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PROPÓSITO
Compreender o conceito e a importância do orçamento público no cenário brasileiro de acordo
com as normas do Direito Financeiro e da legislação pertinente.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste texto, tenha em mãos a Constituição Federal de 1988
(CF/1988) para acompanhar os dispositivos mencionados da referida norma.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
Para compreendermos o orçamento público, precisamos ter o conhecimento de uma série de
quesitos:
Por fim, no módulo 3, abordaremos o ciclo orçamentário. Iniciaremos tal abordagem pela
elaboração da lei; em seguida, passaremos pela apreciação, aprovação, sanção, publicação e
execução dela; e, por fim, falaremos sobre a
avaliação e o controle do orçamento público.
MÓDULO 1
Definir o orçamento público
Obter receitas.
Despender despesas.
Criar crédito.
O Estado precisa obter receitas para aplicar esses recursos em despesas de custeio da
atividade estatal e realizar investimentos.
EXEMPLO
Obras de saneamento e de infraestrutura.
Quando esses recursos não são suficientes para fazer frente à totalidade das despesas, o
Estado necessita criar receitas. Nesse caso, a solução encontrada é contrair empréstimos.
EXEMPLO
Endividar-se por meio das operações de crédito.
Resposta: a gestão desses recursos e a aplicação deles serão feitas por meio do orçamento
público.
EXEMPLO
Saúde, educação, segurança, transporte, habitação, previdência e justiça.
O estudo do Direito Financeiro é mais amplo que o do Tributário. Vimos que aquele
compreende o conjunto de normas que tratam da atividade financeira do Estado. Já este versa
sobre o conjunto de normas que tratam dos tributos,
regulando os impostos, as taxas e as
contribuições de melhoria.
ORÇAMENTO
A) FUNÇÃO ALOCATIVA
EXEMPLO
São aqueles que devem ou podem ser produzidos pelo Estado, embora possam ser
explorados economicamente pelo setor privado para evitar que a população de baixa
renda não tenha acesso ao consumo deles
por não poder pagar seu preço.
Altos investimentos desestimulam o setor privado pelo fato de a aplicação imediata de recursos
só trazer retorno no longo prazo, já que o retorno demora muito para se concretizar. Nesse
caso, o Estado realiza os investimentos
na infraestrutura econômica.
EXEMPLO
EXTERNALIDADES POSITIVAS
EXTERNALIDADES NEGATIVAS
EXTERNALIDADES POSITIVAS
Os benefícios sociais são gerados por meio do incentivo de subsídios ou isenções para, por
exemplo, investimentos na criação de malha ferroviária, tendo em vista que mais pessoas
utilizarão o transporte público.
EXTERNALIDADES NEGATIVAS
São prejuízos sociais, como, por exemplo, a poluição de rio, sendo função do Estado aumentar
o tributo da empresa, aplicar multas etc.
Em relação à provisão de bens púbicos e meritórios, existe uma demanda por certos bens
cujas características particulares inviabilizam o fornecimento deles pelo setor privado (sistema
de mercado):
BENS PÚBLICOS
BENS MERITÓRIOS (OU SEMIPÚBLICOS)
BENS PÚBLICOS
São usufruídos pela população; não podem, assim, ser individualizados e recusados pelos
consumidores. A iluminação pública é um exemplo.
BENS MERITÓRIOS (OU SEMIPÚBLICOS)
Excluem parcela da população sem recursos para pagar por eles. Podem ser fornecidos tanto
pelo Estado quanto por um particular. A educação e a saúde, por exemplo, não são
necessariamente oferecidas pelo Estado. Elas podem
ser pagas para o particular por meio do
orçamento, como ocorre com a subvenção social para uma organização não governamental
(ONG).
B) FUNÇÃO DISTRIBUTIVA
- Impostos diretos (o ônus recai sobre os contribuintes que arcam com o imposto conforme seu
patrimônio e sua renda).
Por exemplo: Imposto de renda progressivo ou sobre grandes fortunas (embora previsto
constitucionalmente, esse imposto ainda não foi implementado no Brasil).
CONCESSÃO DE SUBSÍDIOS
Ela pode ser aplicada aos bens de consumo popular financiados por impostos incidentes sobre
aqueles consumidos.
TRANSFERÊNCIAS DIRETAS
Existe a situação de distribuição direta à população.
C) FUNÇÃO ESTABILIZADORA
Estabilizar os preços.
Cambial;
Monetária;
ORÇAMENTO AUTORIZATIVO
O tipo de orçamento utilizado depende do regime político vigente que conste no ordenamento
jurídico de um país de acordo com sua forma de governo.
LEGISLATIVO
A competência para a elaboração, a votação e o controle do orçamento é do Poder Legislativo,
ficando a cargo do Executivo a competência para a execução do orçamento.
EXECUTIVO
A competência para a elaboração, a votação e a execução do orçamento é do Poder
Executivo, ficando a cargo do Legislativo a competência para o controle do orçamento.
ATENÇÃO: Alguns autores entendem que todas as competências desse tipo cabem ao
Executivo.
MISTO
A competência para a elaboração e a execução do orçamento é do Poder Executivo, ficando a
cargo do Legislativo a competência para a votação e o controle do orçamento.
O Poder Executivo elabora a lei orçamentária e recebe do Legislativo uma autorização para
realizar os gastos públicos. Com isso, o Executivo executa o orçamento de acordo com a lei,
cumprindo, assim, o princípio orçamentário
da legalidade.
SAIBA MAIS
I - o Plano Plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
Artigo 48 – Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do presidente da República, não
exigida esta para o especificado nos artigos 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de
competência da União, especialmente
sobre: [...]
Artigo 68, §1º – Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do
Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal, a matéria reservada à lei complementar,
nem a legislação sobre: [...]
Nesse assunto, o Manual de contabilidade aplicado ao setor público (MCASP), de 2018, trata
de forma clara e objetiva dos principais princípios orçamentários:
ATENÇÃO
Não
É proibido vincular a receita proveniente de impostos a órgão,
vinculação da
fundo ou despesa, salvo exceções estabelecidas pela própria
receita de
CF/1988.
impostos
Outros
• Programação;
princípios não
• Clareza;
mencionados
• Especificação ou discriminação;
no MCASP
• Equilíbrio;
• Exatidão;
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
NORMAS SOBRE O ORÇAMENTO PÚBLICO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Alocativa
B) Distributiva
C) Estabilizadora
D) Fiscal
E) Investimento
2. (CESPE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT – 7ª
REGIÃO – 2017 – ADAPTADA) NA TRAMITAÇÃO DA LEI ORÇAMENTÁRIA
ANUAL (LOA), UM DEPUTADO FEDERAL APRESENTOU UMA EMENDA
PROPONDO A CRIAÇÃO DE UMA AGÊNCIA DE FOMENTO NO CENTRO-
OESTE. SEU OBJETIVO É INCENTIVAR PROJETOS DE
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL DA REGIÃO POR MEIO DA
CONCESSÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS. EM
DECORRÊNCIA DE SEU OBJETIVO, A EMENDA PROPOSTA PELO
PARLAMENTAR, NESSA SITUAÇÃO HIPOTÉTICA, VIOLA O PRINCÍPIO
DA:
A) Discriminação
B) Universalidade
C) Unidade
D) Exclusividade
E) Unicidade
GABARITO
MÓDULO 2
Identificar os instrumentos de planejamento
INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
A CF/1988 introduziu no ordenamento jurídico um novo modelo de planejamento. Ele é
composto por três leis orçamentárias:
PPA
LDO
LOA
Esses instrumentos de planejamento são leis independentes, mas atuam de forma conjunta,
conforme designa a própria Constituição.
ATENÇÃO
Por isso, não existe uma hierarquia formal entre as leis orçamentárias. Cada uma, afinal,
possui suas competências diretamente previstas na CF/1988.
Parte da doutrina, porém, entende que o PPA também pode ter planejamento tático e que a
LDO pode ter um planejamento operacional.
O PPA estabelece diretrizes, objetivos e metas, e a LDO busca as prioridades no PPA e orienta
a elaboração da LOA. Ou seja, a LDO faz a integração entre o plano estratégico e o
operacional. Percebemos aqui a presença de uma
hierarquia material de compatibilidade.
Descreveremos a seguir as três leis orçamentárias (citadas logo acima) que compõem o
modelo de planejamento:
A lei que instituir o Plano Plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, os
objetivos e as metas da Administração Pública federal para as despesas de capital e outras
delas decorrentes e para as relativas
aos programas de duração continuada.
As metas, por sua vez, são um conjunto de operações cujos produtos contribuem para os
objetivos do programa.
Por exemplo: Construir a rede de esgoto do bairro, executar uma campanha de vacinação em
massa em crianças de 0 a 5 anos e promover a construção de moradias dignas e a extinção de
palafitas.
As despesas de capital, por fim, precisam ser entendidas em seu sentido macro: elas
significam, na verdade, despesas com investimentos.
EXEMPLO
Os prazos da União para o envio e a devolução desse instrumento, segundo o artigo 35, §2º,
ADCT, CF/1988, são os seguintes:
I - o projeto do Plano Plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do
mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do
encerramento do primeiro exercício financeiro
e devolvido para sanção até o encerramento da
sessão legislativa.
Em relação aos outros entes federados (estados, DF e municípios), esse prazo deve estar
contido nas respectivas Constituições estaduais e leis orgânicas.
O artigo 3º da LRF, que é uma lei complementar, trata do PPA. Porém, o referido dispositivo foi
integralmente vetado, não tendo assim nenhuma lei tratando da elaboração e organização
desse instrumento de planejamento.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da Administração
Pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente,
orientará a elaboração da Lei Orçamentária Anual,
disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
A LDO trata das metas fiscais como prevê a LRF. Já as prioridades referem-se aos programas
que o governo entende como prioridade na sua execução.
Como o PPA é uma lei válida para quatro anos, a LDO busca ano a ano quais “investimentos”
devem ser realizados nesse período. Para isso, ela orienta a LOA a executá-los em cada ano.
A LDO faz a integração entre o planejamento de médio prazo (PPA) e o de curto prazo (LOA).
Também serão incluídos nela os “investimentos” para o seu período de vigência. Além disso, a
LDO orientará a elaboração
da LOA durante todo prazo de vigência dessa lei, iniciando na 1ª
etapa do ciclo orçamentário até seu controle e avaliação (4ª etapa desse ciclo).
A LDO também dispõe sobre as alterações na legislação tributária. Ela não altera nem cria
tributos. Caso haja alguma alteração na legislação tributária, a LDO orienta quanto a
internalização dos efeitos das mesmas no orçamento.
Algumas estatais são consideradas
agências financeiras oficiais de fomento.
A LDO estabelece como essas estatais irão aplicar seus recursos. A competência para
elaboração dela é do Poder Executivo, enquanto sua aprovação é responsabilidade do
Legislativo.
Os prazos da União para o envio e a devolução desse instrumento são, segundo o artigo 35,
§2º, ADCT, CF/1988, os seguintes:
Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o artigo 165, §9º, I e II, serão
obedecidas as seguintes normas:
II - o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes
do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do
primeiro período da sessão legislativa.
Nesse caso, a LDO poderá ter vigência no mesmo ano de sua elaboração, produzindo efeitos
após sanção e publicação, já orientando a elaboração da LOA na 1ª etapa do ciclo
orçamentário.
A LDO então é um instrumento de planejamento válido para o período que se refere à LOA,
sendo considerado de curto prazo. Em relação aos outros entes federados (estados, DF e
municípios), esse prazo deverá estar contido nas
respectivas Constituições estaduais e leis
orgânicas.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias atenderá o disposto no §2º do artigo 165 da Constituição e:
b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea
b do inciso II deste artigo, no artigo 9º e no inciso II do §1º do artigo 31;
c. (VETADO)
d. (VETADO)
Além disso, a mensagem que encaminhar o projeto de LDO da União apresentará, em anexo
específico, os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros
e as projeções para seus principais agregados
e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o
exercício subsequente.
A Lei Orçamentária Anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
O Orçamento Fiscal (OF) contempla todas as despesas que não estão no Orçamento de
Investimento (OI) e no Orçamento da Seguridade Social (OS).
As EEI são empresas que não dependem de recursos do controlador para se manter. Isto é,
elas conseguem se manter sem receber recursos do ente controlador para pagar suas
despesas.
ATENÇÃO
SAIBA MAIS
Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o artigo 165, §9º, I e II, serão
obedecidas as seguintes normas:
III - o Projeto de Lei Orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão
legislativa.
A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares
e contratação de operações de crédito,
ainda que por antecipação de receita, nos termos da
lei.
A LOA então:
O artigo 5º da LRF, que é uma lei complementar, trata da LOA. Cabe destacar que essa lei
contém a reserva de contingência de acordo com o artigo 5º, III, b, da LRF:
Artigo 5º - O Projeto de Lei Orçamentária Anual, elaborado de forma compatível com o Plano
Plurianual, com a Lei de Diretrizes Orçamentárias e com as normas desta lei complementar:
[...]
III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na
receita corrente líquida, serão estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, destinada ao:
[...]
Por conta disso, a reserva de contingência consignada na Lei Orçamentária Anual é destinada
exclusivamente ao atendimento de passivos contingentes e aos outros riscos e eventos fiscais
imprevistos com a capacidade de afetar
as contas públicas.
CRÉDITOS ADICIONAIS
Os recursos para a execução dos programas de trabalho do governo são especificados por
intermédio dos créditos orçamentários aprovados pelo Poder Legislativo no orçamento anual.
Durante a execução orçamentária (3ª etapa do ciclo orçamentário), pode haver a necessidade
de retificar ou ajustar o orçamento. A LOA, assim, pode ser alterada por conta dos créditos
adicionais.
De acordo com o artigo 41 da Lei nº 4.320/1964, os créditos adicionais são classificados em:
I – suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária;
A CF/1988, em seu artigo 167, V, proíbe a abertura de crédito suplementar ou especial sem
haver:
DICA
Essa espécie de crédito adicional, no caso da União, pode ser aberta por medida provisória,
informa o artigo 167, §3º, da CF/1988.
A mencionada lei não trata da obrigatoriedade de existência de recursos disponíveis para abrir
o crédito extraordinário. Normalmente, após a retirada dos recursos de onde houver algum,
será feita a abertura do crédito usando
a anulação parcial ou total de dotação de onde o
recurso foi retirado.
De acordo com o artigo 43, §1º, da Lei nº 4.320/1964, são considerados recursos disponíveis
para fins de abertura de créditos suplementares e especiais:
I – o superavit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;
INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
Neste vídeo, o especialista Sergio Albuquerque Barata mostra como é realizado o
planejamento do orçamento público.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Extraorçamentários
B) Complementares
C) Suplementares
D) Especiais
E) Extraordinários
GABARITO
O PPA é válido para quatro anos: considerado de médio prazo, ele inicia sua vigência no
segundo exercício financeiro do mandato presidencial e se encerra no final do primeiro ano do
mandato seguinte.
Como não há dotação orçamentária para tal despesa, é necessário abrir um crédito adicional
especial, pois essa espécie é a utilizada para as despesas não previstas no orçamento.
MÓDULO 3
Identificar o processo orçamentário
Podemos concluir, portanto, que o ciclo orçamentário não se confunde com o exercício
financeiro, pois tal exercício corresponde a uma das fases do ciclo, ou seja, à execução do
orçamento.
Coincide com o ano civil (01/01 a 31/12). Trata-se do período no qual o orçamento é
executado, conforme dispõe o artigo 34 da Lei nº 4.320/1964.
Começa com a elaboração do Projeto de Lei Orçamentária e termina somente após a avaliação
e prestação de contas (controle interno e externo). O exercício financeiro (ou execução
orçamentária) está dentro
desse ciclo.
Tomando como base o ano de 2021, as 1ª e 2ª etapas seriam realizadas em 2020, enquanto a
3ª ocorreria em 2021. Já a 4ª etapa, em regra, aconteceria a partir do ano seguinte (2022).
ATENÇÃO
Neste caso, a etapa de controle e avaliação pode ocorrer em 2020, 2021 ou após 2022, tendo
em vista que existem três tipos de controle: prévio, concomitante ou posterior.
Analisaremos agora cada etapa do ciclo orçamentário. Para isso, utilizaremos como parâmetro
o ente federativo União:
A primeira situação trata do cenário fiscal, pois é necessário analisar como será realizada a
alocação dos recursos.
Fixar a meta fiscal (metas de receita, despesa, resultado nominal, resultado primário etc.).
ATENÇÃO
Segundo o artigo 166 da CF/1988, os projetos de lei relativos ao PPA, à LDO, à LOA e aos
créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional na forma do
regimento comum.
O chefe do Executivo envia os projetos de lei para o Poder Legislativo. No Legislativo, esses
projetos são encaminhados para uma Comissão Mista Permanente formada por deputados e
senadores, que devem emitir um parecer
sobre eles de acordo com o previsto no artigo 166,
§1º, I, da CF/1988.
Os parlamentares podem propor modificações ao PLOA por meio das chamadas emendas
parlamentares. Entretanto, existe a necessidade de se observar algumas limitações previstas
no texto constitucional.
De acordo com artigo 166, §2º, as emendas devem ser apresentadas à CMO, que sobre elas
emitirá parecer, e apreciadas na forma regimental pelo Plenário das duas Casas do Congresso
Nacional.
Já o §3º do artigo 166 da CF/1988 trata dos requisitos para que os parlamentares possam
propor emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem
(créditos adicionais).
I - sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias;
b) serviço da dívida;
Além disso, as emendas ao projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias não poderão ser
aprovadas quando forem incompatíveis com o Plano Plurianual, aponta o artigo 166, §4º, da
CF/1988.
Por fim, após a devolução do PLOA aprovado pelo Poder Legislativo, devolvido até o dia 22/12,
o chefe do Poder Executivo sanciona, promulga e publica a LOA, tornando-a válida.
A liberação dos recursos para os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério
Público, da Defensoria Pública e do Tribunal de Contas deve ser realizada até o dia 20 de cada
mês por meio dos duodécimos (parcelas
mensais), conforme estipula o artigo 168 da CF/1988.
Já o controle, conforme dispõe o artigo 70 da CF/1988, é efetivado por meio dos sistemas de
controle externo e interno:
Controle interno
Representa o controle realizado pela própria Administração sobre seus atos, objetivando, com
isso, verificar sua adequação. É o chamado controle administrativo que o próprio Poder exerce
sobre si mesmo (autotutela).
Controle externo
Trata-se do controle realizado por agentes estranhos ao órgão controlado, sendo, portanto,
aquele exercido por um Poder sobre o outro. Ele configura, portanto, um controle político.
- Apreciação das contas do Poder Executivo pelo Tribunal de Contas mediante parecer prévio.
- Auditoria realizada pelo Tribunal de Contas sobre a efetivação de determinada despesa dos
poderes e órgãos públicos.
- Fiscalização realizada pelo Tribunal de Contas referente à legalidade dos atos de admissão
de pessoal na Administração Pública.
No caso das contas do chefe do Poder Executivo, o Congresso Nacional julga anualmente as
que são prestadas pelo presidente da República com o auxílio de um parecer prévio emitido
pelo TCU.
O controle está extremamente ligado à auditoria, isto é, controle, fiscalização e auditoria podem
ser consideradas expressões sinônimas. Isso significa verificar, examinar e vistoriar.
O TCU elabora o seu parecer prévio e encaminha ao Congresso Nacional. No Congresso, cabe
à CMO emitir outro parecer (sob a forma de projeto de decreto legislativo) sobre as contas do
presidente da República (artigo
166, §1º, I, da CF/1988).
“Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma
obrigações de natureza pecuniária.”
Por força do artigo 71, II, da CF/1988, compete ao TCU o julgamento das:
[...] contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos
da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas
pelo poder público federal, e as contas
daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público.
ATENÇÃO
As fases 1 e 2 são referentes ao PPA. Já as 3 e 4 dizem respeito à LDO. Por fim, as fases 5 a
8 tratam da LOA. Essas últimas são as mesmas do ciclo orçamentário inicialmente considerado
pela maioria da doutrina.
PROCESSO ORÇAMENTÁRIO
Neste vídeo, o especialista Sergio Albuquerque Barata fala sobre como funciona o processo de
elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA) e suas especificidades.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
B) II e III
C) I e III
D) I e II
E) III
A) Controladoria Geral da União, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em 90
dias a contar de seu recebimento.
B) Senado Federal, mediante parecer prévio elaborado pelo Tribunal de Contas da União.
D) Congresso Nacional, mediante parecer prévio elaborado pelo Tribunal de Contas da União.
E) Tribunal de Contas da União, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em 60 dias
a contar de seu recebimento.
GABARITO
1. (FGV – 2017) O chefe do Poder Executivo do estado Alfa encaminhou o projeto de Lei
Orçamentária Anual à Assembleia Legislativa sob forte crítica da opinião pública, que
não concordava com a drástica diminuição das dotações destinadas a certos programas
sociais. Sensível a essa realidade, um grupo de parlamentares apresentou emenda ao
projeto, ampliando consideravelmente as referidas dotações.
II. Anulação de parte das dotações destinadas ao pagamento dos juros incidentes sobre
a dívida pública;
De acordo com o texto constitucional, não cabe aos parlamentares propor alteração de
anulação de dotações para pessoal nem a anulação de parte delas para o pagamento de juros
da dívida pública. A única hipótese que a CF/1988 permite, nessa questão, é a anulação de
recursos dos programas sociais.
2. (FCC – 2013) Acerca das contas prestadas anualmente pelo presidente da República,
sua apreciação é de competência de:
De acordo com o texto constitucional, o presidente da República envia suas contas para o
Congresso Nacional, que as encaminha de imediato para o TCU. O TCU as analisará e emitirá
um parecer prévio, que deverá ser elaborado em 60 dias a contar de seu recebimento. Em
seguida, o TCU devolverá as contas para que o Congresso Nacional proceda o julgamento
delas.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste conteúdo, aprendemos como funciona o planejamento público, identificando a atividade
financeira do Estado e quem possui a competência para elaborar e aprovar as leis
orçamentárias. Também identificamos os valores que
norteiam a elaboração dessas leis.
Conhecemos ainda quais são os instrumentos de planejamento governamental e sua interação,
inclusive o processo de alteração do orçamento propriamente dito. Além disso, vimos o
funcionamento do ciclo de elaboração, aprovação,
execução e controle do orçamento público
denominado processo orçamentário.
Você agora já possui um panorama geral do planejamento e do orçamento público. Com isso,
pode atuar com ou nas diversas áreas da gestão pública – ou, até mesmo como cidadão,
compreender a importância de tal assunto.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988.
BRASIL. Manual de contabilidade aplicada ao setor público (MCASP). 8. ed. Publicado em:
18 dez. 2018. Consultado na internet em: 13 abr. 2021.
PALUDO, A. V. Orçamento público, AFO e LRF. 10. ed. Salvador: JusPodivm, 2020.
PASCOAL, V. Direito financeiro e controle externo. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: Método, 2019.
SANCHES, O. M. O ciclo orçamentário: uma reavaliação à luz da Constituição de 1988.
Revista de administração pública. v. 27. n. 4. Rio de Janeiro: FGV, out./dez. 1993. p. 54-76.
EXPLORE+
Estes manuais abrangem detalhadamente as receitas e as despesas orçamentárias. Por isso,
os indicamos como leitura complementar:
BRASIL. Manual técnico do orçamento – MTO 2021. 3. ed. Consultado na internet em:
13 abr. 2021.
CONTEUDISTA
Sergio Albuquerque Barata
CURRÍCULO LATTES