suas características.

2. TRIBUTOS

Os tributos são constituídos por taxas, contribuições de melhoria, impostos,


empréstimos compulsórios e outras contribuições de acordo com a ordenação jurídica
brasileira assim caracterizados:

➢ Taxas - são tributos ligados a uma atividade estatal, cobradas em razão da


prestação de um serviço público como as que são cobradas pelo exercício do
poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.
➢ Contribuição de melhoria - é cobrada quando determinada obra pública
aumenta o valor patrimonial dos bens imóveis localizados em sua vizinhança.
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➢ Impostos - segundo o art. 1 do CTN, são espécies tributárias cuja obrigação tem
por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal
específica, relativa ao contribuinte, o qual não recebe contraprestação direta ou
imediata pelo pagamento. A receita que provém dos impostos não pode ser
vinculada a qualquer despesa do aparato administrativo, caso contrário haverá
uma falha grave que impedirá a cobrança desse imposto conforme o artigo 167,
IV, da Constituição Federal de 1988.
Sobre os impostos, há uma forma que os classifica em imposto direto e imposto
indireto:

Figura 1: Classificação de impostos; Fonte: DIREÇÃO CONCURSOS, 2021.

• Imposto direto é o que incide sobre a renda e a riqueza (patrimônio).


Nesse tipo de tributo, a pessoa que recolhe o imposto também arca com
seu ônus. Por exemplo: Imposto de Renda
Dentre os impostos diretos, destacam-se:
▪ imposto sobre a riqueza (patrimônio): nesse tipo de imposto, a
base tributária constitui o estoque acumulado de riqueza do
indivíduo, seu patrimônio;
▪ imposto sobre a renda: nesse tipo de tributo, a incidência se dá
sobre os fluxos mensais, ocorrendo um ajuste sobre os valores
anuais de rendimento.
• Imposto indireto é o que incide sobre transações de mercadorias e
serviços. Nesse tipo de imposto, a base tributária é o valor da compra e
venda de mercadorias e serviços. O que é importante nessa categoria é o
momento em que o imposto é cobrado (produtor ou consumidor) e o
método de cálculo (transação total ou valor adicionado).
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Outra classificação divide os impostos em impostos regressivos, progressivos


e proporcionais (ou neutros).

• Impostos regressivos são aqueles em que o aumento na contribuição é


proporcionalmente menor que o incremento ocorrido na renda, ou seja,
quando a relação entre carga tributária e renda decresce com o aumento
do nível de renda.

“Um imposto sobre o consumo de um bem de uso massivo é intrinsecamente


regressivo”

Podemos explicar esta afirmação da seguinte forma: a maioria dos produtos que
consumimos diariamente são bens de uso massivo e os impostos que se paga sobre o uso
desses bens não incidem sobre a renda dos indivíduos, mas sobre o preço das mercadorias.
É o que ocorre, por exemplo, com os impostos indiretos, tais como ICMS e IPI, que
incidem sobre o preço dos bens e serviços e utilizam a mesma alíquota para todos os
contribuintes. Assim, se o ICMS incidente sobre o arroz for de 10%, e se o quilo desse
alimento custar $ 20,00, o indivíduo mais pobre e o mais rico da população pagarão
igualmente $ 2,00 de imposto ao adquirir um quilo desse produto. Dessa forma, com
impostos regressivos, a relação entre carga tributária e renda é decrescente, ou seja, recai
em termos relativos mais fortemente sobre os indivíduos com rendas mais baixas

➢ Empréstimos compulsórios - são um tipo de tributo estabelecido pela


Constituição Federal de 1988 que são diferentes dos demais. Pode ser instituído,
transitoriamente, somente em casos de despesas extraordinárias (guerras ou
calamidade pública) e em ocorrências de investimento público de caráter urgente
e de relevante interesse nacional, outra diferença é o fato de ser restituível. A
receita desse tributo é diretamente vinculada à despesa que o gerou.
➢ Outras contribuições - são a categoria de tributos que pode ter vinculação ou não
a uma atividade estatal, entretanto, sua receita obrigatoriamente tem que ser
afetada. Tais tributos podem ser: social, de interesse de categoria econômica ou
profissional e de intervenção de domínio econômico.

3. SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO

No Brasil, a carga tributária do governo geral foi de 33,17% em 2019, de acordo


com informação do secretário do Tesouro, Mansueto Almeida. Segundo dados do
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Tesouro Nacional, a carga tributária do governo municipal foi de 2,27%, dos Estados, de
8,67%, e do governo central, de 22,24%.

O Brasil tem carga tributária que é relativamente alta para nosso nível de
desenvolvimento e destacou que não existe carga tributária certa ou errada e ainda frisou
que, para nosso nível de desenvolvimento, Brasil tem carga tributária próxima da OCDE.
A média na OCDE é de 34,3% do PIB. O sistema fiscal brasileiro segue o modelo dos
demais países do mundo, possuindo o mínimo de três classes ou níveis de finanças
públicas (fazendas públicas), sendo elas:

✓ a estatal, administrada em nível nacional pelo Ministério da Fazenda;


✓ a departamental, estadual ou autônoma, administrada pela Secretaria de Fazenda
do Governo Estadual; e
✓ a municipal, administrada pelos municípios.

Dessa forma, as diferentes fazendas de um estado realizam a arrecadação e a


administração dos tributos de sua responsabilidade conforme o que foi estabelecido por
legislação. Normalmente, o estado nacional reserva determinados tributos a si e cede os
demais aos órgãos inferiores.

A partir da Constituição de 1934, a estrutura do sistema tributário brasileiro foi


sofrendo alterações. Até a Constituição de 1934, o imposto de importação era a mais
importante fonte de receita da União, além de se destacar na esfera estadual, e o tributo
sobre a indústria e profissões era o principal na esfera municipal. As definições dessa
Constituição limitaram a cobrança do imposto de importação e, a partir disso, o imposto
de vendas e as consignações se tornaram a principal fonte de receita estadual.

Com a Constituição de 1937, os estados perdem a competência privativa de


tributar a renda de propriedade rurais. A Constituição de 1946 delegou aos municípios a
competência de cobrança de dois novos impostos: o imposto do selo municipal e o de
indústrias e profissões. Essa constituição também estabeleceu o sistema de transferência
de impostos, modificando a discriminação de rendas entre as esferas de governo. Criado
em 1956, o imposto sobre o consumo foi obtendo cada vez mais importância e ocupava
parcela significativa do percentual de arrecadação das três esferas de governo na década
de 1960.
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A reforma da década de 1960, implantou no Brasil um sistema tributário inovador


do ponto de vista administrativo e técnico, ligado com os objetivos econômicos nacionais
e com capacidade de interferir na alocação dos recursos econômicos. Essa reforma tinha
como meta a elevação da capacidade de arrecadação do Estado, visando a solucionar o
problema de déficit fiscal, apoiando e estimulando o crescimento econômico. Ela ainda
buscou aprimorar a alocação dos tributos e centralizar a arrecadação de forma que as
esferas subnacionais perdessem autonomia financeira.

Foi estabelecida uma divisão dos impostos em quatro grupos principais: impostos
sobre o comércio exterior; impostos sobre o patrimônio e renda; impostos sobre a
produção e a circulação; impostos únicos e receitas extraorçamentárias.

Estabeleceu-se a destinação de 10% do IR e do IPI para cada um dos respectivos


fundos de participação de estados e municípios, Fundo de Participação dos Estados (FPE)
e Fundo de Participação de Municípios (FPM).

Com a reforma tributária promovida pela Constituição de 1988, houve a


ampliação do grau de autonomia fiscal dos estados e municípios, resultante das várias
mudanças do sistema tributário vigente até aquele momento. Foi atribuída competência
para cada estado estabelecer autonomamente alíquotas do ICMS (imposto sobre
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação), o qual é seu principal
imposto. Foi eliminada a faculdade de conceder isenções de impostos estaduais e
municipais, pela Constituição anterior atribuída à União. E foi vedada a imposição de
condições ou restrições à entrega e ao emprego de recursos distribuídos aos estados e
municípios.

4. CARACTERÍSTICAS DE UM SISTEMA TRIBUTÁRIO

Um sistema tributário bem desenhado ele tem que ter algumas características. Já
em 1776, com a publicação do livro “ Riqueza das Nações “ Adam Smith menciona quatro
características que os sistemas tributários deveriam respeitar:

✓ A capacidade contributiva dos cidadãos – significa que cada um deve contribui


de acordo com suas forças salariais para arcar com as despesas do Estado. Esse
princípio é também conhecido como princípio da equidade, que os tributaristas
incluem como sendo a característica da justiça social que todo sistema tributário
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deve buscar, dividindo-a em equidade vertical e equidade horizontal. Equidade


vertical diz respeito ao pagamento diferenciado para os que tem maiores
condições de pagamentos – quem ganha mais deve pagar mais. Equidade
horizontal diz respeito ao tratamento igual que todos aqueles que estão nas
mesmas condições devem ter. Dessa forma empresas e trabalhadores podem ter
alíquotas diferenciadas.
✓ Regras para a fixação dos impostos, evitando-se arbitrariedades – é uma
característica defendida por Adam Smith, com o objetivo é proteger os
contribuintes contra arbitrariedades do Estado ou de seus representantes para
coletar impostos. Permite que os pagadores de impostos possam se programar
porque saberão o tempo de pagamento, a maneira, a quantidade a ser paga, tudo
claro e simples para o contribuinte e a qualquer pessoa, e citada também por
tributaristas modernos quando defendem que se deve ter a clareza sobre quem
paga, quanto se paga, o uso que se faz dos recursos arrecadados e a necessidade
de o sistema tributário ser simples.
✓ Baixo custo do sistema arrecadador – defende que toda taxa deve ser elaborada
de maneira a retirar o mínimo possível do contribuinte além do que ele já traz para
o tesouro público do Estado. Para Smith, os tributos devem ser arrecadados sem
que isso acarrete um alto custo ao próprio sistema arrecadador, não podem
desestimular a atividade econômica, não devem ser facilmente sonegáveis, e não
devem submeter os contribuintes a fiscalizações desnecessárias que impliquem
perda de tempo. É uma característica também apontada pelos tributaristas
modernos que defendem que a arrecadação dos impostos acarrete um baixo custo
a sociedade e a simplicidade administrativa do sistema.
✓ A eficiência econômica – quando o sistema tributário faz a economia funcionar
de forma ineficiente acaba reduzindo a produtividade do país. Smith desejava que
a atividade econômica não fosse afetada de forma negativa pela tributação,
devendo, assim, evitar impostos que desestimulem o trabalho. Embora tenha
refletido sobre eficiência, Smith não mencionou outra importante fonte de
ineficiência que é a interferência da tributação sobre a alocação de recursos do
mercado, algo de larga aceitação geral em nossos dias.

Essas foram as quatro características de sistemas tributários mencionadas por


Smith. Por aqui no Brasil, quando é promovida uma reforma tributária com a finalidade
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de tornar o sistema mais eficiente, sempre são mencionadas algumas características que
refletem bem o pensamento de Smith. Então para os especialistas em geral, um sistema
tributário deve observar alguns princípios importantes a fim de evitar que os impostos
possam afetar a atividade econômica, tais como:

❖ Simplicidade - O sistema tributário não pode ser complexo e deve facilitar a


aplicação imediata, atingindo a raiz do problema; deve oferecer facilidade e
segurança jurídica para o contribuinte pagar seus tributos e cumprir suas
obrigações acessórias, reduzindo as divergências na interpretação da legislação,
que são a causa principal do contencioso tributário.
❖ Transparência - para que os contribuintes saibam quanto estão pagando de
impostos, dando visibilidade à complexa relação entre direito, economia e
política, de modo a empoderar o verdadeiro titular do ônus da carga tributária –
o cidadão – e aprofundar o exercício da cidadania fiscal nas eleições.
❖ Neutralidade - para que a tributação sobre o consumo não crie distorções no
ambiente de negócios, permitindo a eficiente alocação do investimento e
prevenindo a entropia do planejamento tributário.
❖ Equidade - do sistema tributário indica que a tributação deve garantir o
tratamento equivalente de pessoas e negócios em situações semelhantes. Afinal,
simplicidade, transparência, neutralidade e equidade são instrumentos para
realizarmos nosso processo civilizatório, rumo à igualdade que dignifica e
justifica a própria noção de direito.
❖ Sistema Progressivo - defende o aumento da tributação na medida em que se
aumenta a renda, operacionalizando por meio da utilização de alíquotas
crescentes. Quem ganha mais, paga mais.

No momento atual, discute – se uma possível reforma tributária aqui no Brasil


devido a problemas de várias ordens. Em entrevista, o economista brasileiro Bernard
Appy destacou que o sistema tributário do país passa por problemas do tipo como
ineficiência econômica que tem prejudicado o crescimento, fazendo com que a economia
brasileira cresça menos do que poderia. Há também problemas de ordem distributiva que
fazem com que pessoas de alta renda paguem muito pouco imposto no Brasil e isso acaba
fazendo com que o sistema seja regressivo, ou seja, faz com que famílias de baixa renda
sejam mais oneradas do que as de alta renda.
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Outro problema apontado pelo economista é quando o sistema tributário leva a


economia se organizar de forma ineficiência fazendo com que as empresas optem por se
estabelecer aumentando os custos de logísticas e buscando reduzir os custos dos impostos,
e isso não é bom para o país.

São três proposta de reforma:

✓ PEC 45/2019 - Câmara dos Deputados – baseada no projeto idealizado pelo


economista Bernard Appy, a proposta busca substituir cinco tributos já existentes
(PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) por um Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), nos
moldes dos impostos sobre valor agregado (IVA) cobrado na maioria dos países
desenvolvidos.
✓ PEC 110/2019 - Senado Federal – propõe a substituição de nove tributos já
existente (IPI, IOF, PIS, Pasep, Cofins, CIDE-Combustíveis, Salário-
Educação, ICMS e ISS) pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), nos moldes
dos impostos sobre valor agregado (IVA) cobrados na maioria dos países
desenvolvidos. A alíquota do IBS poderá variar de acordo com cada produto e
cada serviço, mas deve ser a mesma em todo o território nacional.

• PL 3887/2020 - Governo Federal – cria a Contribuição sobre Bens e


Serviços (CBS), em substituição ao PIS/Pasep e à Cofins, que deverão ser
extintos. A alíquota da CBS será de 12% para empresas em geral e de
5,9% para entidades financeiras como bancos, planos de saúde e
seguradoras. As empresas optantes pelo regime do Simples Nacional
seguirão com o tratamento tributário favorecido. Contudo, o crédito
transferido será baseado no valor efetivamente pago pelas empresas do
Simples. Essa nova reforma apresenta alguns pontos característicos
importantes defendidos pelo setor industrial, que apoia uma reforma
ampla e alíquotas uniformes dentre outros como se segue adiante:
• Tributos Unificados – com a unificação de alguns tributos, (PIS/Cofins,
IPI, ICMS, ISS e IOF), englobando tributos dos três níveis de governo,
passa –se a ter um único imposto do tipo IVA com base ampla de
incidência sobre bens e serviços e de abrangência nacional.
• Alíquota uniforme do IVA - O IVA deve ter alíquota uniforme para
todos os bens e serviços com legislação e regulamento unificados
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nacionalmente. A adoção da alíquota uniforme do IVA é fundamental


para distribuir melhor a carga tributária entre os setores econômicos e para
evitar disputas judiciais sobre o enquadramento dos bens e serviços em
diferentes alíquotas.
• Não aumento da carga tributária - É necessário evitar que a reforma
aumente a carga tributária total. A carga tributária brasileira, de 33,3% do
PIB, é das mais elevadas do mundo e a mais alta entre os países em
desenvolvimento, que, em média, têm carga de 26% do PIB.
• Direito a crédito amplo no IVA - É preciso garantir a aplicação do
“crédito financeiro”. Assim, todo o IVA que incidir em uma etapa da
circulação de mercadorias e serviços possa ser abatido na etapa posterior.
Essa mudança é fundamental para combater o problema da
cumulatividade, que é o principal entrave tributário à competitividade das
empresas brasileiras, tanto nas exportações, como na disputa com o
produto importado.
• Restituição ágil dos saldos credores - Quando as empresas tiverem saldo
credor do IVA, o Governo deve fazer a restituição de forma rápida, dentro
de um prazo máximo estabelecido no novo sistema, preferencialmente
inferior a 60 dias, como ocorre em diversos países que adotam o IVA.
Essa medida é importante para se evitar o acúmulo de créditos tributários,
que representam custos financeiros para as empresas.
• Desoneração completa de exportações e investimentos - O IVA não
pode incidir sobre as exportações. Atualmente, devido às nossas regras
tributárias, empresas brasileiras possuem custos bem maiores do que os
dos competidores internacionais, o que torna o produto brasileiro enviado
ao exterior menos competitivo. Além disso, o investimento precisa ser
desonerado. O crédito do IVA para aquisições de bens do ativo
imobilizado deve ser imediato, inclusive na fase pré-operacional.
• Tributação no destino - A receita do tributo sobre consumo deve ser
totalmente destinada ao estado e ao município de destino. Essa medida
facilita que as exportações sejam completamente desoneradas, elevando a
competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo. Outro
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resultado positivo é o entrave aos embates entre os estados, conhecido


como guerra fiscal.

Essa reforma do sistema tributário do Brasil é uma reforma que vem sendo discutida
há décadas e que tem a transparência como um dos principais fatores positivos, caso
aprovada, a população vai saber mais quanto paga de imposto em cada produto e serviço
se vier a ser implementada.

5. CONCLUSÃO

Os bens públicos precisam ser financiados de alguma forma, os chamados tributos.


Por meio desta pesquisa é possível observar que é necessário um sistema tributário que
possa promover maior eficiência, equidade e desenvolvimento nas fundações de uma
economia. É preciso um sistema que defenda o aumento da tributação na medida em que
se aumenta a renda, operacionalizando por meio da utilização de alíquotas crescentes,
fazendo com que quem ganha mais pague mais.

Porém, o problema com a progressividade de impostos é que a grande arrecadação


vem de imposto sobre consumo e a maioria dos produtos que consumimos, os impostos
vão incidir sobre o valor do produto e não sobre a renda onerando proporcionalmente
indivíduos de menor renda.

Dessa forma, pelas características vistas neste trabalho, um sistema tributário ideal
deve ser simples, deve –se reduzir a burocracia fim de facilitar sua aplicação imediata e
ofertar clareza para o contribuinte entender qual a destinação dos recursos arrecadados.
Sendo assim, será possível maior eficiência para a atividade econômica: se a tributação
afeta negativamente a atividade econômica e se há interferência dela na alocação de
recursos do mercado isso vai desestimular a produtividade.
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Referências

AFONSO, J. R. R et al. Tributação no Brasil: características marcantes e diretrizes


para a reforma. Revista do BNDES. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social, Rio de Janeiro, v. 5, n. 9. P. 25 – 50, junho 1988.

AFONSO, J.R.R. Descentralização fiscal na América Latina: estudo de caso do


Brasil. Rio de Janeiro: Cepal/CEPP, 1994, p.71 (Relatório de Pesquisa, 4).

DIREÇÃO CONCURSOS. Adiamento de ICMS na quarentena. Disponível em:<


Adiamento de ICMS na quarentena - Direção Concursos (direcaoconcursos.com.br)>.
Acesso em: 21 de abril de 2021.
BRASIL ESCOLA. O atual cenário tributário brasileiro: aspectos teóricos e
perspectivas de reformas. Disponível em:<
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/administracao-financas/atual-cenario-
tributario-brasileiro-aspectos-teoricos-perspectivas-reformas.htm#indice_5>. Acesso
em: 21 de abril de 2021.
PEREIRA, C. A; OLIVEIRA, F, R; GALLO, M, F. Tributação ótima - Isso existe?
2018. Disponível em:< Tributação ótima - Isso existe? - Busca. Legal >. Acesso em: 12
de abril de 2021.
VALOR ECONOMICO. Carga tributária em 2019 foi de 33,17% no Brasil. 2019.
Disponível em:< https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/03/30/carga-tributaria-em-
2019-foi-de-3317percent-no-brasil.ghtml ou as ferramentas oferecidas na página. >.
Acesso em: 12 de abril de 2021.

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